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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL E RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL EIA/RIMA

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Academic year: 2021

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL E RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL – EIA/RIMA

Dentre os instrumentos de Avaliação de Impactos Ambientais, indubitavelmente o Estudo de Impacto Ambiental e o seu decorrente Relatório de Impacto Ambiental são os mais conhecidos e divulgados no meio social. Alguns ainda chegam a confundi-los com a Avaliação de Impactos Ambientais, acreditando serem sinônimos AIA e EIA/RIMA. Isso se dá ao fato do pouco conhecimento sobre o tema, ou seja, da pouca implementação ou divulgação dos demais métodos de AIA.

Impacto provém do latim impactus que significa choque, colisão; vem do particípio passado do verbo, com o sentido de forçar contra.

Na terminologia do Direito Ambiental, a palavra aparece também com esse sentido de choque ou colisão de substâncias sólidas, líquidas ou gasosas e radiações ou de formas diversas de energia, decorrentes de realização de obras ou atividades, com danosa alteração do ambiente natural, artificial, cultural ou social. É o que se se impõe à natureza, forçando ou contrariando suas leis.

Para a lei, impacto ambiental é, nos termos da Resolução 001 de 1986 do CONAMA:

Artigo 1º - Para efeito desta Resolução, considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:

I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população; II - as atividades sociais e econômicas;

III - a biota;

IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; V - a qualidade dos recursos ambientais.

Qualificar e, quanto possível quantificar antecipadamente o impacto ambiental é o papel reservado ao EIA, como suporte para um adequado planejamento de obras ou atividades que interferem no ambiente. É certo que, muitas vezes a previsão dos efeitos nefastos de um projeto pode ser muito delicada, pois algumas modificações do equilíbrio ecológico só aparecem bem mais tarde. Daí a correta consideração do EIA como procedimento administrativo de prevenção e monitoramento dos danos ambientais.

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O EIA, em síntese, nada mais é que um estudo das prováveis modificações nas diversas características socioeconômicas e biofísicas do meio ambiente que podem resultar de um projeto proposto.

Nenhum outro instrumento jurídico melhor encarna a vocação preventiva do Direito Ambienta do que o EIA. Foi exatamente para prever, e a partir daí, prevenir o dano, antes de sua manifestação, que criou o EIA. Daí a necessidade de que o EIA seja elaborado no momento certo: antes do início da execução, ou mesmo de atos preparatórios, do projeto.

Numa palavra: através desse revolucionário instrumento, procura-se reverter arraigado e peculiar hábito de nosso povo de apenas correr atrás dos fatos, não se antecipando a eles: a tranca só é colocada na porta depois de arrombada.

Para bem cumprir seu desiderato básico (a prevenção da danosidade ambiental) sujeita-se o EIA a três condicionantes básicos: a transparência administrativa, a consulta aos interessados e a motivação da decisão ambiental.

A transparecia administrativa considera os efeitos ambientais de um determinado projeto, alcançada no momento em que o órgão público e o proponente liberam todas as informações de que dispõem, respeitando apenas o sigilo industrial.

A consulta aos interessados consiste na efetiva participação e fiscalização da atividade administrativa por parte da comunidade, a ponto de poder exprimir procedimento do EIA seja transparente. Há que ser, de igual forma, participativo, pois uma decisão ambiental arbitrária, mesmo que absolutamente transparente, não atende ao interesse público.

A motivação da decisão ambiental baseia-se no princípio de que existe uma obrigação de motivar todo ato criador de situações desfavoráveis para o administrado. De tal arte, quando a Administração opta por uma das alternativas apontadas pelo EIA que não seja, ambientalmente falando, a melhor, ou quando deixa de determinar a elaboração do EIA por reconhecer a inexistência de significativa degradação, deve fundamentar sua decisão, inclusive para possibilitar seu questionamento futuro pelo Poder Judiciário.

Dentro da seara da Avaliação de Impacto Ambiental o EIA pode ser visto como o instrumento de avaliação que requer mais técnica e mais profundidade nos estudos desenvolvidos, uma vez que através do EIA busca-se exaurir, ou ao menos tenta-se, os estudos e análises acerca

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dos danos e impactos ambientais que determinada projeto, atividade ou empreendimento irá causar ao meio ambiente.

São tidas como sinônimas também as expressões Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental, ou seja, muitas pessoas acreditam se tratar do mesmo instrumento o EIA e o RIMA. Na verdade são documentos distintos entre si, todavia com estreita relação entre si, uma vez que o RIMA provém do EIA.

O Estudo de Impacto Ambiental é o documento, instrumento, de maior abrangência que o Relatório de Impacto Ambiental, uma vez que este faz parte do EIA, e dele depende, devendo ter seu conteúdo totalmente fundamentado e orientado aos estudos e conclusões constantes no EIA.

O EIA compreende o levantamento da literatura científica e legal pertinente, trabalhos de campo, análises de laboratório e a própria redação do relatório. O RIMA, por sua vez, destinando-se unicamente ao esclarecimento acerca das vantagens e condestinando-sequências ambientais do empreendimento, refletirá as conclusões do EIA.

Nestes termos, o EIA é o todo, complexo, técnico e apurado, profundo, com linguagem, dados e apresentações incompreensíveis aos leigos; o RIMA, ao seu tempo, é a parte visível ou compreensível aos leigos e à sociedade em geral do que se produziu e concluiu ao longo do EIA, tratando-se de um instrumento, de uma ponte, de comunicação entre a complexidade técnica e a publicidade entendível a ser apresentado ao administrador e ao público.

O RIMA então é a parte orgânica, a parte objetiva e menos técnica do EIA. É por meio dele que a sociedade poderá participar, conhecer, discutir e inteirar sobre as conclusões do EIA, não deixando também de fornecer elementos orientadores à tomada de decisão da Administração Pública.

No contexto do Direito Ambiental, mais precisamente no que tange a Avaliação de Impactos Ambiental, estudo vem a ser a obtenção de forma mais completa possível de toda informação que possa apresentar, fundamentar, instruir e orientar os interessados sobre aquilo que se investiga.

Assim, o papel do EIA é buscar encontrar, qualificar e apresentar, o quanto antes, qualquer possível efeito de determinada atividade ou empreendimento que possa violar a qualidade ou a estabilidade dos elementos apresentados no artigo da resolução anterior: Saúde, segurança,

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bem-estar da população, atividades sociais e econômicas, biota, condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais.

É certo que, em muitos casos, a previsão dos efeitos nefastos de determinado projeto pode ser muito delicada, pois alguns efeitos degradantes apenas se manifestam tardiamente.

O EIA, em termos simples, nada mais é do que uma previsão das prováveis modificações nas diversas características socioeconômicas e biofísicas do meio ambiente que podem resultar dos danos ambientais.

Não se trata de um documento certo e perfeito, que não poderá conter erros, como a própria possibilidade de manifestação e participação popular demonstra, onde, sendo ele perfeito e certo, não haveria motivos para que as pessoas pudessem contribuir para seu desenvolvimento, bastando então que tomassem conhecimento (publicidade) de seu conteúdo.

Como será visto adiante, o EIA é um documento que provém de estudos e, além disso, de discussões, que busquem da melhor forma analisar as possibilidades frente a um fato, no que tange ser ou não impactante, de forma negativa, ao meio ambiente local e regional em seu sentido amplo.

Nenhum outro instrumento jurídico melhor encarna a vocação preventiva do Direito Ambiental do que o EIA. Através deste importante instrumento, busca-se reverter o já instalado e enraizado hábito da população em apenas se preocupar com determinado problema, quando está a sofrer suas consequências, não se antecipando aos fatos.

Assim, buscando cumprir seus objetivos e fundamentos básicos, o EIA está sucumbido a três condicionantes básicos: a transparência da Administração Pública, a consulta aos interessados e a motivação da decisão ambiental.

A transparência administrativa importa na total publicidade de todos os elementos, fatos e ações que envolvam o Estudo de Impacto Ambiental e seu Relatório de Impacto Ambiental, reservando-se o sigilo apenas em caso de sigilo industrial. Assim se procede devido ao interesse geral e de todos pela sadia qualidade ambiental, uma vez que o elemento principal estudado pelo EIA é o meio ambiente.

Deste modo a transparência não é somente necessária, mas sim obrigatória à validade do EIA/RIMA, sendo fator de manifestação crucial à legitimidade de ambos os documentos. É através

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da publicidade e da transparência administrativa, principalmente referente a todos os atos e ações envolvendo o EIA/RIMA, que se garantirá, adiante, outra condicionante básica: a participação, ou seja, a consulta aos interessados (dentre eles, a população de modo geral).

A consulta aos interessados consiste na efetiva participação e fiscalização da atividade administrativa por parte da comunidade, a ponto de poder exprimir suas dúvidas e preocupações antes que seja muito tarde.

Como já dito anteriormente, não basta que o procedimento do EIA seja totalmente transparente de acessível ao conhecimento de todos. Além disso,e de forma não menos importante, está a possibilidade de participação popular, ou seja, de que os interessados possam ser consultados e ter suas opiniões levadas em conta na decisão quanto ao projeto.

Assim, há que ser um estudo participativo, pois a decisão arbitrária, mesmo que absolutamente transparente, não atende ao interesse público.

Finalmente, a motivação da decisão ambiental baseia-se na obrigação da fundamentação de todo ato ou decisão que de alguma forma seja desfavorável ao administrado. Desta forma, busca-se evitar a arbitrariedade do administrador, uma vez que, o que é favorável aos administrados é de interesse geral, todavia nem tudo que é desfavorável aos administrados é pulverizado pelo interesse comum, sendo assim, há de ser motivada e apresentados os motivos reais pelos quais a decisão foi tomada.

Assim, quando a posição adotada pela Administração Pública frente ao EIA/RIMA não for a melhor ou a mais plausível ambientalmente, será necessária, sem embargos, a fundamentação sobre os motivos que levaram a tal, dando então possibilidade de conhecimento da motivação e também possibilitando eventual questionamento futuro no judiciário.

A motivação da decisão está permeada por todo o Direito Brasileiro, não somente no Direito Ambiental. Assim, nesta última seara não poderia ser diferente, ainda mais quando fala-se e regula-se atividades relacionadas a um bem difuso de interesse geral e uso comum de todos, que é o meio ambiente. Deste modo, toda e qualquer decisão que de alguma forma possa ter efeitos impactantes negativamente sobre o meio ambiente, obrigatoriamente deve haver a fundamentação sobre a motivação que acarretou tal decisão.

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