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Coleta e Destinação Final de Pilhas e Baterias

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Academic year: 2021

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Título do Trabalho:

Coleta e Destinação Final de Pilhas e Baterias

Tema: Resíduos Sólidos

Apresentadora:

Fernanda Midori Shimizu Oliveira

Técnica em Nutrição e Dietética, formada pela Escola Técnica Estadual Júlio de Mesquita, agente ambiental do Departamento de Resíduos Sólidos (DRS) do SEMASA - Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André – SP.

E-mail: femidori@yahoo.com.br

Autores:

Fernanda Midori Shimizu Oliveira Fernando Arlei Cruseiro

Fabio Tadeu Buonavita

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Coleta e Destinação Final de Pilhas e Baterias

Descrição do objetivo do trabalho:

Introdução

Com o advento mundial dos produtos eletrônicos e telefonia, o consumo de pilhas e baterias cresceu substancialmente e criou-se assim um grande problema de destinação final destes produtos, pois a concentração de metais pesados, tais como chumbo, cádmio e mercúrio, causam danos à saúde e ao ambiente. Em 1999, o CONAMA aprovou a Resolução 257 (e suas alterações), onde estabelece que pilhas e baterias que atendam aos limites previstos no artigo 6º podem ser descartadas junto com os resíduos domiciliares e enviadas a aterros sanitários licenciados. No momento esta resolução é a única existente e as políticas nacional e estadual ainda não conseguiram oferecer alternativas que atendam melhor a demanda da sociedade. Com base nestes dados o SEMASA implementou um projeto piloto para a coleta de pilhas e baterias e destinação final adequada, que estabelecerá os parâmetros para um sistema de coleta e destinação final amplo para toda a cidade, partindo do princípio que o acúmulo destes materiais aterrados, mesmo com uma porcentagem menor de metais pesados, definidos pela resolução do CONAMA, também causam danos ao meio ambiente.

Objetivo Geral

• Análise da implementação de um projeto piloto, em andamento, para a coleta e destinação final de pilhas e baterias, que servirá de base para um sistema amplo para todo o município.

Objetivos Específicos

• Caracterização das pilhas e baterias coletadas

• Difusão dos pontos de entrega voluntária do projeto piloto para todo o município

• Ação preventiva contra a contaminação do solo e da água subterrânea do Aterro Sanitário Municipal e locais de descarte irregular (lixões, córregos, taludes e terrenos baldios).

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Desenvolvimento

A Resolução 257/99 do CONAMA estabelece que pilhas e baterias dos tipos zinco-manganês e alcalina-manganês, que atendam aos limites estabelecidos (até 0,010% em peso de mercúrio, até 0,015% em peso de cádmio e até 0,200% em peso de chumbo) podem ser dispostas com os resíduos domiciliares em aterros sanitários licenciados, desde que identificados pelos fabricantes em suas embalagens e/ou produtos. Contudo, analisando as literaturas existentes, identificamos que os componentes das pilhas e baterias mesmo nas concentrações estabelecidas pela resolução possuem características físico-químicas nocivas à saúde humana e ao ambiente e quando descartadas como habitualmente o são, em lixões, córregos, taludes e terrenos baldios (áreas públicas) contaminam o solo e a água subterrânea, afetando o uso destes meios naturais utilizados para o abastecimento de água e produção de alimentos. Os metais, por serem bioacumulativos, vão se depositando no organismo, afetando suas funções orgânicas e causando doenças como:

- Cádmio: Doença Itai-Itai (fígado), disfunções renais, osteoporose e danos ao sistema nervoso;

- Mercúrio: Distúrbios renais e neurológicos, mutações genéticas, alterações no metabolismo e deficiência dos órgãos sensoriais;

- Chumbo: Perda de memória, dor de cabeça, irritabilidade, tremores musculares, lentidão de raciocínio, alucinação, anemia, depressão, insônia, paralisia, salivação, náuseas, vômitos, cólicas, perda de tônus muscular, atrofia, perfurações visuais e hiperatividade;

- Lítio: Afeta o sistema nervoso central, gerando visão turva, ruídos nos ouvidos, vertigens, debilidade e tremores;

- Níquel: Dermatites, distúrbios respiratórios, gengivites, sabor metálico, “sama de níquel”, efeitos cancerígenos, cirrose e insuficiência renal;

- Zinco: Vômitos e diarréias.

Buscando uma destinação final adequada para estes materiais, foram realizadas duas pesquisas, a primeira buscando as tecnologias existentes no mercado nacional e internacional e a segunda analisando o comportamento dos consumidores do município de Santo André.

Com relação a tecnologias existentes, verificou-se que a maior parte das empresas (americanas, japonesas, suecas, suíças e francesas) utilizam a técnica da

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pirometalurgia. No estado de São Paulo, foi localizada uma empresa em Suzano, que recicla todos os componentes das pilhas e baterias, utilizando os metais pesados e os óxidos metálicos na fabricação de pigmentos, tintas, pisos cerâmicos e vasos sanitários e o revestimento para a fabricação de papelão e plástico e com a vantagem de ficar próximo a região do ABC.

Para a pesquisa de comportamento dos consumidores, uma ONG foi contratada para este fim. Ela fez uma amostragem com 1/3 da população de Santo André (60.000 domicílios) e constatou que existe no mercado, 40% ou mais de pilhas ilegais e estas, por sua vez, possuem 4 a 7 vezes mais mercúrio do que regulamenta a resolução do CONAMA, além de possuírem blindagem de papelão que fazem com que se rompam com facilidade e baixa ou nenhuma durabilidade, aumentando o seu consumo.

Reunindo todos estes dados, foi desenvolvido um modelo para coleta através de uma rede de pontos para entrega voluntária. Estes pontos começaram a ser implantados em fevereiro/2007.

Estabeleceu-se contato com empresas privadas do município para cessão de espaço e atender uma maior parcela do município. Como exemplo desses espaços temos redes de supermercados que assumiram a co-responsabilidade da destinação final adequada, cedendo espaço e incentivando seus consumidores, através de divulgação interna e revistas próprias, a levarem as pilhas e baterias usadas para disposição nos recipientes produzidos especialmente para este fim. Unidades da própria autarquia, estações de coleta seletiva, estacionamentos, ONGs, entre outros, também foram selecionados, totalizando 38 pontos até o momento.

Os dispositivos usados para o armazenamento são leves e simples, identificados com adesivos explicativos (fig.1) à cerca do material a ser entregue.

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Folhetos diferenciados para cada ponto foram distribuídos, com uma ampla orientação realizada por agentes ambientais no entorno (fig.2).

Figura 2 - Folheto informativo

Um primeiro lote de material coletado (1,19 toneladas) foi enviado à empresa recicladora em junho. Há mais 800Kg armazenados para também serem enviados.

Resultados e Conclusões

Pode-se verificar, através de todos os estudos, que a resolução do CONAMA não atende as expectativas da sociedade e aos padrões de segurança ambiental, uma vez que não contempla todos os tipos de pilhas e baterias (como exemplo, as baterias do tipo recarregável de NI-MH por conter grande quantidade de níquel, substância tóxica e cancerígena, ligas de MH que possuem componentes indefinidos e as de Li-íon que contém substâncias tóxicas em sua composição, incluindo o cobalto e lantanídeos). Além disso, os fabricantes de pilhas e baterias se isentaram da responsabilidade da disposição final adequada, substituindo as pilhas e baterias com teor acima do estipulado pela resolução por aquelas que atendam o artigo 6º, para que elas fossem dispostas juntamente com os resíduos domiciliares. Para as empresas não houve quaisquer dificuldades nesta troca, pois elas já fabricavam

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pilhas e baterias com este teor de metais para o mercado internacional. Houve também a justa alegação de que 40% das pilhas consumidas são ilegais (falsificadas, importadas ilegalmente ou de marcas desconhecidas) e as empresas formais não poderiam arcar com este ônus.

As pilhas ilegais apresentam 10 vezes mais mercúrio e 7 vezes mais chumbo do que o tolerado pela Resolução, além disso, essas pilhas tendem a ter uma vida útil menor que o normal, aumentando o consumo, geração e descarte delas.

O Brasil precisa criar, com uma certa urgência, legislação mais eficiente para a coleta e disposição final adequada de todos os tipos de pilhas e baterias, bem como de outros resíduos perigosos de consumo de massa (lâmpadas, por exemplo) pois há um aumento considerável do consumo desses produtos e não há como prever de fato que a simples disposição em aterros sanitários eliminará o problema da contaminação do solo, águas subterrâneas e atmosfera.

Do ponto de vista químico, mesmo os metais que representam menores riscos em sua forma elementar, quando descartados sem controle, junto o resíduo sólido comum, podem se transformar em substâncias extremamente perigosas e tóxicas à saúde e ao ambiente, pela possibilidade de reação, interação ou sinergismo com outras substâncias presentes no resíduo sólido urbano, ou no ecossistema, devido a inúmeros fatores, tais como: condições climáticas e geológicas; características físicas, químicas e bioquímicas do ambiente; presença de substâncias incompatíveis; entre outros (REIDLER; GUNTHER, 2002).

As três esferas de poder precisam dar uma resposta concreta em curto prazo para este problema, principalmente os municípios, cobrados primeiro pela sociedade por estarem mais próximos da população.

Antecipando-se a este fato houve a implementação do projeto da coleta e destinação final de pilhas e baterias no município de Santo André e enviará estes resíduos para a empresa de Suzano, que atende as expectativas da autarquia, pois recicla todos os componentes de maneira diferenciada, inclusive sendo esta certificada pela ISO 14.000.

No procedimento executado pela recicladora, os resíduos industriais sofrem, a qualificada QUÍMICA DE RECONSUMO, ou seja, lavagens e tratamentos térmicos, como separação via reação química, queima em forno calcinador (oxidação), moagem e redução do teor de umidade (secagem). Os possíveis poluentes

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atmosféricos são controlados através de lavadores de gases, não havendo sobra de resíduos e/ou descarte de efluentes líquidos, que depois de tratados são reutilizados.

Nota-se, em contato com a população, através das visitas monitoradas realizadas ao Aterro Sanitário do município, que as pessoas estão preocupadas com o descarte irregular destes materiais, bem como outros sabidamente nocivos à saúde e ao ambiente, como exemplo, as lâmpadas fluorescentes. Há um interesse muito grande em conhecer os endereços dos pontos de entrega voluntária e uma cobrança para divulgação em massa em todo o município, campanha tal ainda não realizada por se tratar de um projeto piloto.

O plano de comunicação do Departamento de Resíduos Sólidos para 2007/2008 contempla divulgação em escala municipal, onde podem ser usados veículos como Outdoors, URA (Unidade de Resposta Audível), panfletos específicos e informes em jornais regionais entre outros.

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Referências

REIDLER, N.M.V.J.; GUNTHER, W.M.R. Gerenciamento de Resíduos Constituídos por Pilhas e Baterias Usadas. In: XXVII CONGRESSO INTERAMERICANO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL. 2000, São Paulo.

REIDLER, N.M.V.J.; GUNTHER, W.M.R. Impactos Sanitários e Ambientais Devido aos Resíduos Gerados por Pilhas e Baterias Usadas. In: XXVIII CONGRESSO INTERAMERICANO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL. 2002, México, Cancun.

Brasil. Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução CONAMA nº257, de

30.06.99: dispõe sobre o descarte e o gerenciamento ambientalmente adequado de

pilhas e baterias usadas, no que tange à coleta, reutilização, reciclagem, tratamento, ou disposição final. Disponível em:

<http://www.mma.gov.br/conama/>. Acesso em: 22 mar. 2007.

Brasil. Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução CONAMA nº263, de

12.11.99: dispõe sobre a inclusão, na Resolução CONAMA 257/99 das pilhas

miniatura e botão, estabelecendo limites do teor de mercúrio por elemento. Disponível em:

<http://www.mma.gov.br/conama/>. Acesso em: 22 mar. 2007.

Consulta via e-mail. AFONSO, J.C.. Professor do Departamento de Química Analítica. Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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