L/O/G/O
Química Ambiental
Química das Águas - Parte 3
Purificação de águas
- Tratamento de água para abastecimento - Tratamento de esgoto
Agatha Lopes
Art. 225. Todos têm direito ao
meio
ambiente ecologicamente equilibrado
, bem
de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Público e à
coletividade
o dever de
defendê-lo e preservá-defendê-lo para os presentes e as
futuras gerações
Água potável
70% (38% em 1990) 94% da população 98% (92% em 1990)
De acordo com o relatório da Unicef em 2015:
Uma em cada três pessoas no mundo – cerca de 2,4 bilhões de indivíduos – ainda não têm acesso a
Brasil possui 12% da reserva hídrica do planeta, com os maiores recursos superficiais (Bacias hidrográficas do Amazonas e Paraná) e subterrâneos (Bacias Sedimentares do Paraná, Piauí, Maranhão).
As águas utilizadas para consumo humano e para as atividades socioeconômicas são retiradas de rios, lagos, represas e aquíferos.
Escassez Desperdício
Abundância
REAPROVEITAMENTO Tratamento de água Tratamento de esgoto REUSOA CRISE DA ÁGUA
Depende da finalidade para qual a água se destina.
Substituir parte da água potável para destinos com padrões
menos restritivos, por uma de qualidade inferior.
- Urbano - Industrial - Agrícola - Recreação
Água para abastecimento - Fontes
Águas superficiais
Lagos, rios, riachos.
Mais expostas à poluição
Fontes não Potáveis
Águas subterrâneas:
Aquíferos
Poços, minas, ...
Estação de Tratamento de Água (ETA)
Principais objetivos:
• A remoção de material particulado, bactérias e algas; • Remoção da matéria orgânica dissolvida;
• Remoção ou destruição de organismos patogênicos.
Os processos envolvidos podem sofrer variações
dependendo da fonte de água e dos padrões de qualidade a serem alcançados.
Etapas do tratamento da água
Captação e bombeamento
A água passa por um sistema de grades que impede a
entrada de elementos macroscópicos, como folhas, galhos e outros detritos.
Após a captação, a água é bombeada com vazões controladas
• Cloração: a presença do cloro deixa os metais menos solúveis e destrói partes dos microrganismos.
– A pré-cloração hoje está sendo evitada, pois o cloro reage com substâncias orgânicas presentes na água produzindo trialometanos (THM): CHX3 (X = cloro, bromo).
– Os THM não são removidos da água através do tratamento convencional.
Deve-se assegurar que a matéria orgânica esteja ausente da água
que vai ser submetida à cloração !
• Alcalinização: adição de hidróxido de sódio para adequar o valor de pH para as fases seguintes do tratamento.
Adição de um coagulante, geralmente sulfato de alumínio, seguido de uma agitação violenta da água para provocar a desestabilização das partículas de sujeira, facilitando sua agregação.
Coagulação
Os hidróxidos gelatinosos
insolúveis formados vão
encapsular as partículas
Floculação
Em tanques menores, válvulas provocam uma suave turbulência na água.
as partículas de sujeira desestabilizadas pela coagulação
colidem umas com as outras e vão se unindo, formando flocos maiores.
A floculação ocorre em um tempo muito maior do que a coagulação.
Decantação
É um processo de separação física das partículas em suspensão, clarificando a água e reduzindo em grande porcentagem as impurezas.
Processo dura cerca de 3 h
O material sedimentado
constitui o lodo, onde
predominam matéria orgânica,
hidróxido de alumínio e
impurezas diversas.
Estação de tratamento de
Filtração
Na filtração, a água passa
por várias camadas
filtrantes onde ocorre a retenção das impurezas não retidas pelos decantadores.
A água da superfície do decantador é recolhida por
canaletas e levada a
dezenas de filtros
verticais: a água entra por cima deles e sai por baixo
Para garantir a qualidade da água, após a clarificação é
feita a desinfecção.
O método mais econômico e usual para a desinfecção da
água em sistemas públicos é a cloração.
Clarificação.
Nesta fase, todas as
partículas de impurezas são removidas deixando a água límpida.
Mas ainda não está pronta
Desinfecção - Cloração
Usado para destruição de microorganismos presentes na
água, que não foram retidos nas etapas anteriores.
O cloro é aplicado em forma de gás ou em soluções de
hipoclorito.
O gás cloro reage quase completamente com a água
formando o ácido hipocloroso.
É um método confiável, de relativo baixo custo, simplicidade operacional.
O excesso no tratamento favorece a biossegurança no
transporte e armazenamento da água tratada.
O composto de maior preocupação que pode ser formado
quando usa a desinfecção com cloro é o CHCl3: clorofórmio
Fluoretação
A aplicação do flúor pode uma etapa adicional, e tem como
função de colaborar para redução da incidência da cárie dentária.
O flúor é aplicado na água usando como produtos
Etapas finais
Análises físico-químicas e
microbiológicas para atestar a
qualidade da água. Reservatório Distribuição
Portaria n° 2914 do Ministério da Saúde, de 12 de dezembro de 2011.
Encaminhado para a desidratação - estabilização química e microbiológica.
A secagem pode ser feita de várias formas: evaporação em leitos, uso de filtros (tipo prensa), etc.
Lodo
(decantação)-
Linha SÓLIDA
Após tratado é transportado para um destino final adequado.
Resíduos líquidos gerados por fonte poluidoras e lançadas na rede coletora de esgoto ou corpos receptores através de canalizações, bem como por outro dispositivo de transporte.
Efluentes
Os poluentes atingem o corpo d’agua distribuídos ao longo
de parte de sua extensão. Os poluentes atingem o
corpo d’agua de forma concentrada.
Apenas 39% dos esgotos são tratados 48,6% da população tem
A constituição dos esgotos domésticos é: 99,9% Água e 0,1% Sólidos • sólidos suspensos, • sólidos dissolvidos, • matéria orgânica, • nutrientes (N, P),
• organismos patogênicos (vírus, bactérias)
O esgoto, sem tratamento, provoca dois efeitos negativos
na água em que é lançado:
• Diminuição do O2 dissolvido
• Aumento na emissão de CH4 e CO2 Quanto pior a qualidade da água
Possibilidades para tratamento
Decomposição da matéria orgânica antes do seu
lançamento em corpos de água. 1) Tratamentos aeróbios 2) Tratamentos anaeróbios 3) Tratamento “misto”
O esgoto deve ser tratado em local apropriado
Estações de Tratamento de Efluentes – ETE
A água resultante pode ser
reutilizada em processos industriais ou lançada nos rios.
Tratamento Preliminar
Remoção de sólidos
grosseiros e areia; Remoção de sólidos em suspensão sedimentáveis, materiais flutuantes
(óleos) e parte da matéria orgânica em suspensão
Remoção de matéria orgânica dissolvida e da matéria orgânica em suspensão não removida no tratamento primário
Tratamento
Tratamento Preliminar
Proteção
• unidades subsequentes; • bombas e tubulações;
• evitar abrasão e obstrução nas bombas e tubulações;
Tratamento Primário
• Evitar a sobrecarrega dos tanques
Tratamento Primário
Tratamento Preliminar
Sólidos sedimentáveis Matéria orgânica (suspensão)
Tratamento Secundário
Remoção de 40 a 60% dos sólidos em suspensão. Eliminação de 30 a 40% da DBO.
Tratamento Secundário
DEGRADAÇÃO BIOLÓGICA Lançamento
em rios Tratamento
Primário
Diferentes processos: Decomposição aeróbia e/ou anaeróbia
geração de outros gases como metano (CH ) e gás sulfídrico (H S).
Anaeróbios
“Remoção” - Lagoas de Estabilização
- Matéria orgânica dissolvida
- Matéria orgânica ainda em suspensão
Lagoas facultativa
Depende de fenômenos puramente naturais.
Na respiração as bactérias consomem O2 e produzem CO2,
que por sua vez é consumido pelas algas no processo de
fotossíntese, produzindo então O2.
As condições aeróbias são mantidas nas camadas
superiores das águas, enquanto as condições anaeróbias predominam em camadas próximas ao fundo da lagoa.
Lagoas aerada facultativa
O oxigênio é fornecido por aeradores mecânicos.
Os microrganismos multipliquem-se e alimentem-se de
material orgânico, formando o lodo e diminuindo assim a carga poluidora do esgoto.
Exige tempo e área menor Consumo de energia.
Lagoa anaeróbica – lagoa facultativa
Lagoas anaeróbias possui maior profundidade, com uma
superfície pequena (em comparação).
O consumo de O2 é maior que a sua produção.
O mecanismo anaeróbio predomina.
Adequado para efluentes com alto teor orgânico
(matadouros), não se aplica aos esgotos domésticos.
Lagoa aerada – Lagoa de decantação
O efluente que sai de uma lagoa aerada ainda possui uma
grande quantidade de sólidos suspensos.
Nos decantadores secundários, o sólido restante vai para o fundo e a parte líquida já está sem 90% das impurezas.
Processo de lodos ativados
Lodos ativados convencional
O lodo é bombeado do fundo do decantador secundário para a unidade de aeração.
No decantador primário é removida parte da
Lodos ativados de aeração prolongada
O lodo do decantador secundário permanece tempo suficiente no reator para que ocorra a estabilização.
Sem
decantador primário
Lodos ativados com fluxo intermitente
Processo de lodos ativados
O lodo
torne-se mais concentrado através da
Digestores: microrganismos
anaeróbicos degradam a matéria
orgânica restante:
forma gás metano e água,
promove a estabilização do lodo, sem odores desagradáveis.
Secagem - Filtros prensa
:equipamento mecânico que desidrata
o lodo, através de várias placas
Água de reuso:
Irrigação de áreas cultiváveis, uso comercial e domiciliar como água não potável, reuso industrial, uso na construção civil, reincorporação nos corpos d’água.
Biossólidos:
Disposição em aterros sanitários, incineração, uso como fertilizante orgânico, recuperação de solos degradados, reaproveitamento industrial (fabricação de tijolos e cerâmicas, produção de cimento).
Biogás:
Geração de energia elétrica, energia térmica.
Considerações Finais
A escolha do melhor sistema/método de
tratamento varia em função de fatores como:
– volume de esgoto bruto gerado;
– volume de subprodutos gerados e qual sua
aplicação/destinação final;
– tempo requerido para o tratamento do esgoto;
– custo operacional;
– investimento necessário para construir a ETE;
– área ocupada pela ETE.
Referências Bibliográficas
• BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, Senado, 1988.
• Nascentes, C. C.; Costa, L. M. “Química Ambiental”, Universidade Federal de Minas Gerais, 2011.
• LAPORTA, P.. Um terço da população mundial não tem acesso a água tratada, diz ONU. Publicado em 3 de julho de 2015. Disponível em: http://g1.globo.com/economia/crise- da-agua/noticia/2015/07/um-terco-da-populacao-mundial-nao-tem-acesso-agua-tratada-diz-onu.html. Acesso em 14 de setembro de 2016.
• VON SPERLING, M.. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. 3.ed. Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental;
Universidade Federal de Minas Gerais; 2005
• Fraceto L.F, Rosa A.H, Carlos V.M (2012). Meio ambiente e sustentabilidade. Editora Bookman.