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Brasil e Portugal
ALEXANDRA VILELA DHENIS CRUZ MADEIRA
JORGE LEITE JOSÉ BOANERGES MEIRA
JOSÉ DE FARIA COSTA LINDOMAR ROCHA MOTA
(organizadores)
Belo Horizonte 2013
Temas contemporâneos de direito: Brasil e Portugal /
T278 Alexandra Vilela et al., organizadores. – Belo Horizonte: Arraes editores, 2013. 331p.
ISBN: 978-85-8238-002-4
1. Direito – Temas contemporâneos – Brasil. 2. Direito – Temas contemporâneos – Portugal. I. Vilela, Alexandra. CDD: 340.1 CDU: 340 Belo Horizonte 2013 CONSELHO EDITORIAL
Elaborada por: Maria Aparecida Costa Duarte CRB/6-1047
Álvaro Ricardo de Souza Cruz André Cordeiro Leal André Lipp Pinto Basto Lupi Antônio Márcio da Cunha Guimarães Carlos Augusto Canedo G. da Silva David França Ribeiro de Carvalho Dhenis Cruz Madeira Dircêo Torrecillas Ramos Emerson Garcia Felipe Chiarello de Souza Pinto Florisbal de Souza Del’Olmo Frederico Barbosa Gomes Gilberto Bercovici Gregório Assagra de Almeida Gustavo Corgosinho Jamile Bergamaschine Mata Diz Jean Carlos Fernandes
Jorge Bacelar Gouveia – Portugal Jorge M. Lasmar
Jose Antonio Moreno Molina – Espanha José Luiz Quadros de Magalhães Leandro Eustáquio de Matos Monteiro Luciano Stoller de Faria
Luiz Manoel Gomes Júnior Luiz Moreira
Márcio Luís de Oliveira Maria de Fátima Freire Sá Mário Lúcio Quintão Soares Nelson Rosenvald Renato Caram
Rodrigo Almeida Magalhães Rogério Filippetto Rubens Beçak
Vladmir Oliveira da Silveira Wagner Menezes
É proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio eletrônico, inclusive por processos reprográficos, sem autorização expressa da editora.
Impresso no Brasil | Printed in Brazil Arraes Editores Ltda., 2013.
Coordenação Editorial: Produção Editorial: Revisão: Capa: Fabiana Carvalho Nous Editorial Responsabilidade do Autor Gustavo Caram e Hugo Soares
Rua Pernambuco, 1389, Loja 05P – Savassi Belo Horizonte/MG - CEP 30130-151
Tel: (31) 3031-2330
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uToresALEXANDRA RODRIGUES ARAÚJO
Professora Auxiliar da Universidade Lusófona do Porto (desde Setembro de 2011). Obteve o Doutoramento Europeu em Direito pela Universidade de Na-varra (2010), a Licenciatura em Direito pela Universidade Católica Portuguesa (2000) e a Licenciatura em Direito Canónico pela Universidade de Navarra (2004). Como bolseira doutoral da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (2005-2009) desenvolveu parte da sua actividade investigadora como aluna visitante da Uni-versidade de Oxford e da UniUni-versidade de Cardiff. Antes de fazer parte do corpo docente da ULP foi bolseira pós-doutoral do Instituto Max Planck de Historia do Direito Europeu (Abril 2010-Março 2011). Investigadora do I2J – Instituto de Investigação Jurídica da Universidade Lusófona do Porto. Os comentários ao artigo podem ser enviados para: alexandrararaujo@gmail.com.
ALEXANDRA VILELA
Professora Auxiliar da Universidade Lusófona do Porto. Diretora da Faculdade de Direito da Universidade Lusófona do Porto. Doutora em Direito pela Facul-dade de Direito da UniversiFacul-dade de Coimbra. Investigadora do I2J – Instituto de Investigação Jurídica da Universidade Lusófona do Porto. Advogada.
ANDRÉ CORDEIRO LEAL
Doutor e Mestre em Direito Processual pela PUC Minas. Professor Titular da Faculdade de Ciências Humanas, Sociais e da Saúde da Universidade FUMEC, ministrando aulas nos cursos de graduação e mestrado em Direito. Professor Adjunto IV da PUC Minas. Bacharel em Ciências Econômicas pela PUC Minas. Advogado. Economista.
VI
CÉSAR FIUZA
Doutor em Direito pela UFMG. Advogado e Consultor Jurídico. Professor de Direito Civil na PUCMG e na UFMG. Professor Titular na Universidade FU-MEC. Professor Colaborador na UNIPAC.
DÉA CARLA PEREIRA NERY
Doutora em Direito das Relações Sociais pela PUC-SP. Mestre em Direito das Relações Sociais pela PUC-SP. Mestre em “Problemas actuales del Derecho Penal y de la Criminologia” pela UPO/ESpanha (Universidade Pablo de Olavide de Se-villa). Graduada em Direito pela Universidade Católica do Salvador (1991). Pro-fessora Doutora da UNEB dos cursos de Graduação em Direito e Pós-graduação (Especialização em Gestão Pública). Professora Colaboradora da ASSECI (Asses-soria de Cooperação Internacional) da UNEB. Avaliadora do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (BASis/INEP/MEC). Elaboradora de itens do BNI/ENADE (Banco Nacional de ítens - INEP). Tutora do Ensino à distância da SENASP. Professora do PROCEDH/FESMIP (Programa de Capacitação em Direitos Humanos da Fundação Escola Superior do Ministério Público). Ex-Cor-regedora Assistente. Delegada de Polícia do Estado da Bahia. Ex-bolsista da CA-PES. Ex-bolsista da AECID. Ex-bolsista do FBSP. Tem experiência na avaliação do ensino superior; experiências didática e prática na área de Direito, com ênfase em Direito Educacional, Direitos Humanos, Direito Penal e Criminologia.
DHENIS CRUZ MADEIRA
Advogado. Doutor, Mestre e Especialista em Direito Processual pela PUC Minas. Coordenador do Curso de Direito da PUC Minas Contagem. Professor do curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Direito Processual do Instituto de Educação Continuada da PUC Minas (IEC-PUC Minas). Professor Adjunto IV (concursado) de Teoria Geral do Processo, Direito Processual Civil e Prática Jurídica Cível do curso de graduação em Direito da PUC Minas. Professor convidado de diversos cursos de pós-graduação em Direito no país. E-mail: cruzmadeira@hotmail.com.
FERNANDO HORTA TAVARES
Pós-Doutoramento pela Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa (POR). Doutor e Mestre em Direito pela PUC Minas. Professor da Faculdade de Direito e do Programa de Pós-Graduação em Direito, da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Brasil. Presidente do Instituto de Investigação Cientí-fica Constituição e Processo (Brasil). Advogado.
FREDIE DIDIER JR.
Livre-docente pela USP e Pós-doutor na Universidade de Lisboa. Doutor pela PUC-SP. Mestre pela UFBA. Coordenador do curso de graduação da Faculdade
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Baiana de Direito. Professor-adjunto da Faculdade de Direito da UFBA. Mem-bro da IAPL, do Instituto Iberoamericano de Direito Processual e do Instituto Brasileiro de Direito Processual. Presidente da Associação Norte e Nordeste de Professores de Processo. Advogado e consultor jurídico.
GUSTAVO GRAMAXO ROZEIRA
Professor Auxiliar da Faculdade de Direito da Universidade Lusófona do Porto. Investigador do I2J – Instituto de Investigação Jurídica da Universidade Lusó-fona do Porto. Doutor em Direito pelo Instituto Universitário Europeu (de Florença). Advogado.
GUSTAVO SARTI MOZELLI
Bacharel e Doutor em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Mestre em Filosofia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia. Advogado.
JEAN CARLOS DIAS
Doutor em Direitos Fundamentais e Relações Sociais e Mestre em Instituições Jurídico-Políticas pela Universidade Federal do Pará – UFPa. Pós-graduado em Direito Civil e Processo Civil pela UNESA-RJ. Membro do Grupo Docente Es-truturante e Professor (graduação e pós-graduação) do Centro Universitário do Pará – CESUPA onde também coordena o Programa de Pós-Graduação em Di-reito. Professor Convidado da Escola da Magistratura do Estado do Pará. Pro-fessor Convidado do Centro de Formação e Aperfeiçoamento Profissional do Ministério Público do Estado do Pará. Professor Convidado da Escola Superior da Advocacia do Estado do Pará. Professor convidado da Escola Judiciária do Estado do Amapá. Professor convidado em cursos de Pós-graduação em diversas Instituições de Ensino em vários Estado do Brasil. Presidente da Comissão de Di-reitos Difusos e Coletivos da OAB-Pa (triênio 2010-2012). Membro do Instituto dos Advogados do Pará, do Instituto Brasileiro de Política e Direito da Informá-tica e da Fundação Brasileira de Direito Econômico. Advogado.
JOÃO NUNO TEIXEIRA
Foi Assistente convidado da Faculdade de Direito da Universidade Lusófona do Porto em Direito Civil, advogado (Joncaf Advogados), membro do I2J e licencia-do pela Faculdade de Direito de Coimbra.
JORGE LEITE
Professor (jubilado) da FDUC, professor convidado da FEUC (2 anos), diretor (2008/2011) e professor da FDULP (2008/2013), fundador e Presidente da As-sociação de Estudos Laborais, diretor da revista Questões Laborais, Árbitro Pre-sidente de Comissões Arbitrais instituídas no âmbito do Conselho Económico e Social (2006/2009); perito da Comissão Europeia em questões sociais (1994 a
VIII
1998); fundador e membro da 1.ª direcção da JUTRA – Associação Luso-Brasilei-ra de Juristas do TLuso-Brasilei-rabalho. Lições de Direito do TLuso-Brasilei-rabalho e vários artigos sobre questões sociais publicados em revistas nacionais e estrangeiras.
JOSÉ BOANERGES MEIRA
Doutor e Mestre em Direito Processual pela Faculdade Mineira de Direito da PUC--Minas; Professor Adjunto IV, na Faculdade Mineira de Direito da PUC Minas; Coordenador do Curso de Especialização em Direito Processual, IEC PUC Minas Contagem; Coordenador de Extensão do Curso de Direito da PUC Minas em Contagem; Investigador do I2J, Lusófona, Porto, Portugal e Advogado.
JOSÉ DE FARIA COSTA
Professor Catedrático da FDUC e também Professor Catedrático da Faculdade de Direito da ULP. Membro do Conselho Superior de Magistratura de Portugal; Presidente do Instituto de Direito Penal Económico e Europeu; Membro eleito do Conselho Geral da Universidade de Coimbra; Presidente da Assembleia Geral do Centro de Direito Biomédico (FDUC); Presidente da Assembleia Geral do Instituto Jurídico da Comunicação (FDUC); Presidente do Grupo Português da Association Internationale de Droit Pénal. Autor de mais de uma centena e meia de publicações no campo do Direito Penal e da Filosofia do Direito.
LÍGIA CARVALHO ABREU
Professora auxiliar da Faculdade de Direito da Universidade Lusófona do Porto (Direito Constitucional, Direito do Ambiente e do Urbanismo e Direito Inter-nacional Público e Privado), membro do Conselho Científico do CIJE da Facul-dade de Direito do Porto e professora convidada desta instituição em curso de pós-graduação, membro do I2J, doutorada pela Faculdade de Direito de Genebra, membro efetivo da International Law Association (Direito Internacional Público e Privado) e jurisconsulto.
LINDOMAR ROCHA MOTA
Doutor em Filosofia moderna, professor na PUC-Minas e Diretor da Faculdade Arquidiocesana de Curvelo.
ODIL LARA PINTO
Mestrado em Filosofia pela UFMG. Doutorado em Educação pela UFMG. Pro-fessor Adjunto IV, na Faculdade Mineira de Direito da PUC-Minas. Diretor de Graduação na PUC-Minas Unidade Contagem.
NUNO J. VASCONCELOS ALBUQUERQUE SOUSA
Professor Associado da Universidade Lusófona do Porto desde 2005. Licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra em 1974. É
IX
Mestre em ciências jurídico-políticas pela Faculdade de Direito de Coimbra e Doutor pela Universidade Complutense de Madrid. Investigador do I2J – Insti-tuto de Investigação Jurídica da Universidade Lusófona do Porto.
PAULO DE BRITO
Professor auxiliar da Faculdade de Direito da Universidade Lusófona do Porto; Ph.D., Faculdade de Direito, Universidade de Bristol (Reino Unido); exerceu também como-juiz coordenador dos Julgados de Paz de Gaia (2002-2004) e Porto (2004-2007); encontra-se em licença sem vencimento da DGRS (Ministério da Justiça), onde havia iniciado funções em 1993.
ROSA VIEIRA NEVES
Assistente na Universidade Lusófona do Porto. Mestre em Ciências Jurídico cri-minais e Doutoranda pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Advogada.
ZAMIRA DE ASSIS
Doutora em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Proessora de Direito Civil da PUC Minas. Advogada.
XI
s
umárioPREFÁCIO ... XIX APRESENTAÇÃO ... XXI
PARTE 1
DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO ... 1
CAPíTulO 1
DIRETIVAS ANTECIPADAS DE VONTADE, INTIMIDADE E AUTODETERMINAÇÃO NO DIREITO CONSTITUCIONAL
BRASILEIRO ... 3 1.1 Introdução ... 3 1.2 O campo das idéias e implicações práticasna bioética e no
biodireito ... 4 1.3 Diretivas antecipadas de vontade como irradiação dos
direitos da personalidade ... 7 1.4 Autodeterminação como condição de validade das diretivas
antecipadas de vontade ... 12 1.5 Conclusão ... 13 1.6 Referências ... 14
CAPíTulO 2
AS RESTRIÇÕES AO EXERCÍCIO DA LIBERDADE
RELIGIOSA NA CARTA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
XII
2.1 Introdução ... 19
2.2 A proteção dos direitos fundamentais no direito da União Europeia... 20
2.2.1 As tradições constitucionais comuns aos Estados-Membros e a CEDH ... 21
2.2.2 A Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia 22 2.3 O artigo 10.º da Carta: a liberdade de pensamento, consciência e religião ... 24
2.3.1 As restrições à liberdade religiosa previstas na Carta dos Direitos Fundamentais ... 25
2.3.2 A jurisprudência do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem ... 26
2.3.3 A doutrina da margem de apreciação ... 27
2.4 Conclusão ... 28
2.5 Referências ... 29
CAPíTulO 3 A INSINDICABILIDADE DOS INTERNA CORPORIS ACTA E O DIREITO DE PARTICIPAÇÃO DAS MINORIAS NO PROCEDIMENTO LEGISLATIVO PARLAMENTAR ... 31
3.1 Colocação do problema... 31
3.2 O direito de iniciativa legislativa parlamentar como uma manifestação do direito de participação das minorias ... 32
3.3 A doutrina dos interna corporis acta ... 37
3.4 Os vícios atinentes ao exercício do direito de iniciativa legislativa parlamentar ... 41
3.5 Referências ... 47
PARTE 2 FILOSOFIA DO DIREITO ... 55
CAPíTulO 4 JUSTIÇA ADMINISTRATIVA E DIREITO FUNDAMENTAL À TUTELA JURISDICIONAL EFETIVA ... 57
4.1 Objeto da investigação ... 57
4.2 A noção de justiça, de liberdades e a compreensão do direito 57 4.3 A justiça como condição das liberdades ... 60
4.4 A justiça comutativa e distributiva, a justiça social, a justiça legal e a justiça organização ... 60
XIII
4.5 Há espaço para uma justiça não exclusivamente público
estadual ... 61
4.6 Noções de justiça pública e de justiça privada ... 63
4.7 A arbitragem no âmbito da administração pública. Conclusões ... 67
4.8 Referências ... 70
CAPíTulO 5 BREVES REFLEXÕES SOBRE JUSTIÇA PÚBLICA E LIBERDADE PRIVADA ... 73
5.1 Referências ... 80
CAPíTulO 6 A TENSÃO ENTRE OS DIREITOS HUMANOS E A SOBERANIA POPULAR NA CONCEPÇÃO DE DIREITO DE JÜRGEN HABERMAS ... 83
6.1 Introdução ... 83
6.2 A filosofia moral de Kant: a razão prática ... 84
6.3 Habermas e a razão discursiva ... 86
6.4 O direito em Habermas. Direitos humanos e soberania popular ... 90
6.5 Conclusão ... 96
6.6 Referências ... 97
CAPíTulO 7 GIAMBATTISTA VICO, A RETÓRICA E A TÓPICA JURÍDICA: REFLEXÕES SOBRE A CIÊNCIA JURÍDICA MODERNA E CONTEMPORÂNEA ... 99
7.1 Referências ... 117
CAPíTulO 8 A FUNDAÇÃO RACIONAL E TRANSCENDENTAL DO DIREITO KANTIANO... 121
8.1 Introdução ... 121
8.2 Inserção do direito no projeto da Paz perpétua ... 121
8.2.1 o conflito entre o estado natural e a Lei ... 124
8.2.2 A correção do egoísmo ... 127
8.3 Condições preliminares do direito ... 130
XIV
8.4 Conclusão ... 136
8.5 Referências ... 137
PARTE 3 DIREITO E PROCESSO CIVIL ... 139
CAPíTulO 9 DIREITO DAS OBRIGAÇÕES: REVISITANDO VELHOS E NOVOS PRINCÍPIOS... 141
9.1 Introdução ... 141
9.2 Nota preliminar ... 142
9.3 Princípios e regras ... 143
9.4 Principiologia clássica do direito das obrigações ... 145
9.5 Nova principiologia do direito das obrigações ... 148
9.6 Conclusão ... 159
9.7 Referências ... 159
CAPíTulO 10 A LIBERDADE DO PROPRIETÁRIO PERANTE AS EXIGÊNCIAS DA JUSTIÇA PÚBLICA DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO ... 163
10.1 Considerações Introdutórias ... 163
10.2 A propriedade privada sobre o solo como expressão da liberdade individual ... 164
10.3 A função social da propriedade privada sobre o solo: instrumento de conciliação entre a autodeterminação do proprietário e a justiça pública ... 166
10.4 Considerações finais ... 171
10.5 Referências ... 173
CAPíTulO 11 FUNÇÕES DA TEORIA GERAL DO PROCESSO ... 175
11.1 Observação inicial ... 175
11.2 Conceitos jurídico-positivos ... 176
11.3 Conceitos jurídicos fundamentais ou conceitos lógico-jurídicos ... 178
11.3.1 Generalidades ... 178
11.3.2 Conceito lógico-jurídico como produto cultural. Universalidade e historicidade ... 179
XV
11.3.3 Funções dos conceitos lógico-jurídicos ... 181
11.3.4 Considerações finais sobre o uso e a função dos conceitos jurídicos fundamentais... 183
11.4 Teoria Geral do Direito ... 183
11.5 Teoria Geral do Processo ... 186
11.6 A utilidade da Teoria Geral do Processo ... 187
11.6.1 Introdução ... 187
11.6.2 Função bloqueadora da Teoria Geral do Processo. Controle da fundamentação das decisões judiciais ... 188
11.6.2.1 Generalidades ... 188
11.6.2.2 Injustiça da decisão ... 189
11.6.2.3 Invalidade da decisão por vício na motivação ... 191
11.6.2.4 Obscuridade da decisão ... 192
11.6.3 A Teoria Geral do Processo e a interpretação da jurisprudência. A redação dos enunciados da súmula da jurisprudência predominante do tribunal ... 194
11.6.3.1 Generalidades ... 194
11.6.3.2 Exemplos ... 195
11.6.4 A Teoria Geral do Processo e a construção, pela Ciência Dogmática do Processo, dos conceitos processuais jurídico-positivos ... 199
11.6.5 A Teoria Geral do Processo e a equivocidade terminológica ... 200
11.6.6 A Teoria Geral do Processo e o aperfeiçoamento profissional ... 204
11.7 A Teoria Geral do Processo e a Legística... 205
11.7.1 Generalidades ... 205
11.7.2 Exemplos ... 205
11.8 Referências ... 208
CAPíTulO 12 A INCONSTITUCIONAL ANCIANIDADE DO (ANTE)PROJETO DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL BRASILEIRO ... 219
12.1 Abertura temática ... 219
12.2 Exposição de motivos versus construção argumentativa de fundamentos teóricos jurídico-constitucionais alinhados ao Estado Democrático de Direito ... 220
XVI
12.3 O jurisdicionalismo sacerdotal do novo Código de Processo Civil brasileiro: o sintoma da reprodução do autoritarismo fundante da “ciência processual”
bülowiana ... 223
12.4 Considerações finais ... 229
12.5 Referências ... 230
PARTE 4 DIREITO E PROCESSO PENAL ... 233
CAPíTulO 13 O PRINCÍPIO DA IGUALDADE, O DIREITO PENAL E A CONSTITUIÇÃO ... 235
13.1 Razão de ser de uma questão ... 235
13.2 O horizonte do problema ... 236
13.3 Densificações ... 239
13.4 A igualdade normativa ... 243
13.5 Afloramentos de igualdade normativa a partir do cruzamento entre direito penal e constituição... 245
13.5.1 Diferenciação do direito penal e unidade da ordem jurídica ... 245
13.5.2 Condicionamento da configuração dos tipos legais de crime ... 246
13.5.3 Uniformização das legislações nacionais ... 247
13.5.4 Âmbito pessoal de aplicação do direito penal ... 249
13.5.5 Determinação da pena... 249
13.5.6 Articulação da dogmática ... 251
13.6 Conclusão ... 254
13.7 Referências ... 255
CAPíTulO 14 OS PACTOS HUMANITÁRIOS E SUA CONTRIBUIÇÃO NA REVISÃO DO PROCESSO PENAL BRASILEIRO: REFLEXÕES 257 14.1 Introdução ... 257
14.2 Direito do ser humano e do cidadão nos pactos humanitários ... 258
14.3 A influência dos pactos humanitários em relação às regras orientadoras do processo penal... 260
XVII
14.3.2 Contraditório ... 262
14.3.3 Ampla defesa ... 264
14.4 A constituição aplicada ao processo como forma de fazer valer as garantias fundamentais ... 265
14.5 Considerações sobre o Estado Democrático de Direito ... 268
14.6 Conclusão ... 269
14.7 Referências ... 269
CAPíTulO 15 REFLEXÕES EM TORNO DO PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE: NO DIREITO PROCESSUAL PENAL E NO DIREITO DE MERA ORDENAÇÃO SOCIAL ... 279
15.1 Introdução ... 279
15.2 O direito processual penal português: o espaço do princípio da oportunidade ... 282
15.3 O direito de mera ordenação social português: o espaço do princípio da oportunidade ... 286
15.4 Referências ... 294
CAPíTulO 16 O TRÁFICO DE PESSOAS: ASPECTOS CONCEITUAIS, LEGISLATIVOS E EMPÍRICOS ... 297
16.1 Introdução ... 297
16.2 Aspectos conceituais e legislativos ... 299
16.3 Aspectos empíricos: pesquisa relativa às ações policiais de enfrentamento ao tráfico de pessoas: bem jurídico protegido ... 300
16.4 Resultados da pesquisa empírica: conclusão ... 306
XIX
Por ocasião da feliz decisão, tomada pelas lideranças do Brasil e de Portugal, de celebrar condignamente, ao longo do próximo ano, o reforço da cooperação entre portugueses e brasileiros, em termos de afirmação da comunidade luso--brasileira e lusófona, merece aplauso a iniciativa da PUC/Minas e da ULP/Porto de dar à estampa a presente obra, fruto do trabalho de ensino de investigação dos seus docentes e colaboradores.
Costuma afirmar-se, em jeito de conclusão de processos propiciadores de futuro renovado, que o Direito é o instrumento fundamental para consolidar e projetar as conquistas dos mais fortes e de institucionalizar tão duradouramente quanto possível os propósitos das novas forças vencedoras.
Quando assistimos à aceleração dos processos sociais e culturais, de modo global e, para nós com particular interesse, relativamente ao Brasil e a Portugal, é de louvar o enriquecimento que representa para os promotores dos referidos processos a publicação da presente obra. Ela pode e vai contribuir para a refle-xão, estudo e análise de especialistas das áreas do Direito e afins, tanto no que se refere ao período recente, como especialmente, na gestação, definição e operacio-nalidade dos novos quadros institucionais, que irão presidir à concretização das mudanças em curso, nas relações Brasil/Portugal e Portugal/Brasil. E de ambos, isoladamente, ou em conjunto com os restantes países lusófonos.
As Universidades PUC/Minas e a ULP/Porto, cada uma na sua esfera e áreas de influência, devem ser parabenizadas, nas pessoas dos seus Reitores e Co-laboradores, especialmente do Professor José Boanerges Meira, da PUC/Minas, e da Professora Alexandra Vilela da ULP/Porto.
XX
Além dos aspetos gerais salientados, esta obra, se a quisermos comparar com o anteriormente dito, expressa o lavor intenso de Professores, Investigadores e Colaboradores de ambas as Universidades, que lograram fazer vingar os seus propósitos científicos e culturais. Para o futuro, naturalmente irá ter influência e ser útil aos estudiosos do Direito: docentes, alunos e público motivado para o conhecimento dos temas apresentados.
Ao Professor José Boanerges Meira, ilustre amigo e incansável obreiro desta publicação, apresento vivas felicitações pelo excelente resultado obtido e pela maior contribuição que assim dá, entre outros aspetos, ao reforço da cooperação entre a Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais e a Universidade Lusó-fona do Porto. O convénio de cooperação que há anos celebrámos sai reforçado, sendo desejável que os cursos de mestrado e de doutorado programados come-cem em breve a ser lecionados, em ambas as Universidades.
Temos a esperança de assim incrementar, também, a mobilidade dos seus alunos e professores, enriquecendo as Comunidades Académicas respetivas.
Os meus votos vão no sentido de que os primeiros bons resultados sejam um poderoso incentivo para que novas iniciativas surjam e se desenvolvam à luz dos propósitos e ambições que a todos nos congregam e animam.
Apelamos a que os nossos Docentes, Investigadores e Colaboradores, tanto da PUC/Minas, como da ULP/Porto, irmanados pelos mesmos valores e prin-cípios, seja no Brasil, seja em Portugal ou nos outros Países Lusófonos, se dêem conta da importância desta iniciativa e se decidam a avançar com empreendi-mentos semelhantes.
Lisboa, 30 de Novembro de 2012.
MANUEL DE ALMEIDA DAMÁSIO
XXI
O livro que ora apresentamos espelha a efetivação de um Projeto Académi-co desenvolvido entre duas grandes Instituições de Ensino Superior: a Universi-dade Lusófona do Porto, Portugal e a Pontifícia UniversiUniversi-dade Católica de Minas Gerais, Unidade Contagem, Brasil.
Na verdade, depois de um primeiro contato entre as duas Faculdades de Direito daquelas Instituições, logo no início do ano de 2012, depressa nasceu em nós, enquanto co-organizadores, o desejo de se abraçar esta iniciativa, na es-perança de que ela viesse a representar qualquer coisa de valioso sob o ponto de vista científico e intelectual, não só para o Brasil, como também para Portugal.
Participaram nele, com diferentes artigos, Professores daquelas duas Facul-dades, oriundos de diferentes áreas do mundo jurídico, com o propósito de mos-trar a complexidade do vasto mundo do Direito. Como forma de ampliar ainda mais a reflexão, foram convidados juristas, com reconhecida produção científica, de outras grandes Universidades brasileiras e portuguesas.
Também por isso, na hora de os arrumar e sistematizar, buscou-se estabele-cer um encadeamento lógico entre os diversos ramos do Direito com evidência nos dois continentes.
Fomos, outrossim, sensíveis à emergência de novas tendências e desafios. E, por isso, não esquecemos que o Direito procura oferecer soluções para uma nova diversidade científica.
Desta maneira, fica evidente, pelo menos a nossos olhos, que as velhas fórmulas e conceitos que tanto povoaram o imaginário dos cultores do Direi-to do século XIX e XX, em direção a um formalismo excessivo, não têm razão de ser.
XXII
Urge, por conseguinte, avançar em direção a estudos menos tecnicistas e, ao invés, que estimulemos ensaios que convoquem reflexões intrasistemáticas mais profundas.
Foi este o nosso propósito. Esperemos que ao menos se tenha conseguido tocar aquilo que de mais relevante nos propusemos.
ALEXANDRA VILELA JOSÉ BOANERGES MEIRA