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Carla Fonseca Alves 1 ; Roberta Gomes Marçal Vieira Vaz 2 ; Lília Alves da Cruz 3

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Academic year: 2021

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11 a 14 de dezembro de 2012 – Campus de Palmas

Avaliações de parâmetros histomorfométricos de fígado e intestino delgado de

frangos de corte na fase de 22 a 42 dias de idade, alimentados com diferentes níveis

de farinha do mesocarpo do babaçu

Carla Fonseca Alves1; Roberta Gomes Marçal Vieira Vaz2; Lília Alves da Cruz3

1

Aluna do Curso de Zootecnia; Campus de Araguaína; e-mail: carlafazoo@hotmail.com “PIVIC/UFT”

2Orientadora do Curso de Zootecnia; Campus de Araguaína; e-mail: robertavaz@mail.uft.edu.br 3Co-orientadora do Curso de Zootecnia; Campus de Araguaína; e-mail: lilialife@gmail.com

RESUMO: Objetivou-se neste trabalho avaliar os parâmetros histológicos do intestino de frangos de

corte, no período de 22 a 42 dias de idade alimentados com diferentes níveis de inclusão (0, 6, 12 e 18%) de farinha do mesocarpo de babaçu (FMB). Foram utilizados 80 frangos de corte da linhagem Coob 500®, machos, distribuídos em delineamento experimental inteiramente casualizado (DIC), com quatro tratamentos, cinco repetições, sendo cada parcela experimental composta por 04 aves. Aos 42 dias de idade após jejum de 12 horas as aves foram pesadas para obtenção do desempenho (consumo de ração, ganho peso e conversão alimentar), destas foram selecionadas duas aves de cada repetição com peso próximo à média (± 5g), as quais foram abatidas para avaliação de parâmetro histológico do intestino delgado. De acordo com os resultados, o ganho de peso e consumo de ração foram influenciados pelos tratamentos, entretanto, não foram observadas diferenças para as características histológicas, podendo ser incluída até 6% da farinha do mesocarpo de babaçu, sem comprometer o desempenho de frangos de corte de 22 a 42 dias.

Palavras-chave: alimento alternativo; coproduto; nutrição INTRODUÇÃO

O custo da alimentação é o principal limitante na produção de frangos de corte, representando em média 70% do custo total da produção. O farelo de soja e o milho constituem a base da alimentação das aves por apresentarem excelentes valores nutricionais, entretanto, esses dois ingredientes representam a maior parte dos custos na produção avícola, por possuírem mercados oscilantes, o que eleva o custo de produção e consequentemente reduz os lucros do produtor (SILVA, 2009).

Dentro desse contexto, surge como desafio, à busca constante por alimentos alternativos de forma a reduzir os custos com a alimentação sem comprometer o desempenho dos animais. Dentre esses alimentos alternativos destacam-se os coprodutos do babaçu, que tem demonstrado em estudos, potencialidade na alimentação de frangos de corte.

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Carneiro et al. (2009) ao avaliar níveis crescentes de inclusão do farelo de babaçu na alimentação de frangos de corte não verificaram efeitos dos tratamentos sobre o desempenho produtivo e rendimento de carcaça das aves aos 42 dias, indicando a possibilidade de inclusão de 12% deste coproduto nas rações. Com base nisso, objetivou-se avaliar o desempenho, os parâmetros histomorfométricos do fígado e do trato digestório de frangos de corte na fase de 22 a 42 dias de idade, alimentados com diferentes níveis de farinha do mesocarpo do babaçu.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado no Setor de Avicultura da Universidade Federal do Tocantins - TO, localizado na Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia do Campus Universitário de Araguaína- TO. Em galpão experimental disposto no sentido leste e oeste, com palhas de babaçu, com piso de concreto, dotado de 20 gaiolas de 0,5 x 1,0 m.

Foram utilizados 80 frangos de corte machos da linhagem Coob 500®, os quais foram alimentados com ração referência até o 21º dia de vida. No 22° dia, iniciou-se o experimento, as aves foram pesadas individualmente para constituírem parcelas com pesos iniciais homogêneos, distribuídos uniformemente nas gaiolas em delineamento experimental inteiramente casualizado (DIC), com quatro tratamentos e cinco repetições, sendo cada unidade experimental composta por 04 aves.

Os tratamentos consistiram de uma ração controle a base de milho e farelo de soja (0% de inclusão de farinha do mesocarpo de babaçu (FMB)) e outros três tratamentos com níveis crescentes de farinha do mesocarpo de babaçu (6, 12 e 18 % FMB). As rações experimentais foram formuladas de acordo com Rostagno et al. (2005) para conterem 3.000 kcal/kg de energia metabolizável e 20% de proteína bruta.

As variáveis de desempenho avaliadas foram consumo de ração (CR), ganho de peso (GP), e conversão alimentar (CA). O consumo de ração foi calculado pela diferença entre o fornecido e as sobras, sendo o ganho de peso calculado pela diferença entre o peso das aves no início e no final do experimento. A partir dos dados de consumo de ração e ganho de peso calculou-se a conversão alimentar (CR/GP).

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No 42º dia, após ser dado um jejum alimentar de 12 horas, duas aves de cada unidade experimental foram abatidas. No decorrer do abate foram coletados dois fragmentos do intestino delgado, sendo 3 cm da porção inicial do duodeno e 2 cm da porção final do íleo e estes foram imersos em solução de formol a 10%, de acordo com (LUNA, 1968) para a confecção das lâminas. Após 36 horas no formol, o material foi clivado e acondicionado em cassetes. Após esse processo iniciou-se a desidratação das amostras, utilizando soluções de álcool a 70, 80 e 90 % e o álcool absoluto. Realizada a desidratação iniciou-se o processo de clarificação com xilol. Posteriormente, foram embebidas em parafina na estufa a 56º C. As amostras foram incluídas em blocos de parafina histológica e cortada a cinco micrômetros utilizando navalhas descartáveis, e coradas pelo método de Hematoxilina e Eosina (HE). Após a bateria de coloração, as lâminas foram desidratadas, diafanizadas e finalmente montadas. As lâminas foram observadas para classificação das lesões com o auxilio de um microscópio óptico.

Nas variáveis cujos efeitos da inclusão da farinha do mesocarpo do babaçu foram detectados pela análise de variância, realizou-se análises de regressão, por meio de modelos polinomiais de primeira e segunda ordem, considerando-se o nível de substituição do alimento na ração, como variável independente. Para verificar o ajuste das equações foi considerada a significância do teste “F” e os coeficientes de determinação (R2 = SQ modelo / SQ tratamentos), ao nível de significância de até 5% por meio do procedimento GLM (General Linear Models) do software SAS 9.0 (2002). A variável histológica foi submetida a análise não paramétrica, pelo teste Kruskal-Wallis, e então submetida ao teste de Conover.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com os dados (Tabela 1), não foram observadas diferenças significativas (P > 0,05), sobre a conversão alimentar, os níveis de FMB interferiram (P ˂ 0,05), no consumo de ração (g), sendo que o tratamento contendo ração basal apresentou maior consumo 2,9105 (g), nos demais tratamentos houve uma estabilização. Observou-se redução linear (P ˂ 0,01), devido o percentual da FMB na ração sobre o ganho de peso, pois à medida que a inclusão aumentou houve uma queda na variável em questão. A equação de regressão que representa o efeito, bem como o seu R2 é a seguinte: GP = ˗ 0,0128 FB + 1,4317 (R2 = 0,9987).

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Tabela 1 Médias de consumo de ração (g), ganho de peso (g) e conversão alimentar (g/g) de frangos de corte de 22 a 42 dias de idade, de acordo com o nível de inclusão de farinha de babaçu

Variáveis Níveis de inclusão de farinha de babaçu (%) P>0,05 CV%

0% 6% 12% 18% CR 2,9105a 2,6917b 2,5925b 2,6204b 0,0237 5,1410 GP 1,4295a 1,3597ab 1,2747bc 1,2016c 0,0009 4,9495 CA 2,0367 1,9805 2,0410 2,1828 0,1079 5,7103 1 Coeficiente de variação (%). 2

Teste F da análise de variância.

3 Médias seguidas de letras iguais não diferem pelo teste SNK (P>0,05).

A partir da leitura das lâminas foi observada presença do parasita Microsporidium sp (Tabela 2), os animais podem ter adquirido o parasita por intermédio de algum ingrediente da ração ou até mesmo da água consumida durante a fase de criação.

Embora encontrado a presença dos oocistos no intestino delgado, não foram observados processos inflamatórios (enterite), e as lesões apresentadas foram consideradas leves, o comportamento do parasita não apresentou diferença entre os tratamentos.

Tabela 2 Grau das lesões apresentados no intestino delgado de frangos de corte aos 42 dias de idade, submetidos a diferentes níveis de FMB

Níveis de inclusão da FMB (%) Caracterização das lesões1

0 +

6 +

12 +

18 +

Legenda: ˗ ausente + leve, ++ moderada, +++ acentuada. 1Kruskal-Wallis.

O fato das lesões não evoluírem pode estar relacionado à idade das aves, por estarem mais adaptadas ao ambiente desenvolveram resistência ao parasita, a inclusão da FMB também pode ter contribuído para controlar a evolução das agressões causadas pelo parasita, uma vez que, foi observado isso na fase inicial, que a farinha parece ter atuado como anti-inflamatória, não permitindo maiores danos que poderiam ser causados pelo protozoário.

Embora não tenha havido uma diferença entre os tratamentos, com o ataque do parasita, mas nota-se que principalmente aqueles que receberam o FMB, não manifestaram processos inflamatórios, o que poderiam ter acarretado piora no desempenho, portanto ao comparar com os resultados de

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desempenho apresentados na tabela 4, não pode ser relacionados à queda no ganho de peso, às infestações do parasita, uma vez que todos os animais foram submetidos às mesmas condições e o comportamento dos Microspodiridium sp, não diferiu entre os grupos.

Portanto, considerando o ganho de peso, a farinha do mesocarpo de babaçu pode ser incluída até 6%, sem comprometer o desempenho de frangos de corte de 22 a 42 dias. A partir da leitura das lâminas histológicas, embora encontrado a presença dos oocistos no intestino delgado, não foram observados diferença significativa entre os tratamentos.

LITERATURA CITADA

CARNEIRO, A. P. M; PASCOAL, L. A. F; WATANABE, P.H; SANTOS, I.B; LOPES, J.M; ARRUDA, J. C. B. Farelo de babaçu em rações para frangos de corte na fase final: desempenho, rendimento de carcaça e avaliação econômica. Ciência Animal Brasileira, v. 10, n. 1, p. 40-47, 2009. LUNA, L.G. Manual of Histologic Staining Methods of the Armed Forces Institute of Pathology. 3ed.

New York: McGraw-Hill, p.258, 1968.

ROSTAGNO, H.S.; ALBINO, L.F.T.; DONZELE, J.L.; GOMES, P.C.; OLIVEIRA, R.F.; LOPES, D.C.; FERREIRA, A.S.; BARRETO, S.L.T. Tabelas brasileiras para aves e suíno composição de

alimentos e exigências nutricionais. Viçosa: Imprensa Universitária UFV. 186p. 2005.

SILVA, R.F. Avaliação nutricional da torta de babaçu e sua utilização em dietas para frangos de

corte Label Rouge. Tese (Doutorado em Zootecnia). Universidade Federal de Goiânia – UFG.

Referências

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