Bacharelado em Ciência e Tecnologia de Alimentos Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia
Conservação de alimentos
Adição de Solutos
Prof. Angelita Leitão 1º semestre 2017
CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS PELA
ADIÇÃO DE SOLUTOS
Aumentar a vida de prateleira dos alimentos
Conferir características sensoriais aos produtos
Quais são os principais elementos
Cloreto de sódio (NaCl)
Mar tem 3,5% de NaCl (35g/L água) Rio Grande do Norte 95% nacional Maior produtor mundial com 23%EUA
Evaporação e cristalização da água do mar
Ação conservante do cloreto de sódio –
NaCl (sal)
A salga “impede” o desenvolvimento de micro-organismos, por tornar o substrato inadequado, pela elevação da
pressão osmótica do produto
O efeito letal ou inibitório das soluções salinas sobre os micro-organismos se dá:
Movimentação da água do interior para o exterior
Redução da atividade de água (água livre) do alimento;
Sal é um
eletrólito forte
Ação conservante do cloreto de sódio
O sentido do fluxo é sempre da solução fraca para a forte, até que se estabeleça o equilíbrio entre ambas
Difusão da água/sal do produto
Hipertônico
concentração do soluto maior que a do solvente
Ligeiramente halófilos suportam 2- 5% de NaCl Pseudomonas, Flavobacterium Moderadamente halófilos suportam 5 a 20% de NaCl Gram + (Microcaceae) Extremamente halófilos Suportam 20 a 30% NaCl Halobacterium e Halococcus
responsável pela deterioração vermelha em carnes e peixes
Varia em função da concentração de sal
Micro-organismo em produtos salgados
As bactérias patogênicas têm seu crescimento
totalmente inibido em concentrações acima de 10% de NaCl, com exceção do S. aureus que nessa
concentração não produz toxinas.
Serratia (Bactéria gram -) importante agente na deterioração de produtos salgados
Desenvolvimento de manchas e/ou estrias avermelhadas
Utilização do cloreto de sódio – NaCl (sal)
Derivados lácteos (manteiga, queijos),
Conservas de origem vegetal (picles, chucrute, azeitonas, etc).
A adição de sal pode ser feita pela salga
a seco ou em salmoura:
O sal é aplicado diretamente na superfície do alimento.
Salga Seca
Sal com granulometria média Sal refinado dissolve muito
rápido, penetrando em altas concentrações;
Sal grosso promove rupturas nos tecidos em função do peso do alimento
A adição de sal pode ser feita pela salga
a seco ou em salmoura:
Salga Seca
Perda de nutrientes:
proteínas são desnaturadas Ocorre retirada da umidade do produto (20-30%) por
A adição de sal pode ser feita pela salga
a seco ou em salmoura:
Salga em Salmoura
Imersão do alimento em uma solução salina
Recomenda-se a salga em temperatura entre 6 e 8°C para facilitar a penetração do sal e dificultar o crescimento microbiano;
Emprega-se exclusivamente o sal em solução a 23,5ºBaumé ou 95º salômetros (335g de sal/kg de água, em tanques especiais com movimentação constante das peças de carne por 30 a 40 minutos
Perda de nutrientes: Substâncias hidrossolúveis Processo misto (mistura dos dois métodos, 1°salmoura 2°salga seca)
Vantagens e desvantagens de se utilizar
cloreto de sódio na concentração de
alimentos
Poder higroscópico - pressão osmótica
Aw - impede o desenvolvimento dos MO (não Halofilas) – morte MO (desnaturação)
Restringe a solubilidade do O2 em água, impedindo o crescimento de
aeróbios
Ao ionizar libera íons de cloro que são tóxicos aos micro-organismos Proporciona melhor palatabilidade
Facilita a perda de nutrientes solúveis Não destrói toxinas
Açúcar
https://pt.slideshare.net/DanianaSantos/t39-tcc-o-efeito-da-escala-em-processamento-de-cana-de-acar-estudo-de-casowilson-lucena
Ocorre um pressão osmótica do meio
Aw impede o desenvolvimento da maioria dos Micro-organismos (bolores e leveduras)
Ação conservante do Açúcar
Aplicado principalmente em produtos derivados de frutas
Torna o alimento impróprio para a ação de micro-organismo com exceção das bactérias osmofílicas
Aumenta a vida de prateleira;
Confere sabor e aumenta a consistência
do produtos
Utilização do açúcar
Geléias Doces em massa Frutas cristalizadas Frutas glaceadas Leite condensadoDoce em massa
Cozimento da polpa da fruta com açúcar até
FRUTAS CRISTALIZADAS
Preparadas por banhos e cozimentos em xaropes de concentração cada vez maior (começa com 25 a 30% e
acaba com 70%) e secagem em T de 40 a 50ºc durante vários dias, até a formação de cristais de açúcar na
GELÉIAS
Produto obtido á base de suco de frutas, previamente processado, que apresenta forma gelificada devido ao
equilíbrio de pectina, açúcar e acidez
Geléia
-
65 a 70% de sólidos solúveisGeleada- presença de pedaços de frutas
PECTINA (polissacarídeo ramificado)- elemento fundamental para a
formação de gel (menos de 1%)
ÁCIDO – também necessário para a formação de gel (pH 3,5)
ÁÇÚCAR – influencia no equilíbrio pectina-água.
ESPECIARIAS
São produtos constituídos de uma ou diversas
substâncias sápidas, de origem natural, com
ou sem valor nutritivo, empregado nos
alimentos com o fim de modificar ou exaltar o
seu sabor
Especiarias
• Interferem no sabor
• Contém óleos que inibem o crescimento de
micro-organismos
• Atuam como antioxidantes (Alecrim, Salvia)
• Ação bacteriostática (inibe o crescimento dos Mo.)
Partes de espécies vegetais, como:
raízes, rizomas, bulbos, cascas, folhas, flores,
frutos, sementes e outras partes das plantas,
possuidoras de substâncias aromáticas ou
picantes
ESPECIÁRIAS EFICAZ CONTRA
Coentro, oréganos e salsa Bactérias Gram positivas e Gram negativas, incluindo a Listéria monocytogenes
Pimenta da Jamaica, manjericão, alcarávia, citronela, manjerona, salvia, alecrim, Alho,
Bacillus subtilis, Clostridium botulinium, Escherichia coli, Listéria monocytogenes, Salmonella tyhimurium, Staphylococcus aureus
Manjericão, citronela,
alho, menta Largo espectro, bactérias Gram positivas e Gram negativas Orégano, salvia, tomilho Staphylococcus aureus, Escherichia coli Cominho Bacillus cereus, Bacillus subtilis,
Clostridium botulinium, Listéria monocytogenes, Pseudomonas
fluorescens, Salmonella enteritidis, Staphylococcus aureus
Endro Clostridium botulinium, Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus, Yersinia enterocolítica
Grupo de
alimentos Óleo essencial ou componente Espécies bacterianas
Carne Alho, eugenol,
coentros, orégano, cominho, alecrim
Listéria monocytogenes
Carne
picada Canela chinesa, segurelha para a carne de porco
Vários Micro-organismos patogênicos
Frango Eugenol, óleo de
salvia, orégano Listéria monocytogenes, Aeromonas hydrophila,
Bacillus cereus, Staphylococcus aureus, Salmonella tyhimurium Salsichas Manjerona Diversas bactérias
Patê Óleo de menta Listéria monocytogenes, Salmonella enteriditis
Bacalhau Óleo de orégano Phytobacterium phosphoreum Camarões
cozidos Óleos de tomilho Pseudomonas putida Mozzarella Óleo de alho Listéria monocytogenes
Atmosfera modificada - Gases
Concentração varia com o tipo de produto e com seu grau de maturação
Consiste em expulsar o ar do interior da embalagem ou da câmara de refrigeração e substituí-lo por outro gás ou uma
mistura de gases
Modifica a atmosfera de armazenamento dos produtos, para impedir o crescimento dos Micro-organismos
Ar: 78% de N2, 21% de O2 e 0,1% de CO2
CO
2 Ataca a maioria dos micro-organismos, como fungos e
as bactérias aeróbias
Concentrações de 5% inibe crescimento dos bolores e
bactérias psicrotróficas Gram negativas
Concentração acima de 20% inibe a atividade
microbiológica, dissolvendo-se na fase líquida do alimento e reduzindo o seu pH e desidratando a membrana celular por bloqueio da migração de componentes hidrossolúveis para o interior da célula
Gases utilizados
N
2
é um gás inerte;
é usado basicamente para substituir o
oxigênio em embalagens, evitando a
oxidação.
devido a sua baixa solubilidade em água,
nitrogênio também ajuda a evitar que a
embalagem amasse, mantendo seu volume
Revestimento graxo
São conservados por este método peixes (sardinha),
carnes, cogumelos, pimentões ....
Consiste na imersão dos produtos (vegetais e animais)
em recipientes com gorduras ou óleos vegetais, a fim
de impedir a contaminação microbiana
Conservação por defumação
Conservar os alimentos
Conferir características de cor, sabor e aroma
agradáveis peculiares dos produtos defumados OBJETIVO
DEFUMAÇÃO
Baseia-se na exposição do alimento à fumaça proveniente da queima incompleta de madeira, serragem, carvão, etc.
Madeira (não resinosa) para a defumação:
20-30% celulose - T < 250ºC - ácidos e álcool
40-60% hemicelulose - T entre 250 a 315ºC – fenóis
20-30% lignina – T acima de 350ºC – benzopirenos e
fenantrenos
SABOR / AROMA TIPICO DOS DEFUMADOS SÃO: DIACETIL, VANILINA, ÁCIDOS ORGANICOS E HIDROCARBONETOS
CONSTITUINTES DA FUMAÇA (300 COMPOSTOS)
Fenóis Antioxidante; contribuem para a cor, sabor e aroma dos produtos defumados; efeito bacteriostático
Alcoóis Pequeno efeito bactericida Aldeídos (fórmico) Efeito bactericida
Ácidos orgânicos Pequena ação conservante resultante da maior acidez na superfície de carnes defumadas. Os ácidos orgânicos são importantes na coagulação das proteínas superficiais de carnes defumadas (forma capa protetora)
Carbonilas Os compostos de cadeia curta são os mais importantes para cor, sabor e aroma
Gases CO2 e CO reagem na superfície e pode formar pigmentos vermelho
claro (carboximioglobina e carbonomonóxido)
Hidrocarbonetos Policíclicos benzopireno e dibenzoantracino são carcinogênicos – queima da lignina a T> 350ºC
Calor e a fumaça – secagem superficial do produto – destruição térmica - desidratação que ocorre na superfície do produto
Efeito conservante da defumação se dá:
Depósito de substâncias antimicrobianas (aldeídos) - oriundas
da fumaça, que se condensam e ficam depositadas na superfície dos alimentos
Capa protetora - Coagulação proteica que ocorre durante a
defumação, forma uma capa protetora (ácidos orgânicos)
Inibição: Gram negativas e nos cocos pertencente aos gêneros Micrococcus e Staplylococcus Resistência: bactérias láctica do gênero Pediococcus, Leuconostoc, Streptococcus e Lactococcus
Fumaça natural: os alimentos são expostos a fumaça,
a qual é produzida através da queima da madeira a
temperatura de 350ºC ou menos
Fumaça aplicada aos alimentos de duas
formas distintas
Fumaça líquida: obtida por condensação e destilação
fracionada da fumaça
Fumaça aplicada aos alimentos de duas formas
distintas
Livre de substâncias nocivas Separação do benzopireno (hidrossolúvel) do liquido restante Aspersão diretamente sobre o produto
dentro de câmaras
Adição direta no material moído ou na
emulsão
Imergir os produtos em tanques com
solução de fumaça
Defumação natural - Sem controle → Contato direto do produto com a fumaça e o calor produzido pelo material queimado
Tipos de processos de defumação
Umidade e correntes de ar afetam a
eficiência da defumação
CUIDADOS COM A DEFUMAÇÃO AO NATURAL - CASEIRA
Distância entre a fonte de calor e o produto deve ser acima de 40cm
benzopirenos (cancerígenos)
fumaça – depositada na superfície da carne
Controlado (circulação forçada) → Fumaça é originada numa câmara de onde é transportada a outra contendo o alimento por meio de tubos e ventiladores
Processo de defumação
Controle de Umidade e Temperatura
Controlado (circulação forçada)
FRIO T da fumaça = 40 a 55ºC t = 3 a 4 dias
PRODUTOS DEVEM SER COZIDOS ANTES DE CONSUMIDOS
QUENTE T da fumaça 60°C (90 minutos) e depois a 100ºC a 120°C (4 a 6 horas)
Processo de defumação
A carne é conduzida por esteiras através de um túnel equipado
com ionizadores nas laterais
As partículas de fumaça penetrando nos túneis, recebe uma
carga elétrica
A carne atrai as partículas de fumaça carregando cargas opostas
Processo de defumação - Eletrostática
Utilizado para acelerar a precipitação da fumaça
Aproveitamento de 85% dos constituintes de fumaça
Processo de defumação - Eletrostática
densidade da fumaça,
voltagem dos ionizadores
velocidade da esteira que determina o tempo de
exposição da carne (depositada na carne em 3 minutos)
Controle é obtido regulando-se:
Liberação de alguns componentes
voláteis que realçam o “flavor” da carne