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CRACK: EPIDEMIA. Senhor Presidente,

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Discurso proferido pelo deputado GERALDO RESENDE (PMDB/MS), em sessão no dia 22/11/2011. CRACK: EPIDEMIA Senhor Presidente,

Senhoras e Senhores Deputados,

No dia sete de novembro, uma nova pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) revelou que: como consequência do baixo preço e do fácil acesso, o crack vem substituindo as bebidas alcoólicas nos pequenos municípios do país, assim como nos grandes centros. Gostaria de parabenizar a CNM por demonstrar verdadeira preocupação com a questão do crack no Brasil, ao mesmo tempo em que denuncio o descaso das demais autoridades no combate a este mal. Não é a primeira vez que utilizo este espaço para alertar sobre o crescimento e a gravidade do consumo desta droga.

No dia 21 de dezembro de 2010 realizei um pronunciamento sobre o mesmo assunto. Na oportunidade, utilizei também os números levantados pela

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Confederação Nacional dos Municípios. No ano passado, foi constatado que o crack está em 98% dos 4,4 mil municípios pesquisados, caracterizando o uso do entorpecente como uma verdadeira epidemia. Particularmente tenho informações que o uso do crack é constante até nas aldeias indígenas Jaguapirú e Bororó em Dourados, no sul do Estado de Mato Grosso do Sul. Mais um indicativo de que a droga está em todos os lugares, avançando fronteiras, entrando nas pequenas cidades e apontando para um futuro extremamente preocupante se nada for feito.

Dialogando com prefeitos e gestores municipais de saúde, percebo que a população está cada vez mais preocupada com o avanço do crack. No mesmo levantamento da CNM, a maior parte das autoridades municipais, já destina um montante de seus orçamentos em saúde, para o tratamento de dependentes. Cerca de 63,7% das cidades brasileiras enfrentam problemas na área da saúde devido à circulação de drogas.

Os recursos destinados aos municípios para o enfrentamento dessa chaga é insuficiente. Em 2010, dos R$ 124 milhões destinados para políticas antidrogas, R$ 90 milhões foram empenhados e apenas R$ 5,3 milhões pagos, de modo a caracterizar uma execução

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baixíssima. Em 2011, foram autorizados R$ 33,6 milhões e R$ 6,3 empenhados, dos quais R$ 4,7 já foram pagos. Esses recursos não estão garantindo profissionais capacitados, nem a manutenção das equipes dos centros de atenção que deveriam estar à disposição dos usuários. As limitações da rede de atenção básica aos usuários também perpassam pela falta de leitos para internação, de espaços físicos inadequados, carência da disponibilidade de remédios, dentre outros entraves.

Além da saúde, a segurança pública também sente os reflexos do aumento no consumo do crack. Em uma relação diretamente proporcional, a violência, o roubo, o assassinato e o vandalismo saltam para números alarmantes em regiões vulneráveis às drogas. O policiamento insuficiente também é apontado como mais um elemento que favorece o crescimento desta epidemia.

Mesmo as importantes iniciativas para o tratamento dos pacientes, como os Centros de Referência Especializados da Assistência Social (Creas), demonstram debilidades. Dos municípios pesquisados, 44% critica o serviço prestado pelos Creas.

No primeiro semestre de 2010, fiz parte de uma Comissão Externa que verificou in loco as políticas

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de combate ao uso de drogas nos países europeus. Com base nesta experiência, defendo ações integradas por todos os entes da federação, ou seja, União, Estados e Municípios, com a definição clara de responsabilidades, gestão compartilhada em algumas áreas, a elaboração de metas, além de recursos para financiar as ações. Porém, se não elencarmos esta luta como prioridade, de nada irão adiantar os investimentos e a formulação de estratégias.

Também posso afirmar que, se não olharmos com especial atenção para as nossas fronteiras, por onde esses entorpecentes são contrabandeados, qualquer outra ação será como enxugar gelo, ou seja, tratamos um dependente em uma estrutura de ponta, enquanto outros jovens, de todas as classes estão tendo os primeiros contatos com a droga.

Proponho nesta Casa uma discussão emergente e perene, de modo a estarmos vigilantes, executando ações específicas, com orçamento claro, para que não tenhamos mais que recolher nossos filhos da sarjeta das drogas. Prego aqui um pacto entre União, Estados e Municípios, de modo a transformar nossa perplexidade em políticas públicas, científicas e diminuição do consumo e entrada das drogas em nossas cidades.

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Muito obrigado pela atenção.

Deputado GERALDO RESENDE (PMDB/MS)

Referências

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