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Boletim do Contribuinte

REVISTA DE INFORMAÇÃO FISCAL

Fundador:

António Feliciano de Sousa

Director-adjunto:

Miguel Peixoto de Sousa Peixoto de SousaDirector: Preço deste número

3,70 euros (IVA 5% incl.) Publicação Quinzenal DEVESAS - V.N.GAIA PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS TAXA PAGA TAXA PAGA TAXA PAGA TAXA PAGA TAXA PAGA PORTUGAL AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVOLUCRO FECHADO DE PLÁSTICO OU PAPEL PODE ABRIR-SE PARA PODE ABRIR-SE PARA PODE ABRIR-SE PARA PODE ABRIR-SE PARA PODE ABRIR-SE PARA VERIFICAÇÃO POSTAL VERIFICAÇÃO POSTAL VERIFICAÇÃO POSTAL VERIFICAÇÃO POSTAL VERIFICAÇÃO POSTAL

SUMÁRIO

Legislação DL nº 220/2006, de 3.11 (Subsídio de

desem-prego - novo quadro legal) ... 863 Port. nº 1192-A/2006, de 3.11 (Arrendamento

urbano - Modelo único simplificado

para efeito de pedidos e comunicações) .. 832 Port. nº 1192-A/2006, de 3.11 (Arrendamento

urbano - modelo de ficha de avaliação para determinação do nível de conservação dos imóveis - critérios de avaliação - fórmula de cálculo - vistorias - comunicações

e procedimentos) ... 838 Proposta de Lei do Orçamento do Estado

para 2007

(Conclusão do número anterior) ... 844 a 862 Sistemas de incentivos e apoios ... 832 Obrigações fiscais e informações diversas 826 a 832 Trabalho e Segurança Social

Legislação, Informações Diversas

e Regulamentação do Trabalho ... 863 a 874 Sumários do Diário da República ... 875 e 876

(Continua na pág. 863)

Novas regras de atribuição

do subsídio de desemprego

A necessidade de sustentar a elevação das taxas de emprego e a manutenção de taxas de desemprego estrutural reduzidas, no quadro dos objectivos definidos na Estratégia de Lisboa, e, consequentemente, do Pro-grama Nacional de Acção para o Crescimento e o Emprego, onde se integra o Plano Nacional de Empre-go, impõe um aumento dos esforços no sentido da activação rápida dos trabalhadores que temporaria-mente se encontrem em situação de desemprego, pois o ciclo de deterioração das qualificações é hoje substan-cialmente mais acelerado.

Considerando que as medidas passivas de emprego devem ter a duração do período de tempo estritamente necessário para que seja possível o retorno ao mercado de trabalho, são previstos mecanismos de activação dos A protecção no desemprego constitui uma das

pedras basilares dos sistemas de protecção social. Reconhecendo a importância e a necessidade de valorizar o papel social desta prestação, procede-se à revisão do regime jurídico de protecção no desempre-go, de modo que o mesmo possa reflectir positivamente a alteração dos paradigmas de funcionamento dos sistemas económicos e os desafios que são colocados aos sistemas de protecção social.

NESTE NÚMERO:

• Proposta de lei do Orçamento do Estado

para 2007

• Arrendamento urbano: modelo único

e ficha de avaliação do estado

de conservação de imóvel

• Novo regime de atribuição do subsídio

de desemprego

(2)

PAGAMENTOS

EM NOVEMBRO

I R S (Até ao dia 20)

- Entrega do imposto retido no mês de Outubro sobre rendimentos de capitais, prediais e comissões pela intermediação na realização de quaisquer contratos, bem como do imposto retido pela aplicação das taxas liberatórias previstas no art. 71º do CIRS.

(Arts. 98º, nº 3, e 101º do Código do IRS)

- Entrega do imposto retido no mês de Outubro sobre as remunerações do trabalho dependente, independente e pensões – com excepção das de alimentos (Categorias A, B e H, respectivamente).

(Al. c) do nº 3º do art. 98º do Código do IRS)

I R C

- Entrega das importâncias retidas no mês de Outubro por retenção na fonte de IRC. (Até ao dia 20)

(Arts. 106º, nº 3, 107º e 109º do Código do IRC)

I VA

- Entrega do imposto liquidado no mês de Setembro pelos contribuintes de periodicidade mensal do regime normal.

(Até ao dia 10)*

- Entrega, pelos sujeitos passivos enquadrados no regime normal de periodicidade trimestral, do imposto referente ao 3.º trimestre de 2006 (Julho, Agosto e Setembro). (Até ao dia

15)*

- Regime dos pequenos retalhistas - pagamento do imposto apurado relativo ao 3º trimestre de 2006. Caso não haja imposto a pagar, deverá ser entregue na repartição de finanças competente declaração para o efeito. (Até ao dia 20)

Juntamente com a declaração periódica, deve ser enviado o anexo recapitulativo referente às operações intracomunitárias de bens isentos.

*Obrigatoriedade de envio pela Internet das declarações periódicas do IVA. O pagamento pode ser efectuado nas estações dos CTT, no Multibanco ou numa Tesouraria de Finanças com o sistema local de cobrança até ao último dia do prazo.

TAXA SOCIAL ÚNICA (Até ao dia 15)

- Contribuições relativas às remunerações do mês de Outubro.

IMPOSTO DO SELO (Até ao dia 20)

- Entrega, por meio de guia, do imposto arrecadado no mês de Outubro.

O imposto do selo é pago mediante documento de cobrança modelo oficial – declaração de pagamento de IS, aprovada pela Portaria nº 523/2003, de 4.7.

Administração Fiscal penhora

mais de 6600 veículos automóveis

por dívidas fiscais

De acordo com o comunicado de imprensa do Gabinete do Ministro das Finanças, a Direcção-Geral dos Impostos (DGCI) deu já início aos procedimentos relativos à penhora de veícu-los automóveis a contribuintes com dívidas fiscais, estando neste momento concluídas penhoras relativamente a 6609 ve-ículos.

Estas penhoras foram realizadas através do Sistema Infor-mático de Penhoras Automáticas (SIPA), tendo sido já regista-das na Conservatória do Registo Automóvel de Lisboa.

Os titulares dos 6609 veículos penhorados e com registo definitivo serão agora notificados, nos próximos dias, da con-sumação da penhora e da sua nomeação como fiéis depositá-rios dos veículos.

Caso persista a situação de incumprimento do dever de pagamento, os Serviços de Finanças procederão à apreensão dos documentos e à imobilização do próprio veículo, com vis-ta à sua posterior venda coerciva.

INFORMAÇÕES

DIVERSAS

Contra-ordenações tributárias

Coimas reduzidas pela antecipação

do pagamento

Com a aprovação do OE para 2007 nos termos em que se encontra a proposta de lei, as coimas referentes a contra-orde-nações tributárias vão todas beneficiar de redução pela ante-cipação do pagamento.

O Regime Geral das Infrações Tributárias (RGIT) determina que apenas as coimas respeitantes a contra-ordenações sim-ples, as puníveis com coima cujo limite máximo não exceda 3750 euros, podem beneficiar da sua redução pela antecipação do pagamento. A coima assim paga é reduzida para um valor igual ao mínimo legal cominado para a contra-ordenação res-pectiva e para metade das custas processuais (art. 75º do RGIT). Ora, a proposta de Lei do OE para 2007 altera este art. 75.º e, consequentemente, o regime da redução do montante das coimas pelo pagamento realizado no prazo para a apresenta-ção de defesa, na medida em que retira a palavra simples às contra-ordenações aplicáveis, ou seja, as coimas de todas as contra-ordenações tributárias vão passar a beneficiar da redu-ção para o mínimo quando sejam pagas no prazo para apresen-tar a sua defesa, reduzindo-se também para metade o valor das custas processuais. Porém, fica salvaguardada a aplicação das sanções acessórias, uma vez que o pagamento antecipado da coima não afasta a possível aplicação das sanções acessórias previstas na lei e aplicáveis quando estamos perante contra--ordenações graves.

(3)

INFORMAÇÕES

DIVERSAS

Troca de informações fiscais

nas zonas de fronteira

O Executivo divulgou, através de comunicado do Mi-nistério das Finanças e Administração Pública, o acordo firmado entre Portugal e Espanha no sentido do reforço da troca de informações fiscais nas zonas de fronteira.

Este acordo celebrado entre a República Portuguesa e o Reino de Espanha vai permitir que as Direcções de Fi-nanças abrangidas, quer de Portugal quer de Espanha, e que se situam junto da fronteira, possam directamente tro-car informações entre si sobre diversas matérias para um melhor controlo e combate à fraude e evasão fiscais.

Assim, matérias de deslocalização empresarial, activi-dades de risco e fraude ao IVA são matérias sobre as quais os serviços de finanças dos dois países vão, de forma espôntanea ou a pedido, trocar informações regularmente. Segundo o Ministério das Finanças, este acordo inse-re-se num conjunto de iniciativas que visam, fundamental-mente, combater a fuga ao IVA em função da disparidade de taxas existentes entre os dois países.

Benefícios fiscais

PPR permitem deduzir até 800 euros

no IRS de 2006

A reposição dos Planos Poupança Reforma permite que qualquer cidadão que o deseje possa obter uma dedução até 800 euros no IRS.

Assim, qualquer contribuinte poderá usufruir do benefício fiscal decorrente do investimento em PPR, sendo, porém, o beneficio maior quanto mais jovem for o investidor.

Poderemos dar como exemplo a situação de um casal onde cada um dos cônjuges tenha menos de 35 anos. Ora, se este casal realizar um depósito num PPR com valores que atinjam os 4000 euros até ao final do ano, pode deduzir na sua declara-ção fiscal entregue em 2007 o montante de 800 euros na colec-ta de IRS.

Nos termos do artigo 21.º do Estatuto dos Benefícios Fis-cais, são dedutíveis à colecta do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (art. 78.º do CIRS) 20% dos valores aplicados no respectivo ano por sujeito passivo não casado, ou por cada um dos cônjuges não separados judicialmente de pessoas e bens, em planos de poupança reforma, tendo como limite máximo:

- 400 euros por sujeito passivo com idade inferior a 35 anos;

- 350 euros por sujeito passivo com idade compreendida entre os 35 e os 50 anos;

- 300 euros por sujeito passivo com idade superior a 50 anos.

Porém, as alterações que permitiram a reposição dos PPR também determinaram um aumento do imposto no resgate des-tes montandes-tes, sendo que agora a tributação recaí sobre dois quintos do montante resgatado.

Relembramos ainda que a fruição deste benefício fica sem efeito, devendo as importâncias deduzidas ser acrescidas à colecta do IRS do ano da verificação dos factos majoradas em 10% por cada ano, ou fracção, se aos participantes for atribu-ído qualquer rendimento ou for concedido o reembolso dos certificados, salvo em caso de morte do subscritor ou quando tenham decorrido, pelo menos, cinco anos da respectiva en-trega e ocorra qualquer uma das situações previstas na lei.

Os participantes podem exigir o reembolso do valor nos seguintes casos:

- Reforma por velhice do participante;

- Desemprego de longa duração do participante ou de qual-quer dos membros do seu agregado familiar;

- Incapacidade permanente para o trabalho do participante ou de qualquer dos membros do seu agregado familiar, qualquer que seja a sua causa;

- Doença grave do participante ou de qualquer dos mem-bros do seu agregado familiar;

- A partir dos 60 anos de idade do participante.

O reembolso efectuado ao abrigo de reforma por velhice ou a partir do 60 anos só se pode verificar quanto a entregas relativamente às quais já tenham decorrido pelo menos cinco anos após as respectivas datas de aplicação pelo participante. Nestas situações, e decorrido que seja o prazo de cinco anos após a data da primeira entrega, o participante pode exi-gir o reembolso da totalidade do valor, se o montante das en-tregas efectuadas na primeira metade da vigência do contrato representar, pelo menos, 35% da totalidade das entregas.

No que se refere às outras possibilidades de reembolso, estas poderão existir nos casos em que o sujeito em cujas condições pessoais se funde o pedido de reembolso se en-contrasse, à data de cada entrega, numa dessas situações.

O reembolso poderá ainda ser possível quando o cônjuge do beneficiário atinja a reforma por velhice ou os 60 anos de idade e o PPR seja bem comum.

Alterações previstas para 2007

Na proposta de lei do OE de 2007 a alteração a este regime consiste no incentivo ao resgate dos fundos na modalidade de renda mensal, ou seja, na casade um investidor que se pro-ponha a receber a sua “pensão” não na totalidade mas em forma de renda mensal, quer temporária quer vitalícia, para efeitos de determinação do valor do rendimento tributável, a base de incidência em sede de IRS das rendas recebidas passa de 35% para 20%.

Segundo o Executivo, esta medida serve para que os PPR seja considerados como um verdadeiro produto de poupança e não apenas um produto de investimento, mas este suposto benefício é prejudicial para as famílias do beneficiário, uma vez que os familiares do titular não têm direito a ficar como benefi-ciários da renda, ficando esta na disponibilidade da gestora do fundo.

(4)

PAGAMENTOS

EM DEZEMBRO

INFORMAÇÕES

DIVERSAS

I R S (Até ao dia 20 de Dezembro )

– Entrega do imposto retido no mês de Novembro sobre rendimentos de capitais, prediais e comissões pela inter-mediação na realização de quaisquer contratos, bem como do imposto retido pela aplicação das taxas liberatórias previstas no art. 71º do CIRS.

(Arts. 98º, nº 3, e 101º do Código do IRS)

– Entrega do imposto retido no mês de Novembro sobre as remunerações do trabalho dependente, independente e pensões – com excepção das de alimentos (Categorias A, B e H, respectivamente).

(Al. c) do nº 3 do art. 98º do Código do IRS)

– 3º pagamento por conta do imposto de 2006.

(Art. 102º do Código do IRS) I R C

– Entrega das importâncias retidas no mês de Novembro por retenção na fonte de IRC, nos termos do art. 84º do Código do IRC. (Até ao dia 20 de Dezembro)

(Arts. 106º, nº 3, 107º e 109º do Código do IRC)

– 3º pagamento por conta do imposto de 2006. (Até ao

dia 29 de Dezembro)

(Al. a) do nº 1 do art. 96º e art. 97º do Código do IRC) I V A (Até ao dia 11 de Dezembro)*

- Entrega do imposto liquidado no mês de Outubro pelos contribuintes de periodicidade mensal do regime normal. Juntamente com a declaração periódica, deve ser enviado o anexo recapitulativo referente às operações intracomunitárias de bens isentos.

O pagamento pode ser efectuado nas estações dos CTT, no Multibanco ou numa Tesouraria de Finanças com o sistema local de cobrança até ao último dia do prazo.

TAXA SOCIAL ÚNICA (Até ao dia 15 de Dezembro)

– Contribuições relativas às remunerações do mês de Novembro.

IMPOSTO DO SELO (Até ao dia 20 de Dezembro)

– Entrega, por meio de guia, do imposto arrecadado no mês de Novembro. O pagamento deve ser efectuado nos locais habituais – tesourarias da Fazenda Pública, caixas multibanco ou balcões dos CTT.

Nota: prazo alterado para o dia 20 de cada mês, de acordo com a

redacção dada ao art. 17º do Código do Imposto do Selo pelo art. 3º do DL nº 160/2003, de 19.7.

(Arts. 16º e 17º do CIS, com a redacção dada pelo DL nº 160/2003, de 19.7, publicado no Bol. do Contribuinte, 2003, pág. 535)

Depósitos à ordem

Data-valor

No Conselho de Ministros do passado dia 2 de Novembro, foi aprovado o diploma que estabelece a data-valor de qual-quer movimento de depósitos à ordem, determinando qual o seu efeito no prazo para a disponibilização de fundos ao bene-ficiário, alterando, em conformidade, o DL n.º 41/2000, de 17.3, que aprovou o regime jurídico relativo às transferências inter-nas e transfronteiras realizadas inter-nas moedas dos Estados inte-grantes do Espaço Económico Europeu.

Este diploma pretende estabelecer, em benefício dos con-sumidores, os termos da fixação da data-valor nos movimen-tos de depósito à ordem, ou seja, a data a partir da qual a transferência se torna efectiva, podendo a respectiva quantia ser movimentada pelo beneficiário, iniciando-se a eventual contagem de juros.

Assim, as regras de determinação da data-valor são as seguintes:

- A data-valor é a do dia da sua realização para os depósi-tos em dinheiro efectuados ao balcão e para os cheques normalizados sacados sobre o próprio banco no qual são depositados. Esta regra é igualmente aplicada em relação aos cheques visados, sacados sobre um banco distinto daquele em que são depositados;

- A data-valor é a do segundo dia útil seguinte ao da sua apresentação para os cheques sacados sobre um ban-co distinto daquele em que são depositados, ban-com ex-cepção dos cheques visados.

Este diploma vem, ainda, proibir o débito de juros ou de qualquer despesa pela movimentação a débito dos fundos dis-ponibilizados; alterar, em conformidade, o regime jurídico rela-tivo às transferências internas e transfronteiriças realizadas nas moedas dos Estados integrantes do Espaço Económico Europeu, por força da qual a instituição bancária deve creditar na conta do beneficiário e disponibilizar o respectivo saldo credor no mesmo dia em que a quantia é creditada na conta da instituição; e impor que, nas transferências internas, as quan-tias em dinheiro sejam creditadas na conta do beneficiário no próprio dia em que ocorre a ordem de transferência, se se tratar de transferências entre contas sediadas no mesmo banco, e o mais tardar no dia útil seguinte no caso de transferências inter-bancárias.

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INFORMAÇÕES

DIVERSAS

Arrendamento urbano

Publicado o modelo da ficha de avaliação

Foi publicada a Portaria n.º 1192-B/2006, de 3.11, que apro-va a ficha de aapro-valiação para a determinação do nível de conser-vação de imóveis locados, nos termos da Lei n.º 6/2006, de 27.2, que aprovou o Novo Regime do Arrendamento Urbano, regula os critérios de avaliação, as regras necessárias a essa determinação e estabelece a remuneração dos técnicos com-petentes e dos árbitros das comissões arbitrais municipais, ao abrigo da legislação complementar.

A ficha de avaliação integra os elementos do locado a ava-liar com vista à determinação do nível de conservação, sendo esta avaliação feita presencialmente por um técnico designa-do pela comissão arbitral municipal (CAM), durante a vistoria ao locado.

O preenchimento da ficha de avaliação, cujo modelo é repro-duzido na pág. 843 deste número, é feito segundo o método de avaliação do estado de conservação dos edifícios (MAEC), que permite determinar o estado de conservação de edifícios e a existência de infra-estruturas básicas.

O nível de conservação, aplicável a prédios de idade supe-rior a 10 anos, é solicitado pelo senhorio ou arrendatário à CAM, através do preenchimento e da entrega do modelo úni-co simplificado (aprovado pela Port.n.º 1192-A/2006, de 3.11). O nome do técnico que irá realizar a vistoria é encontrado por meio de sorteio. A CAM indica-lhe o local a vistoriar e ele dispõe então de três dias para indicar a data e hora da vistoria ou invocar algum impedimento.

A CAM comunica a data e hora da vistoria, por via postal registada, ao arrendatário e ao senhorio, informando este últi-mo dos documentos necessários à realização da dita vistoria. Se a carta dirigida ao arrendatário vier devolvida, é enviada uma nova carta decorridos 30 dias. Se também esta vier devol-vida, considera-se a comunicação recebida no 10º dia posteri-or ao do seu envio.

O arrendatário fica obrigado a facultar, por si ou por tercei-ro, o acesso ao locado para efeitos da realização da vistoria. Se tal lhe for impossível, deverá indicar à CAM uma data alterna-tiva, que não pode distar mais de 30 dias da data inicial, sendo comunicada pela CAM ao técnico.

A ficha de avaliação é entregue pelo técnico à CAM nos três dias subsequentes à realização da vistoria ou do esgota-mento do prazo para apresentação, por parte do senhorio, dos documentos necessários à realização da vistoria.

O estado de conservação do locado é avaliado relativa-mente às condições que o edifício proporcionava quando foi construído ou quando sofreu a última intervenção profunda, sendo o nível de conservação determinado com base na ins-pecção das anomalias visíveis à data da vistoria. A avaliação

do n ível de anomalia que afecta cada elemento funcional é feita com base em quatro critérios complementares: a conse-quência da anomalia na satisfação das exigências funcionais; o tipo e extensão do trabalho necessário para a correcção da anomalia; a relevância dos locais afectados pela anomalia; e, finalmente, a existência de alternativa para o espaço ou equi-pamento afectado.

Há factores que podem implicar a atribuição de um coefici-ente de conservação inferior ou superior ao nível de conserva-ção apurado aquando da vistoria. Assim, o arrendatário pode invocar que o estado de conservação do edifício se deve a obras efectuadas por si, facto este que deve ser comunicado ao técnico que conduz a vistoria, por forma a que ele possa anotar quais as obras que o arrendatário se arroga. Também o senhorio pode invocar que o estado de degradação do edifício se deve a actuação ilícita do arrendatário, ou a falta de manu-tenção, quando esse dever de manutenção lhe assistisse.

A CAM atribui ao locado o coeficiente de conservação no prazo de 8 dias a contar da recepção da ficha de avaliação (prazo este que pode ser alargado para 30, no caso de carecer de ser provada alguma das circunstâncias acima menciona-das). Inscrito o coeficiente de conservação na ficha de avalia-ção, é esta enviada ao senhorio e ao arrendatário, no prazo máximo de 3 dias. O resultado da avaliação é passível de recla-mação, que deverá ser remetida no prazo de oito dias.

Pedidos e comunicações para fins diversos - Modelo único

Foi também publicada a Portaria n.º 1192-A/2006, de 3.11, que transcrevemos na pág. 832 e seguintes deste número, que aprova o modelo único simplificado através do qual senhorios e arrendatários dirigem pedidos e comunicações a diversas entidades, no âmbito da Lei n.º 6/2006, de 27.02, que aprovou o Novo Regime do Arrendamento Urbano, e da respectiva legis-lação complementar. Por meio desta portaria, são regulamenta-dos os procedimentos relativos à actualização das rendas rela-tivas a contratos de arrendamento habitacionais celebrados antes da entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 321-B/90, de 15.10 (RAU), e não habitacionais celebrados antes da entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 257/95, de 30.09. Neles se incluem o pedido de avaliação fiscal do prédio e determinação do seu nível de conservação, bem como o pedido de atribuição do subsídio de renda, por parte do arrendatário.

Número de processos aumenta

nos Julgados de Paz

O Secretário de Estado da Justiça confirmou publica-mente que o crescimento dos processos entrados e findos nos Julgados de Paz foi de cerca de 30% no último ano.

Os Julgados de Paz abrangem actualmente mais de dois milhões de habitantes, abarcando 31 concelhos do País, estando previsto até ao final do corrente ano a inaugura-ção do Julgado de Paz de Santa Maria da Feira.

Na opinião do novo presidente do STJ, Noronha do Nascimento, para que os Julgados de Paz funcionassem de forma mais eficaz e barata deviam ter competência pró-pria e exclusiva em determinadas matérias.

(6)

INFORMAÇÕES

DIVERSAS

Regime processual civil de natureza

experimental

Citação edital em página informática

O regime processual civil de natureza experimental, criado no passado mês de Junho, pelo DL nº 108/2006, de 8.8 (trans-crito no Bol. do Contribuinte, 2006, pág. 486), é aplicável às acções declarativas cíveis a que não corresponda processo especial e às acções especiais para o cumprimento de obriga-ções pecuniárias emergentes de contratos, entradas a partir de 16 de Outubro de 2006, nos Juízos de Competência Especi-alizada Cível do Tribunal da Comarca de Almada, nos Juízos de Competência Especializada Cível do Tribunal da Comarca do Seixal, nos Juízos Cíveis e Juízos de Pequena Instância Cível do Tribunal da Comarca do Porto.

De acordo com o citado regime, a citação edital passará a ser efectuada através da publicação de anúncio em página informática de acesso público, em termos a regulamentar por portaria do Ministro da Justiça.

Em conformidade com a regulamentação recentemente aprovada (Portaria nº 1097/2006, de 13.10 – transcrita no Bol. do Contribuinte, 2006, pág. 772), o citado anúncio é publicado no sítio da Internet de acesso público com o endereço electró-nico http://www.tribunaisnet.mj.pt, sob a responsabilidade da Direcção-Geral da Administração da Justiça.

Mapas do quadro de pessoal

Entrega dos mapas durante

o mês de Novembro

Os empregadores devem apresentar, durante o cor-rente mês de Novembro, os mapas do quadro de pessoal devidamente preenchidos com elementos respeitantes aos respectivos trabalhadores, incluindo os estrangeiros, re-ferentes ao mês de Outubro anterior.

Estão também vinculados ao cumprimento desta obri-gação os serviços da Administração Pública central, regi-onal e local e os institutos públicos com trabalhadores ao seu serviço em regime jurídico de contrato de trabalho e apenas em relação a esses trabalhadores.

Estão dispensados de entregar tais mapas os empre-gadores de serviço doméstico.

Os mapas do quadro de pessoal podem ser entregues por meio informático, nomeadamente em suporte digital (disquete ou CD-ROM) ou correio electrónico (e-mail), ou em suporte de papel, no caso de microempresa (que emprega até 10 trabalhadores). Refira-se que, neste caso, os modelos de preenchimento manual e informático são impressos e distribuídos pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda, à venda nas livrarias do Estado e nas Lojas do Cidadão).

Sobre os endereços electrónicos e entidades destina-tárias para efeitos de envio dos mapas de quadros de pessoal, quer no Continente, quer nas Regiões Autóno-mas dos Açores e da Madeira, poderá consultar-se a in-formação publicada na pág. 819 do último número do Boletim do Contribuinte.

Informações sobre o preenchimento e envio:

1. Questões informáticas: Tel. 21 382 23 16/17 e-mail: qpessoal-informatica@dgeep.mtss.gov.pt 2. Questões de conteúdo da informação:

Tel. 21 382 23 24/68

e-mail: qpessoal-conteudo@dgeep.mtss.gov.pt www.igt.gov.pt ou igt@igt.gov.pt.

Nota: O Grupo Editorial Vida Económica dispõe de um

pro-grama informático de preenchimento e entrega dos mapas do quadro de pessoal em suporte de papel ou informático. Para mais informações e aquisição deste programa poderá contactar para o tel. 22 3399400, o fax. 222 058 098 ou os seguintes e-mails: ve@vidaeconomica.pt ou bc@vidaeconomica.pt

Actualização das rendas para 2007

Revisão da taxa de inflação na origem da

rectifi-cação do coeficiente de actualização

No início do mês de Setembro havia sido publicado na II Série do Diário da República o coeficiente de actualização anual das rendas para vigorar no ano de 2007, cujo valor era de 1,027. Esse valor veio a ser posteriormente rectificado para 1,031 (o que representa um acréscimo de 15% face ao valor inicial).

De acordo com uma informação recentemente divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), tal alteração terá ficado a dever-se a uma revisão do Índice de Preços ao Consumidor (IPC). O apuramento do coeficiente de actualização anual de renda dos diversos tipos de arrendamento é da competência do INE e tem por base o valor da taxa de inflação. Ora, o INE efectuou, no decurso deste ano, uma alteração no esquema de recolha de preços para o sector do vestuário e calçado. Tal alteração teve como consequência a revisão em alta do valor inicialmente di-vulgado do IPC, o que implica que a correspondente taxa de inflação média seja, não de 2,7%, mas antes de 3,1% (diferença esta que encontra tradução directa na rectificação do coeficien-te de actualização).

Este anúncio deve especificar:

- A acção para que o ausente é citado, indicando o autor e, em substância, o seu pedido;

- O tribunal em que o processo corre, o juízo e a respectiva secção;

- O prazo para defesa, a dilação e a cominação, explicando que o prazo para defesa só começa a correr depois de finda a dilação e que esta se conta da data de publicação do anúncio;

- A data de publicação.

Havendo lugar a afixação de edital, o anúncio reproduz o respectivo teor.

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SISTEMAS DE INCENTIVOS E APOIOS

Período de 10 Outubro a 10 de Novembro SAÚDE

- Portaria n.º 1089/2006, de 11 de Outubro (DR n.º 196, I Série, págs. 7170 a 7174)

Aprova o Regulamento do Programa de Intervenção Focalizada.

CULTURA

- Resolução do Conselho de Ministros n.º 133/2006, de 16 de Outubro

(DR n.º 199, I Série, págs. 7203 a 7204)

Prorroga o prazo de duração da estrutura de missão «Rede portuguesa de museus», criada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 117/2005, de 21 de Julho.

PRIME

- Portaria n.º 1111-A/2006, de 17 de Outubro

(DR n.º 200, I Série, 1.º Suplemento, pág. 7246-(2))

Altera o Regulamento de Execução do SIME – Sistema de Incentivos à Modernização Empresarial, aprovado pela Portaria n.º 130-A/2006, de 14 de Fevereiro.

- Despacho n.º 93/2006/MEI/MTSS

(publicado na página da Internet do Inov-Jovem no dia 26 de Outubro)

Determina, para 2006, a abertura de uma fase de candidatura às Medidas 1, 3 e 4 do INOV-Jovem (candidaturas abertas até ao dia 15 de Novembro).

FORMAÇÃO PROFISSIONAL - Despacho n.º 21124/2006, de 17 de Outubro (DR n.º 200, II Série, págs. 22213 a 22215)

Estabelece as condições e procedimentos para o reconhecimento de entidades formadoras para a realização de cursos de formação de coordenadores de acções de formação profissional e para a autorização para a realização de acções daquele curso, da competência do Instituto de Desenvolvimento Rural e Hidráulica.

- Despacho n.º 21125/2006, de 17 de Outubro (DR n.º 200, II Série, págs. 22215 a 22218)

Estabelece as condições e procedimentos para o reconhecimento de entidades formadoras e homologação dos cursos e acções de formação, bem como a autorização para a realização das respectivas acções, na área das tecnologias agrícolas compatíveis com a preservação do ambiente.

AGRICULTURA

- Despacho Normativo n.º 13/2006, de 17 de Outubro (DR n.º 200, II Série, págs. 22218 a 22219)

Altera o Despacho Normativo n.º 30/2005, de 6 de Maio, que estabelece as regras complementares de aplicação do Programa Apícola Nacional;

- Despacho n.º 22150/2006, de 31 de Outubro (DR n.º 210, II Série, pág. 23995)

Determina que a ajuda a conceder à actividade frutícola no âmbito do despacho n.º 20047/2006, aplicável ao concelho de Freixo de Espada à Cinta, inclua os muros de suporte de terras.

- Resolução do Conselho de Ministros n.º 147/2006, de 2 de Novembro

(DR n.º 211, I Série, págs. 7625 a 7627)

Aprova as orientações fundamentais constantes do Plano Estratégico Nacional para elaboração dos programas de desenvolvimento rural para o período de 2007-2013.

INCENTIVOS REGIONAIS

- Decreto Legislativo Regional n.º 37/2006/A, de 31 de Outubro

(DR n.º 210, I Série, págs. 7581 a 7582)

Permite a majoração dos apoios previstos nos Decretos Legislativos Regionais n.ºs 14/95/A, de 22 de Agosto, e 6/2002/ A, de 11 de Março, que se destinem a ser executados nas ilhas Santa Maria, Graciosa, São Jorge, Flores e Corvo.

O Boletim do Contribuinte está a disponibilizar um serviço gratuito que consiste no envio diário, a todos os interessados, dos Sumários do Diário da República, I série.

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LEGISLAÇÃO

Novo Regime do Arrendamento Urbano

Modelo único simplificado do NRAU

para efeito de pedidos e comunicações

Portaria n.º 1192-A/2006

de 3 de Novembro

(in DR, nº 212, I Série, 1º Suplemento de 3.11.2006)

A aprovação do Novo Regime do Arrendamento Urbano,

atra-vés da Lei n.º 6/2006 (1), de 27 de Fevereiro, uma das medidas

prioritárias do XVII Governo Constitucional que visa fundamental-mente assegurar a dinamização do mercado de arrendamento e a reabilitação urbana, foi recentemente complementada por um con-junto de diplomas legais que concretizou os objectivos em causa. A presente portaria procede à regulamentação dos procedimentos re-lativos à actualização das rendas relativas a contratos de arrenda-mento habitacionais celebrados antes da entrada em vigor do

Decre-to-Lei n.º 321-B/90 (2), de 15 de Outubro (RAU), e não habitacionais

celebrados antes da vigência do Decreto-Lei n.º 257/95 (3), de 30 de

Setembro, em especial, os pedidos de avaliações fiscais dos prédios e a determinação do seu nível de conservação. Regulamenta ainda os processos relativos aos pedidos de atribuição do subsídio de renda ao arrendatário e as demais diligências legalmente previstas que o senhorio e o arrendatário podem solicitar ou promover junto da Administração Pública.

Para tanto, é aprovado um modelo único simplificado, pelo qual o Governo pretende que todas as diligências acima referidas sejam executadas de acordo com o Programa SIMPLEX, através da simpli-ficação do relacionamento entre os cidadãos ou empresas e o Estado, da desmaterialização dos procedimentos, da comunicação em rede entre os serviços da Administração Pública envolvidos, evitando-se dessa forma pedir aos cidadãos e às empresas a entrega de documen-tos ou informações de que o Estado já dispõe, contribuindo para o desenvolvimento do Plano Tecnológico e para a redução dos custos de contexto.

Consagra-se um modelo que, por um lado, é único, porque elimi-na a necessidade de preenchimento de vários formulários, aos quais corresponderiam os diversos pedidos e comunicações, a dirigir a dife-rentes entidades, com vantagem para senhorios e arrendatários, que desta forma podem fazer um ou mais pedidos ou comunicações, atra-vés do mesmo modelo e no mesmo acto. Por outro lado, trata-se de um modelo simplificado, pois é de fácil compreensão, e congrega todos os pedidos e comunicações legalmente previstas, permitindo, na grande maioria dos casos, que o utilizador identifique a sua preten-são através da simples aposição de cruzes nos quadrados disponíveis para o efeito.

Relativamente ao universo de pedidos e comunicações, é de des-tacar que através do modelo único simplificado o senhorio pode reu-nir os pressupostos da actualização da renda antiga, ou seja, pode solicitar a avaliação fiscal do locado, nos termos do Código do Impos-to Municipal sobre Imóveis (CIMI), pedir a determinação do nível de conservação do prédio urbano ou de uma fracção autónoma em causa, nos termos dos artigos 35.º do NRAU e 2.º do Decreto-Lei n.º 156/

2006 (4), de 8 de Agosto. O senhorio pode ainda comunicar a dispensa

da determinação do nível de conservação, nos termos do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 156/2006, de 8 de Agosto, indicando, quando aplicá-vel, o recurso à faculdade concedida no artigo 27.º do Decreto-Lei n.º

157/2006 (5), de 8 de Agosto. O senhorio pode ainda, entre outras

diligências, solicitar comprovativo de que o rendimento anual bruto corrigido (RABC) do agregado familiar do arrendatário é superior a 15 retribuições mínimas nacionais anuais (RMNA), ao abrigo dos

arti-gos 44.º do NRAU e 5.º do Decreto-Lei n.º 158/2006 (6), de 8 de

Agosto.

Por seu turno, o arrendatário pode utilizar o modelo único simpli-ficado tendo em vista solicitar a realização de nova avaliação fiscal do locado, nos termos do artigo 37.º do NRAU, obter o comprovativo de que o RABC do seu agregado familiar é inferior a 3 ou a 5 RMNA, ao abrigo dos artigos 37.º e 44.º do NRAU, ou o comprovativo de que se trata de uma microempresa, nos termos do artigo 53.º do NRAU. É ainda de salientar a possibilidade de o arrendatário requerer a determi-nação do nível de conservação, ao abrigo do disposto nos artigos 48.º

do NRAU e 2.º do Decreto-Lei n.º 156/2006 (4), de 8 de Agosto, e a

atribuição do subsídio de renda, nos termos do artigo 7.º do

Decreto-Lei n.º 158/2006 (6), de 8 de Agosto, e bem assim comunicar qualquer

alteração dos pressupostos de atribuição do subsídio de renda, nos termos do artigo 14.º do Decreto-Lei n.º 158/2006 (6), de 8 de Agosto.

Por último, a entrega do modelo único simplificado pode ser feita presencialmente, junto dos serviços de finanças, das comissões arbitrais municipais (CAM) ou, se aquelas não estiverem constituí-das, junto dos municípios, e dos serviços de segurança social, conso-ante o tipo de pedido ou de comunicação a realizar.

No prazo de 30 dias a contar da entrada em vigor da presente porta-ria, os procedimentos serão totalmente desmaterializados, através da disponibilização no endereço na Internet www.portaldahabitacao.pt/ nrau de todas as funcionalidades necessárias aos senhorios, aos arren-datários e aos vários serviços da Administração Pública, através do qual todos poderão formular pedidos, proceder a comunicações e saber, em cada momento, em que fase se encontra o seu pedido ou comunicação feita no âmbito do NRAU. Com efeito, os procedimen-tos relativos à execução do NRAU serão efectuados através de uma plataforma de integração online, gerida pelo Instituto Nacional de Habitação (INH), pela qual se assegurará a imediata recepção de pe-didos e comunicações em tempo real, o seu célere tratamento pelas várias entidades participantes da plataforma de integração, e a comu-nicação interna pelos serviços da Administração Pública, e entre estes e os cidadãos e as empresas.

A desmaterialização dos procedimentos através da disponibilização da plataforma de integração online implica que os pedidos e comunica-ções efectuados presencialmente junto dos serviços sejam efectuados verbalmente, perante o funcionário, o qual procederá ao imediato pre-enchimento do modelo único simplificado na plataforma de integração. Desta forma, assegura-se a imediata inserção do pedido ou da comuni-cação na plataforma e sua recepção pela entidade que tem de proceder às diligências solicitadas, sejam os serviços de finanças, as CAM, os municípios, os serviços de segurança social ou o próprio INH. A reco-lha informática dos dados da plataforma de integração online é essencial à monitorização das medidas de execução do NRAU e respectiva legis-lação complementar, a realizar no seio do futuro Observatório da Habi-tação e da ReabiliHabi-tação Urbana.

Foram ouvidas a Associação Nacional dos Municípios Portugue-ses, a Ordem dos Engenheiros e a Ordem dos Arquitectos.

Assim:

Manda o Governo, pelos Ministros de Estado e da Administra-ção Interna, de Estado e das Finanças, do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional e do Trabalho e da Solidariedade Social, ao abrigo do disposto na Lei n.º 6/2006 (1), de 27

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LEGISLAÇÃO

de Fevereiro, que aprova o Novo Regime do Arrendamento Urbano

(NRAU), e dos Decretos-Leis nºs 156/2006 (4), 157/2006 (5), 158/

2006 (5) e 161/2006 (7), todos de 8 de Agosto, o seguinte:

ARTIGO 1.º

Objecto

São aprovados o modelo único simplificado e as instruções de preenchimento, publicadas em anexo, e bem assim os pro-cedimentos relativos à sua entrega, através do qual o senhorio e o arrendatário formulam os pedidos e procedem às comuni-cações previstas nos artigos 2.º e 3.º.

ARTIGO 2.º

Pedidos e comunicações do senhorio

1 - O senhorio preenche o modelo único simplificado

quan-do pretenda:

a) Solicitar a avaliação fiscal do locado efectuada nos ter-mos do Código do Imposto Municipal sobre Imóveis (CIMI), prevista na alínea a) do artigo 35.º do Novo Regime do Arrendamento Urbano (NRAU);

b) Obter o documento comprovativo de que o agregado familiar do arrendatário dispõe de um rendimento anual bruto corrigido (RABC) superior ou inferior a 15 retribui-ções mínimas nacionais anuais (RMNA), tal como pre-visto no n.º 3 do artigo 44.º do NRAU, e nos nºs 5 e 6 do artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 158/2006 (6), de 8 de Agosto; c) Requerer a determinação do nível de conservação de um prédio urbano ou de uma fracção autónoma, prevista na alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º, e no n.º 5 do artigo 7.º, ambos do Decreto-Lei n.º 156/2006 (4), de 8 de Agosto, e ainda o nível de conservação da totalidade do edifí-cio, nos termos do artigo 27.º do Decreto-Lei n.º 157/ 2006 (5), de 8 de Agosto.

2 - O modelo único simplificado é ainda utilizado quando o

senhorio proceda às seguintes comunicações:

a) Valor da renda cessante, o valor da renda nova, data da comunicação ao arrendatário do aumento da renda, o pe-ríodo de faseamento de actualização do valor da renda (2, 5 ou 10 anos), a actualização imediata, ou a sua não actualização, nos termos previstos no artigo 42.º do NRAU; b) Indicação do nível de conservação em que avalia o locado: i) Sempre que entenda que o prédio se encontra em estado de conservação bom ou excelente, o que vale como comunicação de que vai proceder à actualização da ren-da, nos termos dos n.os 1 a 3 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 156/2006 (4), de 8 de Agosto;

ii) Quando fez obras de reabilitação nos três anos antes de proceder à actualização da renda cessante, das quais resulte para a totalidade do edifício um nível de con-servação bom ou excelente, nos termos do artigo 27.º do Decreto-Lei n.º 157/2006 (5), de 8 de Agosto.

ARTIGO 3.º

Pedidos e comunicações do arrendatário

1 - O arrendatário preenche o modelo único simplificado

tendo em vista:

a) A realização de nova avaliação do locado, prevista no n.º 6 do artigo 37.º do NRAU;

b) Obter o documento comprovativo de que o RABC do seu agregado familiar, definido nos artigos 2.º e 5.º do Decreto-Lei n.º 158/2006 (6), de 8 de Agosto, é superior ou inferior a 3 ou a 5 RMNA, para os efeitos previstos na alínea a) do n.º 3 do artigo 37.º e no n.º 1 do artigo 44.º, ambos do NRAU, e dos nºs 5 e 6 do artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 158/2006, de 8 de Agosto;

c) Obter o documento comprovativo de se tratar de uma microempresa, tal como previsto na alínea a) do n.º 2 e no n.º 3 do artigo 53.º do NRAU, para o arrendamento para fim não habitacional;

d) Requerer a determinação do nível de conservação, pre-visto no n.º 1 do artigo 48.º do NRAU, e na alínea b) do n.º 1 do artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 156/2006 (4), de 8 de Agosto;

e) Solicitar a atribuição do subsídio de renda, nos termos do n.º 1 do artigo 46.º do NRAU e dos nºs 1 e 2 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 158/2006 (6), de 8 de Agosto.

2 - O modelo único simplificado é ainda utilizado quando o

arrendatário proceda às seguintes comunicações:

a) Denúncia do contrato de arrendamento, nos termos do n.º 5 do artigo 37.º do NRAU;

b) Qualquer alteração dos pressupostos de atribuição do subsídio de renda, designadamente a alteração do ní-vel de rendimentos igual ou superior a 5%, da composi-ção do agregado familiar ou dos factores de correccomposi-ção do RABC, nos termos dos n.os 1 e 2 do artigo 14.º do Decreto-Lei n.º 158/2006, de 8 de Agosto.

3 - Em caso de morte do titular do subsídio de renda, o

transmissário com condições de reunir os pressupostos para a manutenção do subsídio preenche o modelo único simplifica-do tensimplifica-do em vista comunicar o decesso, no prazo de 15 dias a contar da data da ocorrência desse facto, nos termos do n.º 4 do artigo 14.º do Decreto-Lei n.º 158/2006, de 8 de Agosto.

ARTIGO 4.º

Procedimentos

1 - O modelo único simplificado é preenchido de acordo

com as especificações e codificações dele constantes, bem como das respectivas instruções.

2 - Nos casos referidos na alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º e

na alínea a) do n.º 1 do artigo 3.º, ao modelo aprovado pela presente portaria deve juntar-se a declaração modelo n.º 1 do imposto municipal sobre imóveis, aprovada pela Portaria n.º 1282/2003 (8), de 13 de Novembro.

3 - O modelo único simplificado e respectivos anexos são

pre-enchidos e entregues através do endereço disponível na Internet www.portaldahabitacao.pt/nrau, ou presencialmente junto:

a) Dos serviços de finanças, nos casos referidos nas alíne-as a) e b) do n.º 1 do artigo 2.º, nalíne-as alínealíne-as a) e b) do n.º (Continua na pág. seguinte)

(10)

LEGISLAÇÃO

2 do artigo 2.º, nas alíneas a) a c) do n.º 1 do artigo 3.º, e na alínea a) do n.º 2 do artigo 3.º;

b) Das comissões arbitrais municipais (CAM), nos casos previstos na alínea c) do n.º 1 do artigo 2.º, na alínea b) do n.º 2 do artigo 2.º, na alínea d) do n.º 1 do artigo 3.º e na alínea a) do n.º 2 do artigo 3.º ou, se estas não estive-rem instaladas, junto dos municípios, ao abrigo da alí-nea a) do artigo 21.º do Decreto-Lei n.º 161/2006 (7), de 8 de Setembro;

c) Dos serviços de segurança social, nos casos referidos na alínea e) do n.º 1 do artigo 3.º, na alínea b) do n.º 2 do artigo 3.º, e no n.º 3 do artigo 3.º.

4 - Nos casos em que o modelo único simplificado e

res-pectivos anexos sejam entregues presencialmente, procede-se ao imediato preenchimento do modelo na plataforma informática de integração e imprimem-se duas cópias, que o apresentante assina no acto, destinando-se-lhe uma, como recibo, e outra aos arquivos dos serviços.

5 - Nos serviços de finanças, para compensar os custos de

impressão, o preço do modelo simplificado e anexos em papel é de A 0,40 por cada folha.

ARTIGO 5.º

Preenchimento e entrega online

1 - A entrega do modelo simplificado e respectivos anexos

através da Internet implica a realização de autenticação no sistema através de senha de acesso que, caso o interessado não a tenha ainda, é obtida através da página «Declarações electrónicas» no endereço www.e-financas.gov.pt.

2 - O modelo simplificado e respectivos anexos

conside-ram-se entregues na data em que sejam submetidos, sem ano-malias, após o que será emitido o respectivo comprovativo.

3 - Os elementos referidos nos nºs 2 e 3 do artigo 37.º do

CIMI, destinados a acompanhar o modelo único simplificado, devem ser entregues em suporte de papel no serviço de finan-ças da área da situação do prédio, acompanhados do comprovativo referido no número anterior, considerando-se nessa data entregue a declaração.

4 - As pessoas colectivas, incluindo o Estado e outras

pessoas colectivas de direito público, e os sujeitos passivos de imposto que possuam ou sejam obrigados a possuir conta-bilidade organizada só podem entregar a declaração através do endereço na Internet referido no n.º 3 do artigo 4.º.

ARTIGO 6.º

Comunicações electrónicas e tratamento de dados 1 - As comunicações entre os serviços de finanças, os

serviços de segurança social, as CAM, os municípios e os técnicos que avaliam o nível de conservação dos edifícios são realizadas através da plataforma de integração online gerida

pelo INH, no endereço disponível na Internet www.portaldahabitacao.pt/nrau, devendo o tratamento dos dados obedecer ao disposto na legislação vigente aplicável.

2 - Podem ser celebrados protocolos entre o INH e os vários

organismos da Administração Pública participantes nos servi-ços disponibilizados na plataforma de integração online referida no número anterior, tendo em vista a aplicação do NRAU, da respectiva legislação complementar e ainda a definição dos pro-cedimentos administrativos de comunicação de dados.

ARTIGO 7.º

Normas finais e transitórias

1 - O endereço www.portaldahabitacao.pt/nrau fica

dispo-nível na Internet no prazo de 30 dias a contar da data de publi-cação da presente portaria.

2 - Até à disponibilização do endereço referido no número

anterior, o preenchimento e a entrega do modelo único simpli-ficado e respectivos anexos podem ser efectuados presencialmente, junto dos serviços de finanças, da seguran-ça social, CAM e municípios, nos termos no n.º 3 do artigo 4.º da presente portaria, sendo neste caso entregues devidamen-te preenchidos pelos senhorios e arrendatários.

ARTIGO 8.º

Entrada em vigor

A presente portaria entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.

N.R. 1 – A Lei nº 6/2006, de 27.2, publicada no Bol. do Contrib.,

2006, pág. 328, aprovou o Novo Regime do Arrendamento Urbano (NRAU), que estabeleceu um regime especial de actualização das rendas antigas e alterou o Código Civil, o Código de Processo Civil, o DL nº 287/2003, de 12.11, o Código do IMI e o Código do Registo Predial. Posteriormente, este diploma foi objecto de rectificação pela Declaração de Rectificação nº 24/2006, de 17.4, transcrita no Bol. do Contrib., 2006, pág. 385.

2 – O DL nº 321-B/90, de 15.10, aprovou o anterior Regime do

Arrendamento Urbano (RAU).

3 – O DL nº 257/95, de 30.9, publicado no Bol. do Contribuinte,

1995, págs. 485 e 487, procedeu à revisão do regime do arrendamento urbano para o exercício de comércio, indústria, profissões liberais e outros fins lícitos não habitacionais.

4 – O DL nº 156/2006, de 8.8, transcrito no Bol. do Contribuinte,

2006, pág. 649, aprovou o regime de determinação e verificação do coeficiente de conservação. Este diploma impôs o dever geral de con-servação dos imóveis arrendados e criou os instrumentos legais que possibilitam a sua efectiva reabilitação.

5 – O DL nº 157/2006, de 8.8, transcrito no Bol. do Contribuinte,

2006, pág. 651, aprovou o regime jurídico das obras em prédios arrenda-dos, tendo criado um método de avaliação do estado de conservação dos edifícios e da existência, nesses edifícios, de infra-estruturas básicas.

6 – O DL nº 158/2006, de 8.8, estabeleceu os regimes de

determi-nação do rendimento anual bruto corrigido (RABC), e de atribuição do subsídio de renda nos arrendamentos para habitação, tendo sido publicado no Bol. do Contribuinte, 2006, pág. 685.

7 – O DL nº 161/2006, de 8.8, transcrito no Bol. do Contribuinte,

2006, pág. 662, aprovou e regulou as comissões arbitrais municipais. As CAM assumem-se como um meio alternativo aos tribunais na reso-lução de eventuais conflitos nos contratos de arrendamento que vigo-ram há mais tempo, tendo competência para dirimir alguns tipos de conflitos, nomeadamente os relativos a obras e à efectiva utilização do locado.

8 – A Port. nº 1282/2003, de 12.11, que aprovou a declaração

modelo 1 para a inscrição de prédios urbanos na matriz, foi publicada no Bol. do Contrib., 2003, suplemento à 2ª quinzena de Novembro.

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LEGISLAÇÃO

Novo Regime do Arrendamento Urbano

Ficha de avaliação para a determinação

do nível de conservação de imóveis locados

Critérios de avaliação

Índice de anomalias dos imóveis

Portaria n.º 1192-B/2006

de 3 de Novembro

(in DR, nº 212, I Série, 1º Suplemento de 3.11.2006)

O Decreto-Lei n.º 156/2006 (1), de 8 de Agosto, integra a

regula-mentação da Lei n.º 6/2006 (2), de 27 de Fevereiro, a qual aprovou o

Novo Regime do Arrendamento Urbano (NRAU), e estabelece o modo de fixação do nível de conservação dos imóveis locados. O n.º 2 do artigo 1.º do referido decreto-lei prevê a posterior regulamentação dos elementos do locado a avaliar para determinar o nível de conservação, os critérios dessa avaliação e a respectiva forma de cálculo, determi-nados de acordo com o método de avaliação do estado de conservação dos edifícios (MAEC), e ainda os procedimentos necessários à execu-ção do legalmente previsto, objecto essencial da presente portaria.

No quadro da elaboração do NRAU, o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) concebeu o método de avaliação do estado da conservação de edifícios (MAEC) que visa determinar com rigor, objectividade e transparência o estado de conservação de edifícios e a existência de infra-estruturas básicas.

Com efeito, neste método o rigor revela-se nos procedimentos que permitem avaliar com pormenor as condições do edifício obser-vadas durante a vistoria, enquanto a objectividade é a orientadora das regras claras e predefinidas, sendo os resultados tão independentes quanto possível do técnico que as aplica. E o facto de o processo e o resultado poderem ser facilmente compreendidos por todos os intervenientes envolvidos assegura a transparência.

De salientar que o estado de conservação é avaliado relativamente às condições que o edifício proporcionava quando foi construído ou quando sofreu a última intervenção profunda, não sendo exigível uma avaliação do nível de qualidade proporcionado pelo edifício face às actuais exigências, como sejam as relativas à segurança estrutural face a acção de um sismo ou ao isolamento térmico proporcionado pela envolvente, entre outros critérios.

Assim, a presente portaria aprova a ficha de avaliação que integra os elementos do locado relevantes para a determinação do nível de conservação, observados durante a vistoria que o técnico efectua presencialmente.

O nível de conservação é solicitado pelo senhorio ou arrendatário às comissões arbitrais municipais (CAM), através do preenchimento e da entrega do modelo único simplificado aprovado pela Portaria n.º

1192-A/2006 (3), de 3 de Novembro, tendo em vista assegurar que as

diligências relativas à marcação e realização da vistoria, preenchimen-to da ficha de avaliação e determinação do nível de conservação pelo técnico, e a definição do coeficiente de conservação pela CAM, sejam efectuadas de acordo com o Programa SIMPLEX, através da desmaterialização dos procedimentos, da comunicação em rede entre os serviços da Administração Pública envolvidos, contribuindo para o desenvolvimento do Plano Tecnológico e para a redução dos custos de contexto.

A presente portaria regula ainda a remuneração devida aos árbi-tros das CAM.

No prazo de 30 dias a contar da entrada em vigor da presente porta-ria, os procedimentos serão totalmente desmaterializados, através da disponibilização no endereço na Internet www.portaldahabitacao.pt/nrau de todas as funcionalidades necessárias aos senhorios, aos arrendatários, aos engenheiros, aos arquitectos, aos engenheiros técnicos e aos serviços da Administração Pública, no âmbito do NRAU. Com efeito, os procedi-mentos relativos à execução do NRAU serão efectuados através de uma plataforma de integração online, gerida pelo Instituto Nacional de Habi-tação (INH), pela qual se assegurará a disponibilização das fichas de avaliação, para download pelos técnicos designados, a imediata recepção de pedidos e comunicações, o seu célere tratamento pelas várias entida-des participantes, a comunicação interna pelos serviços da Administra-ção Pública, entre estes e os cidadãos e empresas, e entre as CAM, os municípios e os técnicos designados para proceder às avaliações previs-tas na presente portaria.

A desmaterialização dos procedimentos permitida pela platafor-ma de integração online é essencial à avaliação da execução do NRAU e legislação complementar, a realizar no futuro Observatório da Habi-tação e da ReabiliHabi-tação Urbana.

Foram ouvidas a Associação Nacional dos Municípios Portugue-ses, a Ordem dos Engenheiros, a Ordem dos Arquitectos e a Associ-ação Nacional dos Engenheiros Técnicos.

Assim:

Manda o Governo, pelos Ministros de Estado e da Administração Interna, de Estado e das Finanças, do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional e das Obras Públicas, Trans-portes e Comunicações, ao abrigo do disposto na Lei n.º 6/2006 (2), de 27 de Fevereiro, que aprova o NRAU, e dos Decretos-Leis nºs 156/ 2006 (1), 157/2006 (4) e 161/2006 (5), todos de 8 de Agosto, o seguinte:

SECÇÃO I

Disposições gerais

ARTIGO 1.º

Objecto

1 - A presente portaria aprova a ficha de avaliação, publicada

em anexo, a qual integra os elementos do locado relevantes para a determinação do nível de conservação, nos termos do n.º 2 do artigo 33.º da Lei n.º 6/2006 (2), de 27 de Fevereiro, que aprovou o Novo Regime do Arrendamento Urbano (NRAU), determina-dos de acordo com o método de avaliação do estado de conser-vação dos edifícios (MAEC).

2 - São ainda regulados na presente portaria os critérios de

avaliação e as regras necessárias à determinação do nível de con-servação, ao abrigo do disposto no n.º 2 do artigo 1.º do Decreto-Lei n.º 156/2006 (1), de 8 de Agosto, e do coeficiente de conserva-ção previsto na alínea c) do n.º 1 do artigo 49.º do NRAU e no artigo 15.º do Decreto-Lei n.º 161/2006 (5), de 8 de Agosto.

3 - A presente portaria regula ainda a remuneração devida

aos árbitros das comissões arbitrais municipais. SECÇÃO II

Determinação do nível de conservação

ARTIGO 2.º

Ficha de avaliação

1 - A ficha de avaliação integra os elementos do locado a

avaliar tendo em vista a determinação do nível de conservação, nos termos da tabela constante do n.º 2 do artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 156/2006 (1), de 8 de Agosto, que reflecte o estado de (Continua na pág. seguinte)

(15)

conservação do locado e a existência de infra-estruturas bási-cas.

2 - O preenchimento da ficha de avaliação é feito através de

vistoria a realizar pelo técnico designado, em obediência às instruções de aplicação do MAEC, publicadas no endereço dis-ponível na Internet www.portaldahabitacao.pt/nrau.

3 - O nível de conservação é determinado com base na

inspec-ção das anomalias visíveis à data da vistoria, segundo os critérios e as regras de avaliação constantes dos artigos seguintes.

ARTIGO 3.º

Critérios gerais de avaliação

1 - A avaliação do nível de anomalia que afecta cada

elemen-to funcional é realizada através da conjugação dos quatro crité-rios seguintes:

a) Consequência da anomalia na satisfação das exigências funcionais;

b) Tipo e extensão do trabalho necessário para a correcção da anomalia;

c) Relevância dos locais afectados pela anomalia;

d) Existência de alternativa para o espaço ou equipamento afectado.

2 - A pontuação obtida por cada elemento funcional é

calcu-lada pelo produto entre o número de pontos associado a cada nível de anomalia e a ponderação atribuída ao elemento funcio-nal.

3 - Apenas são avaliados os níveis de anomalias dos

ele-mentos funcionais cujo uso beneficie directamente o locado, cujas anomalias possam afectar o locado e que sejam da respon-sabilidade do proprietário.

4 - Tratando-se de avaliação da totalidade do prédio, nos

termos do artigo 10.º, não se aplica o disposto no número ante-rior quanto à relação entre o elemento funcional e o locado.

ARTIGO 4.º

Níveis de anomalia

Os critérios previstos nas alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo anterior referem-se à gravidade da anomalia, cuja aplicação corresponde aos seguintes níveis de anomalia:

a) Anomalias muito ligeiras: ausência de anomalias, ou ano-malias sem significado;

b) Anomalias ligeiras: anomalias que prejudicam o aspecto e que requerem trabalhos de limpeza, substituição ou re-paração de fácil execução;

c) Anomalias médias:

i) Anomalias que prejudicam o aspecto e que requerem trabalhos de correcção de difícil execução;

ii) Anomalias que prejudicam o uso e conforto e que re-querem trabalhos de correcção de fácil execução;

d) Anomalias graves:

i) Anomalias que prejudicam o uso e conforto e que re-querem trabalhos de correcção de difícil execução; ii) anomalias que colocam em risco a saúde e a segurança,

podendo motivar acidentes sem grande gravidade, e que requerem trabalhos de correcção de fácil execução; e) Anomalias muito graves:

i) Anomalias que colocam em risco a saúde e a seguran-ça, podendo motivar acidentes sem grande gravida-de, e que requerem trabalhos de correcção de difícil execução;

ii) Anomalias que colocam em risco a saúde e a segurança, podendo motivar acidentes graves ou muito graves; iii) Ausência ou inoperacionalidade de infra-estrutura

bá-sica.

ARTIGO 5.º

Locais afectados pela anomalia e existência de alternativas 1 - Os critérios previstos nas alíneas c) e d) do n.º 1 do artigo

3.º referem-se aos locais afectados pela anomalia e são aplica-dos do seguinte modo:

a) Se as anomalias mais graves afectarem a parte principal do locado, prevalece esse nível de anomalia;

b) Se as anomalias mais graves afectarem a parte secundária do locado, é calculada uma média entre o nível de ano-malia da parte principal e da parte secundária, atribuindo uma importância menor às partes secundárias;

c) Se as anomalias estiverem situadas nas partes comuns, são avaliadas na medida em que afectem o locado em apreciação;

d) Se a anomalia afectar um equipamento ou instalação para o qual exista uma alternativa com condições equivalen-tes de utilização, é calculada a média do nível de anoma-lia desses equipamentos ou instalações.

2 - Para efeitos de aplicação dos critérios referidos no

núme-ro anterior, considera-se como parte principal o conjunto de espaços onde se desenvolvem as funções dominantes do loca-do e como parte secundária o conjunto de espaços onde se desenvolvem as funções acessórias do locado.

ARTIGO 6.º

Fórmula de cálculo

1 - O índice de anomalias é obtido pelo quociente entre o

total das pontuações e o total das ponderações atribuídas aos elementos funcionais aplicáveis, sendo o valor obtido aproxi-mado com duas casas decimais.

2 - O estado de conservação do locado é determinado através

da aplicação das regras enunciadas nos números seguintes.

3 - O índice de anomalias do locado é classificado segundo

a escala constante da seguinte tabela:

(16)

LEGISLAÇÃO

4 - Não devem existir elementos funcionais de ponderação

três, quatro, cinco ou seis cujo estado de conservação, determi-nado aplicando o respectivo nível de anomalia à escala utilizada na regra prevista no n.º 3, seja inferior em mais de uma unidade ao estado de conservação do locado.

5 - Se a condição prevista no número anterior não for

satis-feita, o estado de conservação do locado deve ser reduzido para o nível imediatamente superior ao estado de conservação do elemento funcional de ponderação três, quatro, cinco ou seis em pior estado.

6 - Não devem existir elementos funcionais de ponderação

um ou dois cujo estado de conservação, determinado aplicando o respectivo nível de anomalia à escala utilizada na regra previs-ta no n.º 3, seja inferior em mais de duas unidades ao esprevis-tado de conservação do locado.

7 - Se a condição prevista no número anterior não for

satis-feita, o estado de conservação do locado deve ser reduzido para o nível superior em duas unidades ao estado de conservação do elemento funcional de ponderação um ou dois em pior estado.

ARTIGO 7.º

Vistoria

1 - A CAM indica o local a vistoriar ao técnico sorteado para

a realização da vistoria, ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 156/2006 (1), de 8 de Agosto.

2 - Nos três dias subsequentes à informação prevista no

nú-mero anterior, o técnico sorteado indica à CAM, em alternativa: a) A data e a hora da realização da vistoria, a qual deve

realizar-se dentro dos 40 dias subsequentes;

b) O motivo do seu impedimento, nos termos do n.º 2 do artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 156/2006 (1), de 8 de Agosto, caso em que é sorteado outro técnico.

3 - No caso referido na alínea a) do número anterior, a CAM

comunica, por via postal registada, a data e a hora da realização da vistoria ao arrendatário e ao senhorio, e informa este último dos documentos necessários à realização daquela.

4 - Se a carta dirigida ao arrendatário vier devolvida, é

envi-ada nova carta decorridos 30 dias e, se esta voltar a ser devolvi-da, considera-se a comunicação recebida no 10.º dia posterior ao do seu envio.

5 - Se o arrendatário, por si ou através de terceiro, não puder

facultar o acesso ao locado para efeitos de realização da visto-ria, indica à CAM uma data alternativa que não pode distar mais de 30 dias da data inicial, nos termos do n.º 2 do artigo 36.º do NRAU, sendo comunicada pela CAM ao técnico.

6 - Podem assistir à vistoria, fazer-se representar ou ser

acom-panhadas por indivíduo cuja presença seja permitida pelo arren-datário, as seguintes pessoas:

a) O arrendatário; b) O senhorio;

c) Os titulares de direitos reais sobre o locado;

d) O administrador do condomínio, mas apenas em relação às partes comuns do edifício.

7 - No caso de não ser facultado o acesso ao locado, ou a

uma parte dele, o técnico preenche a ficha de avaliação da forma seguinte:

a) Em relação aos elementos funcionais que puder avaliar, aplica as regras constantes dos artigos 3.º a 5.º; b) Em relação aos elementos funcionais que não puder

ava-liar, assinala a existência do nível de anomalia «anomali-as ligeir«anomali-as»;

c) Indica os elementos que não pôde avaliar.

8 - Pode ser apresentada justificação para a falta de acesso,

no prazo de cinco dias a contar da vistoria ou da cessação do impedimento invocado e acompanhada dos meios de prova exis-tentes, que será considerada aceite desde que a CAM a não rejeite no prazo de cinco dias a contar do seu recebimento.

9 - No caso previsto no número anterior, e sendo aceite a

justificação, o técnico marca nova data para a vistoria dos ele-mentos funcionais não avaliados anteriormente.

10 - A ficha de avaliação é entregue pelo técnico à CAM nos

três dias subsequentes à realização da vistoria ou do esgota-mento do prazo previsto no n.º 3 do artigo seguinte, consideran-do-se recebida na data em que seja submetida, sem anomalias informáticas, no endereço disponível na Internet www.portaldahabitacao.pt/nrau.

ARTIGO 8.º

Documentos a apresentar pelo senhorio

1 - Recebida a comunicação prevista no n.º 3 do artigo

ante-rior, o senhorio apresenta os certificados de inspecção de insta-lações de gás, ou de electricidade, se obrigatório, em alternativa: a) Junto da CAM, com antecedência não inferior a cinco

dias relativamente à data da vistoria;

b) Ao técnico, na data e hora de realização da vistoria.

2 - Se o senhorio não puder apresentar os documentos, por

estes se encontrarem em poder da administração do condomí-nio, solicita à CAM a notificação desta administração para pro-ceder à sua apresentação no momento da vistoria.

3 - A falta de apresentação dos documentos referidos neste

preceito equivale à inexistência dos mesmos, salvo se o senho-rio, no momento da vistoria, protestar juntá-los e os enviar à CAM nos oito dias subsequentes.

ARTIGO 9.º

Afirmações das partes

1 - O arrendatário que entenda que o estado de conservação

do edifício se deve a obras efectuadas por si, para os efeitos previstos nas alíneas a) e c) do n.º 2 do artigo 15.º do Decreto-Lei n.º 161/2006 (5), de 8 de Agosto, comunica esse facto ao técnico, o qual anota quais as obras que o arrendatário se arroga.

2 - O procedimento previsto no número anterior aplica-se

igualmente quando o senhorio entenda que o estado de degra-dação do edifício se deve a actuação ilícita do arrendatário, ou a falta de manutenção por este quando o dever de manutenção lhe assistisse, para os efeitos previstos na alínea b) do n.º 2 do artigo 15.º do Decreto-Lei n.º 161/2006 (5), de 8 de Agosto.

3 - Estando presente a outra parte, esta deve pronunciar-se

sobre a veracidade do afirmado, o que é igualmente anotado, (Continua na pág. seguinte)

Referências

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