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QUALIDADE DA ÁGUA DA CACHOEIRA BOA VISTA DA ADELAIDE NO CÓRREGO GRANDE, AFLUENTE DO RIO MOGI-GUAÇÚ

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Academic year: 2021

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QUALIDADE DA ÁGUA DA CACHOEIRA BOA VISTA DA ADELAIDE NO CÓRREGO GRANDE, AFLUENTE DO RIO MOGI-GUAÇÚ

Olivânia R. de ALMEIDA 1; Lilian V. A. PINTO2

RESUMO

O objetivo deste estudo foi avaliar a qualidade da água da cachoeira Boa Vista da Adelaide na estação seca do ano. Os parâmetros de qualidade da água avaliados foram comparados com os valores de referencia da Resolução Conama 274/2000, Resolução Coama nº357/2005 e Portaria nº 2.914/2011 do Ministério da Saúde. A qualidade da água nos pontos em estudo estão em conformidade com as legislações pertinentes, sendo que apenas os parâmetros CO2 Livre e cor não atenderam os padrões de referência.

INTRODUÇÃO

A água é essencial para a sobrevivência dos seres humanos, pois é com ela que, grande parte das atividades são desenvolvidas, sendo necessário que este recurso natural seja protegido contra contaminações que ocorrem por meio de despejos inapropriados de substâncias diversas, mau manejo de áreas de produção de alimentos, entre outros (PINTO, 2003).

Os recursos hídricos, em muitos casos, são considerados uma mercadoria, o que gera conflitos nas atividades promovidas no local, como por exemplo, na área turística ou nas indústrias de alta tecnologia (CONTE, 2011).

O turismo é uma atividade que se modifica em função de novas exigências da demanda do mercado, o que influência diretamente no aparecimento de novos tipos de turismo, como o Turismo Rural, que tem como proposta melhorar os rendimentos de proprietários rurais, e visa principalmente o contado harmonioso com o ambiente natural.

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1 Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais – Câmpus Inconfidentes. Inconfidentes/MG, email: olivaniaribeirodealmeida@gmail.com

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Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais – Câmpus Inconfidentes. Inconfidentes/MG, email: Lilianvap@gmail.com

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A qualidade do ambiente a ser visitado é de extrema importância para o sucesso da atividade, por isso a importância o desenvolvimento de pesquisas e a interação de diversas áreas do conhecimento visando a aplicação de novas tecnologias que promovam a qualidade e melhoramento da área a ser visitada devem ser realizados.

Segundo o Instituto Estadual do Ambiente – INEA a qualidade das águas é representada por um conjunto de características de natureza química, física e biológica, sendo necessário que essas características se enquadrem em padrões estabelecidos nas legislações: Resolução Conama 274/2000, Resolução Coama nº357/2025 e Portaria nº 2.914/2011 do Ministério da Saúde.

Com preocupação em relação à saúde da população que utiliza a água da cachoeira Boa Vista da Adelaide em Inconfidentes – MG, o presente estudo teve como objetivo geral realizar o prévio diagnóstico sobre a qualidade da água em diferentes pontos de coleta ao longo Córrego Grande, da nascente ao exutório, e verificar se a água estudada está própria para consumo.

MATERIAL E MÉTODOS

A cachoeira Boa Vista da Adelaide situa-se no córrego Grande, localizado no município de Inconfidentes/MG, que por sua vez é afluente do rio Mogi-guaçú. Os pontos de coleta das amostras de água e os parâmetros de qualidade avaliados encontram-se listados nas tabelas 1 e 2, respectivamente. Essas amostras de água foram coletadas no dia 18 de julho de 2013, das 14h30 às 17h, seguindo as normas básicas de coleta de amostras e em seguida encaminhadas ao laboratório de águas do IFSULDEMINAS – Campus Inconfidente para análise.

Tabela 1 – Localização e descrição dos pontos de coleta

Ponto Coletado Coordenadas Descrição

Latitude Longitude

1 22º21’51.85”S 46º15’46.85”O Nascente do córrego Grande

2 22º19’21.47”S 46º16’34.79”O Antes da Cachoeira

3 22º19’20.51”S 46º16’35.42”O Depois da Cachoeira

4 22º18’45.98”S 46º16’41.22”O Exutório do córrego Grande

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir da avaliação dos parâmetros físicos, químicos e biológicos de qualidade da água observou-se que todos os pontos analisados estão nos padrões estabelecidos na Resolução Conama 274/2000, Resolução Coama nº357/2025 e Portaria nº 2.914/2011 do Ministério da Saúde (Tabela 2).

O pH dos pontos avaliados encontram-se entre 6,0 a 9,5, valor estabelecido pela portaria nº 2.914/11. Este fator é de extrema importância para as estações de tratamento, onde é medido e ajustado com o intuito de melhorar o processo da coagulação.

A condutividade elétrica não determina quais os íons estão presentes numa amostra de água, mas pode contribuir para o reconhecimento de impactos ambientais que ocorrem numa bacia de drenagem, ocasionados por lançamentos de resíduos industriais, mineração, esgoto etc. Observou-se um aumento nos valores da condutividade elétrica da nascente ao exutório (43,68μS/cm1

) do córrego Grande (Tabela 2), indicando que na bacia hidrográfica há ambientes que vem causando aumento na quantidade de sólidos dissolvidos levando a perda da qualidade da água do Córrego Grande. Níveis superiores a 100 μS cm1

indicam ambientes impactados, sendo assim, pode-se afirmar que o córrego Grande não encontra-se impróprio para o uso de recreação.

Tabela 2. Análises da água do córrego Grande, localizado no Município de

Inconfidentes – MG, no mês de julho de 2013. Parâmetros de qualidade Nascente do córrego Grande Antes da Cachoei ra Depois da Cachoeira Exutório do córrego Grande Rio Mogi (antes do encontro do córrego Grande) Condutividade Elétrica (μS/cm1 ) 24,35 42,71 42,97 43,68 30,66 PH 6,25 7,19 7,5 7,43 7,38 Cor (uH) 0,06 70,4 59,86 67,21 81,69 STD* (mg/L) 12,21 21,71 21,97 22,59 15,46 Alcalinidade (mg/L) 16 26 28 20 12 Dureza (mg/L) 74,25 97,70 46,89 78,16 62,52 Dióxido de Carbono (mg/L CO2 Livre) 17,64 5,88 3,92 3,92 4,9 O2 Dissolvido (mg/L) 6,2 8,2 3,65 12,5 5,12 Coliformes Termotolerantes (NMP /100ml) 3 15 <3,00 >1.100 11

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Nas análises de Sólidos Totais Dissolvidos (STD), verificou-se que na nascente, há o menor valor (12,21 mg/L), porém, os valores tenderam a aumentar ao longo do percurso do córrego Grande, e obteve-se o maior valor no exutório (22,59 mg/L), resultados que revelam que a bacia hidrográfica apresenta problemas de erosão. Segundo a resolução Conama nº 357/2005 é determinado no máximo 500 mg/L para sólidos totais dissolvidos, o que nos revela que a água do córrego Grande pode ser utilizado para uso de recreação.

No parâmetro cor, a portaria nº 2.914/11 estabelece que o valor máximo permitido é de 15 uH.. Assim, os resultados mostram que com exceção da nascente (0,06 uH) todos os demais pontos apresentam valores acima do estabelecido pela referida portaria. Um elevado valor de cor no corpo d’água implica diretamente no ecossistema aquático, pois a penetração dos raios solares é diminuída, desfavorecendo a fotossíntese (BRAGA, 2003 citado por BARRETO, 2009). Segundo Richter (2005) citado por Barreto (2009) água com elevada concentração de cor, aumenta os custos no tratamento da mesma, o que acarretará o aumento no valor pago pelos consumidores.

O valor mínimo de oxigênio dissolvido estabelecido pelo a Resolução CONAMA nº 357/05 é de 6 mg/L. Os valores encontrados na nascente, antes da cachoeira e no exutório ultrapassam este valor, entretanto, depois da cachoeira (3,65 mg/L) e no rio Mogi-guaçu (5,62 mg/L) foram observados valores inferior ao padrão. Segundo Sperling (2005) a quantificação do oxigênio é de extrema importância para os organismos que vivem na presença de oxigênio (aeróbios), esses fazem o uso do oxigênio em seus processos respiratórios, sendo o principal parâmetro para caracterização da poluição das águas.

Os valores de coliformes termotolerantes dos pontos estão classificados, segundo a Resolução Conama 274/2000, como excelente, onde o resultado das amostras podem obter, no máximo, 250 coliformes termotolerantes. Porém no ponto do exutório da bacia hidrográfica ocorreu uma grande variação na quantidade de coliformes termotolerantes quando comparado aos pontos mais a montante, tendo uma quantidade maior que 1.100/100 ml. Mesmo com os valores de coliformes termotolerantes maiores, as águas no exutório não são consideradas impróprias por apresentarem valores inferiores à 2.500 coliformes termotolerantes, conforme Resolução 274/2000, indicando que há na bacia hidrográfica pelo menos um foco de

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poluição que mereça atenção do comitê da bacia hidrográfica dos afluentes mineiros do rio Mogi-guaçu.

No parâmetro dureza, a portaria nº 2.914/2011 do Ministério da Saúde, estabelece o valor máximo para água potável de 500 mg/L. Dependendo da concentração pode causar sabor desagradável e ter efeitos laxativos, além de poder causar incrustações nas tubulações de água quente devido à maior precipitação na temperaturas elevadas (Speling, 2005). As análises do presente estudo revelaram valores relativamente pequenos, significando, segundo Speling (2005) que quando esta água estiver em contato direto com os íons do sabão, este irá precipitar em forma de espuma com mais facilidade, o que diminuirá o consumo de sabão.

Segundo Speling (2005), a alcalinidade tem uma capacidade tampão onde ela neutraliza os ácidos, resistindo assim às mudanças de PH. Este parâmetro é de extrema importância para o controle do tratamento de água, onde está diretamente relacionado com a coagulação, redução de dureza e prevenção das corrosões em tubulações. Além de que, se for encontrado em grande concentração na água, confere um gosto amargo ao mesmo.

Nos resultados do CO2 livre, levando em consideração o valor padrão de 10 mg/L, observou-se que o valor da nascente ultrapassa o padrão, o que pode contribuir para a corrosão de estruturas metálicas e de materiais à base de cimento (FUNASA, 2006). Os valores nos demais pontos de coleta não ultrapassaram o valor máximo aceitável de 10mg/L. Segundo Moraes (2008) a liberação e dissolução de gás carbônico na água podem estar associados a valores elevados de alcalinidade, que está associada aos processos de decomposição da matéria orgânica e à alta taxa respiratória de microrganismos.

CONCLUSÕES

A qualidade da água nos pontos em estudo estão em conformidade com as legislações pertinentes, sendo que apenas os parâmetros CO2 Livre e cor não atenderam os padrões estabelecidos pelo Funasa e portaria nº 2.914/11 do Ministério da Saúde, respectivamente.

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AGRADECIMENTOS

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)

pelo apoio financeiro através da concessão de bolsa PIBIC e ao IFSULDEMINAS – Campus Inconfidentes e seus servidores por todo apoio de infraestrutura e mão de obra.

REFERECIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARRETO, S. F. ROCHA, F. A. OLIVEIRA, M. S. C. Monitoramento da Qualidade da Água na Microbacia Hidrográfica do Rio Catolé, em Itapetininga – BA. Centro

Científico Conhecer – Enciclopédia Biosfera, Goiânia, vol.5, n.8, 2009.

CONTE, M. L. Qualidade da água em cachoeiras turística da região de Botucatu

– SP: Avaliação Preliminar. Resumo expandido. In: XXVII Congresso Interamericano

de Engenharia Sanitária e Ambiental. Botucatu – SP. 2011.

FUNASA. Manual Prático de Análise de Água. Engenharia de Saúde Pública. Brasília, 2006. Acessado dia 02 de set. 2013. Disponível em: < http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_analise_agua_2ed.pdf>.

INSTITUTO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE – INEA. Qualidade da Água. In:

Governo do Rio de Janeiro. Acessado dia 02 de set. 2013. Disponível em

<http://www.inea.rj.gov.br/fma/qualidade-agua.asp>.

MORAES, P. B. ST 502 – Tratamento Biológico de Efluentes Líquidos, ST 503 –

Tratamento físico-químico de efluentes líquidos. Campinas, 2008. Acessado dia

16 de set. 2013. Disponível em: < http://webensino.unicamp.br/disciplinas/ST502-293205/apoio/2/Resumo_caracteriza__o_de_efluentes_continua__o.pdf>.

PINTO, L. V. A. Caracterização Física da Sub-bacia do Ribeirão Santa Cruz,

Lavras, MG, e Proposta de Recuperação de suas Nascentes. Lavras, 2003. 165

p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) Universidade Federal de Lavras. SPELING, M. V. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. 3. Ed. Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental; Universidade Federal de Minas Gerais; Belo Horizonte. 2005.

Referências

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