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Equipe multidisciplinar e o processo de desinstitucionalização: reflexos na vida de pacientes com transtorno mental/ Multidisciplinary team and the deinstitutionalization process: reflexes in the life of patients with mental disorder

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Academic year: 2021

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Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 1, p.364-369 jan./feb. 2020. ISSN 2595-6825

Equipe multidisciplinar e o processo de desinstitucionalização: reflexos

na vida de pacientes com transtorno mental

Multidisciplinary team and the deinstitutionalization process: reflexes in

the life of patients with mental disorder

DOI:10.34119/bjhrv3n1-026

Recebimento dos originais: 30/11/2019 Aceitação para publicação: 20/01/2020

Viviana Cristina de Souza Carvalho

Doutoranda em Ergonomia pela Faculdade de Motricidade Humana na Universidade de Lisboa, Portugal

Instituição: Universidade de Rio Verde-UniRV- Campus Rio Verde

Endereço: Rua A Condomínio Recanto dos Pássaros apart 104 bloco 3, Setor Moreira Ataídes, Rio Verde- GO, 75909-618

E-mail: viviana.csc@hotmail.com

Ana Paula Fontana

Doutoranda em Enfermagem pela Universidade Federal de Goiás – UFG Instituição: Universidade de Rio Verde-UniRV – Campus Formosa

Endereço: Rua Filhinho Portilho Qd 07 Lt 02 Casa 01 ,Solar do Ataídes, Rio Verde-GO, 75909-826

E-mail: fontana@unirv.edu.br

Flávio de Oliveira Mendes

Doutorando em Direito pela Universidade de Lisboa, Portugal Instituição: Escola Superior de Advocacia da OAB/GO

Endereço: Rua Major Rocha, 356, Vila Rocha, Rio Verde-GO, 75905-851 E-mail: advflaviomendes@gmail.com

Raiene Sara Cardoso Pereira

Graduanda em Medicina pela Universidade de Rio Verde- Campus Rio Verde Endereço: Rua Dinaldo Anízio Sizilio n° 70, Setor Primavera, Araporã-MG, 38465-000

E-mail: raisaracardoso@gmail.com

Isabella Marques de Souza Carvalho

Graduanda em Medicina pela Universidade Nacional de Rosário Endereço: Santa Fe, 3000, Rosário-Santa Fe, Argentina

E-mail: belinha.marques123@hotmail.com

Ana Flávia Resende Romanielo

Graduanda em Medicina pela Universidade de Rio Verde- Campus Rio Verde Endereço: Avenida Contorno Sul quadra 28 lote 03, Parque Anhanguera, Goiânia-GO,

74340-060

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Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 1, p.364-369 jan./feb. 2020. ISSN 2595-6825

Joyce Karolyny Lopes de Souza

Graduanda em Medicina pela Universidade de Rio Verde- Campus Rio Verde Endereço: Rua dos Cedros quadra 28 lote 12, Condomínio Aldeia do Vale, Goiânia-GO,

74680-130

E-mail: joycekarolyny02@gmail.com

Tayla Figueiredo Lacerda

Graduanda em Medicina pela Universidade de Rio Verde- Campus Rio Verde Endereço: Rua 9 quadra 2 lote 23-24 Residencial San Marino apart 203, Residencial

Tocantins, Rio Verde-GO, 75909-450 E-mail: taylaflacerda@gmail.com

RESUMO

Nas últimas décadas o governo brasileiro intensificou as políticas públicas na área da saúde mental. A Lei 10.216/01 dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais, redirecionou o tratamento destes pacientes para Centros de Atenção Psicossociais (CAPS), que por sua vez conta com uma equipe multidisciplinar de profissionais que amparam os pacientes e seus respectivos familiares. O objetivo desta pesquisa é analisar se as pessoas acometidas com doença mental estão se adaptando ao processo de desinstitucionalização no convívio da família e sociedade. A metodologia utilizada foi a Teoria Fundamentada em Dados. Os resultados desta pesquisa apontaram para a compreensão da importância que a equipe multidisciplinar de profissionais que atuam no CAPS tem no tratamento do paciente com transtorno mental e de seus respectivos familiares. Avaliando as percepções destes profissionais, percebeu-se que eles se envolvem emocionalmente com o tratamento dos pacientes, com isso desenvolvem empatia, e o resultado deste envolvimento é mostrado pelos pacientes na forma de confiança. Assim, conclui-se que o processo de desinstitucionalização promove melhoria clínica e na qualidade de vida do paciente e de seus familiares e que a equipe multidisciplinar tem enorme contribuição para que esta melhoria ocorra.

Palavras-chave: saúde mental, reforma psiquiátrica, qualidade de vida

ABSTRACT

In recent decades the Brazilian government has intensified public policies in the area of mental health. Law 10.216 / 01 on the protection and rights of people with mental disorders redirected the treatment of these patients to Psychosocial Care Centers (CAPS), which in turn has a multidisciplinary team of professionals who support patients and their patients. family members. The objective of this research is to analyze if people with mental illness are adapting to the deinstitutionalization process in the family and society. The methodology used was the Grounded Theory. The results of this research pointed to the understanding of the importance that the multidisciplinary team of professionals working in CAPS has in the treatment of patients with mental disorders and their respective relatives. Evaluating the perceptions of these professionals, it was noticed that they are emotionally involved with the treatment of patients, thus developing empathy, and the result of this involvement is shown by patients in the form of confidence. Thus, it is concluded that the

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Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 1, p.364-369 jan./feb. 2020. ISSN 2595-6825 deinstitutionalization process promotes clinical improvement and quality of life of patients and their families, and that the multidisciplinary team makes a huge contribution to this improvement.

Keywords: mental health, psychiatric reform, quality of life

1 INTRODUÇÃO

De acordo com a Lei 10.216/01, a desinstitucionalização de pacientes com transtornos mentais tornou-se um objetivo das políticas públicas voltadas para a saúde (Brasil, 2005). Segundo Amarante (2011) a desinstitucionalização significa deslocar o centro da atenção da instituição para a comunidade, representando uma enorme mudança de paradigma relacionado ao tratamento de pessoas com transtornos mentais no Brasil. O objetivo principal desta pesquisa foi apresentar uma análise sobre o processo de desinstitucionalização do paciente com transtorno mental e debater os reflexos deste processo.

2 MÉTODO

O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade de Rio Verde – UniRV, sob parecer 2.372.147. A pesquisa foi realizada no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS II) de Rio Verde – GO. A participação dos profissionais entrevistados se deu, mediante à assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Utilizou-se como referencial metodológico a Teoria Fundamentada em Dados, método para investigar como certo grupo de pessoas vive determinada realidade e como lida com os desafios que fazem parte dela.

A população investigada foi composta por 09 profissionais. Foi realizada entrevistas individuais e, a transcrição de todas as entrevistas. As transcrições foram realizadas em duas etapas, a codificação aberta e a codificação focalizada.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A equipe entrevistada foi formada por nove profissionais, sendo um educador físico, uma assistente social, uma administradora, duas enfermeiras e quatro psicólogas. Têm idade entre 29 e 51 anos, com tempo de trabalho no CAPS II variando entre duas semanas até 10 anos. Após as observações realizadas, a pesquisa remeteu para a formulação de duas

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Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 1, p.364-369 jan./feb. 2020. ISSN 2595-6825 categorias principais, isto é: a lente pela qual o profissional vê o paciente e sentimentos da equipe.

A equipe multidisciplinar vê o paciente sob duas óticas: a do desamparo e a do desafio. No quesito desamparo, percebe-se que a equipe enxerga que a vulnerabilidade emocional prejudica o atendimento ao paciente com transtorno mental. A falta de conhecimento teórico sobre temas da área de saúde mental faz com que os profissionais tenham inúmeras dúvidas, que acabam, muitas vezes, trazendo modo inadequado de abordagens e cuidados ao paciente (Silva, 2013).

Ainda, os profissionais apontam a falta de contato com os familiares dos pacientes como um desafio ao processo de desinstitucionalização, uma vez que o paciente precisa continuar sendo assistido pela equipe e pela família.

De acordo com a equipe, a falta vivência dificulta o atendimento dos pacientes, muitos profissionais reclamaram que a família só leva o paciente até o CAPS em momentos de crise, não seguem o roteiro de acompanhamento e isso causa prejuízo ao paciente e baixo resultado. Para diminuir os danos causados pela ausência da família, existem grupos de famílias que tem por objetivo aproximar os familiares dos pacientes com transtornos mentais, a fim de discutir sobre o caso de cada um e oferecer estratégias para enfrentamento. O trabalho com as famílias, segundo Amorim; Cruz; Cardoso (2013), requer o estabelecimento de relações de cuidado com o cuidador e não apenas as relações com o familiar no papel de familiar, assim sendo, os grupos dão amparo emocional aos familiares de pacientes com transtorno mental.

Ademais, os resultados frente aos sentimentos da equipe em relação ao processo de desinstitucionalização do paciente com transtorno mental demonstraram que os profissionais da equipe multidisciplinar percebem o paciente sem desigualdade aos demais. Outro fato observado é que o envolvimento emocional dos profissionais com os pacientes e seus respectivos familiares ajuda no processo de aceitação. Ao estabelecer uma boa relação, este vínculo auxilia no tratamento, uma vez que a confiança dos pacientes é conquistada e o sentimento de aceitação é trabalhado. Nogueira-Martins; Marco (2010) confirma que um dos instrumentos mais adequados para estabelecer e manter a importante relação entre profissional e paciente é a empatia.

Além disso, verificou-se que o envolvimento pessoal com meio de humanização está ligado com o sentimento da equipe em relação ao paciente, uma vez que a equipe procura associar o tratamento clínico ao método de humanização, garantindo agilidade no

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Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 1, p.364-369 jan./feb. 2020. ISSN 2595-6825 atendimento, pois nesta abordagem evita-se o uso da força. O tratamento humanizado melhora a qualidade de vida do paciente e seu relacionamento com o tratamento e com a Unidade de Saúde.

4 CONCLUSÃO

Conclui-se que a equipe multidisciplinar que acolhe o paciente com transtorno mental, tem um papel chave no processo de desinstitucionalização. Os reflexos deste processo na vida do paciente são perceptíveis. Conforme relatos de alguns profissionais que contribuíram com a pesquisa, ficou evidente que durante o tratamento, alguns pacientes conseguem desenvolver autonomia sobre seus atos, e com isso, gradativamente vão reconquistando o seu espaço no núcleo familiar e social.

REFERÊNCIAS

AMARANTE, A. L.; LEPRE, A. S.; GOMES, J. L. D.; PEREIRA, A. V.; DUTRA, V.F.D. As estratégias dos enfermeiros para o cuidado em saúde mental no programa saúde da família. Texto e Contexto em Enfermagem, Florianópolis, v. 20, n. 1, p. 85-93, jan./mar. 2011.

AMORIM, A. M. M. N. E.; CRUZ, D. K. R.; CARDOSO, M. de L. L. O. Percepção do Enfermeiro no cuidar ao doente mental: uma revisão de literatura. Revista

multiprofissional do hospital São Marcos. Teresina, v.1, n.2, p. 53-62, 2013.

BRASIL, Ministério da Saúde. Reforma Psiquiátrica e política de saúde mental no Brasil: Conferência Regional de Reforma dos Serviços de Saúde Mental: 15 anos depois de

Caracas, Novembro 2005. Disponível em: <

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/Relatorio15_anos_Caracas.pdf>. Acesso em: 12 de fev. 2012.

NOGUEIRA-MARTINS, M. C. F; MARCO, M. A. de. Humanização e processos comunicacionais: reflexões sobre a relação entre o profissional de saúde e o usuário.

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Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 1, p.364-369 jan./feb. 2020. ISSN 2595-6825 SILVA, N. S. et al. Percepção de enfermeiros sobre aspectos facilitadores e dificultadores de sua prática nos serviços de saúde mental. Revista brasileira de enfermagem, Brasília, v. 66, n. 5, 2013.

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