• Nenhum resultado encontrado

Instituição Beneficente A Luz Divina ( ) Palestras em comemoração aos 57 anos de fundação GRANDES VULTOS DO ESPIRITISMO CAMILLE FLAMMARION

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Instituição Beneficente A Luz Divina ( ) Palestras em comemoração aos 57 anos de fundação GRANDES VULTOS DO ESPIRITISMO CAMILLE FLAMMARION"

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

Instituição Beneficente “A Luz Divina” (1956-2013)

Palestras em comemoração aos 57 anos de fundação

GRANDES VULTOS DO ESPIRITISMO

CAMILLE FLAMMARION

INTRODUÇÃO

Sempre que nos encantamos com algum cientista, pesquisador, artista, religioso ou homem comum, em afazeres que beneficiam a Humanidade ou mesmo um pequeno grupo de pessoas, focamos nossa mente e o nosso olhar, na maioria das vezes, em um único Ser, ou seja: “aquele que é responsável pelo nosso entusiasmo, pelo bem que fez”.

No Antigo Testamento, temos os cinco primeiros livros, conhecidos como a “Tora ou Pentateuco”. Embora a escrita dos referidos livros tenha sido atribuída unicamente a Moisés, dificilmente, podemos aceitar que ele o tenha feito sozinho. Teria sido um trabalho gigantesco para um único homem. Segundo os historiadores e pesquisadores, há diferentes estilos literários na Tora, que confirmam a diversidade de mãos e cabeças que a escreveram:

Gênesis Êxodo Levítico Números e Deuteronômio.

Se a presença Divina, junto a Moisés, é incontestável na saída dos judeus do Egito e condução do povo em direção à Terra Prometida, depois conhecida como Palestina, temos quase certeza de que Moisés

(2)

não prescindiu da colaboração dos patriarcas, dos religiosos, das cabeças pensantes e dos sábios, tanto para ajudá-lo na condução do povo como para escrever a história dos judeus, suas dificuldades, suas leis e o recenseamento do povo, que resultou na Carta da Reforma Religiosa ou Segunda Lei, como é conhecido o Deuteronômio.

No que se refere a Jesus, sabemos da sua condição espiritual e não temos qualquer dúvida da presença da Espiritualidade que o acompanhava, pois a Humanidade daria um grande passo em sua evolução.

Mas, será que se Jesus não contasse com os apóstolos que fizeram a “ponte”, entre a Humanidade e ele, a história seria a mesma?

Será que teríamos realmente aproveitado as lições Divinas?

Será que se Jesus não pudesse contar com João Batista, Nicodemos, Madalena, Marta, Maria, Lázaro e até a sogra de Pedro, que teve a sua importância no contexto histórico, estaríamos aproveitando, nos dias de hoje, os ensinamentos contidos no Evangelho do Senhor?

Assim, também, foi com Allan Kardec, o Codificador da Doutrina dos Espíritos. Será que ele teria conseguido sozinho pesquisar, avaliar, separar, analisar o que lhe foi passado pela Espiritualidade, em um trabalho hercúleo, para que a Humanidade pudesse ter conhecimento das informações que a Doutrina Espírita traz?

Observamos que a Espiritualidade se apresenta, para auxiliar os Missionários do Amor no esclarecimento da Humanidade, como também outros irmãos reencarnam, para dar sustentação às Grandes Obras, que esses missionários trarão para a nossa transformação, através do conhecimento.

(3)

Portanto, podemos dizer que há sempre duas equipes trabalhando incansavelmente: uma, no Além, e outra na Terra, para as mudanças necessárias.

Humberto de Campos, no livro Brasil, Coração do Mundo, Pátria

do Evangelho, cap. XXII, psicografado por Francisco Cândido Xavier,

nos diz:

“Segundo os planos de trabalho do mundo invisível, o grande missionário, Kardec, no seu maravilhoso esforço de síntese, contaria com a cooperação de uma plêiade de auxiliares da sua obra, designados particularmente para coadjuvá-lo, nas individualidades de: ▪ Jean-Baptiste Roustaing (1805-1879) que organizaria o trabalho da fé; ▪ Léon Denis (1846-1927) que efetuaria o desdobramento filosófico; ▪ Gabriel Delanne (1857- 1926) que apresentaria a estrada científica; ▪ Camille Flammarion, que abriria a cortina dos mundos, desenhando as maravilhas das paisagens celestes.

CAMILLE FLAMMARION

Fazendo parte da equipe encarnada, no auxílio ao trabalho do Codificador Allan Kardec, temos Nicolas Camille Flammarion, que nasceu em Montigny-le-Roi, na França, em 26 de fevereiro de 1842 e desencarnou em Juvisy-sur-Orge, Bordeaux, em 3 de junho de 1925.

A palavra flammarion significa “aquele que leva a luz” e podemos complementar, que ele foi um homem, cujas obras encheram de luzes o Século XIX, pois desde cedo revelou qualidades intelectuais e excepcionais, queixando-se, com frequência sobre a falta de tempo, que não lhe dava oportunidade de fazer sequer um décimo do que planejava.

(4)

Começou a ler aos quatro anos e em seguida começou a escrever; aos cinco, já lidava com a gramática e a matemática. Naquela época, era muito comum, em algumas famílias colocar um dos filhos para que seguisse a carreira eclesiástica e foi nessa fase de sua vida que Flammarion aprendeu o Latim e conheceu o Novo Testamento; sob a orientação de um padre, aprendeu a beleza da Ciência e a grandeza da Astronomia.

Aos dezesseis anos escreveu a Cosmogonia Universal e, nesta fase de sua vida, o jovem Flammarion vivia mal, sem dinheiro, estudava tenazmente e trabalhava exageradamente, tanto que, durante uma missa desmaiou e quando foi visitado, em seu quarto, por um médico, este, vendo o manuscrito da sua obra Cosmogonia Universal, tratou de convidá-lo para estudar no Observatório de Paris, como aluno de Astronomia.

Flammarion deixou o Observatório de Paris em 1862, aos 20 anos de idade. Continuou os seus estudos, legando à Humanidade os mais belos ensinamentos sobre as regiões silenciosas do infinito. Publicou no mesmo ano, o livro Pluralidade dos Mundos Habitados, atraindo a atenção do mundo científico.

Embora a sua principal atividade fosse a Astronomia, trabalhava e gostava também de Filosofia, de Poesia, cultivando a admiração de muitos.

Após receber a doação de imensa propriedade em Bordeaux, ali instalou o seu Observatório, chamando-o de Observatório de Juvisy-sur-Orge, onde passou a realizar os trabalhos de Astronomia, Climatologia e Meteorologia.

Vulgarizou, dessa forma, a Astronomia, divulgando-a para que todos tivessem conhecimento sobre as informações conquistadas, já

(5)

que não tinha ligação com nenhum centro de pesquisa oficial e dessa forma era livre para pesquisar, trabalhar e divulgar suas descobertas.

Em 1896, descobriu um “ciclo” que demonstra que a cada 54 anos se repetem os eclipses do Sol, nas mesmas regiões da Terra, e a esse “ciclo” foi dado o nome de “Ciclo Flammarion”, em sua homenagem.

Em 1887, recebeu vários prêmios e foi visitado pelo Imperador D. Pedro II, que lhe concedeu a comenda da “Ordem da Rosa”. Flammarion tinha um prazer enorme em incentivar astrônomos, amigos da Ciência e colaboradores para que difundissem as ciências do Universo e também fazer com que astrônomos amadores participassem do progresso da Sociedade Astronômica da França, fundada por ele.

O Imperador Dom Pedro II e Alberto Santos Dumont, Pai da Aviação, foram membros dessa Sociedade.

A DOUTRINA ESPÍRITA

Mas como este homem ligado à Ciência, explorador e revelador dos céus, astrônomo célebre, sábio e filósofo chegou ao Espiritismo?

Diariamente, ao retornar para casa, Flammarion passava pelo Teatro Odeon, em Paris, e como muitos pesquisadores e bibliófilos, dava uma paradinha nas galerias, ao redor do teatro, para folhear as últimas publicações. Em um dia de novembro de 1861, aos dezenove anos de idade, passando pelo Odeon, abriu uma das publicações, por acaso, e leu um título bastante chamativo: “Pluralidade dos Mundos”. Não por acaso, nessa época, Flammarion trabalhava sobre o mesmo assunto, numa obra que seria lançada no ano seguinte. O livro aberto era “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec. Mas, o que o deixou intrigado foi a origem das informações, que vinha dos Espíritos, e por

(6)

Bastante surpreso, levou o volume e leu-o rapidamente, em seguida procurou Kardec, passando a assistir as reuniões da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, onde exercitava, semanalmente, a “escrita automática”, a psicografia. As sessões aconteciam às Sextas-feiras, à noite, sob a proteção do Espírito de São Luís (*).

(*) Rei Luís IX, Rei da França, viveu de 1215 a 1270. Reinou, primeiramente, sob a tutela de sua mãe, Branca de Castela. Tomou parte nas sétima e oitava Cruzadas e desencarnou vítima de peste, ao desembarcar em Cartago. Foi bom e piedoso, sendo canonizado pela Igreja Católica, em 1297. É citado, constantemente, na Revue Spirite, mercê das numerosas comunicações dadas pelo seu Espírito. (Evangelho Segundo o Espiritismo, em Traços Biográficos.)

Na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas apresentavam-se diversas formas de mediunidade, tanto que Flammarion psicografava, em estado de semiconsciência, longas mensagens sobre Astronomia, assinadas pelo Espírito de Galileu. Mais tarde, Kardec incluiu essas mensagens na obra ”A Gênese”, sob o título “Uranografia Geral”.

Flammarion tinha dúvidas sobre as mensagens que recebia com o nome de Galileu, e dizia que “tais comunicações mediúnicas refletiam simplesmente as suas ideias pessoais e que Galileu era estranho a essas produções inconscientes de seu espírito”. Ele não demoraria a concluir que essas páginas eram apenas o eco daquilo que ele, Flammarion, sabia, nelas nada existindo de Galileu. Por esse motivo várias pessoas chegaram a concluir que o jovem astrônomo era a reencarnação de Galileu.

(7)

Em 1863, Camille Flammarion contava 21 anos, quando Allan Kardec escreveu na Revista Espírita (Revue Spirite): Era de se estranhar o fato de um jovem ser tão brilhante, revelando tantas e tão profundas ideias, em uma idade em que a maioria dos jovens ainda se encontra nos bancos escolares, o que provava que seu Espírito não estava em seus primeiros passos, ou então, que sem o saber, teria sido assistido por outro Espírito.

Em várias ocasiões, Kardec elogia as obras de Flammarion, escrevendo que “é a primeira vez que o Espiritismo sério, ainda que não declarado, é associado à Ciência Positiva, e isto, por um homem capaz de apreciar a ambos.

Muitas obras de Flammarion vieram a complementar as informações que chegavam do Mundo Espiritual, ajudando, dessa forma, a divulgar o Espiritismo, e entre elas, podemos citar:

 A morte e seu mistério  As casas mal assombradas  Como acabará o mundo  Deus na natureza

 Narrações do infinito  O fim do mundo

 A pluralidade dos mundos habitados  Urânia

 Estela.

Além de dezenas de obras sobre Astronomia e outros assuntos do interesse de todos.

Allan Kardec desencarnou no dia 31 de março de 1869, e no dia 2 de abril, Camille Flammarion, junto com os membros e médiuns da

(8)

simpatizantes, ao todo 1.200 pessoas, se dirigiram ao Cemitério Montmartre, o mais antigo de Paris, onde uma multidão aguardava o sepultamento do corpo de Allan Kardec.

Em 29 de março de 1870, após a exumação, os restos mortais de Allan Kardec foram trasladados para o Cemitério do Père Lachaise, oficialmente Cimetière du Père Lachaise, o maior cemitério de Paris (a leste) e um dos mais famosos do mundo. No Père Lachaise foi erguido em seu túmulo, o Monumento inaugurado em 31 de março de 1870, e onde se encontra escritos os dizeres que resumem a Doutrina dos Espíritos:

“Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar, esta é a Lei”.

No dia do sepultamento de Kardec, muitos foram os discursos proferidos junto ao seu túmulo. Reproduzimos aqui, alguns trechos do discurso de Camille Flammarion:

“Estimaria fazer-lhes entrever os horizontes desconhecidos (...); mostrar-lhes que essas comprovações (...); dar, enfim, aqui, testemunho público do eminente serviço que Allan Kardec prestou à filosofia, chamando a atenção e provocando discussões sobre fatos que até então pertenciam ao domínio mórbido e funesto das superstições religiosas. Seria, com efeito, um ato importante firmar aqui, junto deste túmulo eloquente, que o metódico exame dos fenômenos, erroneamente qualificados de supranormais, longe de renovar o espírito de superstição e de enfraquecer a energia da razão, ao contrário, afasta os erros e as ilusões da ignorância e serve melhor ao progresso, do que as negações ilegítimas dos que não querem dar-se ao trabalho de ver. Kardec era o

que eu denominarei simplesmente o bom senso encarnado. (...) Aos

(9)

fecharam-se os teus olhos para não mais se abrirem, não mais ouvida será a tua palavra... Sabemos que todos havemos de mergulhar nesse último sono, de volver a essa mesma inércia, a esse mesmo pó. Mas, não é nesse envoltório que pomos a nossa glória e a nossa esperança. Tomba o corpo, a alma permanece e retorna ao Espaço. Encontrar-nos-emos num mundo melhor e no céu imenso, onde usarEncontrar-nos-emos das nossas mais preciosas faculdades, onde continuaremos os estudos para cujo desenvolvimento a Terra é teatro por demais acanhado”.

“É-nos mais grato saber esta verdade, do que acreditar que jazes todo inteiro nesse cadáver e que tua alma se haja aniquilado com a cessação do funcionamento de um órgão. A imortalidade é a luz da vida, como este refulgente Sol é a luz da Natureza”.

“Até à vista, meu caro Allan Kardec, até à vista!”

Nicolas Camille Flammarion desencarnou aos 83 anos, em Juvisy-sur-Orge, Bordeaux, em 3 de junho de 1925.

De acordo com Gabriel Delanne(*), “Camille Flammarion foi um filósofo enxertado em um sábio, possuindo a arte da Ciência e a ciência da Arte”.

(*) François-Marie Gabriel Delanne (1857-1926) foi um engenheiro elétrico, francês, importante defensor da cientificidade do Espiritismo durante a transição do século XIX para o século XX.

Nina S. Corradi

Palestra proferida em 02 de setembro de 2013,

na Instituição Beneficente “A Luz Divina”

(10)

Bibliografia:

▪ Pesquisa Biobibliográfica e Ensaios de Interpretação, de

Zêus Wantuil e Francisco Thiesen – Volume III – Allan Kardec.

▪ Sites Espíritas, ligados a Camille Flammarion.

Referências

Documentos relacionados

Si Usted está embarazada, amamantando, tiene una condición médica, o si está tomando una receta médica, consulte a su médico antes de usar este producto.. Consumir

Na dosagem de promotores de crescimentos, os antibióticos usados, que por definição não possuem importância de uso na medicina humana, não conseguem exercer

Outros hormônios de crescimento dos vegetais Dúvidas de como são sintetizados nas plantas Pólen,folhas,flores, sementes, brotos e caules Crescimento e desenvolvimento

Observa-se ainda que a região Norte do Brasil representará o grande problema da doença nos próximos anos, pois, atualmente, já contribui com o maior número de casos detectados (36,6%

A garantia do Produto não inclui os danos causados pela não canalização da água descar- regada por esta válvula bem como danos provocados pela cor- rosão galvânica nas tubagens

Quando um ponto de referência não é dado no contexto semântico, como acontece nesse caso, pode-se dizer que tirei é um pretérito perfeito simples e a interpretação é aquela

aBstRaCt: Four bird species have been considered endemic to the campos rupestres of the Espinhaço Range, as well as to the Cerrado region in

O objetivo do curso é promover conhecimentos sobre as técnicas de gerenciamento de projetos, melhorando assim a qualidade do planejamento e controle de obras, visando proporcionar