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HISTÓRIA CONSTITUCIONAL E DO ESTADO
2010/2011 – 1.º SemestreRui Branco
PROGRAMA
Parte I
1. Apresentação do Programa, Bibliografia, Método de Ensino e Regime de Avaliação 2. O estudo do Estado: tradições, conceitos, métodos e processos
3. A formação do moderno Estado-nação
Parte II
4. O Estado em Portugal no período moderno
5. Antes do Leviathan: o Estado pré-revolucionário, corporativo e de Antigo Regime 6. O Antigo Regime e a Revolução: a transição estadualista em Portugal e na Europa
Parte III
7. A formação do Estado Liberal oitocentista português: continuidades e rupturas 8. A consolidação do Estado Liberal a partir da Regeneração
9. Crise do Liberalismo e transição autoritária: Estado republicano e Primeira Guerra Mundial
Parte IV
10. Afirmação e consolidação do Estado autoritário
11. A crise do Estado autoritário, transição falhada e Revolução 12. O Estado Democrático: revolução, políticas sociais e Europa
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PROGRAMA ANALÍTICO
Parte I
1. Apresentação do Programa, Bibliografia e Método de Avaliação
2. O estudo do Estado nas Ciências Sociais e Históricas: tradições, conceitos, métodos e processos 2.1. Os Clássicos
As intuições dos Clássicos
As duas teorias do Estado em Karl Marx
Émile Durkheim, a divisão do trabalho e o Estado Max Weber: génese e burocracia no Estado moderno 2.2. Os Contemporâneos
O Estado na perspectiva funcionalista
Críticas ao funcionalismo, novo institucionalismo e neo-marxismo Escolha Racional, culturalistas e neo-weberianos
3. A formação do moderno Estado-nação e o que «moderno» quer dizer 3.1. Uma narrativa conceptual e histórica: sua construção e seus limites 3.2. Explicando as diferentes trajectórias históricas dos Estados
As linhagens do Estado moderno de Charles Tilly Burocracia e sistema político em Thomas Ertman
A ética protestante e o espírito da burocracia: Philip Gorski e a importância da religião
Parte II
4. O Estado em Portugal no período moderno 4.1. Sociedade corporativa (sécs. XII a XVI)
4.2. Finanças públicas e estrutura do Estado (sécs. XV a XVIII)
5. Antes do Leviathan: o Estado pré-revolucionário, corporativo e de Antigo Regime 5.1 A ideia de centralização e trânsito estadual
5.2. O «poder preeminente»: configuração originárias dos poderes da coroa 5.3. Administração Central do Estado português pré-revolucionário 5.4. Estado de Polícia: novas funções, âmbito e vontade de saber 5.5.Administração Periférica do Estado português pré-revolucionário 5.6. A irracionalidade administrativa e a reforma de 1790
5.7. Burocratização patrimonial: questões de interpretação 5.8. Oficialato
6. O Antigo Regime e a Revolução: a transição estadualista em Portugal e na Europa
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6.2. A Era das Revoluções: a Revolução Francesa e a mudança e continuidade no mundo pós-revolucionário6.3. Apresentação e discussão do Texto de António Manuel Hespanha
Parte III
7. A formação do Estado Liberal oitocentista português: continuidades e rupturas 7.1 Aspectos políticos e jurídicos
A Revolução Liberal, as Constituições, os Códigos, as Instituições Administração do Estado: central, periférica e local
7.2. Finanças Públicas 1807-1850
7.3. Apresentação e discussão do Texto de Luis Espinha da Silveira
8. A consolidação do Estado Liberal a partir da Regeneração 8.1. Portugal da «Regeneração» ao Ultimato (1851-1890)
Política
Economia e Sociedade
O «modelo fontista»: características, limitações, superações? 8.2. Apresentação e discussão do Texto de Pedro Tavares de Almeida 8.3. A «obra financeira da Regeneração»
Estrutura, evolução e interpretação das Finanças Públicas na Regeneração Estrutura e repartição funcional da Administração Pública
9. Crise do Liberalismo e transição autoritária: Estado republicano e Primeira Guerra Mundial 9.1. Portugal do Ultimato à «República Velha» (1890-1916)
A tempestade perfeita de 1890
Ultimato Britânico e nacionalismo republicano Franquismo e «Vida Nova»
9.2. Crise de fim de século e a formulação de alternativas de regime 9.3. A Primeira República (i): Afirmação e I Guerra Mundial.
9.4. A Primeira República (ii): Da «República Nova» ao 28 de Maio de 1926 9.5. Morfologia do Estado republicano
Administração periférica Administração central e governo Burocracia
9.6. Finanças Públicas na Primeira República
9.7. Apresentação e discussão do Texto de Miriam Halpern Pereira
Parte IV
10. Afirmação e consolidação do Estado autoritário
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10.2. Apresentação e discussão do Texto de Manuel de Lucena10.3. O Estado Novo dos Anos Trinta 10.4. Modelo económico e política económica 10.5. Corporativismo e políticas públicas
10.6. Portugal na saída da Segunda Guerra Mundial
10.7. O Industrialismo e a política económica do após-Guerra
10.8. Portugal nos Anos 60: notas para uma caracterização política e social
11. A crise do Estado autoritário, transição falhada e Revolução 11.1. O Marcelismo ou a transição falhada 1968-1974
Os dois tempos do Marcelismo Um retrato em vésperas do 25 de Abril
12. O Estado Democrático: revolução, políticas sociais e Europa
12.1. O Estado em Portugal desde 1974: Estado-Providência, construção e dilemas 12.2. Apresentação e discussão do Texto de António Barreto
12.3. Portugal e a Europa: da EFTA à União: ainda o resgate europeu do Estado-nação? (Milward) 12.4. Estado e Sociedade: ainda o século do corporativismo? Como fazer perguntas e aprender a responder-lhes.
BIBLIOGRAFIA
A. Bibliografia Fundamental
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[Secretaria de Estado do Orçamento] Inquérito aos Recursos da Função Pública, Lisboa, Direcção-Geral de Emprego e Formação da Administração Pública, 1986.
Miranda, Jorge, ed., As Constituições Portuguesas, Lisboa, Petrony, 1976.
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C. Bibliografia Complementar Obras gerais
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Godinho, Vitorino Magalhães, «Finanças Públicas e Estrutura do Estado» in Joel Serrão, dir., Dicionário de História de Portugal, vol. II, Porto, Iniciativas Editoriais, 1966.
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Schmitter, Philippe, Portugal: do Autoritarismo à Democracia, Lisboa, ICS, 1999.
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Valério, Nuno et al., Os Orçamentos no Parlamento Português, Lisboa, Assembleia da República/Dom Quixote, 2005.
MÉTODO DE ENSINO
Aulas de índole teórica, de exposição dos tópicos fundamentais do Programa (60%), combinadas com aulas práticas destinadas à apresentação e discussão de textos pelos alunos (40%).
REGIME DE AVALIAÇÃO
Realização de um exame escrito presencial. A classificação do exame poderá ser majorada (até 1,5 valores) pela informação das intervenções orais no decurso das aulas, incluindo a apresentação de textos.