Duquesne University
Duquesne Scholarship Collection
Angola:1890-1903
Spiritana Monumenta Historica
1970
Décret sur les Congrégations Religieuses —
(18-1V-1901)
António Brásio
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DECRET SUR LES CONGREGATIONS RELIGIEUSES (18-IV-1901)
SOMMAIRE — Reglementation des communautes et congregations religieuses et son approbation par le Gouvemement dans la metropole et dans I’outremer.
Atendendo ao que me representaram o Presidente do Con-selho de Ministros, 'Ministro e Secretario de Estado dos N ego-cios Eclesiasticos e de Justi^a e dos Negoego-cios da M arinha e U ltram ar: H ei por bem decretar o seguinte:
Artigo 1 .° N enhum a associa^ao de caracter religioso podera instituir-se ou funcionar no pais sem previa autoriza^ao do Governo.
§ l .° Sao condi^oes essenciais para esta autoriza^ao:
a) A apresenta^ao dos estatuttos por que a associa^ao pre-tende reger-se, e que serao pu'blicados na folha o'ficial, depois de aprovados pelo Governo;
bJ
Destinar-se a associa^ao a actos de beneficencia ou ca-ridade, educa^ao e ensino, ou a propaganda da fe e civiliza^ao no Ultramar;c j N ao haver, na associafao, clausura, praticas de novi-ciado, nem profissoes ou votos, nao permitidos por lei;
d) Subordinar-se a associa^ao, em tudo o que respeita as suas funfoes temporais, as leis do pais e a superintendencia do Estado;
e) Ser formada com cidadaos portugueses a direc^ao su perior da associa^o, excepto se esta for constitufda somente por cidadaos estrangeiros.
§ 2 .° A s associates, constituidas nos termos do para-gra'fo precedente, serao, com respeito aos institutos que esta-bdlecerem, consideradas como pessoas morais para todos os efei-tos da legisla^ao civil.
A rt. 2 .° Os institutos de beneficencia ou caridade, de educa^ao e ensino, ou de propaganda, estabelecidos pelas asso c i a t e s de que trata o § l .° do artigo antecedente, obedecerao as seguintes prescribes:
a) N ao poderao ser abertos, nem funcionar, sem regula-mento aprovado pelo governador civil do distrito;
b ) Os institutos de beneficencia ou caridade ficarao sujei-tos a tutela e inspec^ao das autoridades administrativas, nos termos da le g isla te comum;
c j Os institutos de educa^ao e ensino observarao, em tudo, as leis que no pais regulam a instru^ao publica, sem que possam delas afastar-se;
d ) Os institutos destinados a forma^ao e -desenvolvi-mento de missoes ultramarinas reger-se-ao por preceitos espe-ciais, tendentes a assegurar os beneficios da propaganda da £e e da civ iliz a to nas possessoes portuguesas;
A rt. 3 .° A s associates de caracter religioso, que se cons-tituirem fora das co n d ite s expressas no § l .° do artigo l.° deste decreto, e as que, tendo sido regularmente constituidas, contravierem, depois, ao que ali se acha disposto, serao ime-diatamente dissolvidas, aplicando-se o preceituado no artigo 2 8 2 .° do Codigo Penal, e ordenando-se o pronto encerramento de quaisquer in stitu ites que hajam estabelecido.
A rt. 4 .° Os institutos designados no artigo 2 .° deste decreto, que forem estabelecidos fora das condifoes ali pres-critas, e os que tendo sido regularmente estabelecidos contra vierem, depois, ao que ali se acha preceituado, serao pronta-mente encerrados, ordenando-se a imediata dissolugao das asso c i a t e s de caracter religioso que os hajam constituido.
A rt. 5.° O s institutos tie beneficencia ou caridade, de e d u c a te e ensino, e de propaganda da fe e da civiliza^ao no ultramar, actualmente existentes, dirigtdos ou administrados por quaisquer comunidades ou co n g reg ates religiosas, ou em cuja direcfao ou administrate* intervenham individuos per-tencentes a essas comunidades ou co n g re g a te s, deverao, den-tro de seis meses, remodelar-se em conformidade com as dis possess respectivas do artigo 2.° deste decreto, para que pos-sam ter existencia legal.
§ l.° A s comunidades ou co n g re g a te s religiosas, que gerirem ou administrarem esses institutos, deverao, dentro do mesmo prazo, observar as disposites do artigo l.° , § l .° do presente decreto, para que possam ser reconhecidas e funcio-nar como associates de caracter religioso, nos termos do direito comum.
§ 2 .° Os individuos, de um ou outro sexo, pertencentes a comunidades ou co n g re g a te s religiosas, que actualmente intervem na direc^ao ou administrate* dos referidos institutos, deverao igualmente, para que possam neles continuar a exercer as suas f u n te s , mostrar, dentro do mesmo prazo, que essas comunidades ou co n g reg ates cumpriram o disposto no citado
§ l.° do artigo l.° deste decreto.
A rt. 6.° A ino'bservancia do preceituado no artigo ante-cedente e seus paragrafos determinara, findo o prazo de seis meses nele fixado, a aplica^ao do disposto nos artigos 3 .° e 4.°, quanto a imediata dissolu^ao das respectivas comunidades ou co n g reg ates religiosas, e ao pronto encerramento dos insti tutos que hajam estabelecido, aplicando-se, nao menos, quando haja lugar, o ‘preceituado no artigo 2 8 2 .° e § l.° do Codigo Penal.
O Presidente do Conselho de Ministros e Secretario de Estado dos Negbcios do Reino, o (Ministro e Secretario de Es-tado dos Negocios Eolesiasticos e de Justi^a, e o Ministro e
Secretario de Estado dos Negocios da M anriha e Ultramar, assim o tenham entendido e fa^am executar.
Pa^o, 1 8 de Abril de 1 9 0 1 .
Rei
Ernesto Rodolfo Hintze Ribeiro Artur Alberto de Campos Henriques Antonio Teixeira de Sousa
D IA R IO D O G O V E R N O — 1 9 0 1 , n° 8 7 , p. 1 0 5 8 - 1 0 5 9 .
N O T A — Nous ne publions pas le long Rapport qui precede le decret, p. 1057-1058.