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s
Aula 00
Contratação de Bens e Serviços p/Transpetro Cargo: Auditor Júnior
Teoria e Exercícios
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AULA DEMONSTRATIVA
M
APA DA
A
ULA
1. INTRODUÇÃO ... 3 1.1. Cronograma do Curso ... 3
1.2. Como Estudar Conosco? ... 4
1.3. Apresentação do Professor ... 6
2. CONTRATOS ... 7
2.1. Princípios fundamentais do direito contratual ... 8
2.2. Interpretação dos contratos ... 9
2.3. Pacto sucessório ... 11
3. FORMAÇÃO DOS CONTRATOS ... 12
3.1. Proposta ... 12
3.2. Aceitação ... 13
3.3. Contratos entre ausentes ... 14
3.4. Lugar da celebração ... 14 3.4. Impossibilidade da prestação ... 14 4. AOS EXERCÍCIOS! ... 15 EXERCÍCIOS COMENTADOS ... 16 ✓ Noções de Contratos ... 16 EXERCÍCIOS REPETIDOS ... 25 ✓ Noções de Contratos ... 25 GABARITO ... 29 RESUMO ... 29
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1.
I
NTRODUÇÃO
Olá! Tudo bem contigo? Você está participando da aula inicial de nosso
curso deCONTRATAÇÃO DE BENS E SERVIÇOS P/TRANSPETRO ⎯ CARGO:
AUDITOR JÚNIOR ⎯, EMTEORIAEEXERCÍCIOS!
Antes de mais nada, queremos dar-lhe as BOAS VINDAS À NOSSA
SALA DE AULA! Fique à vontade, e vamos prosseguir juntos, rumo à
preparação para o concurso!
A banca organizadora do concurso é a Fundação CESGRANRIO! Seguiremos o edital daquele concurso!
Informações sobre esse concurso podem ser encontradas no endereço:
http://www.cesgranrio.org.br/concursos/evento.aspx?id=transpetro0116!
1.1.
C
RONOGRAMA DOC
URSOPara conhecer mais detalhes de nosso curso ⎯ que será elaborado com
TEORIA e EXERCÍCIOS COMENTADOS com questões da CESGRANRIO,
também de VÁRIAS BANCAS examinadoras de importantes concursos do país e, também, de algumas QUESTÕES CRIADAS especialmente para incrementar o nosso estudo ⎯, confira o CRONOGRAMA a seguir:
Aula Conteúdo Programático
00 Noções da Teoria Geral dos Contratos (Parte I)
01 Noções da Teoria Geral dos Contratos (Parte I)
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Dispensável e Inexigível.
03 Decreto n. 2.745/1998: Modalidades, Tipos e Limites de Licitação.
Registro Cadastral, Pré-Qualificação e Habilitação de Licitantes.
04 Decreto n. 2.745/1998: Processamento e Julgamento da
Licitação.
05 Decreto n. 2.745/1998: Recursos Processuais. Conceito e
Requisitos dos Contratos; Gestão e Fiscalização de Contratos.
06
Decreto n. 2.745/1998: Alterações contratuais: hipóteses, análise e Formalização; Reajustamento, Repactuação e Equilíbrio
Econômico-Financeiro: Características e Diferenças;
Encerramento de Contratos; Responsabilidade Solidária.
1.2.
C
OMOE
STUDARC
ONOSCO?
As aulas serão divulgadas conforme as regras previstas no
www.pontodosconcursos.com.br, com parte teórica (para aprender!), exercícios comentados (para treinar!), exercícios repetidos (para treinar mais!) e resumo (para revisar!).
Além da TEORIA sobre os temas propostos, como já falamos, serão também apresentados EXERCÍCIOS COMENTADOS:
⇒ aplicados pela CESGRANRIO (para conhecer a banca!);
⇒ aplicados por diversas outras bancas (para ampliar o alcance do
estudo!); e
⇒ criados especialmente para o curso (para aumentar ainda mais a
abrangência do estudo!)!
O estudo com teoria e questões comentadas é um excelente método que ajuda a fixar a matéria em nossa memória! Já funcionou comigo, graças a
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Deus! Adianto também que há questões que foram desmontadas, com vistas a
atender às necessidades didáticas deste curso.
Chamo a atenção já para a nossa Aula Demonstrativa, pois contém informações importantes que já foram questionadas em diversos concursos públicos!
Não se esqueça que estaremos à disposição no Fórum de Dúvidas, para ajudar você a desvendar dúvidas sobre a matéria.
O nosso curso possui muitas
questões comentadas!
Mas, se por acaso precisar tirar alguma dúvida sobre alguma
questão inédita no curso, não se constranja! Por favor, compartilhe
conosco a questão no fórum de dúvidas! Terei o maior prazer em ajudar!
Diálogo entre Sócrates, o filósofo grego, e um jovem sedento por conhecimento:
“⎯ Ó grande Sócrates, venho a ti
para obter conhecimento.
O filósofo levou o jovem até a praia, entrou com ele no mar e o afundou durante 30 segundos. Quando permitiu que o jovem levantasse para respirar, Sócrates pediu que ele repetisse seu pedido.
⎯ Quero conhecimento, ó grande mestre ⎯ ele falou, com
dificuldade.
Sócrates o colocou novamente debaixo d’água, só que dessa vez por mais tempo. Depois de repetidos mergulhos e respostas, o filósofo
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perguntou:
⎯ O que você deseja?
O jovem finalmente respondeu, ofegante:
⎯ Ar! Quero ar!
⎯ Bom ⎯ respondeu Sócrates ⎯, quando você desejar o
conhecimento tanto quanto deseja o ar, você o terá.”
1.3.
A
PRESENTAÇÃO DOP
ROFESSORJá falamos sobre o curso! Agora, vamos nos apresentar também! Meu nome é CARLOS ANTÔNIO CORRÊA DE VIANA BANDEIRA, sou Bacharel em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Bacharel em Teologia, pela Escola Superior do Espírito Santo (ESUTES), e concluí, entre outros cursos, Economia Moderna pela George Washington University (GWU), em Washington, D.C., Estados Unidos da América.
Fui Estagiário do Escritório Arruda Alvim & Tereza Alvim Advogados Associados S/C, Auxiliar Jurídico da Federação Brasileira das Associações dos Bancos (FEBRABAN), Advogado atuante na Área Cível e Empresarial, Juiz de Direito, Juiz Eleitoral, Procurador-Geral Adjunto da Fazenda Nacional Substituto, Coordenador-Geral Jurídico da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), Conselheiro Fiscal de sociedades de economia mista do governo federal e Palestrante de Cursos de Formação para Procuradores da Fazenda Nacional.
Hoje sou Procurador da Fazenda Nacional, lotado em Brasília, e também sou, com muita satisfação, Professor do Ponto dos Concursos!
Muito bem! É isso aí! Esse é o nosso convite, portanto, para caminharmos
juntos em direção à TRANSPETRO, com CONTRATAÇÃO DE BENS E
SERVIÇOSna bagagem!
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⇒ Contratos;
⇒ Formação dos Contratos; ⇒ Classificações dos contratos; ⇒ Vícios redibitórios;
⇒ Evicção;
⇒ Extinção dos contratos!
Desde já, desejamos-lhe pleno sucesso, muita saúde e felicidades! Abraços,
Carlos Antônio Bandeira
2. CONTRATOS
Basicamente, CONTRATO é o acordo de vontades que tem por fim criar, modificar ou extinguir direitos. Constitui fonte de obrigação e o mais expressivo modelo de negócio jurídico bilateral.
Por definição, os contratos são constituídos por consentimento recíproco (acordo de vontades).
CONDIÇÕES DE VALIDADE DOS CONTRATOS: agente capaz; objeto
lícito, possível, determinado ou
determinável; e forma prescrita ou não defesa (não vedada) em lei!
CC:
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I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei.”
2.1.
P
RINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO CONTRATUALa. Autonomia da vontade: ampla liberdade de contratar. Têm as partes a faculdade de celebrar ou não contratos, sem qualquer interferência do Estado (arts. 421 e 425, do CC);
b. Supremacia da ordem pública: em determinados aspectos, limita o princípio da autonomia da vontade, dando prevalência ao interesse público;
c. Consensualismo: basta o acordo de vontades, independentemente da entrega da coisa, para o aperfeiçoamento do contrato. Os contratos são, em regra, consensuais. Alguns poucos, no entanto, são reais, porque somente se aperfeiçoam com a entrega do objeto, subsequente ao acordo de vontades (exs.: depósito ou comodato);
d. Relatividade dos contratos: funda-se da ideia de que os efeitos dos contratos só se produzem em relação às partes, não afetando terceiros, salvo algumas exceções consignadas na lei (estipulação em favor de terceiros);
e. Obrigatoriedade dos contratos: funda-se na ideia de que o acordo de vontades faz lei entre as partes (“pacta sunt servanda”);
f. Revisão dos contratos: também chamado de “princípio da
onerosidade excessiva”, opõe-se ao da obrigatoriedade, pois permite
aos contratantes recorrerem ao Judiciário para obter alteração da convenção e condições mais humanas caso a prestação se torne excessivamente onerosa em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis (arts. 478 e 480, do CC). Constitui aplicação da chamada cláusula “rebus sic standibus” e da teoria da imprevisão;
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g. Boa-fé: exige que as partes se comportem de forma correta não só durante as tratativas como também durante a formação e o cumprimento do contrato (art. 422, do CC). A boa-fé pode ser analisada sob duas formas:
i. Subjetiva ou psicológica: diz respeito ao conhecimento ou à ignorância da pessoa relativamente a certos fatos (protege a visão da pessoa que possui a consciência de estar agindo conforme o direito, apesar de ser outra a realidade); e
ii. Objetiva: trata-se imposição de norma geral de comportamento, no sentido de que todos devem agir de boa-fé em suas relações recíprocas, baseada na honestidade, retidão, lealdade e consideração para com o outro contratante, especialmente no sentido de não sonegar informações relevantes sobre o objeto do contrato.
2.2.
I
NTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOSNos contratos escritos, a análise do texto (interpretação objetiva) conduz à descoberta da intenção das partes (interpretação subjetiva), alvo principal da celebração contratual.
O CC deu prevalência à teoria da vontade do que à da declaração, pois deve ser considerada, nas declarações de vontade, a intenção “nelas
consubstanciada”, mais do que ao sentido literal!
CC:
“Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção
nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.”
Vejamos as REGRAS DE INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS:
a. Boa-fé: deve o intérprete presumir que os contratantes procedem com lealdade, sendo que a boa-fé se presume e constitui um dever para as partes (arts. 113 e 422, do CC). Ao contrário, a má-fé deve ser provada;
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b. Conservação do contrato: se uma cláusula contratual permitir duas interpretações diferentes, prevalecerá a que possa produzir algum efeito; c. Cláusulas ambíguas ou contraditórias: quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente (art. 423, do CC);
d. Transação: deve ser interpretada restritivamente (art. 843, do CC); e. Fiança: não admite interpretação extensiva (art. 819, do CC);
f. Cláusula testamentária: prevalecerá a interpretação da cláusula testamentária que melhor assegure a observância da vontade do testador (art. 1.899, do CC);
Veja bem essas regras do CC, que podem ser cobradas em sua literalidade:
“Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser
invocada pela outra em benefício próprio, nem aproveita aos co-interessados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum.
Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado.
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é
essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer
sem instrumento público, este é da substância do ato.
Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.
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Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a
boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se
estritamente.”
2.3.
P
ACTO SUCESSÓRIOPACTO SUCESSÓRIO: não pode ser objeto de contrato a herança de
pessoa viva (art. 426, do CC). Com isso, é proibida a sucessão contratual. Esse tipo de negócio, vedado pelo ordenamento jurídico também denominado de “pacta corvina”.
Vale lembrar que são possíveis apenas duas formas de sucessão “causa
mortis”: a legítima ou testamentária.
EXCEÇÃO: art. 2.018, do CC, que
admite a partilha “inter vivos”!
CC:
“Art. 2.018. É válida a partilha feita por ascendente, por ato entre
vivos ou de última vontade, contanto que não prejudique a legítima
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3. FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
O contrato é constituído de duas manifestações de vontade: PROPOSTA e
ACEITAÇÃO!
3.1.
P
ROPOSTAPROPOSTA: é antecedida de uma fase chamada negociações
preliminares (art. 427, do CC), que não produz vinculação ao negócio jurídico.
A proposta séria e consciente vincula o proponente (art. 427, do CC). Sua retirada sujeita o proponente ao pagamento de perdas e danos, ressalvadas as
exceções previstas nos art. 427 e 428, do CC!
Já vi questões sobre a literalidade das seguintes regras do CC:
“Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:
I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante;
II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente;
III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado;
IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente.
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Art. 429. A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos.
Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgação, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada.”
NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR:
ü A recusa indevida de dar cumprimento à proposta dá ensejo à
execução específica (art. 35, do CDC), podendo o consumidor
optar, em seu lugar, por aceitar outro produto, rescindir o contrato ou pedir perdas e danos!
3.2.
A
CEITAÇÃOACEITAÇÃO: é a concordância com os termos da proposta, a
manifestação da vontade imprescindível para que se repute concluído o contrato.
Deve ser pura e simples. Se apresentada fora do prazo, com adições, restrições ou modificações, importará nova proposta (art. 431, do CC), denominada contraproposta. Pode ser expressa ou tácita (art. 432, do CC).
Hipóteses em que não tem força vinculante:
⇒ quanto chegar tarde ao conhecimento do proponente, caso em que
esteve deverá avisar o aceitante, sob pena de pagar perdas e danos (art. 430, do CC).
⇒ se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratação do
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3.3.
C
ONTRATOS ENTRE AUSENTESEntre presentes, os contratos reputam-se concluídos no momento da aceitação. ENTRE AUSENTES, tornam-se perfeitos desde que a aceitação
é expedida, exceto: a) se antes dela ou com ela chegar ao proponente a
retratação do aceitante; b) se o proponente se houver comprometido a esperar resposta; se ela não chegar no prazo convencionado.
3.4.
L
UGAR DA CELEBRAÇÃOa. Contratos nacionais: reputa-se celebrado o contrato no lugar em que
foi proposto (art. 435, do CC);
b. Contratos internacionais: a obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente (art. 9o, § 2o, da LINDB).
3.4.
I
MPOSSIBILIDADE DA PRESTAÇÃOa. Impossibilidade relativa: a impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado (art. 106, do CC);
b. Impossibilidade absoluta: resolve-se a obrigação, pois ninguém é obrigado a fazer o impossível (ex.: colocar a água de oceano dentro de uma xícara);
c. Caso fortuito e força maior, após o contrato: resolve-se a obrigação, sem penalidade para as partes;
d. Culpa ou dolo: resolve-se o contrato, devendo o culpado responder por perdas e danos que causou à outra parte.
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4. AOS EXERCÍCIOS!
Muito bem! Agora chegou a hora de ver, na prática, como os conhecimentos da aula de hoje têm sido cobrados em provas de concurso!
“As pessoas que crescem e realizam
o máximo são as que aproveitam o poder da paciência e da persistência.” (John C. Maxwell)
“Tenha paciência. Todas as coisas são difíceis, antes de se
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EXERCÍCIOS COMENTADOS
✓
N
OÇÕES DEC
ONTRATOS1. CESGRANRIO - Petrobras - Advogado Júnior (2015)
Sr. X e Sra. K pretendem encetar uma relação contratual e, para alcançar o seu objetivo, procuram um advogado. O advogado lhes apresenta várias possibilidades e alerta que o Código Civil Brasileiro, como limitador da liberdade de contratar, estabelece, dentre outras, a necessidade de se observar a a) igualdade absoluta b) ambiguidade clausular c) conexão externa d) renúncia antecipada e) função social Comentários:
Estabelece o art. 421 do CC: “A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.”
A respeito desse dispositivo legal, citamos os seguintes enunciados das Jornadas de Direito Civil do Conselho da Justiça Federal (CJF):
• Enunciado 21: “A função social do contrato prevista no art. 421 do novo Código Civil constitui cláusula geral, que impõe a revisão do princípio da relatividade dos efeitos do contrato em relação a terceiros, implicando a tutela externa do crédito”.
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• Enunciado 22: “A função social do contrato prevista no art. 421 do novo Código Civil constitui cláusula geral, que reforça o princípio de conservação do contrato, assegurando trocas úteis e justas”.
• Enunciado 23: “A função social do contrato prevista no art. 421 do novo Código Civil não elimina o princípio da autonomia contratual, mas atenua ou reduz o alcance desse princípio, quando presentes interesses metaindividuais ou interesse individual relativo à dignidade da pessoa humana”.
• Enunciado 166: “A frustração do fim do contrato, como hipótese que não se confunde com a impossibilidade da prestação ou com a excessiva onerosidade, tem guarida no Direito brasileiro pela aplicação do art. 421 do Código Civil”.
• Enunciado 167: “Com o advento do Código Civil de 2002, houve forte aproximação principiológica entre esse Código e o Código de Defesa do Consumidor, no que respeita à regulação contratual, uma vez que ambos são incorporadores de uma nova teoria geral dos contratos”.
• Enunciado 360: “O princípio da função social dos contratos também pode ter eficácia interna entre as partes contratantes”.
Gabarito: E.
2. CESGRANRIO - LIQUIGÁS - Profissional de Vendas (2014)
Nos termos do Código Civil, os contratantes são obrigados a guardar, tanto na conclusão do contrato como em sua execução, os princípios de
a) motivação e abrangência b) competência e aceitação c) realidade e cumprimento d) probidade e boa-fé e) adequação e forma Comentários:
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Estabelece o art. 422 do CC: “Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de
probidade e boa-fé.”
A respeito desse dispositivo legal, citamos os seguintes enunciados das Jornadas de Direito Civil do Conselho da Justiça Federal (CJF):
• Enunciado 24: “Em virtude do princípio da boa-fé, positivado no art. 422 do novo Código Civil, a violação dos deveres anexos constitui espécie de inadimplemento, independentemente de culpa.” • Enunciado 25: “O art. 422 do Código Civil não inviabiliza a
aplicação, pelo julgador, do princípio da boa-fé nas fases pré e pós-contratual.”
• Enunciado 362: “A vedação do comportamento contraditório (venire contra factum proprium) funda-se na proteção da confiança, tal como se extrai dos art. 187 e 422 do Código Civil.”
Gabarito: D.
3. CESPE - Telebras - Advogado (2015)
A respeito das obrigações e dos contratos, julgue o item subsequente.
Para a formação de contrato entre ausentes, a regra adotada pela legislação em vigor é a da teoria da recepção, segundo a qual se considera celebrado o negócio jurídico no instante em que o proponente recebe a resposta do aceitante.
Comentários:
Ao contrário, a regra geral é a teoria da agnição na subteoria da
expedição, conforme o art. 434 do CC: “Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida”.
Agnição significa “conhecimento, reconhecimento”.
Os incisos do art. 434 é que correspondem à teoria da agnição na
subteoria da aceitação ou recepção, como exceções àquela teoria: “I - no
caso do artigo antecedente (art. 433: ‘Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retração do aceitante’); II - se o
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proponente se houver comprometido a esperar resposta; III - se ela não chegar no prazo convencionado".
Gabarito: Errado.
4. CESGRANRIO - FINEP - Analista Jurídico (2014)
Nos termos das normas instituídas pelo Código Civil em vigor, o silêncio, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e quando não for necessária a declaração de vontade expressa, constitui um(a)
a) elemento constitutivo do objeto contratual. b) item necessário ao adimplemento obrigacional. c) alternativa à cláusula real.
d) prova a ser utilizada posteriormente ao negócio. e) manifestação válida de declaração de vontade.
Comentários:
De acordo com o art. 111 do CC: “O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa”.
Gabarito: E.
5. CESPE - TC-DF - Auditor de Controle Externo (2014)
Com relação a contratos, união estável e improbidade administrativa, julgue os itens subsequentes.
Conforme o Código Civil brasileiro, é expressamente proibido que herança de pessoa viva seja objeto de contrato.
Comentários:
Conforme o art. 426, CC: “Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva”.
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Esse tipo de negócio, vedado pelo ordenamento jurídico, é conhecido como pacto sucessório (também denominado de “pacta corvina”), que tem por objeto a herança de pessoa viva.
Gabarito: Correto.
6. CESPE - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo (2014)
Com relação ao direito dos contratos, julgue os itens a seguir.
A aceitação dos contratos, para sua validade, deve ser feita de forma expressa, inadmitindo-se outra forma.
Comentários:
É possível a aceitação tácita conforme art. 432 do CC: “Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa, ou o proponente a tiver dispensado, reputar‑se‑á concluído o contrato, não chegando a tempo a recusa”.
Gabarito: Errado.
7. CESPE - PG-DF - Procurador (2013)
Julgue os itens a seguir, referentes aos contratos.
É possível a revisão ou a resolução dos contratos aleatórios por sua onerosidade excessiva, desde que o evento gerador da revisão ou resolução, superveniente, extraordinário e imprevisível, não se relacione com a própria álea assumida no contrato.
Comentários:
Está em conformidade com o Enunciado 440 de Jornadas de Direito Civil do Conselho da Justiça Federal: "Art. 478. É possível a revisão ou resolução por excessiva onerosidade em contratos aleatórios, desde que o evento
superveniente, extraordinário e imprevisível não se relacione com a álea assumida no contrato".
Estabelece o art. 478 do CC: “Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa,
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com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação”.
Gabarito: Correto.
8. CESPE - MC - Atividade Técnica de Suporte - Direito (2013)
A respeito dos contratos, da transmissão e adimplemento das obrigações e da responsabilidade civil no âmbito do Código Civil (CC), julgue os próximos itens. A aceitação da proposta fora do prazo, com modificações realizadas pelo oblato, importará nova proposta, ainda que com elas concorde o proponente.
Comentários:
De acordo com o art. 431 do CC: “A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova proposta.”
Gabarito: Correto.
9. CESPE - TRE-RJ - Analista Judiciário - Área Administrativa (2012)
Acerca de capacidade, negócio jurídico, obrigações, contratos e responsabilidade civil, julgue os seguintes itens.
A proposta de contrato obriga o proponente, mesmo quando a proposta foi feita por agente capaz e este tenha se tornado relativamente incapaz posteriormente.
Comentários:
Estabelece o art. 427 do CC: “A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso”.
Todavia, a superveniente incapacidade relativa do proponente não
retira a obrigatoriedade da proposta.
É fechado o rol de motivos que retiram a obrigatoriedade da proposta, conforme art. 428 do CC: “I - se, feita sem prazo a pessoa
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pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante; II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente; III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado; IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente”.
Gabarito: Correto.
10. CESPE - OAB (2009)
( ) A onerosidade excessiva, oriunda de acontecimento extraordinário e imprevisível, ainda que dificulte extremamente o adimplemento da obrigação de uma das partes em contrato de execução continuada, não enseja a revisão contratual, visto que as partes ficam vinculadas ao que foi originariamente pactuado.
Comentários:
Errada.
CC:
"Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a
prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.
Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar eqüitativamente as condições do contrato.
Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma
das partes, poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva."
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11. MPE-PR - Promotor de Justiça (2008)
( ) Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o dobro do indevidamente auferido.
Comentários:
Errada. Não existe essa sanção de pena em dobro, para os casos de
ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA, pela regra do art. 884, do CC. CC:
“Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de
outrem, será obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a
atualização dos valores monetários.
Parágrafo único. Se o enriquecimento tiver por objeto coisa determinada, quem a recebeu é obrigado a restituí-la, e, se a coisa não mais subsistir, a restituição se fará pelo valor do bem na época em que foi exigido.”
Resposta: Falsa.
12. CESPE - AGU - Procurador Federal (2013)
A respeito do negócio jurídico, das obrigações, dos contratos e da responsabilidade civil, julgue os itens a seguir.
Os contratos são passíveis de revisão judicial, ainda que tenham sido objeto de novação, quitação ou extinção, haja vista não ser possível a validação de obrigações nulas.
Comentários:
Conforme a Súmula 286 do STJ: “A renegociação de contrato bancário ou a confissão da dívida não impede a possibilidade de discussão sobre eventuais ilegalidades dos contratos anteriores”.
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13. CESPE - ANTT - Analista Administrativo (2013)
Julgue os próximos itens, relativos a contratos.
Na celebração dos contratos, as partes devem observar os limites da função social do contrato e os princípios da probidade e da boa-fé.
Comentários:
De acordo com o CC:
• art. 421: “A liberdade de contratar será exercida em razão e nos
limites da função social do contrato”;
• art. 422: “Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de
probidade e boa-fé”. Gabarito: Correto.
14. CESPE - TJ-AC - Técnico Judiciário (2012)
Em relação aos contratos, julgue os itens a seguir.
É lícito estipular em contrato a chamada pacta corvina, ou seja, determinar que a herança de pessoa viva possa ser objeto de contrato.
Comentários:
Estabelece o art. 426, CC: “Não pode ser objeto de contrato a
herança de pessoa viva”.
Esse tipo de negócio, vedado pelo ordenamento jurídico, é conhecido como pacto sucessório (também denominado de “pacta corvina”), que tem por objeto a herança de pessoa viva.
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EXERCÍCIOS REPETIDOS
✓
N
OÇÕES DEC
ONTRATOS1. CESGRANRIO - Petrobras - Advogado Júnior (2015)
Sr. X e Sra. K pretendem encetar uma relação contratual e, para alcançar o seu objetivo, procuram um advogado. O advogado lhes apresenta várias possibilidades e alerta que o Código Civil Brasileiro, como limitador da liberdade de contratar, estabelece, dentre outras, a necessidade de se observar a a) igualdade absoluta b) ambiguidade clausular c) conexão externa d) renúncia antecipada e) função social
2. CESGRANRIO - LIQUIGÁS - Profissional de Vendas (2014)
Nos termos do Código Civil, os contratantes são obrigados a guardar, tanto na conclusão do contrato como em sua execução, os princípios de
a) motivação e abrangência b) competência e aceitação c) realidade e cumprimento d) probidade e boa-fé
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3. CESPE - Telebras - Advogado (2015)
A respeito das obrigações e dos contratos, julgue o item subsequente.
Para a formação de contrato entre ausentes, a regra adotada pela legislação em vigor é a da teoria da recepção, segundo a qual se considera celebrado o negócio jurídico no instante em que o proponente recebe a resposta do aceitante
4. CESGRANRIO - FINEP - Analista Jurídico (2014)
Nos termos das normas instituídas pelo Código Civil em vigor, o silêncio, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e quando não for necessária a declaração de vontade expressa, constitui um(a)
a) elemento constitutivo do objeto contratual. b) item necessário ao adimplemento obrigacional. c) alternativa à cláusula real.
d) prova a ser utilizada posteriormente ao negócio. e) manifestação válida de declaração de vontade.
5. CESPE - TC-DF - Auditor de Controle Externo (2014)
Com relação a contratos, união estável e improbidade administrativa, julgue os itens subsequentes.
Conforme o Código Civil brasileiro, é expressamente proibido que herança de pessoa viva seja objeto de contrato.
6. CESPE - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo (2014)
Com relação ao direito dos contratos, julgue os itens a seguir.
A aceitação dos contratos, para sua validade, deve ser feita de forma expressa, inadmitindo-se outra forma.
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7. CESPE - PG-DF - Procurador (2013)
Julgue os itens a seguir, referentes aos contratos.
É possível a revisão ou a resolução dos contratos aleatórios por sua onerosidade excessiva, desde que o evento gerador da revisão ou resolução, superveniente, extraordinário e imprevisível, não se relacione com a própria álea assumida no contrato.
8. CESPE - MC - Atividade Técnica de Suporte - Direito (2013)
A respeito dos contratos, da transmissão e adimplemento das obrigações e da responsabilidade civil no âmbito do Código Civil (CC), julgue os próximos itens. A aceitação da proposta fora do prazo, com modificações realizadas pelo oblato, importará nova proposta, ainda que com elas concorde o proponente.
9. CESPE - TRE-RJ - Analista Judiciário - Área Administrativa (2012)
Acerca de capacidade, negócio jurídico, obrigações, contratos e responsabilidade civil, julgue os seguintes itens.
A proposta de contrato obriga o proponente, mesmo quando a proposta foi feita por agente capaz e este tenha se tornado relativamente incapaz posteriormente.
10. CESPE - OAB (2009)
( ) A onerosidade excessiva, oriunda de acontecimento extraordinário e imprevisível, ainda que dificulte extremamente o adimplemento da obrigação de uma das partes em contrato de execução continuada, não enseja a revisão contratual, visto que as partes ficam vinculadas ao que foi originariamente pactuado.
11. MPE-PR - Promotor de Justiça (2008)
( ) Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o dobro do indevidamente auferido.
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12. CESPE - AGU - Procurador Federal (2013)
A respeito do negócio jurídico, das obrigações, dos contratos e da responsabilidade civil, julgue os itens a seguir.
Os contratos são passíveis de revisão judicial, ainda que tenham sido objeto de novação, quitação ou extinção, haja vista não ser possível a validação de obrigações nulas.
13. CESPE - ANTT - Analista Administrativo (2013)
Julgue os próximos itens, relativos a contratos.
Na celebração dos contratos, as partes devem observar os limites da função social do contrato e os princípios da probidade e da boa-fé.
14. CESPE - TJ-AC - Técnico Judiciário (2012)
Em relação aos contratos, julgue os itens a seguir.
É lícito estipular em contrato a chamada pacta corvina, ou seja, determinar que a herança de pessoa viva possa ser objeto de contrato.
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GABARITO
1. E 2. D 3. F 4. E 5. V 6. F 7. V 8. V 9. V 10. F 11. F 12. V 13. V 14. FRESUMO
Contrato: É o acordo de vontades que tem por fim criar, modificar ou extinguir direitos. Constitui fonte de obrigação e o mais expressivo modelo de negócio jurídico bilateral. Por definição, os contratos são constituídos por consentimento recíproco (acordo de vontades).
Condições de validade dos contratos (art. 104 do
CC)
• agente capaz;
• objeto lícito, possível, determinado ou
determinável; e
• forma prescrita ou não defesa (não vedada) em lei!
Princípios
fundamentais do direito contratual:
a. Autonomia da vontade: ampla liberdade de contratar. Têm as partes a faculdade de celebrar ou não contratos, sem qualquer interferência do Estado (arts. 421 e 425, do CC);
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b. Supremacia da ordem pública: em
determinados aspectos, limita o princípio da autonomia da vontade, dando prevalência ao interesse público;
c. Consensualismo: basta o acordo de vontades, independentemente da entrega da coisa, para o aperfeiçoamento do contrato. Os contratos são, em regra, consensuais. Alguns poucos, no
entanto, são reais, porque somente se
aperfeiçoam com a entrega do objeto,
subsequente ao acordo de vontades (exs.: depósito ou comodato);
d. Relatividade dos contratos: funda-se da ideia de que os efeitos dos contratos só se produzem em relação às partes, não afetando terceiros, salvo algumas exceções consignadas na lei (estipulação em favor de terceiros);
e. Obrigatoriedade dos contratos: funda-se na ideia de que o acordo de vontades faz lei entre as partes (“pacta sunt servanda”);
f. Revisão dos contratos: também chamado de “princípio da onerosidade excessiva”, opõe-se ao da obrigatoriedade, pois permite aos contratantes recorrerem ao Judiciário para obter alteração da convenção e condições mais
humanas caso a prestação se torne
excessivamente onerosa em virtude de
acontecimentos extraordinários e imprevisíveis (arts. 478 e 480, do CC). Constitui aplicação da chamada cláusula “rebus sic standibus” e da teoria da imprevisão;
g. Boa-fé: exige que as partes se comportem de forma correta não só durante as tratativas como também durante a formação e o cumprimento do
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contrato (art. 422, do CC). A boa-fé pode ser analisada sob duas formas:
i. Subjetiva ou psicológica: diz respeito ao
conhecimento ou à ignorância da pessoa relativamente a certos fatos (protege a visão da pessoa que possui a consciência de estar agindo conforme o direito, apesar de ser outra a realidade); e
ii. Objetiva: trata-se imposição de norma
geral de comportamento, no sentido de que todos devem agir de boa-fé em suas
relações recíprocas, baseada na
honestidade, retidão, lealdade e
consideração para com o outro contratante, especialmente no sentido de não sonegar informações relevantes sobre o objeto do contrato.
Interpretação dos
contratos: Nos (interpretação objetiva) conduz à descoberta da contratos escritos, a análise do texto intenção das partes (interpretação subjetiva), alvo principal da celebração contratual.
O CC deu prevalência à teoria da vontade do que à
da declaração, pois deve ser considerada, nas
declarações de vontade, a intenção “nelas
consubstanciada”, mais do que ao sentido literal!
Regras de interpretação dos contratos:
a. Boa-fé: deve o intérprete presumir que os contratantes procedem com lealdade, sendo que a boa-fé se presume e constitui um dever para as partes (arts. 113 e 422, do CC). Ao contrário, a má-fé deve ser provada;
b. Conservação do contrato: se uma cláusula contratual permitir duas interpretações diferentes,
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prevalecerá a que possa produzir algum efeito;
c. Cláusulas ambíguas ou contraditórias:
quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente (art. 423, do CC);
d. Transação: deve ser interpretada restritivamente (art. 843, do CC);
e. Fiança: não admite interpretação extensiva (art. 819, do CC);
f. Cláusula testamentária: prevalecerá a
interpretação da cláusula testamentária que melhor assegure a observância da vontade do testador (art. 1.899, do CC);
Pacto Sucessório: Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva (art. 426, do CC). Com isso, é proibida a sucessão contratual.
Esse tipo de negócio, vedado pelo ordenamento jurídico também é conhecido denominado por “pacta corvina”. Vale lembrar que são possíveis apenas duas formas de sucessão “causa mortis”: a legítima ou testamentária. Há exceção a essa regra no art. 2.018 do CC: “É válida a partilha feita por ascendente, por ato entre vivos ou de última vontade, contanto que não prejudique a legítima dos herdeiros necessários”.
Proposta: Proposta é antecedida de uma fase chamada
negociações preliminares (art. 427, do CC), que não
produz vinculação ao negócio jurídico.
A proposta séria e consciente vincula o proponente (art. 427, do CC). Sua retirada sujeita o proponente ao pagamento de perdas e danos, ressalvadas as
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exceções previstas nos art. 427 e 428, do CC!
Aceitação: Aceitação é a concordância com os termos da
proposta, a manifestação da vontade imprescindível para que se repute concluído o contrato.
Deve ser pura e simples. Se apresentada fora do prazo, com adições, restrições ou modificações, importará
nova proposta (art. 431, do CC), denominada contraproposta. Pode ser expressa ou tácita (art. 432,
do CC).
Hipóteses em que não tem força vinculante:
⇒ quanto chegar tarde ao conhecimento do
proponente, caso em que esteve deverá avisar o aceitante, sob pena de pagar perdas e danos (art. 430, do CC).
⇒ se antes dela ou com ela chegar ao
proponente a retratação do aceitante (art. 433, do CC).
Contratos entre
ausentes: Entre presentes, os contratos reputam-se concluídos no momento da aceitação. ENTRE AUSENTES,
tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida,
exceto: a) se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante; b) se o proponente se houver comprometido a esperar resposta; se ela não chegar no prazo convencionado.
Lugar da
celebração: • Contratos nacionais: reputa-se celebrado o contrato no lugar em que foi proposto (art. 435, do CC);
• Contratos internacionais: a obrigação
resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente (art. 9o, § 2o, da LINDB).
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Impossibilidade da
prestação: a. Impossibilidade relativa: a impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado (art. 106, do CC);
b. Impossibilidade absoluta: resolve-se a
obrigação, pois ninguém é obrigado a fazer o impossível (ex.: colocar a água de oceano dentro de uma xícara);
c. Caso fortuito e força maior, após o contrato: resolve-se a obrigação, sem penalidade para as partes;
d. Culpa ou dolo: resolve-se o contrato, devendo o culpado responder por perdas e danos que causou à outra parte.
É isso aí! Espero por ti na AULA 01, com mais TEORIA e EXERCÍCIOS
COMENTADOS!
Abraços, excelentes estudos e até breve!