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A receita do bolo para ampliar as receitas

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Academic year: 2021

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A receita do bolo para ampliar as receitas

Por Thalyta Cedro Alves de Jesus

Resumo do tema: Nessa ação vamos detalhar o procedimentos de competência dos Municípios em relação ao MEI, a fim de possibilitar o controle e a fiscalização sobre essas empresas. Com uma abordagem clara e didática será possível entender os passos que devem ser dados, bem como a importância do trabalho para a arrecadação municipal e a atualização de cadastral.

Título: Microempreendedor Individual e o que os Municípios precisam fazer?

Parte Inicial: Sabe aquele cachorro-quente que já virou tradição na sua

cidade, ou aquela pipoca perto da escola que você estudou e que ainda está lá, ou ainda aqueles pequenos comércios que sempre é bom ter perto de casa, porque tudo o que precisa você encontra ali? Pois é, esses são os Microempreendedores Individuais (MEI).

A Lei Complementar 128/2008 estabelece que é MEI o contribuinte que fature, por ano, uma receita bruta de até R$ 60 mil (essa regra vai mudar em 2018 quando o MEI poderá faturar até R$ 81 mil) e que não esteja impedido de optar pela sistemática de recolhimento dos impostos e contribuições abrangidos pelo Simples Nacional em valores fixos mensais. O MEI é a empresa que, se prestadora de serviço, paga R$ 5,00 de ISS e, se comércio, para R$ 1,00 de ICMS, bem como o INSS que deve ser calculado considerando 5% sobre o salário mínimo. Atualmente existem, conforme informações da RFB, mais de 6 milhões de Microempreendedores no Brasil. O MEI foi criado com a ideia de possibilitar que os pequenos negócios informais, se legalizassem. Por isso que tudo é muito simples, a pessoa que quer abrir seu negócio acessa o portal do empreendedor (<http://www.portaldoempreendedor.gov.br>) e, ali mesmo, obtém o CNPJ, caso ele não queira mais ser um MEI, dentro do mesmo portal efetua a baixa de sua empresa.

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¡. exercer tão somente atividades autorizadas por resolução do CGSN (o anexo XIII da Resolução 94/2011 traz essa relação de atividades que podem ser MEI);

ii. possuir apenas um estabelecimento;

iii. não participar de outra empresa como titular, sócio ou administrador; e iv. não contratar mais de um empregado.

Com essa pequena introdução sobre o que é o MEI vamos agora detalhar nesse material os procedimentos a serem realizados pelo seu Municípios. Qual é então o papel do seu Município?

A Lei Complementar 123/2006, com alterações da Lei Complementar 128/2008, determina que a União, os Estados e os Municípios façam as adaptações necessárias em sua legislação para assegurar o pronto e imediato tratamento jurídico diferenciado, simplificado e favorecido às microempresas e às empresas de pequeno porte. Então vamos aos passos:

1. Passo: o Município deve adequar as disposições da Lei do Simples Nacional, bem como suas alterações, aliás a Lei Complementar 155/2016 foi sancionada em outubro de 2016 e também deve ser considerada nessa adequação;

2. Passo: cancelamento da inscrição, se no momento da vistoria o Município encontrar descumprimento de exigências para abertura e funcionamento do negócio, deverá notificar o MEI sobre o cancelamento de sua inscrição e encaminhará à Junta Comercial, por meio de ofício, a decisão, a fim de que a Junta promova o cancelamento desta empresa. Este cancelamento somente pode ocorrer se a empresa estiver dentro dos 180 dias de abertura do seu CNPJ. O procedimento tem efeitos retroativos, levando em consideração que todos os registros deixam de existir (CNPJ, Nire, NIT, Inscrição Estadual, Inscrição Municipal). Nesse caso A Resolução 16 de 2009, alterada em 2011 pela Resolução 26 do CGSIM, o Município deve notificar o contribuinte, dando a ele ciência do fato e oficiar a junta comercial para que ela providencie o cancelamento do MEI. Na comunicação à junta é necessário informar no Ofício o CNPJ, o NIRE (se tiver), o motivo correspondente e a data da deliberação (veja o modelo anexo que criamos para que você possa utilizar com as devidas adaptações). A junta deve efetuar o

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cancelamento e informará à RFB que comunicará isso por meio do portal do Simples Nacional.

Nota: Quando a irregularidade encontrada na vistoria tratar-se de endereço tão somente, o contribuinte não poderá ter sua inscrição cancelada. Esse deverá ser notificado pelo Município para que efetue o ajuste necessário.

3. Passo: Cassação e desenquadramento, se o Município identificou irregularidade durante a vistoria, mas a empresa já passou do prazo de 180 dias da abertura do

seu CNPJ, não é possível efetuar o cancelamento da inscrição. No entanto, é possível que o Município efetue a cassação do alvará na forma estabelecida na legislação municipal. Essa cassação ocorre a partir daquela data, sem retroceder, e não cancela os demais registros da empresa (Nire, CNPJ, NIT, Inscrição Estadual). Ademais, a Resolução CGSN 94/2011 (consolidada) estabelece, em seu art. 105, que o MEI que descumprir as disposições constantes em Lei poderá ser desenquadrado. O desenquadramento significa dizer que o MEI deixa de ser MEI. Esse desenquadramento pode ser feito pelo Município, utilizando a certificação digital, no portal do Simples Nacional (em nossa vídeo aula sobre o MEI explicamos o passo a passo em telas de como é feito esse desenquadramento).

4. Passo: o Município, conforme Art. 4º [...] § 3º da Resolução 94/2011 não pode cobrar taxas do MEI, veja:

§3º. Ressalvado o disposto nesta Lei Complementar, ficam reduzidos a 0 (zero) todos os custos, inclusive prévios, relativos à abertura, à inscrição, ao registro, ao funcionamento, ao alvará, à licença, ao cadastro, às alterações e procedimentos de baixa e encerramento e aos demais itens relativos ao Microempreendedor Individual, incluindo os valores referentes a taxas, a emolumentos e a demais contribuições relativas aos órgãos de registro, de licenciamento, sindicais, de regulamentação, de anotação de responsabilidade técnica, de vistoria e de fiscalização do exercício de profissões regulamentadas.

5. Passo: Regulamentar, em legislação própria as atividades de alto grau de risco. A fim de simplificar procedimentos e reduzir burocracias,

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estabeleceu-se que o alvará provisório permitiria a operação imediata de empreendedores, desde que sua atividade não fosse considerada de alto risco. Assim, os contribuintes que exercem atividades consideradas de alto risco não podem iniciar suas atividades antes da vistoria.

Nota: O Município que não fizer tal regulamentação deverá considerar o anexo da Resolução do CGSIM 22/2010 que estabelece uma lista de atividades de alto grau de risco (essa lista está nos anexos deste material). 6. Passo: Para a inscrição Municipal do MEI, conforme art. 20 da

Resolução CGSIM 16/2010, os Municípios, assim como os demais órgãos de registro ou licenciamento, estão impedidos de solicitar apresentação de qualquer documento nos processos de registro, inscrição, alteração, anulação e baixa eletrônica do MEI;

Os Municípios recebem semanalmente, por meio do portal do Simples Nacional, os arquivos com os dados cadastrais (CNPJ, razão social, endereço, atividades a serem exercidas tanto a principal com as secundárias, telefone, entre outros) dos MEIs que abriram na semana anterior. Assim é possível alimentar o cadastro com essas informações e efetuar a verificação in locu, se for o caso. A Lei Complementar 123/2006 garantiu aos Municípios a possibilidade de que o alvará para o MEI possa ser emitido inclusive quando o estabelecimento estiver localizado em áreas desprovidas de regulação fundiária legal, ou com regulamentação precária, ou na residência do respectivo titular da empresa, desde que a atividade não gere grande circulação de pessoas e o Município regulamente neste sentido. (O passo a passo de como acessar esses arquivos você pode obter assistindo nossas vídeos aulas sobre o MEI)

Atenção:

- É extremamente importante ficar atento ao prazo de 180 dias da abertura da empresa. O Município deve aproveitar essa fase inicial para, se for o caso, já exigir do MEI os ajustes necessários, isso porque possivelmente posteriormente a isso o Município não terá “pernas” para focar a atenção da área de fiscalização no MEI. No entanto, recomendamos que eventualmente o Município selecione alguns MEIs para exigir por exemplo o relatório de receitas e despesas, para a manutenção do controle.

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- Lembre-se que no momento da abertura da empresa pelo Portal do Empreendedor, o MEI declara, sob as penas da lei, que conhece e atende os requisitos legais exigidos pela Prefeitura do Município para emissão do Alvará de Licença e Funcionamento, compreendidos os aspectos sanitários, ambientais, tributários, de segurança pública, uso e ocupação do solo, atividades domiciliares e restrições ao uso de espaços públicos, assim como menção a que o não atendimento a esses requisitos acarretará o cancelamento da Alvará de Licença e Funcionamento Provisório.

- Exija do MEI a apresentação dos relatórios de receitas e despesas. - Atividades de alto grau de risco é necessário vistoria prévia.

- Não cobre taxas do MEI.

- Qualquer alteração que envolva mudança de endereço e de atividades (CNAEs) exige nossa análise de viabilidade.

- Alimente o cadastro municipal com os dados disponibilizados pelo Portal do Simples Nacional.

Tabela de ações propostas:

Adequar a legislação municipal às Leis do Simples Nacional; Elaborar Lei municipal com classificação de alto risco;

Baixar arquivo com a relação de MEIs disponível no portal do Simples Nacional; Dentro dos 180 dias da abertura da empresa efetuar as vistorias necessárias; Providenciar o cancelamento via Ofício à junta comercial, não esquecendo de também cientificar o MEI;

Caso tenha passado do prazo de cancelamento, efetuar o desenquadramento se necessário.

Terminamos por aqui essa Ação Mensal. Esperamos contar com sua avaliação sobre o material desenvolvido, bem como sugestões acerca da matéria. Veja ainda os documentos que anexamos a esse material. Estamos à disposição para o caso de eventuais dúvidas.

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Anexos:

1. Modelo de Termo de Cancelamento do MEI Estado XXXXXXX

PREFEITURA MUNICIPAL DE XXXXX Secretaria Municipal da Fazenda

Termo de Cancelamento do MEI

CNPJ n°: XXXXXXXXXX NIRE: XXXXXXXX

Razão Social: XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX Endereço: XXXXXXXXX

Motivo do cancelamento: Impossibilidade de exercício da atividade no endereço informado.

Com fundamento no conceito definido pela Resolução do CGSIM nº 26 de 8 de dezembro de 2011, no inciso III do artigo 1º, em que cancelamento do Microempreendedor Individual é o ato praticado, exclusivamente, pelos órgãos e entidades responsáveis pela abertura e fechamento de empresas, que visa encerrar a inscrição ou registro do MEI e tendo em vista que cabe à prefeitura a manifestação contraria, ou não, quanto ao exercício das atividades no local indicado no registro, manifesta-se pelo cancelamento do Termo de Ciência e Responsabilidade com Efeito de Alvará de Licença e Funcionamento Provisório.

As atividades a serem exercidas pelo MEI, conforme cartão do CNPJ são: xxxxxxx, xxxxxxx, xxxxxxx (colocar todas as CNAE’s e suas respectivas descrições). Destaque-se que a/as CNAE/CNAE’s xxxxxxx, xxxxxxx, xxxxxxx (destacar aquelas que não podem ser exercidas no local indicado) não podem ser exercidas no local indicado tendo em vista o que dispõe o Art. XX da Lei Municipal xxx que estabelece xxx.

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Ressalta-se que o Microempreendedor Individual recebeu, conforme documento anexo (Notificação pessoal assinada, AR ou como última opção edital publicado no diário oficial do Município) a Notificação nº xx/2017 para providenciar a devida

correção do endereço no prazo de 30 dias, a partir do recebimento da notificação, mas este não providenciou a regularização solicitada.

Fica a pessoa jurídica acima identificada impedida de permanecer na condição de MEI por exercer atividade indevida para o endereço informado.

Prefeitura Municipal de XXX, DIA de MÊS de 2017 NOME Cargo Secretaria À Junta Comercial XXXX Endereço

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2. Atividades de alto grau de risco definidas pela Anexo I da Resolução do CGSIM 22/2010

ANEXO I

ATIVIDADES DE ALTO RISCO - MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL

CNAE DESCRIÇÃO 0161-0/01 Serviço de pulverização e controle de pragas agrícolas 1510-6/00 Curtimento e outras preparações de couro

Informativo Tributário 9-2010 1721-4/00 Fabricação de papel

1742-7/01 Fabricação de fraldas descartáveis

2052-5/00 Fabricação de desinfetantes domissanitários 2061-4/00 Fabricação de sabões e detergentes sintéticos 2062-2/00 Fabricação de produtos de limpeza e polimento

2063-1/00 Fabricação de cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal 2092-4/02 Fabricação de artigos pirotécnicos

3104-7/00 Fabricação de colchões 3812-2/00 Coleta de resíduos perigosos

4771-7/02 Comércio varejista de produtos farmacêuticos, com manipulação de fórmulas

4784-9/00 Comércio varejista de gás liquefeito de petróleo (GLP) 4789-0/05 Comércio varejista de produtos saneantes domissanitários 4789-0/06 Comércio varejista de fogos de artifício e artigos pirotécnicos 8122-2/00 Imunização e controle de pragas urbanas

Referências

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