• Nenhum resultado encontrado

AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DE BIOGÁS E GERAÇÃO DE METANO A PARTIR DE RESÍDUO DE LEITE

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DE BIOGÁS E GERAÇÃO DE METANO A PARTIR DE RESÍDUO DE LEITE"

Copied!
18
0
0

Texto

(1)

CENTRO UNIVERSITARIO UNIVATES CURSO TÉCNICO EM QUÍMICA

AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DE BIOGÁS E GERAÇÃO DE METANO

A PARTIR DE RESÍDUO DE LEITE

Guilherme Bergmann da Silva

(2)

Guilherme Bergmann da Silva

AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DE BIOGÁS E GERAÇÃO DE METANO

A PARTIR DE RESÍDUO DE LEITE

Artigo apresentado na disciplina de Estagio Supervisionado do curso técnico em química do Centro Universitário Univates, como exigência para a obtenção do título de Técnico em Química.

Orientador: Cláudia Andréia Gräff.

(3)

AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DE BIOGÁS E GERAÇÃO DE METANO A

PARTIR DE RESÍDUO DE LEITE

Guilherme Bergmann da Silva¹ Cláudia Andréia Gräff ²

Resumo: Este artigo apresenta os resultados dos experimentos realizados no Laboratório de Biorreatores da

Univates no período de setembro e outubro de 2015, utilizando resíduo de leite oriundo do Laboratório de Físico-Química do Unianálises, com objetivo de avaliar o potencial deste para a geração de biogás através da biodigestão anaeróbia, bem como a presença de metano (CH4), que indica o poder calorífico do gás possibilitando o seu uso para fins energéticos. Os testes realizados foram amparados pelas principais premissas estabelecidas na norma alemã VDI 4630. Os experimentos em Laboratório são indicativos de tratamento que poderão ser adotados em escala real, levando em conta o percentual de metano produzido (59,07%).

Palavras chaves: Biogás. Resíduo de leite. Biodigestão anaeróbia.

1 INTRODUÇÃO

A indústria alimentícia é caracterizada pela produção de subprodutos com grande capacidade de material orgânico facilmente biodegradável que, por um lado, são fontes de energia mas, por outro, fontes de poluição (CHENG, 2007). O crescente aumento da população mundial gera maior necessidade de alimentação, neste cenário a agropecuária desempenha um forte papel. No Brasil, esta tem grande importância, em especial na produção de leites e derivados.

Segundo dados do site Balde Branco, o estado do Rio Grande do Sul é o segundo maior produtor de leite do país, ficando atrás somente de Minas Gerais, com mais de 4,8 bilhões L/ano, significando 13,6% da produção nacional.

¹ Aluno do curso técnico em química, Centro Universitário –UNIVATES, Lajeado/RS. guilherme.silva2@univates.br

(4)

O laticínio é uma indústria que gera bastante resíduo, por exemplo o soro de leite e de queijo, a rejeição de leite na plataforma da indústria por algum tipo de contaminação impede a utilização da matéria-prima para a industrialização. Assim, o produto torna-se um resíduo com potencial altamente poluidor no que se refere à carga de matéria orgânica.

Diversos trabalhos demonstram o potencial de utilização do soro de leite e queijo na obtenção de biogás, existem poucos estudos sobre a utilização de resíduos de leite na produção de biogás e obtenção de gás metano.

Com isso, é gerada uma quantidade significativa de resíduos e a biodigestão anaeróbia surge como uma alternativa interessante para recuperar a energia contida nos resíduos, através da geração de biogás.

Frente a grande quantidade de matéria orgânica associada a estes resíduos, a biodigestão pode reduzir o potencial poluente dos resíduos orgânicos com alto teor de demanda bioquímica de oxigênio, e ao mesmo tempo, gerar biogás (SALOMON; LORA, 2009).

Para tanto, utiliza-se da digestão anaeróbia que se trata de uma alternativa de baixo custo e fácil manejo, sendo o mecanismo mais usado para tratamento dos efluentes oriundos de atividades industriais e agrícolas que possuem elevadas taxas de matéria orgânica, a qual é convertida em energia sob forma de biogás (CASSINI, 2003).

A biodigestão anaeróbia é o processo pelo qual, a matéria orgânica é convertida na sua grande parte em gás metano e gás carbônico. Na ausência de oxigênio são como NO3-(redução de nitritos), SO42-(redução de sulfatos), ou CO2(formação de metano) (CHERNICARO, 1997).

Segundo Kunz et al. (2004) o processo de fermentação anaeróbio é um processo sensível, podendo ser dividido em quatro fases:

• Fase hidrolítica: nesta fase as enzimas hidrolíticas extracelulares das moléculas complexas dos substratos solúveis degradam-se (hidrolisam) em pequenas moléculas que são transportadas para dentro das células dos microorganismos e metabolizadas

(5)

(OLIVEIRA, 2004). Nessa fase ocorre a transformação de proteínas em aminoácidos, de carboidratos em açúcares solúveis e de lipídeos em ácidos graxos de cadeia longa e glicerina (SOUZA, 2005);

• Fase de fermentação ácida (acidogênese): os produtos gerados na primeira fase vão ser transformados em ácidos orgânicos (acético, propiônico, butírico, isobutírico, fórmico, hidrogênio (H2) e dióxido de carbono (CO2) (OLIVEIRA, 2004). Nesta fase não necessariamente é realizada por bactérias anaeróbias, é considerado vantajoso para o processo, visto que assim vai garantir um ambiente isento de oxigênio, essencial para as bactérias metanogênicas (NOGUEIRA, 1992);

• Fase de acetogênese: as bactérias acetogênicas, denominadas como produtoras de hidrogênio convertem os produtos gerados da acidogênese em dióxido de carbono (CO2), hidrogênio (H2), acetato e ácidos orgânicos de cadeia curta (SOUZA, 2005); • Fase metanogênica: as bactérias metanogênicas convertem os ácidos orgânicos de cadeia curta, o dióxido de carbono (CO2) e o hidrogênio (H2) em metano (CH4) e dióxido de carbono (CO2) (OLIVEIRA, 2004). Segundo Nogueira (1992), 70% do metano formado provêm do acetato e o restante do dióxido de carbono e hidrogênio.

O sucesso da biodigestão depende do balanceamento entre as bactérias que produzem gás metano (CH4) a partir dos ácidos orgânicos e este, é dado pela carga diária (sólidos voláteis), alcalinidade, pH, temperatura e qualidade do material orgânico, ou seja, qualquer variação entre eles pode comprometer o processo. A entrada de antibióticos, inseticidas e desinfetantes no biodigestor também pode inibir a atividade biológica diminuindo sensivelmente a capacidade do sistema em produzir biogás (KUNZ et al., 2004).

Este estudo tem como objetivo avaliar a viabilidade da utilização de resíduo de leite, visando a geração de biogás para aproveitamento energético através de processo de digestão anaeróbica.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

Os experimentos realizados pelo presente estudo foram desenvolvidos em escala laboratorial, utilizando resíduos de leite (Figura 1) oriundos do Laboratório de Físico Química do Unianálises de Lajeado/RS. Este resíduo, juntamente com inóculo - lodo digerido de um

(6)

biodigestor de escala real utilizado no tratamento de resíduos agroindustriais (Figura 2) - são adicionados em reatores de batelada com capacidade de 1 L (Figura 3). Os reatores foram acondicionados em incubadoras com temperatura controlada de 35°C e monitorados por meio de um sistema de medição de biogás automatizado (Figura 4).

Figura 1 – Resíduos de leite Figura 2 – Inóculo

Fonte: Lab. Unianálises-Univates (2015). Fonte: Lab. Biorreatores-Univates (2015).

Figura 3 – Reatores de batelada de escala laboratorial

Figura 4 – Reatores conectados ao sistema de medição de biogás

(7)

O sistema automatizado de biogás foi desenvolvido pelo laboratório de biorreatores da UNIVATES, esse sistema mede a produção de biogás em escala laboratorial. Este aparelho monitora simultaneamente 32 sensores em paralelo e possui uma memória não volátil que consegue armazenar os dados obtidos nos experimentos. Os sensores são baseados no princípio óptico e projetados para medir simultaneamente as informações de pressão atmosférica e temperatura de cada reator, permitindo inclusive compensações para redução de erros em valores afetados por variações ambientais externas (BACKES, 2011).

Para baixar os dados desse sistema, foi desenvolvido um software específico que recebe informações referentes à calibração de cada tubo em U, configura data e hora, exibe informações sobre a memória e o número de eventos armazenados, gerando uma planilha para cada reator analisado (BACKES, 2011).

Nos tubos em U há uma esfera flutuante alojada no interior do recipiente utilizada para interromper a passagem da luz. O seu uso é necessário para que o sistema consiga trabalhar em líquidos transparentes. O volume de gás gerado em cada evento é medido em mL, e é determinado através da equação dos gases ideias, que descreve que a relação entre a temperatura, a pressão e o volume de um gás é constante (BACKES, 2011; HALLIDAY et al. 2009).

Cada evento deve gerar no mínimo 40mL de biogás, sendo que, se o experimento não registrar nenhum evento, indica que o substrato está produzindo menos de 40 mL de biogás por dia ou que a geração de biogás cessou.

Diariamente foram coletadas pequenas amostras de biogás de cada reator para determinação de metano presente no mesmo, através de um sensor específico denominado Advanced Gasmitter, produzido pela empresa PRONOVA Analysentechnik GmbH & Co, Berlim, Alemanha (Figura 5).

(8)

Figura 5 - Sensor específico para a identificação de metano em misturas gasosas

Fonte: Lab. Biorreatores-Univates (2015).

Os experimentos realizados consistiram nas seguintes atividades:

 Análises físico-químicas dos substratos (pH e sólidos totais, fixos e voláteis) e definições dos percentuais de substratos a serem utilizados nos reatores, conforme a VDI 4630 (Fermentation of organic materials characteriziation of the substrate, sampling, colletion of material data, fermentation tests) esta norma alemã estabelece que a mistura ideal entre inóculo e substrato analisado não deve ultrapassar um percentual de Sólidos Totais de 10%, sendo que a divisão do percentual de Sólidos Voláteis da amostra pelo percentual de Sólidos Voláteis do inóculo deve ser menor ou igual a 0,5 (VDI, 2006);

 Elaboração de experimentos em reatores e incubação dos mesmos;

 Acompanhamento da geração diária de biogás através dos dados registrados no sistema automatizado de medição de biogás. Avaliação do percentual de metano presente no biogás, foi realizado através de sensor específico para tal fim.

 Elaboração e avaliação dos gráficos com as informações de geração diária de biogás e de metano.

 Análises físico-químicas dos substratos pós-experimento (pH e sólidos totais, fixos e voláteis) e análise da geração de biogás e metano acumulada.

Para a determinação do pH, utilizou-se o pHmetro, marca INSTRUTHERM, modelo PH-2000, mostrado na Figura 6.

(9)

Figura 6 – pHmetro

Fonte: Lab. Biorreatores-Univates (2015).

Para análises dos sólidos totais, voláteis e fixos, utilizou-se a metodologia Official Methods of Analysis, encontrada na Association of Official Analythical Chemistry (AOAC, 1995).

Na determinação dos Sólidos Totais (ST), as amostras foram postas em cadinhos de porcelana previamente calcinados e em seguida pesados para saber o peso úmido do material. Posteriormente foram levados à estufa Digital Time microprocessada para esterilização e secagem, marca SP LABOR, modelo SP-400 (Figura 7). Nesta estufa é utilizada a técnica do calor seco, para eliminar o teor de umidade da amostra. Os cadinhos foram mantidos na estufa sob uma temperatura de 105 °C por 24 horas. Após esse período, os cadinhos foram colocados em um dessecador até atingirem a temperatura ambiente na sequência foram pesados, obtendo-se assim, o valor do material seco (AOAC, 1995).

(10)

Figura 7 – Estufa Digital

Fonte: Lab. Biorreatores-Univates (2015).

O valor dos Sólidos Voláteis (SV) e Sólidos Fixos (SF) foram determinados a partir do material seco obtido na determinação dos sólidos totais. O material seco foi levado ao forno do tipo mufla, marca SP LABOR modelo SP-1200, sob a temperatura de 550 °C por oito horas. Este equipamento é utilizado no processo de calcinação que consiste em oxidar as substâncias de determinada amostra (Figura 8). Posteriormente ao procedimento as amostras foram esfriadas em dessecador e pesadas, obtendo-se o peso das cinzas (sólidos fixos) e pela diferença obteve-se o valor dos sólidos voláteis, como mostra o Fluxograma 1.

Fluxograma 1 – Divisão dos sólidos totais presentes no substrato

(11)

Figura 8 – Forno Mufla

Fonte: Lab. Biorreatores-Univates (2015).

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

O experimento foi desenvolvido nos meses de setembro e outubro de 2015, sendo encaminhadas duas triplicatas, descritas abaixo:

Triplicata I: composta por reatores com 600 gramas de inóculo - lodo digerido de um biodigestor de escala real utilizado no tratamento de resíduos agroindustriais.

Triplicata II: composta por reatores com 552 gramas (92%) de inóculo - lodo digerido de um biodigestor de escala real utilizado no tratamento de resíduos agroindustriais e 48 gramas (8%) de resíduo de leite.

Além da avaliação de biogás e metano procedeu-se com análises de pH, sólidos totais, fixos e voláteis dos substratos.

O Gráfico 1 apresenta o gráfico de geração de biogás diária do inóculo (Triplicata I), a qual gerou nos 24 dias de experimentação um total de 262,12 mL de biogás dos quais 47,99 mL (18,31%) correspondiam ao metano.

(12)

Gráfico 1 – Geração diária de Biogás do inóculo (Triplicata I)

Fonte: Autor (2015).

Os resultados indicam pouca interferência do inóculo no volume de biogás produzido pela mistura de inóculo e substrato, o que é bastante positivo, pois o inóculo é comumente utilizado com o objetivo de iniciar os experimentos, mas o responsável pela geração de biogás e metano deve ser o substrato, desde que este tenha potencial.

Um material para servir de inóculo não deve mais produzir quantidades significativas de biogás, por isso normalmente utiliza-se lodos anaeróbios que já estão em processo final de biodigestão. Isto se deve ao fato de que estes lodos concentram os microrganismos responsáveis pela biodigestão anaeróbia e consequente geração de biogás e metano. Neste sentido , a função do inóculo é auxiliar um substrato específico a produzir gás, acelerando processos. Devido a esses fatores a geração de biogás do inóculo, normalmente, é baixa.

O Gráfico 2 apresenta o gráfico de geração de biogás diária do inóculo e substrato (Triplicata II), a qual gerou nos 24 dias de experimentação um total de 5646,99 mL de biogás dos quais 3335,58 mL (59,07%) correspondiam ao metano.

(13)

Gráfico 2 – Geração diária de Biogás do inóculo e substrato (Triplicata II)

Fonte: Autor (2015).

A triplicata II gerou uma quantidade significativa de biogás o que está de acordo com o elevado percentual de sólidos voláteis da amostra de resíduo de leite. Por outro lado, sabe-se que esta amostra apresentou pH na faixa ácida (Tabela 1) o que tende a interromper a produção de biogás. Este comportamento não foi observado em função da proporção substrato/inóculo e características do inóculo utilizado o que ofereceu condições favoráveis para a degradação da matéria orgânica com geração de metano.

Tabela 1 – Análises de pH do início e final do experimento

AMOSTRA pH Início Triplicata I 8,4 Triplicata II 8,4 Final Triplicata I 8,2 Triplicata II 8,01 Fonte: Autor (2015). 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 P er ce n tual (% ) V olu m e ( m L ) Tempo (Dias)

Diário

(14)

A partir do 1º dia iniciou-se a produção de biogás com média de 45,26 mL, sendo que, no 2º dia apresentou produção de metano com média de 102,80 mL, representando 18,07%. A partir daí a produção de metano só aumentou, gerando 5479,42 mL de biogás entre o 2º e 18º dia, sendo que, 3239,94 mL eram de metano, representando 59,13%. Nesse período houve o maior pico na geração de metano (84,04%) no 15º dia de experimentação.

O Gráfico 3 apresenta o gráfico da geração acumulada de biogás nas duas triplicatas estudadas, dividindo os volumes em metano e outros gases presentes no biogás.

Gráfico 3 – Geração acumulada de biogás nas duas triplicatas de estudo

Fonte: Autor (2015).

Verifica-se que a Triplicata II (inóculo + substrato), foi a que apresentou a maior geração de biogás. Esta Triplicata gerou 21,5 vezes mais biogás que a Triplicata I (inóculo).

Na Tabela 2 encontra-se as análises de sólidos totais, fixos e voláteis do substrato e inóculo no início e final do período de experimentação.

0,00 1000,00 2000,00 3000,00 4000,00 5000,00 6000,00 Inóculo Mix I 8% (48g da leite) em 92% (552g inóculo) V ol ume ( m L )

(15)

Tabela 2 – Análises de sólidos totais, voláteis e fixos dos substratos AMOSTRA ST (%) SV (%) SF (%) ST*(g) SV*(g) SF*(g) Início Substrato 11,54 93,69 6,31 - - - Triplicata I (Inóculo 600g) 3,72 47,72 52,28 20,52 9,79 10,73 Triplicata II (Inóculo+Substrato) 5,07 55,19 44,81 30,44 16,80 13,64 Final Triplicata I (Inóculo 600g) 4,67 44,16 55,16 25,78 11,38 14,40 Triplicata II (Inóculo+Substrato) 4,23 43,44 56,56 25,37 11,02 14,35

*Considerando os gramas de amostra adicionadas nos reatores Fonte: Autor (2015).

Percebe-se que alguns resultados citados na Tabela 2 não condizem ao esperado, por exemplo o percentual de Sólidos Totais (ST) e Sólidos Fixos (SF), tanto percentual como considerando os gramas de amostra adicionadas nos reatores da Triplicata I levando-se em conta início/final, onde no início apresentou valor abaixo do final, sendo que o mais provável seria o final dar um resultado menor que o do início do experimento, pois o mesmo sofreu por uma degradação.

Diferente da Triplicata II, onde a diferença de Sólidos Voláteis início/final apresenta um valor menor no final do experimento, justificando a produção de biogás.

Um dos motivos pra ter acontecido essa diferença na Triplicata I pode-se imaginar que tenha ocorrido uma má homogeneização do inóculo no início do experimento.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o presente estudo verificou-se alguns pontos relevantes ao processo de biodigestão anaeróbia:

(16)

 A partir das análises de Sólidos do substrato, verifica-se que este apresenta um teor de Sólidos Voláteis desejável para o tratamento de degradação anaeróbia, objetivando-se a geração de biogás.

 O pH ácido da amostra não se mostrou desfavorável para que a biodigestão anaeróbia ocorra de forma satisfatória devido a proporção utilizada baseada na VDI 4630 (VDI, 2006).

Através dos experimentos realizados, constatou-se que quando feita (de forma indireta) a correção do pH, através da inserção do material em um meio alcalino, o potencial de geração de biogás pela amostra mostrou-se muito satisfatório.

Os experimentos em Laboratório são indicativos de tratamento que poderão ser adotados em escala real, levando em conta o percentual de metano produzido (59,07%). Sendo que comparado com outros trabalhos sobre obtenção de biogás e geração de metano o resíduo de leite mostrou-se eficiente. No entanto, deve-se considerar que os reatores em escala Laboratorial foram mantidos em condições controladas de temperatura, agitação e pH, a modo que, a manutenção destas condições em escala real serão determinantes para reprodução dos resultados obtidos.

Com este trabalho pode-se concluir que o resíduo de leite é um bom substrato para a produção de biogás e de gás metano em alta concentração em escala laboratorial. Estes resultados preliminares obtidos servirão para o desenvolvimento de trabalhos futuros.

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

AOAC. Association of Official Analythical Chemistry. Official methods of analysis. 6ª ed. Arlington: AOAC International, 1995. p. 1025.

BACKES, G. M.. Avaliação do Processo de Digestão Anaeróbia na Geração de Energia a

Partir de Dejetos Suínos e Bovinos de Leite e com Suplementação de Glicerina Resídual Bruta Oriunda da Produção de Biodiesel. Dissertação (Mestrado), Centro Universitário

(17)

CASSINI, T. S. (Coord). Digestão de resíduos sólidos orgânicos e aproveitamento do

biogás. Rio de Janeiro: ABES, 2003.

CHENG, C.. Energia alternativa na indústria láctea: a produção e aproveitamento de

biogás numa pequena queijaria minhota. FEUP, 2007.

CHERNICHARO, C. A. L. Princípios do tratamento biológico de águas residuárias –

Reatores anaeróbicos. Volume 5. Belo Horizonte: DESA-UFMG, 1997. P 246.

HALLIDAY, D.; RESNICK.; WALKER J. : Fundamentos de Física 2. 8. Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009. p. 310.

KUNZ, A; PERDOMO, C. C.; OLIVEIRA, P. A. V. de. Biodigestores: avanços e

retrocessos. Concórdia: EMBRAPA – CNPSA, 2004. p. 5.

NOGUEIRA, L. A. H.. Biodigestão: A alternativa energética. São Paulo: Nobel, 1992. 93 p.

OLIVEIRA, P. A. V. de. Produção e aproveitamento do biogás. In: OLIVEIRA, P. A. V. de et al. Tecnologias para o manejo de resíduos na produção de suínos: Manual de boas

praticas. Concórdia: Gestão Integrada de Ativos Ambientais, 2004. Cap. 4, p. 42-55.

Produção continua crescendo. Disponível em

<http://www.baldebranco.com.br/layout/leiteemnumeros1601_producaocrescendo.html> Acesso em 17/11/2015.

SALOMON, K. R.; LORA, E. E. S. Estimate of the electric energy generating potential

for different sources of biogas in Brazil. Biomass and Bioenergy, n. 33, p. 1101-1107,

2009.

SOUZA, C. de F.. Produção de biogás e tratamento de resíduos: Biodigestão anaeróbia. Ação Ambiental, Viçosa, n. 34, p.26-29, nov./dez. 2005.

(18)

VDI 4630. Fermentation of organic materials. Characterization of the substrate,

sampling, collection of material data, fermentation tests. 92 p. Germany: Verein Deutscher

Referências

Documentos relacionados

5.2.1.  As  rubricas  de  despesa  de  transferências  correntes  ou  de  capital  e  de  subsídios  para  organismos  da  Administração  Central  devem 

In this work, improved curves are the head versus flow curves predicted based on the correlations presented in Table 2 and improved by a shut-off head prediction

Segundo o mesmo autor, a animação sociocultural, na faixa etária dos adultos, apresenta linhas de intervenção que não se esgotam no tempo livre, devendo-se estender,

nesta nossa modesta obra O sonho e os sonhos analisa- mos o sono e sua importância para o corpo e sobretudo para a alma que, nas horas de repouso da matéria, liberta-se parcialmente

Os interessados em adquirir quaisquer dos animais inscritos nos páreos de claiming deverão comparecer à sala da Diretoria Geral de Turfe, localizada no 4º andar da Arquibancada

3.3 o Município tem caminhão da coleta seletiva, sendo orientado a providenciar a contratação direta da associação para o recolhimento dos resíduos recicláveis,

No código abaixo, foi atribuída a string “power” à variável do tipo string my_probe, que será usada como sonda para busca na string atribuída à variável my_string.. O