• Nenhum resultado encontrado

DIREITO PENAL PROF. NIDAL AHMAD DIREITO PENAL PROF. ARNALDO QUARESMA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "DIREITO PENAL PROF. NIDAL AHMAD DIREITO PENAL PROF. ARNALDO QUARESMA"

Copied!
21
0
0

Texto

(1)

1

DIREITO PENAL

PROF. NIDAL AHMAD

DIREITO PENAL

PROF. ARNALDO QUARESMA

(2)

2

DIREITO PENAL

PROF. ARNALDO QUARESMA profarnaldoquaresma 1. Crimes contra a fé pública

CAPÍTULO 1) DA MOEDA FALSA(289/292);

CAPÍTULO 2) DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS (293/295);

CAPÍTULO 3) DA FALSIDADE DOCUMENTAL (296/305); CAPÍTULO 4) DE OUTRAS FALSIDADES (306/311);

CAPÍTULO 5) DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO (311-A)

TÍTULO X – DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA

CAPÍTULO 1 – DA MOEDA FALSA

ART. 289 MOEDA FALSA;

ART. 290 CRIMES ASSIMILADOS AO DE MOEDA FALSA; ART. 291 PETRECHOS PARA A FALSIFICAÇÃO DA MOEDA;

ART. 292 EMISSÃO DE TÍTULO AO PORTADOR SEM PERMISSÃO LEGAL

I – INTRODUÇÃO

O ponto em comum desses crimes é a proteção ao bem jurídico fé pública que pode ser entendida como a presunção de legitimidade e de veracidade que os documentos e os procedimentos públicos possuem, ou seja, basicamente a crença de que os documentos e procedimentos públicos são verdadeiros e estão em consonância com a lei.

(3)

3

II.1 – MOEDA FALSA (ART. 289 CP)

Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro: Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa.

§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa.

§ 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses a dois anos, e multa. § 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, o funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão:

I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei; II - de papel-moeda em quantidade superior à autorizada.

§ 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada.

A) BEM JURÍDICO TUTELADO

FÉ PÚBLICA → EMISSÃO DE MOEDA

COMPETÊNCIA DA UNIÃO (ART. 21, VII CRFB/88); JUSTIÇA FEDERAL (ART. 109, IV CRFB/88)

B) SUJEITOS DO CRIME

CRIME COMUM

SUJEITO PASSIVO PRIMÁRIO → ESTADO

SUJEITO PASSIVO SECUNDÁRIO → PF/PJ EVENTUALMENTE LESADA

(4)

4 C) TIPICIDADE OBJETIVA

EXIGÊNCIA DA IMITATIO VERI → SEMELHANÇA COM O PRODUTO VERDAEIRO

SÚMULA 73 STJ: a utilização de papel-moeda grosseiramente falsificado configura, em tese, o crime de estelionato, da competência da justiça estadual

ELEMENTO NORMATIVO DO TIPO PENAL → EM CURSO LEGAL NO PAÍS OU NO ESTRANGEIRO

PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA?? NÃO. HC 97220, 2° TURMA DO STF.

ELEMENTO NORMATIVO DO TIPO PENAL → EM CURSO LEGAL NO PAÍS OU NO ESTRANGEIRO

ARREPENDIMENTO POSTERIOR?? NÃO

A fé pública, uma vez violada, não pode ser reparada, razão

pela qual será inviável o reconhecimento do arrependimento posterior

previsto no artigo 16 do CP.

Neste sentido, o STJ já decidiu, no RESP 1.242.294-PR, julgado em 18/11/2014 (INFORMATIVO 554), que os crimes contra a fé pública, assim como os crimes não patrimoniais, são incompatíveis com a figura do arrependimento posterior, tendo em vista a impossibilidade de reparação do cano causado

E) TENTATIVA/CONSUMAÇÃO

CRIME FORMAL → SE CONSUMA QUANDO O AGENTE

EFETIVAMENTE FALSIFICA A MOEDA (FABRICANDO-A OU

ALTERANDO-A) DESDE QUE ESSA FALSIFICAÇÃO SEJA IDÔNEA A ILUDIR.

(5)

5 TENTATIVA??!! DELITO PLURISSUBSISTENTE.

F) FIGURA EQUIPARADA (289, §1°)

§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa.

→ PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO (POST FACTUM IMPUNÍVEL)

G) FIGURA PRIVILEGIADA (289, §2°)

§ 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

BOA-FÉ NO RECEBIMENTO +

MÁ-FÉ NA RESTITUIÇÃO

H) FIGURA QUALIFICADA 1 (289, §3°)

§ 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, o funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão:

I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei; II - de papel-moeda em quantidade superior à autorizada.

CRIME PRÓPRIO

SUJEITO PASSIVO É O ESTADO

→Art. 289, §3°, I – Neste caso a fabricação da moeda é realizada em desacordo (com título ou peso inferior) com aquilo que determina a lei

(6)

6 (norma penal em branco), a qual determina os componentes que integram o material, incluindo o peso da moeda.

→Art. 289, §3°, II – Neste caso o agente fabrica, emite ou autoriza a fabricação de papel moeda em quantidade superior a permitida.

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ESTRITA:

A EMISSÃO DE MOEDA METÁLICA EM QUANTIDADE SUPERIOR A PERMITIDA É FIGURA ATÍPICA, UMA VEZ QUE NO INCISO II O LEGISLADOR SOMENTE FAZ MENÇÃO A PAPEL MOEDA.

→ O CRIME SE CONSUMA NO MOMENTO EM QUE O AGENTE FABRICA, EMITE OU AUTORIZA A EMISSÃO DO OBJETO MATERIAL EM DESACORDO À LEI, SENDO QUE NA CONDUTA DE AUTORIZAR NÃO HÁ A NECESSIDADE DE QUE SE EMITA OU FABRIQUE A MOEDA OU O PAPEL-MOEDA.

(7)

7 § 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada.

DESVIO E CIRCULAÇÃO ANTECIPADA DE MOEDA

Nesta figura, o legislador pune a conduta de quem desvia e faz circular moeda, cuja circulação ainda não estava autorizada. Vale destacar que no caso em questão somente foi autorizada a emissão da moeda, mas ainda não a sua circulação, a qual pode depender de uma análise de fatores econômicos.

§ 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada.

• CRIME COMUM • DOLO

• CONSUMAÇÃO: COM A ENTRADA DA MOEDA EM CIRCULAÇÃO

J) AÇÃO PENAL E COMPETÊNCIA

AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA DE COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL

ATENÇÃO PARA A SÚMULA 73 STJ:

SE A FALSIFICAÇÃO FOR GROSSEIRA PODERÁ HAVER O CRIME DE ESTELIONATO DE COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL

lI.3 – PETRECHOS PARA FALSIFICAÇÃO DE MOEDA (291 CP) Petrechos para falsificação de moeda

Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

(8)

8

CAPÍTULO 3 – DA FALSIDADE DOCUMENTAL

ART. 296 FALSIFICAÇÃO DE SELO OU SINAL PÚBLICO; ART. 297 FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO; ART. 298 FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PARTICULAR; ART. 299 FALSIDADE IDEOLÓGICA;

ART. 300 FALSO RECONHECIMENTO DE FIRMA OU LETRA;

ART. 301 CERTIDÃO OU ATESTADO FALSO;

ART. 302 FALSIDADE DE ARESTADO MÉDICO;

ART. 303 REPRODUÇÃO/ADULTERAÇÃO DE SELO OU PEÇA

FILATÉLICA;

ART. 304 USO DE DOCUMENTO FALSO;

ART. 305 SUPRESSÃO DE DOCUMENTO.

III.1 – FALSIDADE MATERIAL (ARTS. 297/298 CP) Falsificação de documento público

Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro:

Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.

§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.

Falsificação de documento particular

Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro:

(9)

9

Falsificação de cartão

Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento particular o cartão de crédito ou débito.

C) CONCEITO DE DOCUMENTO

ART. 232 CPP: Consideram-se documentos quaisquer escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou particulares.

Parágrafo único. À fotografia do documento, devidamente autenticada, se dará o mesmo valor do original.

DOUTRINA:

1) FORMA ESCRITA, SOBRE COISA MÓVEL, TRANSPORTÁVEL E TRANSMISSÍVEL (PAPEL/PERGAMINHO)

QUADRO, FOTOGRAFIA, PICHAÇÃO??

MONTAGEM DE UMA FOTOGRAFIA ISOLADA?? DOUTRINA:

2) QUE TENHA AUTOR CERTO, IDENTIFICÁVEL POR ASSINATURA, NOME OU, QUANDO A LEI NÃO FAZ ESSA EXIGÊNCIA, PELO PRÓPRIO CONTEÚDO;

DOUTRINA:

3) O CONTEÚDO DEVE TER RELEVÂNCIA JURÍDICA

• EXPRESSAR A MANIFESTAÇÃO DE UMA VONTADE; • EXPOSIÇÃO DE UM FATO RELEVANTE

DOUTRINA:

4) VALOR PROBATÓRIO

• O ESCRITO DEVE TER O VALOR PROBATÓRIO POR SI SÓ CÓPIA NÃO AUTENTICADA??

(10)

10

C) DOCUMENTO PÚBLICO X DOCUMENTO PARTICULAR

I – DOCUMENTO PÚBLICO

ELABORADO POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO +

NO USO DE SUAS ABRIBUIÇÕES +

NA FORMA ESTABELECIDA EM LEI

II – DOCUMENTO PÚBLICO POR EQUIPARAÇÃO (297, §2°): • DOCUMENTO EMANADO POR ENTIDADE PARAESTATAL; • TÍTULO AO PORTADOR OU TRANSMISSÍVEL POR ENDOSSO;

• AÇÕES DE SOCIEDADE COMERCIAL; • LIVROS MERCANTIS

• TESTAMENTO PARTICULAR

DOCUMENTO EMANADO POR ENTIDADE PARAESTATAL: • ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

• ORGANIZAÇÕES SOCIAIS

• CONCEITO DISTINTO DO DIREITO ADM.

TÍTULO AO PORTADOR OU TRANSMISSÍVEL POR ENDOSSO: • CHEQUE;

• NOTA PROMISSÓRIA; • LETRA DE CÂMBIO;

AÇÕES DE SOCIEDADE COMERCIAL; • LIVROS MERCANTIS;

(11)

11 TESTAMENTO PARTICULAR • ART. 1862 CC/02: • TESTAMENTO PÚBLICO • TESTAMENTO CERRADO • TESTAMENTO PARTICULAR

POR EXCLUSÃO (NÃO É PÚBLICO NEM PÚBLICO POR EQUIP.) EXEMPLOS: CONFISSÃO DE DÍVIDA, CONTRATO DE COMPRA E VENDA, CONTRATO DE LOCAÇÃO, DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. CARTÃO DE CRÉDITO/DÉBITO??!!

→ 297/298: FALSIDADES MATERIAIS (SÓ MUDA O OBJ. MATERIAL); CONDUTAS:

1) FALSIFICAR, NO TODO OU EM PARTE, DOCUMENTO

NO TODO: QUEM FALSIFICA O PRÓPRIO ESPELHO DE UMA CNH EM UMA GRÁFICA E ACRESCENTA DIZERES INVERÍDICAS;

EM PARTE: QUEM TEM EM SUAS MÃOS UM ESPELHO VERDADEIRO E, SEM LEGITIMIDADE, O PREENCHE COM DADOS FALSOS.

D) TIPICIDADE OBJETIVA (297/298)

→ 297/298: FALSIDADES MATERIAIS (SÓ MUDA O OBJ. MATERIAL); CONDUTAS:

2) ALTERAÇÃO DE UM DOCUMENTO VERDADEIRO

QUEM SE UTILIZA DE UMA CNH VERDADEIRA E COLOCA UMA FOTO OU ALTERA ALGUM DADO (NOME POR EXEMPLO)

(12)

12 CUIDADO: SE O SUJEITO TEM EM SEU PODER UM ESPELHO VERDADEIRO E TENDO LEGITIMIDADE PARA PREENCHÊ-LO O FAZ COM DADOS FALSOS??

FALSIDADE MATERIAL??

ATINGE A CONFIGURAÇÃO EXTRÍNSECA DO DOCUMENTO (FORMAL)

O DOCUMENTO FORMALMENTE É FALSO

CUIDADO: O LEGISLADOR NO NA DE 2000 (LEI 9983) INCLUIU O PARÁGRAFO 3° E 4° NO ARTIGO 297 QUE NA VERDADE SÃO CASOS DE FALSIDADE IDEOLÓGICA E NÃO MATERIAL:

§ 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir:

I – na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório;

II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita;

III – em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado.

CUIDADO: O LEGISLADOR NO NA DE 2000 (LEI 9983) INCLUIU O PARÁGRAFO 3° E 4° NO ARTIGO 297 QUE NA VERDADE SÃO CASOS DE FALSIDADE IDEOLÓGICA E NÃO MATERIAL:

§ 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3o, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços.

(13)

13

H) QUESTÕES ESPECIAIS 4) PROVA PERICIAL??!!

EXAME DOCUMENTOSCÓPICO

5) COMPETÊNCIA

EM SE TRATANDO DE CRIME DE FALSIFICAÇÃO, EM QUALQUER UMA DE SUAS MODALIDADES, A COMPETÊNCIA SERÁ DETERMINADA PELO ÓRGÃO RESPONSÁVEL PELA CONFECÇÃO DO DOCUMENTO.

• FALSIFICAÇÃO DE CNH: • FALSIFICAÇÃO DE CPF:

• FALSIFICAÇÃO DE CARTEIRA DA OAB:

• FALSIFICAÇÃO DE CARTEIRA ARRAIS-AMADOR:

• FALSIFICAÇÃO DE TÍTULO ELEITOR (SEM FINS

ELEITORAIS):

SÚMULA 104 STJ: Compete à Justiça Estadual o processo e julgamento dos crimes de falsificação e uso de documento falso relativo

a estabelecimento particular de

ensino.

SÚMULA 62 STJ: COMPETE À JUSTIÇA ESTADUAL PROCESSAR E JULGAR O CRIME DE FALSA ANOTAÇÃO DA CTPS, ATRIBUÍDO À EMPRESA PRIVADA.

III.2 – FALSIDADE IDEOLÓGICA (299 CP)

Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:

(14)

14 Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis, se o documento é particular.

Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte.

FALSIDADE MATERIAL:

DOIS TIPOS PENAIS (297 – DOC. PÚBLICO; 298 – DOC. PARTICULAR)

FALSIDADE IDEOLÓGICA

DOCUMENTO PÚBLICO OU PARTICULAR → 299 CP DOC. PÚBLICO (1 A 5 ANOS DE RECLUSÃO, E MULTA) DOC. PARTICULAR (1 A 3 ANOS DE RECLUSÃO, E MULTA)

B) CARACTERÍSTICAS

→ ATINGE O CONTEÚDO INTELECTUAL DO DOCUMENTO. ATINGE A VERACIDADE DO DOCUMENTO

DOCUMENTO FORMALMENTE É VERDADEIRO (CONTEÚDO FALSO)

SE HOUVER NO MESMO DOCUMENTO UMA FALSIDADE IDEOLÓGICA E UMA FALSIDADE MATERIAL??

D) SUJEITOS DO CRIME

→ SUJEITO ATIVO: CRIME COMUM

SE FOR FUNCIONÁRIO PÚBLICO E SE PREVALECER DO CARGO?? → 299, PU CP (1º PARTE): + 1/6

→ SUJEITO PASSIVO: ESTADO (PRIMÁRIO) E O LESADO EVENTUAL (SECUNDÁRIO).

(15)

15

E) TIPICIDADE OBJETIVA

→ FALSIDADE INTELECTUAL, IDEAL OU FORMAL

NORMALMENTE IRÁ ABRANGER AS DECLARAÇÕES CONTIDAS NO DOCUMENTO.

CRIME DE AÇÃO MÚLTIPLA:

1) OMITIR DECLARAÇÃO QUE DEVIA CONSTAR DO DOC. PÚBLICO/PARTICULAR;

CRIME OMISSIVO PRÓPRIO – NÃO CABE TENTATIVA EXEMPLO: SUJEITO OMITE EM UM CONTRATO SOCIAL A INFORMAÇÃO DE QUE É FUNCIONÁRIO PÚBLICO

2) INSERIR DECLARAÇÃO FALSA OU DIVERSA DA QUE DEVIA CONSTAR;

EXEMPLO: SUJEITO QUE PARA REQUERER O AUXÍLIO EMERGENCIAL INSERE UMA RENDA MENOR DA QUE AUFERE.

3) FAZER INSERIR DECLARAÇÃO FALSA OU DIVERSA DA QUE DEVERIA CONSTAR

AGENTE FORNECE INFORMAÇÃO FALSA A TERCEIRA PESSOA (RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO DO DOCUMENTO), FAZENDO COM QUE ESSA PESSOA (SEM TER CIÊNCIA DA FALSIDADE) CONFECCIONE O DOCUMENTO.

EM SE TRATANDO DE DOCUMENTO PÚBLICO NESSA HIPÓTESE SE ADMITE COMO SUJEITO ATIVO O PARTICULAR.

PERÍCIA??!!

DECLARAÇÕES PARTICULARES → VERIFICAR SE O DOCUMENTO TEM VALOR PROBATÓRIO POR SI

PETIÇÃO INICIAL??!!

DECLARAÇÃO DE POBREZA??!! CURRICULUM LATTES?

(16)

16 FALSIDADE E SIMULAÇÃO

H) FALSIDADE EM ASSENTO DE REGISTRO CIVIL

Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte.

MAIOR REPROVABILIDADE PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE:

• ART. 241 CP • ART. 242 CP

Registro de nascimento inexistente

Art. 241 - Promover no registro civil a inscrição de nascimento inexistente:

Pena - reclusão, de dois a seis anos.

Parto suposto. Supressão ou alteração de direito inerente ao estado civil de recém-nascido

Art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outrem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil:

Pena - reclusão, de dois a seis anos.

Parágrafo único - Se o crime é praticado por motivo de reconhecida nobreza:

Pena - detenção, de um a dois anos, podendo o juiz deixar de aplicar a pena.

(17)

17

I) PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO

→ FALSIDADE IDEOLÓGICA E CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA

(STJ: 5° TURMA, AG. RG NO RESP 1.363.618/MG, JULGADO EM 15/05/2018)

OBS: TAMBÉM VALE PARA 297, 298 OU 304. → FALSIDADE E ESTELIONATO

SÚMULA 17 STJ: QUANDO O CRIME DE FALSO SE EXAURE NO ESTELIONATO, SEM MAIOR POTENCIALIDADE LESIVA, É POR ESTE ABSORVIDO.

OBS: TAMBÉM VALE PARA 297, 298 OU 304. → FALSIDADE E DESCAMINHO

MESMO RACIOCÍNIO DA SÚMUL 17 STJ

INF. 587, RECURSO REPETITIVO, 3º SEÇÃO DO STJ, RESP 1378053, JULGADO EM 10/08/2016

III.3 – USO DE DOCUMENTO FALSO (304 CP)

Uso de documento falso

Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou

alterados, a que se referem os arts. 297 a 302:

Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.

C) TIPICIDADE OBJETIVA

O LEGISLADOR PUNE A CONDUTA DAQUELE QUE FAZ USO DE

QUAISQUER DOCUMENTOS FALSIFICADOS/ALTERADOS DOS

ARTIGOS 297 AO 302.

• CRIME REMETIDO

(18)

18

NATUREZA JURÍDICA:

• NORMA PENAL EM BRANCO HOMOGÊNEA

HOMOVITELINA

• NORMA PENAL INCOMPLETA/IMPERFEITA

FINALIDADE

FAZER USO X PORTAR

O USO PRECISA SER ESPONTÂNEO??

D) TENTATIVA/CONSUMAÇÃO

AGENTE FALSIFICA O DOCUMENTO E DEPOIS UTILIZA O MESMO DOCUMENTO??

E) QUESTÕES ESPECIAIS

I – SUJEITO QUE USA DOCUMENTO VERDADEIRO DE OUTRA PESSOA COMO SE FOSSE PRÓPRIO??

Art. 308 - Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer documento de identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se utilize, documento dessa natureza, próprio ou de terceiro:

Pena - detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave.

II – COMPETÊNCIA

SÚMULA 546 STJ: A COMPETÊNCIA PARA PROCESSAR E JULGAR O CRIME DE USO DE DOCUMENTO FALSO É FIRMADA EM RAZÃO DA ENTIDADE OU ÓRGÃO AO QUAL FOI APRESENTADO O DOCUMENTO PÚBLICO, NÃO IMPORTANDO A QUALIFICAÇÃO DO ÓRGÃO EXPEDIDOR

(19)

19 APRESENTOU CNH PARA PM??

APRESENTOU CNH PARA PRF??

SÚMULA 546 STJ: A COMPETÊNCIA PARA PROCESSAR E JULGAR O CRIME DE USO DE DOCUMENTO FALSO É FIRMADA EM RAZÃO DA ENTIDADE OU ÓRGÃO AO QUAL FOI APRESENTADO O DOCUMENTO PÚBLICO, NÃO IMPORTANDO A QUALIFICAÇÃO DO ÓRGÃO EXPEDIDOR

CASO CONCRETO (STJ, INFORMATIVO 568)

III.5 – DEMAIS CRIMES A) FALSIDADES MATERIAIS

I – FALSIDADE MATERIAL DE ATESTADO OU CERTIDÃO (301, §1°) ART. 301, § 1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão, ou alterar o teor de certidão ou de atestado verdadeiro, para prova de fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem:

Pena - detenção, de três meses a dois anos.

§ 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena privativa de liberdade, a de multa.

II – REPRODUÇÃO OU ADULTERAÇÃO DE SELO OU PEÇA FILATÉLICA (303 CP)

Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que tenha valor para coleção, salvo quando a reprodução ou a alteração está visivelmente anotada na face ou no verso do selo ou peça: Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, para fins de comércio, faz uso do selo ou peça filatélica.

(20)

20

B) FALSIDADES IDEOLÓGICAS

I – FALSO RECONHECIMENTO DE FIRMA OU LETRA (300 CP) Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública, firma ou letra que o não seja:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público; e de um a três anos, e multa, se o documento é particular.

II – CERTIDÃO OU ATESTADO IDEOLOGICAMENTE FALSO (301 CP)

Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de função pública, fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem:

Pena - detenção, de dois meses a um ano.

III – FALSIDADE DE ATESTADO MÉDICO (302 CP)

Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso:

Pena - detenção, de um mês a um ano.

Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.

(21)

Referências

Documentos relacionados

A conduta, como elemento do fato típico, passou a abranger não só a ação (movimentação corpórea positiva), mas também a omissão. Além disso, a tipici- dade, que na

O objetivo deste trabalho é estudar a distância entre a corti- cal superior do canal mandibular e a crista óssea alveolar em mandíbulas dentadas, por meio de morfometria manual

doutorando Dalvani Fernandes, orientando do Prof. Sylvio Fausto Gil Filho. Após análise dos requisitos definido em 93. regimento, foi APROVADA por unanimidade. 13)Banca

Considerando a Portaria nº 2.554/GM/MS, de 28 de outubro de 2011, que institui no Programa de Requalificação de Unidades Básicas de Saúde, o Componente Informatização e

Quando o órgão for omisso em relação ao prazo de validade dos documentos apresentados, considerar-se-á o prazo de validade de 90 (noventa) dias, a contar da data

Já na região semi-árida, como é o caso de regiões produtoras do Estado da Bahia, onde além de mal distribuídas, as chuvas são escassas, a produção do abacaxi sob

Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima

a que se destina a partição (neste caso, depois de um dique em Next, surgirá um outro passo para confirmar o tipo de sistema de ficheiros).. Se a partição se destina a um