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A ESCRITA DAS IRMÃS/HERMANAS/SISTERS: NOTAS PRELIMINARES ACERCA DA OBRA NÃO FICCIONAL DE AUTORAS NEGRAS. Alex Ratts 1

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A ESCRITA DAS IRMÃS/HERMANAS/SISTERS: NOTAS PRELIMINARES ACERCA DA OBRA NÃO FICCIONAL DE AUTORAS NEGRAS

Alex Ratts1 Resumo: Ativistas e acadêmicas/os que transitam entre os movimentos negro, feminista e lgbt em seus escritos e falas públicas se referem aos textos não ficcionais de autora negras cuja produção passa a circular no Brasil nos anos 1970, sobretudo na década seguinte e em períodos posteriores. Sem almejar fazer um levantamento extenso de artigos acadêmicos e de opinião, destaco temas que permeiam a obra não ficcional de autoras negras brasileiras e estadunidenses, dentre os quais: 1. A escrita de si em relação às outras mulheres, aos homens e ao país, focando a experiência de ser mulher negra, de viver o racismo, o sexismo e, também, a situação de pobreza, incluindo a ênfase nas razões da escrita e da busca artística; 2. A reflexão acerca de corpo e imagem; 3. Os escritos que tratam da afetividade; 4. A “interseccionalidade” (antes de existir o conceito) entre raça, sexo, classe e também, espaço, assim como outros “marcadores da diferença”; 5. Distintas e diferenciadas aproximações com o feminismo. Observo esta aproximação de perspectiva entre escritoras negras ou não brancas, brasileiras e estadunidenses como Lélia Gonzalez (1935-1994), Beatriz Nascimento (1942-1995), mas também Audre Lorde (1934-1994), e Alice Walker (1944).

Palavras-chave: escritoras negras, interseccionalidade, feminismo

E eu verificava uma anterioridade do movimento negro na colocação de uma série de questões para o movimento feminista, que, por sua vez, passou para o movimento homossexual e, de repente, você constata isso a partir de uma experiência concreta. Lélia Gonzalez – Entrevista. Jornal do MNU, 1991.

Dentro da comunidade lésbica eu sou Negra, e dentro da comunidade Negra eu sou lésbica. Qualquer ataque contra pessoas Negras é uma questão lésbica e gay porque eu e centenas de outras mulheres Negras somos partes da comunidade lésbica. Qualquer ataque contra lésbicas e gays é uma questão Negra, porque centenas de lésbicas e homens gays são Negros. Não há hierarquias de opressão. Audre Lorde – Não há hierarquias de opressão.

1 Antropólogo e geógrafo. Professor e coordenador do Laboratório de Estudos de Gênero, Étnico-Raciais e

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Esta comunicação tem por objetivo analisar os escritos de intelectuais ativistas negras cujos textos vêm a público no Brasil nos anos 1970 e 1980, período da ditadura militar e da reorganização do movimento negro, e que tratam da correlação entre as noções de raça, sexo/gênero, classe e outros “marcadores da diferença”, antes de haver o conceito de interseccionalidade, e cotejá-los com a produção feita nos Estados Unidos que, de vários modos, é conhecida da militância brasileira, acadêmica ou não.

O corpus de textos está, por enquanto, limitado aos artigos e livros publicados em português, ainda que algumas autoras brasileiras tenham publicado nos Estados Unidos e em países da América Latina. Agrego igualmente alguns ensaios inéditos da pesquisa com a trajetória e a obra de Beatriz Nascimento (Ratts, 2007). Eventualmente, menciono os textos originais das autoras estadunidenses.

Marcos da interseccionalidade e a produção de mulheres negras sobre raça, sexo

e classe

Categoria metodológica, tratada como analítica, a interseccionalidade está posta nos estudos de gênero, de relações raciais e, sobretudo, nas pesquisas e nas políticas públicas que se voltam para segmentos interpretados a partir de mais de uma dimensão da vida social, a exemplo de mulheres negras. Piscitelli (2008) situa a emergência da interseccionalidade em justaposição com a articulação entre categorias da diferença nos anos 1990:

Concordo com a autora que este quadro se constitui desta maneira, com esta conceituação, no período referido. No entanto, discordando dela que se propõe a tratar “o surgimento e o conteúdo atribuído a esses conceitos” (p. 263), a partir de estudos anteriores com a trajetória e a produção acadêmica e ativista de mulheres negras (RATTS, 2007; RATTS & RIOS, 2010), tenho como pressuposto que estas autoras no Brasil e nos Estados Unidos, desde os anos 1970, enunciam as categorias de raça, sexo (antes de gênero) e classe, além de outras dimensões como espaço, mais recentemente denominadas de marcadores da diferença.

Fica ausente do artigo de Piscitelli a produção de autoras negras estadunidenses como Ain’t I

a Woman (HOOKS, 1981), Women, Race & Class (DAVIS, 1983), Living by the Word (WALKER,

1988), Black Feminist Thougt (COLLINS, 1991), Sister Outside (1984) e o artigo de Crenshaw (1991) para citar algumas, assim como a produção negra/feminista brasileira. No Brasil, são

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conhecidos dos circuitos acadêmicos e ativistas vários artigos de Lélia Gonzalez. É certo que tais autoras trabalharam nas obras referidas, muito mais com as categorias mulheres e sexo que com a categoria gênero, mais usual nos anos 1990.

Em documento que se propõe a pensar a intervenção social de organismos internacionais e nacionais, Crenshaw (2002) define a interseccionalidade no quadro dos eixos estruturais de subordinação, com vistas a ações e políticas específicas:

Ela trata especificamente da forma pela qual o racismo, o patriarcalismo, a opressão de classe e outros sistemas discriminatórios criam desigualdades básicas que estruturam as posições relativas de mulheres, raças, etnias, classes e outras. Além disso, a interseccionalidade trata da forma como ações e políticas específicas geram opressões que fluem ao longo de tais eixos, constituindo aspectos dinâmicos ou ativos do desempoderamento. (p. 177)

A metáfora da intersecção, que vem do campo da matemática, se tona uma categoria, como disse, analítica e metodológica. A autora indica os eixos de raça, etnia, gênero e classe como estruturais para as relações sociais, econômicas e políticas.

Utilizando uma metáfora de intersecção, faremos inicialmente uma analogia em que os vários eixos de poder, isto é, raça, etnia, gênero e classe constituem as avenidas que estruturam os terrenos sociais, econômicos e políticos. É através delas que as dinâmicas do desempoderamento se movem. Essas vias são por vezes definidas como eixos de poder distintos e mutuamente excludentes; o racismo, por exemplo, é distinto do patriarcalismo, que por sua vez é diferente da opressão de classe. Na verdade, tais sistemas, freqüentemente, se sobrepõem e se cruzam, criando intersecções complexas nas quais dois, três ou quatro eixos se entrecruzam. (p.177)

Crenshaw (p.177) deixa explícito que as “mulheres racializadas” estão no centro de suas preocupações:

As mulheres racializadas freqüentemente estão posicionadas em um espaço onde o racismo ou a xenofobia, a classe e o gênero se encontram. Por conseqüência, estão sujeitas a serem atingidas pelo intenso fluxo de tráfego em todas essas vias. As mulheres racializadas e outros grupos marcados por múltiplas opressões, posicionados nessas intersecções em virtude de suas identidades específicas, devem negociar o ‘tráfego’ que flui através dos cruzamentos. (p. 177)

É deste quadro que também emerge no Brasil uma reflexão articulada das mulheres negras oriundas das classes populares, mais ou menos identificadas com o feminismo, acerca das aproximações entre racismo, sexismo e pobreza. Há na sociedade brasileira, uma crítica, ora manifesta, ora velada, aos movimentos negro, feminista e homossexual de serem particularistas,

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divisionistas2. No entanto, como veremos, na fronteira entre movimentos e com foco na sua própria realidade, as mulheres negras brasileiras e estadunidenses pautam em conjunto as múltiplas opressões – racismo, sexismo, pobreza – e as possibilidades de análise e intervenção social articulada – raça, sexo/gênero, classe.

Cardoso (20012) aponta a elaboração deste conceito nos anos 1980 por feministas negras nos Estados Unidos a partir da interligação de raça, classe, sexualidade e gênero: :

Estas pesquisadoras (...) defendem que a abordagem interseccional tem dupla função: permite o enfrentamento das discriminações de forma mais eficiente e, ao mesmo tempo, pode orientar as demandas por políticas públicas inclusivas baseadas nas necessidades reais das mulheres a serem por elas beneficiadas (p.55-56).

A autora menciona Collins e Davis, a quem me referi acima, além do artigo de Crenshaw (1991) que traz a interseccionalidade desde o título: Mapping the margins: intersectionality, identity

politics, and violence against women. Portanto, há mais de duas décadas, de maneira explícita, esta noção é corrente entre autoras afro-americanas. Uma releitura de ensaios de outras intelectuais ativistas que venho fazendo, em face da pesquisa com trajetórias de indivíduos e coletividades negras, especialmente de mulheres, possibilita apreender a reflexão interrelacionada de raça, sexo e classe remontado aos anos 1970.

Raça, sexo e classe na escrita de autoras(es) negras(os) nos anos 1970 e 1980

Nos anos 1970 emergem duas intelectuais negras brasileiras – Beatriz Nascimento e Lélia Gonzalez – que se tornam muito conhecidas por seu ativismo de base acadêmica e por sua escrita. Observo que emerge da escrita/voz destas mulheres negras ativistas e acadêmicas uma análise das relações raciais e de classe que inclui a dimensão de gênero, então colocada na categoria “sexo”, além de considerações acerca de sexualidade e espaço.

Este período compreende a reorganização do movimento negro contemporâneo nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Maranhão e Rio Grande do Sul (1974-1979), quadro em que uma nova intelectualidade negra, de ambos os gêneros, também se constitui com passagem ou não pela formação acadêmica (RATTS, 2011).

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Várias intelectuais ativistas negras podem ser destacadas neste período: Lélia Gonzalez e Beatriz Nascimento no Rio de Janeiro, Thereza Santos em São Paulo, Mundinha Araújo no Maranhão, Vera Triumpho e Marilene Paré no Rio Grande do Sul, dentre outras (RS).

Lélia Gonzalez (1935-1994), nascida em Belo Horizonte, Minas Gerais, residente na cidade do Rio de Janeiro, com ascendência indígena pelo lado materno, de origem popular e migrante, com formação em Filosofia, Geografia e História, reconhecida como Socióloga e por vezes como Antropóloga, torna-se uma das principais intelectuais do movimento negro, com intensa produção acadêmica e ativista entre 1978 e 1988 (RATTS & RIOS, 2010) centrada em análises do racismo e do sexismo, combinados com a condição social. Gonzalez teve atuação nos movimentos negro e feminista.

No jornal feminista Mulherio, acima mencionado, Lélia Gonzalez publicou artigos que focalizavam a situação social e racial da mulher negra 3. Em um deles ela trata da “tríplice discriminação (social, racial e sexual)”:

(...) a gente constata que, em virtude dos mecanismos da discriminação racial, a trabalhadora negra trabalha mais e ganha menos que a trabalhadora branca que, por sua vez, também é discriminada enquanto mulher. (...) Por essas e outras é que a mulher negra permanece como o setor mais explorado e oprimido da sociedade brasileira, uma vez que sofre uma tríplice discriminação (social, racial e sexual) (1982b, p.9).

Gonzalez trabalha com esta tríade em vários artigos que merecem uma leitura detalhada posteriormente. Em geral, a autora parte de um referencial marxista para agregar a reflexão acerca do racismo. É, sobretudo, no seu ensaio mais conhecido – “Racismo e sexismo na cultura brasileira” (1983) – que a autora explicita a trama, de um lado, entre racismo, sexismo e condição social, com ênfase nos dois primeiros, e, de outro, entre raça, sexo e classe:

O lugar em que nos situamos determinará nossa interpretação sobre o duplo fenômeno do racismo e do sexismo. Para nós o racismo se constitui como a sintomática que caracteriza a neurose cultural brasileira. Nesse sentido, veremos que sua articulação com o sexismo produz efeitos violentos sobre a mulher negra em particular. (p. 224).

Ao criticar a abordagens historiográficas vigentes e acrescentar outras interpretações para discutir processos e situações vividos pelas mulheres negras, Gonzalez, aciona uma interpretação do racismo e do sexismo em aproximação com o pensamento marxista, usando uma específica linguagem coloquial: “É por aí que a gente compreende a resistência de certas análises que, ao insistirem na prioridade da luta de classes, se negam a incorporar as categorias de raça e sexo (p.232).

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Beatriz Nascimento (1942-1995), nascida em Aracaju, Sergipe, e residente também na cidade do rio de Janeiro, graduada em História e com prática de pesquisa na área, participa igualmente da reorganização do movimento negro nos anos 1970 e se dedica ao estudo do racismo e das comunidades negras denominadas quilombos. Nascimento tem igualmente uma produção artística em boa parte inédita como poeta e ensaísta, com exceção de um poema publicado (RATTS, 2007). É nestes trabalhos em que ela mais aborda a situação das mulheres negras e aproxima as discussões raciais, da condição social e da questão do sexo (entendido contemporaneamente como gênero).

No artigo “A mulher negra no mercado de trabalho” (NASCIMENTO, 1974a), a autora trata diretamente da situação da mulher negra no mercado de trabalho e a amplia para a condição sexual:

Através da análise da situação da mulher negra no mercado de trabalho, vimos como este elemento se acha na mais baixa posição dentro da hierarquia social. No entanto, não é somente pelo reflexo no mercado de trabalho que se pode avaliar a situação de subordinação em que a mulher negra se encontra. O fato mesmo de ser mulher, atraiu para si um tipo de dominação sexual por parte do homem, dominação que se origina nos primórdios da colonização.

A exploração sexual de que foi vítima por parte dos senhores, determinada principalmente pela moral cristã portuguesa, que atribuía à mulher branca das classes mais altas o papel de esposa ou de “solteirona” dependentes economicamente do homem, e limitadas – quando esposa – ao papel de procriadora, ou seja sua vida sexual limitava-se à posterior maternidade, fez com que a liberação da função sexual masculina, recaísse sobre a mulher negra ou mestiça.

Posso afirmar que de 1976 a 1990 na obra publicada e inédita, Beatriz Nascimento tratou das relações de raça, gênero, sexualidade e classe, com foco em mulheres negras, em artigos de opinião, voltados para a crítica social e a militância, em ensaios acadêmicos e na poesia.

As duas autoras referidas mencionam mais de uma vez o fato de terem ascendido socialmente, de serem professoras e de terem sido confundidas em casa ou na rua como domésticas (NASCIMENTO, 1974; GONZALEZ, 1988), cenas que lhes incomodaram menos pela identificação profissional que pelo limite da representação das mulheres negras em situação de inferioridade social.

De maneira semelhante ao que ocorre no Brasil, no período em pauta, sem necessidade de apontar anterioridade, observo que a mesma correlação existe na escrita não ficcional de autoras negras estadunidenses como Alice Walker, Angela Davis e Audre Lorde que têm sido lidas em tempos distintos pela militância negra feminista brasileira.

O livro “Vivendo pela palavra” (WALKER, 1988) tornou-se bastante conhecido no país, sendo mencionado, por exemplo, por Lélia Gonzalez (1998). Nascida no estado da Georgia no ano

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de 1944, graduada em artes, professora, escritora e poeta, Alice Walker ganha notoriedade fora dos estados Unidos, sobretudo a partir da divulgação do filme “Cor Púrpura”, baseado no seu livro homônimo. O livro, acima mencionado, traz artigos sobre a película.

Pela dificuldade de circulação de obras estadunidenses no Brasil e pela pouca tradução, somente algumas autoras estadunidenses foram traduzidas, a exemplo de Alice Walker com seu livro “Vivendo pela palavra” (1988).

Audre Lorde (1934-1994), nascida em New York, de uma família barbadiana, formada em biblioteconomia, tornou-se uma escritora, poeta e posteriormente ativista dos direitos civis e lésbicos. No livro mencionado, agora citado em castelhano, ela trata em vários ensaios da articulação entre categorias que atualmente denominamos de “marcadores da diferença”. É o caso de Edad, raza, clase Y sexo: las mujeres redefinen la diferencia (2003/1980).

Leituras e entendimentos comuns

A noção de interseccionalidade alcançou proeminência teórica e política entre ativistas negras e negros, feministas e lgbt. Não tenho como proposta indicar precisamente quando ela emerge entre autoras negras, sejam estadunidenses ou brasileiras. Da mesma forma, não é meu intuito imputar antecedência neste campo a alguma(s) autora(s), seja(m) brasileira(s) ou estadunidense(s). O que vale ressaltar é que nos anos 1970 e 1980, no Brasil e nos Estados Unidos, as intelectuais negras apontam as articulações entre raça, sexo, classe, antes de emergir o termo interseccionalidade em período semelhante ao qual gênero emerge como categoria de análise.

Como esta é uma pesquisa em andamento, o corpus de textos pode e deve ser acrescido. Igualmente é necessário adentrar mais em cada artigo ou livro para identificar e interpretar filiações teórico-ideológicas.

Lidas no original ou em traduções4, conhecidas como ícones da luta negra feminista, tais autoras compõem na formação e na atuação das mulheres negras o quadro que aqui denomino de “interseccionalidade avant la lettre”, na aproximação entre raça, sexo e classe.

Referências

BRAH, Avtar. Diferença, diversidade, diferenciação, Cadernos Pagu 26, 2006, p.329-365.

4 Os trabalhos ficcionais de Toni Morrison têm sido traduzidos, assim como outros de Alice Walker, particularmente

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CARDOSO, Cláudia Pons. Outras falas: feminismos na perspectiva de mulheres negras brasileiras. Tese de Doutorado em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo Salvador, UFBA, 2012.

COLLINS, Patricia Hill. Black feminist thought: knowledge, consciousness, and the politics of

empowerment. Boston: Unwin Hyman, 1991.

CRENSHAW, Kimberlé W.. Documento para o encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero, Estudos feministas 1, 2002, p.171-189.

_________. Mapping the margins: intersectionality, identity politics, and violence against women. Stanford Law Review, v. 43, n.6, p. 1241-99, 1991.

DAVIS, Angela. Women, Race & Class. New York: Vintage Books, 1983.

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_________. Racismo e sexismo na cultura brasileira. In: SILVA, Luiz Antônio Machado et al.

Ciências Sociais Hoje 2: movimentos sociais urbanos, minorias étnicas e outros estudos. Brasília: Anpocs, 1983, p. 223-244.

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LORDE, Audre. Edad, raza, clase y sexo: las mujeres redefinen la diferencia. In: ________. La

hermana, la extranjera. Madrid: Horas y Horas, 2003 (1980). p. 121-135. _________. Sister Outsider. Berkley, Crossing Press, 1984.

NASCIMENTO, Beatriz. A mulher negra e o amor. Jornal Maioria Falante, No. 17, Fev – março, 1990, p. 3.

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_________. Meu negro interno. (1974b) (Inédito) (mimeo)

_________. Acerca da consciência racial. (S/D) (Inédito) (mimeo)

PISCITELLI, Adriana. Interseccionalidades, categorias de articulação e experiências de migrantes brasileiras. Sociedade e Cultura, v.11, n.2, jul/dez. 2008. p. 263-274.

RATTS, Alex. Negritude, masculinidade, homoerotismo e espacialidade em James Baldwin: uma leitura brasileira. In: SILVA, Joseli Maria; ORNAT, Marcio José A. & CHIMIN, Alides Baptista (Org.) Espaço, Gênero e Masculinidades Plurais. Ponta Grossa, Todapalavra, 2011, p. 261 – 289. __________. Eu sou atlântica: sobre a trajetória de vida de Beatriz Nascimento. São Paulo: imprensa Oficial/Instituto Kuanza, 2007a.

RATTS, Alex & RIOS, Flávia. Lélia Gonzalez. São Paulo: Selo Negro, 2010.

Writing Sisters/Hermanas/Irmãs: preliminary notes about the work of non-fiction black women authors

Abstract: Activists and academics who move between movements black, feminist and LGBT in public speeches and his writings refer to non-fiction texts of black author whose production starts circulating in Brazil in the 1970s, especially in the next decade and in subsequent periods. Without aspire to do an extensive survey of academic articles and opinion, highlight themes that permeate the work of non-fiction authors and Brazilian black Americans, among them: 1. The writing itself in relation to other women, to men and to the country, focusing on the experience of being a black woman living racism, sexism, and also the situation of poverty, including the emphasis of the reasons for writing and search Art 2. The reflection about body image and 3. The writings dealing with affection; 4. The "intersectionality" (before there was the concept) between race, gender, class, and also space, as well as other "markers of difference" 5. Distinct and differentiated approaches to feminism. I observe this approach in perspective between black or non-white writers, Brazilian and U.S. as Lelia Gonzalez (1935-1994), Beatriz Nascimento (1942-1995), but also Audre Lorde (1934-1994) and Alice Walker (1944).

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