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Data: 22/07/02 Direito do Trabalho

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Academic year: 2021

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Data: 22/07/02 Direito do Trabalho

Então eu estava falando de provas. Eu acho que comecei falando de prazos aí eu entrei na questão da instrução do feito, falei de prazos, falei das provas, da inquisição de testemunhas.

Vamos continuar.

Falei de perícia? Perícia eu falei quando falei de adicional de periculosidade, mas eu não falei da Lei 5584; acho que eu comentei sim; falei da Lei 5584 que a gente não tinha no nosso processo a questão do termo de compromisso, que isso na alteração do CPC foi suprimido. Falei das provas das sete provas eu comentei com vocês, as famosas três eram sete, tem nada disso aí?

Vamos terminar então. Eu estava no art. 840 e seguintes. Falei da revelia, foi aí que começou a historia de provas, falei da revelia, falei da confissão ficta e fui falando das demais provas. Fiz distinção entre a revelia trabalhista e a revelia do processo civil. O problema da revelia trabalhista é a questão do comparecimento, pode comparecer sem a defesa, então ele não será revel mas poderá ser considerado confesso. Obvio, nos termos do art. 847, a defesa, eu tinha comentado com você, ela poderia ser inclusive feita da forma oral, tinha prazo lá de 20 minutos para apresentar defesa. Tinha feito aquela coisa das fases do processo – postulatória, instrutória e a decisória.

Então encerrando a questão das provas encerra-se a fase se instrução aí o que acontece para a gente? Eu tinha posto também um “esqueminha” dos momentos que são fundamentais aonde a gente tinha falado da primeira conciliação, questão do art. 764, e aí depois de encerrada a instrução, o que a gente vai ter no processo trabalhista? A apresentação das razões finais, orais também, então lembrando sempre, em todo o processo do trabalho principio da oralidade. Então diferente do processo civil a gente não tem razões finais apresentadas por escrito; é apresentado na hora em audiência. Feita a apresentação das razoes finais, vem a ultima tentativa de conciliação. Aí abre a fase decisória. Pela disposição legal, lá no art. 850 a gente tem a questão da apresentação das razões finais e a decisão quanto ao feito, ou seja, a prolação da sentença em principio também deve ser em audiência. Essa é a regra geral, mas que na prática dificilmente acontece. São poucos os juizes que fazem sentença na hora.

O que acontece a partir da questão da prolação da sentença? 1ª coisa – se for feita em audiência está correndo prazo para recurso a partir da data da audiência. Então só para lembrar; diferença entre início de prazo e contagem de prazo. Inicio de prazo é um dia da intimação, a contagem do prazo começa a contar do dia seguinte. Então no caso sendo prolatado em audiência, no dia seguinte já está contando prazo para ou embargos de declaração ou recurso.

Em relação a sentença trabalhista, em principio, mesmo sistema do processo civil. Regida pelo art. 93 da CR, que as decisões devem ser fundamentadas. Então a gente tem a mesma estrutura: relatório, fundamentação e o dispositivo, que é a decisão propriamente dita.

Com a modificação ocorrida no ano 2000 nós passamos a ter o chamado procedimento sumaríssimo. No procedimento sumaríssimo os prazos são menores; eles pedem também que a sentença seja em audiência e o que vai

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interessar nesse momento pra gente em relação ao procedimento sumaríssimo é o seguinte: no art. 852-I nós temos o seguinte:

Art. 852-I – A sentença mencionará os elementos de convicção do juízo, com resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório.

Por que é importante isso, essa distinção na questão do rito e conseqüentemente o problema da sentença? No rito ordinário, qualquer sentença se você não tiver um desses três elementos a sentença é considerada nula. No rito sumaríssimo está dispensada a elaboração do relatório.

Pelo amor de Deus, as pessoas falam assim: o sumaríssimo não tem que fazer relatório, o sumaríssimo não tem relatório. Não é isso. Você está dispensado de fazer. O fato de fazer o relatório no procedimento sumaríssimo não quer dizer que vai ser nulo. Só para tentar justificar a celeridade na solução do feito.

Isso no ponto de vista do sumaríssimo vai se refletir também na questão de recurso ordinário, onde vai ser dispensada a apresentação de voto, quando for para manter a decisão.

Então o que acontece no procedimento sumaríssimo no ponto de vista do recurso? Se o recurso na verdade não vai ser conhecido ou não vai ser provido fica dispensada a elaboração de voto e é feita simples certidão da decisão. Esse mesmo procedimento, onde vocês têm? Lá no juizado especial, inclusive para as decisões das Turmas Recursais. Então aonde é a mesma idéia. Eles só têm que fazer voto se for modificado; se não for é mera certidão, tudo isso dentro da idéia de que isso aí dá celeridade ao processo.

Fechado isso aqui da sentença, eu vou falar depois do sumaríssimo mais detalhado, fechado isso aqui da questão da estrutura da sentença o que acontece? Vamos falar obvio primeiro embargos de declaração.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

Qual a natureza jurídica dos embargos de declaração? Aluno: (...)

É pacifico? Aluno: não.

Posicionamento dominante que é natureza de recurso. Até porque o que a gente admite nos embargos de declaração? Efeito modificativo. Então tem um pessoal que critica, que na verdade os embargos de declaração não são recursos, mas simples aperfeiçoamento da decisão, porque na verdade você vai suprir alguma situação equivocada, mas que não seria possível você rever o seu próprio ato. E aí entra toda a discussão que vem lá do processo civil.

Isso se aplica perfeitamente no processo do trabalho. Como a gente não tem no processo do trabalho nenhum dispositivo próprio, a gente utiliza tudo que está previsto lá no CPC. É o art. 535 do CPC. Vocês aí já estudaram lá no processo civil aquela alteração que nós tivemos quanto ao recurso, por que o que

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acontecia? Antigamente os embargos de declaração faziam o que com o prazo do recurso?

Aluno: suspendia.

Suspendia, hoje em dia ele interrompe. Então isso importa no que? Em contar desde o início, novamente o prazo. Aplica igualzinho para a gente.

E aí vamos falar dos recursos propriamente ditos. RECURSOS

Art. 893 e seguintes.

Primeira coisa para ficar fácil pra vocês:os recursos no processo do trabalho, eles têm, em principio, porque existem algumas legislações especificas quanto a determinadas matérias e aí nós vamos ter prazo diferenciado, mas em principio o prazo para todos os recursos em processo do trabalho é o mesmo – 8 dias. É prazo único e aí fica muito mais fácil.

Eu me lembro na época que advogava tinha aquela discussão: “era para entrar nessa matéria com decisão interlocutória ou não; agravo ou apelação”. Por via das duvidas você sempre contava o prazo menor. Para agente não vai ter esse problema porque o prazo é um só – 8 dias.

Quais são os recursos que estão previstos para a gente a partir do art. 893? O art. 893 emprega aí a expressão “os recursos de embargos”. Só que tem um detalhe: esse embargo na verdade previsto no art. 894, ele corresponde ao embargo infringente que a gente tem lá dentro dos conceitos do processo civil. Então embora ele seja o primeiro artigo a falar de recurso, a gente vai falar dele na verdade por ultimo, porque eu vou começar por grau para falar dos recursos.

E outra coisa: esse inciso I do art. 893 na verdade não é aí que porque tinha gente que falava que era aí que você encaixa a idéia dos embargos de declaração, não é. É especifico; se reflete no art. 894 que é embargo infringente na verdade.

Então vamos lá, vamos começar por grau. RECURSO ORDINÁRIO

O que acontece? A nossa apelação na verdade se chama recurso ordinário. Nela a gente vai aplicar a idéia do duplo grau de jurisdição, vamos aplicar todos os conceitos do processo civil. O que eu estou querendo falar? Quando você estuda lá “duplo grau de jurisdição, apelação você faz o que? Você devolve a matéria para a apreciação”. Correto? Então efeito devolutivo. Muito bem. Para aí. Vamos voltar um pouco para trás para poder somar isso aos embargos de declaração. O que acontece quando a gente fala de efeito devolutivo? Ele na verdade permite que o tribunal reanalise as matérias argüidas no primeiro grau. É assim direta, abrangente e geral ou na verdade é restrita esta interpretação? Estão entendendo o que eu estou querendo falar? Qual é a amplitude do efeito devolutivo de um recurso do caso do processo civil de uma apelação?

Aluno: apelação

A matéria que tenha sido atacada. Na apelação também. Mesma coisa vai ser no processo do trabalho. Então repara. O efeito devolutivo, na verdade, não é genérico, ele não tem uma ampliação plena total. Então o que importa aí? O que

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importa é que eu tenha tido a manifestação quanto aquela matéria e ela seja impugnada, ela seja o objeto atacado no recurso.

Então o que acontece? Exemplo clássico que a gente tem: vocês se recordam quando a gente falou de equiparação salarial? Na equiparação salarial a gente viu que tinha o que? Seis requisitos: um de constituição do direito, que era o que? Mesma função e os outros cinco que eram impeditivos do direito. Muito bem. Vamos imaginar que a empresa tenha apresentado lá que o cara trabalhava na função a mais de dois anos, que a função não era a mesma e além disso trabalhava em localidades distintas. Aí o juiz vai e identifica que a função é a mesma e nada fala quanto aos demais elementos. Ou então ele identifica que a função é a mesma, mas diz que realmente trabalhavam em local distinto e não fala nada quanto a questão do tempo no exercício da atividade. Então o que vai acontecer? Um dos postos argüidos não foi apreciado. Então o que nós vamos ter? No momento em que venhamos a ter um recurso em principio nada poderei falar sobre isso porque não houve manifestação quanto a isto. E aí vem a importância dos embargos de declaração para a gente. Por que? Os embargos de declaração vão ser um instrumento, que aí vem a idéia de não ser um recurso propriamente dito, mas ser o que? Instrumento de aperfeiçoamento porque ele vai ser utilizado para o que? Para provocar a manifestação que não ocorreu suprindo a omissão, obscuridade, aquelas porcarias todas.

E aí o que vai acontecer? Isso para a gente dá origem ao instituto do chamado prequestionamento. Então o que isso quer dizer? A matéria que vai ser analisada no recurso na verdade ela tem que ter sido prequestionada; tem que ter sido atacada. E aí vem a grande confusão porque tem muito advogado que não entende qual é o conceito do prequestionamento e entra com embargos de declaração de tudo. Aí você pega os embargos de declaração a matéria na verdade é recursal sob questão que o juiz falou na sentença, mas como ele ouviu dizer que tem que questionar tudo nos embargos de declaração, ele na verdade utiliza os embargos como se fosse uma antecipação do recurso. Não é isso. Os embargos de declaração são para exatamente quando você tem mais de uma argumentação, ou tenha tido algum ponto que não tenha sido verificado, que o juiz se manifesta, porque se você não fizer, não pode ser objeto do recurso. Por que? Por causa da limitação do próprio conceito do efeito devolutivo.

Repara só. No art. 899 nós temos o seguinte:

Art. 899 – Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito devolutivo ...

Então em principio o efeito é meramente devolutivo. Isso por que? Isso até em razão da idéia da celeridade do processo do trabalho pelo menos deveria ter e com isso nós teríamos a possibilidade do andamento do feito independente de se aguardar a decisão de um determinado recurso.

No recurso ordinário nós vamos devolver toda a matéria, obviamente que tenha sido atacada, impugnada, toda a matéria do 1º grau, seja ela de direito ou fática. Por que isto? O art. 896 ele nos apresenta o chamado recurso de revista.

O recurso de revista tem por objeto apenas as matérias de direito. Analisando lá o art. 896 vocês vão ver que o objeto de recurso de revista é o que? Interpretação

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de lei, CR ou divergência de jurisprudência. Então a matéria na verdade não é fática. Obvio a situação fática acaba sendo analisada em função da análise da questão de direito.

Mas o que importa é o seguinte: a questão de fato na verdade fica limitada ao RO; do recurso de revista pra cima o que a gente analisa é matéria de direito.

O que acontece? Lei 7701/88 estrutura o processo do trabalho no ponto de vista da divisão de atribuições dentro do TST, criando as sessões especializadas. Então o que você tem dentro do TST? Você tem as Turmas e você tem as chamadas Sessões de Dissídio Individual e Sessões de Dissídios Coletivo.

Art. 3º, que é o que nos interessa, que diz respeito a Sessões de Dissídio Individual:

Art. 3º, III, b) os embargos interpostos às decisões divergentes das Turmas, ou destas com decisão de Dissídios Individuais, ou com enunciado da Súmula e as que violarem literalmente preceito de lei federal ou da Constituição da República.

Então o que acontece aí na letra b) do III do art. 3º da Lei 7701/88? Surge o chamado embargos em recurso de revista.

Natureza disto na verdade, não é o caso porque é um recurso próprio, mas ele é criado com o nome de embargos porque ele é um recurso para o próprio órgão que conheceu, que tem a competência para o recurso de revista.

Então o que acontece? Se não tivesse a divisão do tribunal, do TST em turmas, o que eu teria? O próprio Pleno julgaria o recurso de revista e ele mesmo analisaria o embargo. Então a natureza seria de embargos infringentes. O que a gente tem é o que? Por uma questão administrativa de distribuição de turma o recurso de revista na verdade é distribuído para uma Turma. Se eu tiver problema de interpretação da lei ou de divergência jurisprudencial o que iria acontecer? Se não fosse matéria constitucional eu não poderia ir para o Supremo. Mas se o recurso de revista na verdade serve para resolver questões de direito, de divergência de jurisprudência e eu ao decidir estou tendo divergência dentro do ponto de vista interno do próprio TST, quem é que vai solucionar isso: a Sessões de Dissídio Individual. E como isso é feito? Através da criação do recurso próprio dos embargos previstos no art. 3º, III, b). Então isso é importante por que? Se você analisar lá o art. 894, o que ele fala daqueles embargos lá? “Cabe embargos, no Tribunal Superior do Trabalho, para o Pleno, no prazo de 8 dias a contar da publicação”. Na verdade o art. 894 passa a ser alterado com a edição da Lei 7701/88 porque na redação original do TST eu não tinha Sessões especializadas; eu tinha só as Turmas e o Tribunal Pleno. Então com a Lei 7701, quando ele cria a Sessão especializada essa atribuição do art. 894 que era do Pleno vai a para a Sessão. E aí vem o tal embargos de recurso de revista.

Aluna: em observação a Lei 7701 modificou a competência para o julgamento dos embargos.

Isso aí, ou seja, não é mais do Pleno, é da Sessão de Dissídio Individual. É questão de organização administrativa interna do TST. Só que quando aparece

Referências

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