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CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES CÉFORA RODRIGUES GUERRA ISABEL MARIA SANTANA VERÍSSIMO

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CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES

CÉFORA RODRIGUES GUERRA ISABEL MARIA SANTANA VERÍSSIMO

ESTADO NUTRICIONAL DA POPULAÇÃO IDOSA NO ÂMBITO DO SISTEMA DE VIGILÂNCIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DE UM MUNICÍPIO DA ZONA DA

MATA ALAGOANA.

MACEIÓ/AL 2016

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CÉFORA RODRIGUES GUERRA ISABEL MARIA SANTANA VERÍSSIMO

ESTADO NUTRICIONAL DA POPULAÇÃO IDOSA NO ÂMBITO DO SISTEMA DE VIGILÂNCIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DE UM MUNICÍPIO DA ZONA DA

MATA ALAGOANA.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Tiradentes, como requisito parcial necessário para obtenção do grau de Bacharel em Nutrição, sob a orientação da profª Theresa Cristina Albuquerque Siqueira.

MACEIÓ/AL 2016

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CÉFORA RODRIGUES GUERRA ISABEL MARIA SANTANA VERÍSSIMO

ESTADO NUTRICIONAL DA POPULAÇÃO IDOSA NO ÂMBITO DO SISTEMA DE VIGILÂNCIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DE UM MUNICÍPIO DA ZONA DA

MATA ALAGOANA.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Tiradentes, como requisito parcial necessário para obtenção do grau de Bacharel em Nutrição, sob a orientação da profª Theresa Cristina Albuquerque Siqueira. Aprovado em_______de_________________________de_____________ BANCA EXAMINADORA ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________

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“Pode não ser fácil a vida O lutar ser infinito

Mais essa terra é querida E esse lugar é bonito”

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Dedicamos esta conclusão de curso, bem como todas as nossas conquistas, aos nossos pais e familiares de forma geral que estão sempre presentes e apoiando todas as nossas conquistas.

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AGRADECIMENTOS

Aos professores;

Aos nossos amigos de sala pelo apoio e colaboração; A todos os integrantes da Banca Examinadora;

Aos coordenadores, professores, funcionários, do curso de Nitrição;

Enfim, a todos que de alguma forma contribuíram para a realização deste trabalho.

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ESTADO NUTRICIONAL DA POPULAÇÃO IDOSA NO ÂMBITO DO SISTEMA DE VIGILÂNCIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DE UM MUNICÍPIO DA ZONA DA

MATA ALAGOANA

Céfora Rodrigues Guerra ¹ Isabel Maria Santana Veríssimo² Theresa Cristina Albuquerque Siqueira³

RESUMO

O presente artigo tem como objetivo identificar o perfil nutricional da população idosa do município de Mar Vermelho, Zona da Mata do Estado de Alagoas. Trata-se de um estudo descritivo, realizado por meio da coleta de dados relacionados ao Estado Nutricional-EN dos indivíduos, disponíveis em relatórios públicos na base de dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional SISVAN. O recorte desse estudo constituiu-se de idosos, com idade maior igual a 60 anos de ambos os sexos residentes no município. Neste estudo, constatou-se que o SISVAN não apreconstatou-senta dados relacionados ao estado nutricional de idosos no município. O “zero” foi significativo para demonstrar que as informações sobre o EN estão invisíveis aos profissionais e cidadãos. Nesse contexto, diante da invisibilidade de informações como estas, o presente estudo reforça a necessidade de realização de novas pesquisas direcionadas a população idosa do estado de Alagoas, especialmente no que tange ao Estado Nutricional destes. Torna-se importante refletir sobre as dificuldades do processo de inserir os dados em saúde, não somente, relativo a gestão, mas também as equipes e as estruturas disponíveis na Atenção Básica para o sistema de informação. O acesso a um sistema de informações em saúde possibilita a construção de ações Inter setoriais de promoção da saúde e envelhecimento de forma saudável, além do planejamento de políticas públicas pautadas no perfil epidemiológico e consequentemente na melhoria da qualidade de vida da população. Estudos sobre o papel da informação em saúde contribuem para uma visão transformadora e crítica da realidade social, construindo possíveis ações que diminuam a exclusão social sofrida pelo idoso.

Palavras-chave: Estado Nutricional; Idoso; Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional; Atenção Básica à Saúde.

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NUTRITIONAL STATUS OF ELDERLY POPULATION IN THE FRAMEWORK OF THE FOOD AND NUTRITIONAL SURVEILLANCE SYSTEM OF A MUNICIPALITY OF THE MATA ALAGOANA AREA

ABSTRACT

The present article aims to identify the nutritional profile of the elderly population of the municipality of Mar Vermelho, Zona da Mata, in the State of Alagoas. This is a descriptive study, carried out through the collection of data related to the nutritional status of the individuals, available in public reports in the SISVAN database. The cut of this study consisted of elderly people, with a greater age equal to 60 years of both sexes living in the municipality. In this study, it was found that SISVAN does not present data related to the nutritional status of the elderly in the municipality. The "zero" was significant to demonstrate that the information about the EN is invisible to professionals and citizens. In this context, given the invisibility of information such as these, the present study reinforces the need for new research aimed at the elderly population of the state of Alagoas, especially regarding the nutritional status of these. It is important to reflect on the difficulties of the process of inserting the health data, not only regarding management, but also the teams and structures available in the Basic Health Care for the information system. Access to a health information system enables the construction of Inter Sectoral actions to promote health and aging in a healthy way, in addition to planning public policies based on the epidemiological profile and consequently improving the quality of life of the population. Studies on the role of health information contribute to a transformative and critical view of social reality, building possible actions that reduce the social exclusion suffered by the elderly.

Keywords: Nutritional Status; Old man; Food and Nutritional Surveillance System; Basic Health Care.

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 10 2 METODOLOGIA ... 13 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 14 CONCLUSÃO ... 18 REFERÊNCIAS ... 20

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1 INTRODUÇÃO

O envelhecimento da população consiste em um fenômeno mundial, embora nos países em desenvolvimento tal fenômeno seja mais recente e demonstre, como no caso do Brasil, um caráter de aceleração, sobretudo nas últimas décadas. Esta característica está relacionada ao declínio da natalidade e ao aumento da expectativa de vida ao nascer. No tocante à saúde, considera-se que as modificações na idade da população requerem um direcionamento de ações com vistas a contribuir para o envelhecimento saudável.

Para o planejamento de ações em saúde, bem como de políticas públicas, deve-se considerar todo o processo de transição nutricional, decorrente de mudanças no padrão alimentar e o sedentarismo provocando grande impacto para a saúde e o estado nutricional dos brasileiros, especialmente na população idosa. Neste contexto encontra-se um elevado consumo de produtos industrializados com alto valor energético, tais como doces e massas, ou de fácil preparo e baixo valor energético, como chás e torradas. Com isso comprometendo o estado geral de saúde do idoso e afetando diretamente a qualidade de vida, tornando-se um fato relevante em saúde pública (KAC, SICHIERI, GIGANTE, 2007).

Conforme Cardoso (2014), o contexto atual de saúde e nutrição da população brasileira, enfatizado pela elevação da prevalência da obesidade e uma diminuição da prevalência de subnutrição, caracteriza o processo de transição nutricional. Em contrapartida, o aumento do envelhecimento populacional tem ocasionado a transição demográfica, alterando também o perfil de morbidade e mortalidade populacional. Neste sentido, estudos populacionais são valiosos na identificação do estado nutricional de adultos e idosos. O estado nutricional de um indivíduo é o equilíbrio entre a ingestão e necessidade de nutrientes influenciados por diversos fatores, considerando os determinantes sociais, tais estudos, podem refletir sobre possíveis problemas emergentes e futuros para o estabelecimento de politicas públicas e de estratégias de intervenção no campo da alimentação e nutrição.

Destaca-se, como um importante marco legal para a alimentação e nutrição no Sistema Único de Saúde - SUS, a Lei 8.080, de 19/09/1990 (BRASIL, 1990), que

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entende a alimentação como um fator condicionante e determinante da saúde e que as ações de alimentação e nutrição devem ser desempenhadas de forma transversal às ações de saúde. Em caráter complementar e com formulação, execução e avaliação dentro das atividades e responsabilidades do sistema de saúde, conceito este reforçado na Política Nacional de Alimentação e Nutrição PNAN no SUS (BRASIL 2012)

A identificação de alguns preditores de morbidade e mortalidade ao longo da vida, os aspectos sócio-ambientais, o estilo de vida, a dieta, e os hábitos alimentares, podem minimizar o risco de doenças e contribuir com um planejamento de ações que contribuam para o processo de envelhecimento saudável. A qualidade de vida está associada ao estado de saúde e nutricional do idoso, resultando em bem estar e em ambiente satisfatório e saudável (VITOLO, 2015).

Do ponto de vista, mais amplo e estruturante, é possível que a determinação social e a natureza interdisciplinar e intersetorial da alimentação e nutrição dos indivíduos e coletividades, possa contribuir para a construção de formas de acesso a uma alimentação adequada e saudável. Colaborando com a mudança do modelo de produção e consumo de alimentos que determinam o atual perfil epidemiológico. A busca pela integralidade na atenção nutricional pressupõe a articulação entre setores sociais diversos e se constitui em uma possibilidade de superação da fragmentação dos conhecimentos e das estruturas sociais e institucionais, de modo a responder aos problemas de alimentação e nutrição vivenciados pela população brasileira (PNAN, 2012). Porém, esta articulação dos diversos setores sociais, requer um sistema de informação em saúde, que subsidie a construção de ações fundamentadas também no perfil epidemiológico. Destacando as ações de promoção da saúde

Considerando o usuário do serviço de saúde na fase do envelhecimento, torna-se importante destacar a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI), que na Portaria GM nº 2.528, de 19 de outubro de 2006, a atenção à saúde dessa população. Na saúde, constitui-se como porta de entrada a Estratégia Saúde da Família ESF na Atenção Básica, e tendo como referência a rede de serviços especializada de média e alta complexidade. Ainda segundo esta Portaria, a atenção à saúde da pessoa Idosa, no contexto da Atenção Básica é definida por meio de um processo diagnóstico multidimensional, sendo este:

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Influenciado por diversos fatores, tais como o ambiente onde o idoso vive a relação profissional de saúde/pessoa idosa e profissional de saúde/familiares, a história clínica – aspectos biológicos, psíquicos, funcionais e sociais – e o exame físico (BRASIL, 2007, p.13).

Tais pressupostos consistem na fundamentação deste trabalho e são norteadoras às práticas de saúde na Atenção Básica, sobretudo pondo em perspectiva a Estratégia de Saúde da Família ESF, sendo base para o sistema de informação e vigilância em saúde.

Consideram-se também neste contexto, as bases legais, presentes no Estatuto do Idoso, no que concerne o Direito à Saúde, onde no Artigo 15 é definido:

É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema Único de Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos.

§ 1° A prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão efetivadas por meio de:

I – cadastramento da população idosa em base territorial; II – atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios;

III – unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado nas áreas de geriatria e gerontologia social;

IV – Atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população que dele necessitar e esteja impossibilitada de se locomover, inclusive para idosos abrigados e acolhidos por instituições públicas, filantrópicas ou sem fins lucrativos e eventualmente conveniados com o Poder Público, nos meios urbano e rural;

V – reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução das sequelas o agravo da saúde (BRASIL, 2006, p.24).

Importante destacar que a assistência ao idoso requer uma condição de organização dos serviços de saúde, que possibilite uma assistência integral, voltada ao atendimento das necessidades dessa população, tendo por conta suas peculiaridades e a importância da família, ao longo de todo o processo de atenção à saúde.

Pretende-se reforçar neste estudo a importância dos dados públicos relacionados ao perfil epidemiológico da população idosa, especialmente no que está relacionado ao estado nutricional. Com esses dados, vários profissionais e cidadãos possam ter possibilidades de traçar estratégias políticas, programas e ações para o público idoso, desde sua qualidade de vida e de acesso aos vários níveis de atenção a saúde (JAIME et. al, 2011)

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De acordo com o Ministério da Saúde, a Vigilância Alimentar e Nutricional compõem a Vigilância Epidemiológica, enquanto sistema de coleta, análise e divulgação de informações para a prevenção e o controle de problemas de saúde (BRASIL, 2011). O Ministério da Saúde é o condutor do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutrição – SISVAN. E que, teoricamente é um sistema com vários indicadores de consumo, antropométricos e bioquímicos e seu principal objetivo consiste em avaliar e monitorar o estado nutricional e de consumo alimentar da população brasileira.

De acordo com Silva et. al. 2014:

O SISVAN, por sua vez, foi implantado em Alagoas em 1991, e apresenta, desde então, tendência crescente na cobertura populacional em todas as fases do ciclo da vida, com destaque para crianças e gestantes. Este fato, também observado em todo o Brasil, decorre da exigência do acompanhamento das condicionalidades da saúde para participação no Programa Bolsa Família (PBF) (SILVA et al, 2014 p 729)

Tendo como premissas: a atual realidade da transição demográfica, epidemiológica e nutricional; os princípios e diretrizes do SUS e a PNAN/SUS surge a necessidade de conhecer os dados de um município rural do estado de Alagoas. No âmbito rural, especialmente no território alagoano, poucos estudos vêm sendo publicados no que se refere à saúde e o estado nutricional de idosos. Nesse sentido, o presente trabalho de conclusão de curso teve como objetivo identificar o perfil nutricional da população idosa do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional do município de Mar Vermelho, Zona da Mata do estado de Alagoas.

2 METODOLOGIA

Trata-se de um estudo descritivo, relacionado ao Estado Nutricional de Idosos, realizado por meio da coleta de dados dos relatórios públicos da base de dados do SISVAN, disponibilizados no sitio eletrônico do Departamento de Atenção Básica da Secretaria de Assistência a Saúde do Ministério da Saúde, no endereço eletrônico:http://dabsistemas.saude.gov.br/sistemas/sisvan/relatorios_publicos/relato rios.php.

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No SUS, a inclusão de dados do estado nutricional da população atendida na atenção básica ocorre por meio do SISVAN Web. Este sistema informatizado possui dois tipos de acesso: público e restrito. O presente trabalho irá analisar os relatórios dos últimos três anos consolidados que são públicos disponíveis no endereço eletrônico (http://dabsistemas.saude.gov.br/sistemas/sisvan/relatorios_publicos). Ressalta-se que neste estudo não serão analisados os dados de "Acesso Restrito” onde precisaria ter o usuário com a senha do município.

O recorte desse estudo constituiu-se de idosos, com idade maior ou igual a 60 anos, de ambos os sexos residentes no município de Mar Vermelho. Foi utilizado o conceito de estado nutricional disponível no SISVAN, considerando também os procedimentos de diagnóstico e acompanhamento do próprio sistema, sendo selecionada como critério prioritário a classificação do Índice de Massa Corporal - IMC. Neste diagnóstico e monitoramento, requer considerar as alterações fisiológicas nos idosos como o declínio da altura com o avançar da idade; diminuição do peso por causa da idade; alterações ósseas em decorrência da osteoporose; mudança na quantidade e distribuição do tecido adiposo; e redução da massa muscular. Tanto para o cálculo do IMC equivalente ao Peso (kg) dividido pela Altura² (m), quanto para os pontos de corte, foram adotados os critérios utilizados pelo Ministério da Saúde.

Pela característica desse estudo, no qual é composto por dados secundários e públicos, não foi necessário o parecer do Comitê de Ética em Pesquisa.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com relação aos relatórios disponibilizados pelo SISVAN referente ao Estado Nutricional de Idosos no município de Mar Vermelho nos últimos três anos, observou-se um valor “zero”. Lembra-se aqui que este relatório é um documento de informação pública, divulgado pelo Núcleo de Tecnologia da Informação do DAB/SAS/MS. Ao mesmo tempo, quando pesquisado relatórios com dados municipais do estado de Alagoas, da região Nordeste e do Brasil nos anos de 2013 a 2015, encontrou-se dados, demonstrando que em alguns municípios ocorre a utilização desse sistema. Os gráficos que seguem apresentam os resultados do SISVAN, por classificação do estado nutricional, no âmbito do município de Mar Vermelho, do estado de Alagoas, da região Nordeste e do Brasil.

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GRÁFICO 1: Estado Nutricional de Idosos no âmbito municipal, estadual, regional e nacional cadastrado no SISVAN no ano de 2013

Fonte: MS/SAS/DAB/Núcleo de Tecnologia da Informação - NTI

GRÁFICO 2: Estado Nutricional de Idosos no âmbito municipal, estadual, regional e nacional cadastrado no SISVAN no ano de 2014

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GRÁFICO 3: Estado Nutricional de Idosos no âmbito municipal, estadual, regional e nacional cadastrado no SISVAN no ano de 2015.

Fonte: MS/SAS/DAB/Núcleo de Tecnologia da Informação - NTI

Mesmo com poucos dados cadastrados, percebe que de acordo com os resultados uma tendência da evolução da obesidade no contexto nacional. Nesse sentido, salienta-se a importância de futuras análises relacionadas aos dados que estão disponibilizados no "Acesso Restrito" do SISVAN WEB. Estes poderão ampliar o foco da análise, identificando o tipo de acompanhamento que é realizado, em usuários da atenção básica, beneficiários do Programa Bolsa Família e/ou de outras estratégias Chamadas Nutricionais (JAIME et al, 2011).

Conforme GEIB (2012), o olhar para o estado de saúde das pessoas, e neste contexto, dos idosos, está associado com os determinantes sociais de saúde. A autora evidencia sua análise, por meio do marco conceitual de Dahlgren e Whitehead (1991), destacando as inter-relações das condições socioeconômicas, culturais e ambientes gerais; condições de vida e de trabalho; as redes sociais e comunitárias; e de comportamentos e estilos de vida. Neste contexto, compartilhando com esta análise identificamos algumas informações que estão interligadas ao estado nutricional dos idosos de Mar Vermelho, e que não estão no contexto do SISVAN. Tais informações podem ser importantes para estudos futuros que busquem compreender a saúde no município alagoano.

Para tanto, identificou-se o Índice de Desenvolvimento Humano-IDH do município de Mar Vermelho no ano de 2013. O IDH considera indicadores de

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longevidade (saúde), renda e educação e é um índice organizado pelo PNUD, IPEA e FJP, respectivamente Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas e Fundação João Paulo. As informações que compõem o IDH são extraídas dos últimos censos demográficos do IBGE. Quanto mais próximo de 0, pior é o desenvolvimento humano do município. Quanto mais próximo de 1, mais alto é o seu desenvolvimento. Em 2010, o IDH foi de 0,577. Em 1991, esse índice foi de 0,274, o que demonstra a evolução municipal ao longo de duas décadas.

De acordo com último censo demográfico do IBGE, divulgado em 2010, foi muito elevada o percentual de idosos analfabetos, no município estudado quando comparados com o estado e o país. Outros dados relacionados as informações de saúde, como morbidade e mortalidade por causa definidas, foi bastante escasso.

A realidade do município mostra que por ser um município pequeno, em um contexto rural da zona da mata alagoana, o sistema de informação ainda está se estruturando, sendo necessários estudos que se aprofundem no atendimento da saúde, identificando como está organizada a atenção a saúde dos idosos que residem na zona rural, especialmente no nordeste brasileiro. O estudo realizado por Silva et al, 2014 sobre a Atenção Básica em Alagoas: expansão da Estratégia Saúde da Família, do Nasf e do componente alimentação/nutrição aponta para esta a necessidade de mais pesquisas relacionadas a este contexto.

Considerando os resultados ora apresentados, entende-se necessidade da efetivação das diretrizes das políticas para os idosos. Pode-se afirmar carência de dados em pequenos municípios, sendo a informação em saúde escassa. Quando surge a necessidade de dados epidemiológicos em municípios pequenos não se encontra informações atualizadas e os que se encontra são incompletos. O objetivo proposto neste trabalho em parte foi alcançado, porque foi possível visualizar a fragilidade do sistema de informação. O “zero” referente ao estado nutricional do município de Mar Vermelho é um indicador para futuras questões da pesquisa, e reflete que mesmo existindo um marco legal relacionado as políticas publicas existentes para a terceira idade, em especial a de saúde, as mesmas não são atuantes em boa parte do país.

Compreende-se que a assistência ao idoso decorre de diversas orientações teóricas e práticas e que muda de acordo com os diferentes perfis epidemiológicos e

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determinantes sociais. Considerando os determinantes sociais, fica possível perceber que a desigualdade social e a pobreza refletem nas ações direcionadas para a assistência ao idoso e sua qualidade de vida (BUSS & PELEGRINI FILHO, 2007).

Para que as políticas sociais sejam desenvolvidas se faz necessária decisão política no sentido de estruturação de uma rede de saúde, com um eficaz sistema de informação e que subsidiem os diversos profissionais no planejamento e execução de ações que visem uma melhor qualidade de vida para os idosos.

Não se pode generalizar em situação alguma, mas os dados apontam também para uma reflexão sobre possíveis dificuldades relacionadas ao processo de alimentação da base de dados em saúde, não somente no que está relacionado a gestão, mas também as equipes responsáveis pela coleta de dados, e as estruturas disponíveis na Atenção Básica para o sistema de informação. O acesso a um sistema de informações em saúde possibilita a construção de ações Inter setoriais de promoção a um processo de envelhecimento de forma saudável, e também o planejamento de políticas públicas pautadas também no perfil epidemiológico da população e consequentemente na melhoria de sua qualidade de vida (MEDINA et al, 2014)

CONCLUSÃO

O presente estudo aponta para a urgência de ações públicas que proporcionem aos idosos uma vida digna e seus direitos preservados, não apenas no que se refere ao direito á saúde, mas, considerando o próprio conceito ampliado de saúde, todos os direitos sociais. Destaca-se que em nível nacional verifica-se o aumento significativo das pessoas com mais de 60 anos, cabendo ao estado, garantir vida digna e com qualidade.

Portanto, para além das políticas de atendimento interventivo a esse grupo, é necessário construir ações de educação em saúde que permitam uma reflexão sobre a velhice, sobre as demandas dessa fase da vida, sobre os cuidados de saúde que devem ser empreendidos não somente no âmbito familiar, mas também no âmbito governamental e nas redes de apoio.

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Especificamente, enfatizamos para que os profissionais nutricionistas estejam atentos e que construam sua prática profissional voltada para os interesses da população usuária, considerando a saúde em seu sentido mais amplo. O olhar atento para a realidade social, considerando os indicadores epidemiológicos e nutricionais, contribui para a responsabilidade e o dever do nutricionista e outros profissionais. Nesse sentido, faz necessário pensar ações que sejam pautadas no diálogo, na troca de experiências, no respeito mútuo, na valorização do indivíduo. Não podemos esquecer que além de dados numéricos, tentar “enxergar” e compreender o idoso, enquanto ser social e cidadão de direitos podem ser estratégias de rupturas com o individualismo que cresce marcado pelo avanço de uma modernidade excludente.

Contudo, espera-se que este trabalho seja um ponto de partida para futuras pesquisas sobre a população idosa no território alagoano. Estudos sobre o papel do sistema de informações em saúde poderão contribuir para uma visão transformadora e crítica da realidade social, construindo possíveis ações que diminuam a exclusão social sofrida pelo idoso. O envelhecimento tem sido visto como um fenômeno mundial, onde o crescimento da população idosa está cada vez mais relevante, não só em nosso país, mas no mundo inteiro.

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Referências

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