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O USO DO FACEBOOK E DO BLOG COMO FERRAMENTAS NO DESENVOLVIMENTO DE PROJETO INTERDISCIPLINAR PARA O ENSINO MÉDIO

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O USO DO FACEBOOK E DO BLOG COMO FERRAMENTAS NO DESENVOLVIMENTO DE PROJETO INTERDISCIPLINAR PARA

O ENSINO MÉDIO

Rebeca Piumbato Chaparro1

Resumo

Estudos recentes mostram que a forma pela qual os alunos aprendem está mudando. O novo modelo de aprendizagem é online, híbrido e ocorre em ambientes colaborativos, onde há reflexão e compartilhamento de ideias, tornando assim a aprendizagem significativa. A pedagogia de projetos, baseada na interação entre conhecimento e ação, torna os estudantes responsáveis pelo próprio conhecimento e vem de encontro às novas tendências da aprendizagem. Assim, este trabalho teve como objetivo desenvolver um projeto interdisciplinar, utilizando como recursos educacionais, o Facebook e o blog. O tema e o cronograma foram definidos em parceria com os alunos. Inicialmente foram realizadas pesquisas e discussões compartilhadas via Facebook. Então, em pequenos grupos, os alunos criaram blogs para relatar a evolução de sua aprendizagem e aplicações dos estudos realizados, além de registrar outras atividades como entrevistas, visita à exposição cultural, estudos sobre a política dos 3R’s. Por fim realizou-se a exposição do trabalho em uma feira de ciências. Cada etapa do processo foi acompanhada pelos professores das áreas envolvidas e, ao final, realizou-se uma avaliação por todos os envolvidos. O projeto foi avaliado positivamente, sendo observada a contribuição das ferramentas da web 2.0 para a realização de uma aprendizagem significativa, de modo colaborativo e globalizado.

Palavras-chave: projeto interdisciplinar; ensino médio; web 2.0

1 Introdução

A análise regional do New Media Consortium (NMC) Horizon Project, que tratou das perspectivas tecnológicas para o ensino fundamental e médio brasileiro no período de 2012 a 2017, constatou que, a forma pela qual os alunos aprendem está mudando. Esse estudo identifica e classifica a realidade do tempo atual na esfera da educação. Nessa perspectiva, foram apresentadas tendências tais como: mudanças dos paradigmas do ensino para incluir modelos de aprendizado online, híbridos e colaborativos;

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Mestre em Química Inorgânica pelo Instituto de Química/USP-SP - Docente nas Faculdades Oswaldo Cruz (SP) e Escola Estadual Prof. Alberto Conte (SP)

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exploração das tecnologias pelas escolas, possibilitando a colaboração mais eficiente de professores e alunos; aprendizado mais ativo e baseado em desafios.

Esta nova forma de comunicação, onde é possível ler, escrever, expressar opiniões, refletir sobre o que está sendo estudado e trocar ideias, torna a aprendizagem significativa (Moresco, Behar, 2006). Segundo a teoria de Ausubel (Moreira, 1999, citado por Moresco, Behar, 2006), “a aprendizagem significativa ocorre quando existe a interação do conhecimento novo com o conhecimento existente na estrutura cognitiva do indivíduo”. O uso de projetos na educação, além de potencializar o trabalho colaborativo, está voltado à aprendizagem significativa. Exige-se para isso, rupturas com a atual organização do trabalho (Veiga, 2003). O desenvolvimento de projetos envolve: o aluno, em uma posição ativa, produtor de seu próprio conhecimento; o professor, como mediador do processo, estimulando os estudantes na produção de conhecimentos adequados às necessidades de aprendizagem; e os recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem, incluindo as tecnologias (Costa, 2009). Desse modo, o emprego das TICs pode ser ferramenta útil para auxiliar o docente nessa missão.

Este trabalho tem como objetivo geral analisar o uso do Facebook e do blog como ferramentas para propiciar uma aprendizagem significativa e colaborativa. Os objetivos específicos envolvidos são: desenvolver um projeto de estudo com um tema interdisciplinar, explorando o Facebook e o blog como recursos educacionais; favorecer a compreensão dos conteúdos, de maneira contextualizada; aplicar o conhecimento adquirido na resolução de problemas; desenvolver a autonomia e criatividade dos alunos de segundo ano de Ensino Médio por meio de pesquisas, elaboração e publicação de textos relacionados aos conteúdos curriculares das disciplinas; favorecer a interatividade dos alunos dentro de ambientes virtuais.

2 Embasamento Teórico 2.1 Pedagogia de Projetos

A pedagogia de projetos é baseada na interação entre conhecimento e ação. Os estudantes são responsáveis pela construção do próprio conhecimento. Segundo Prado (2005), “na pedagogia de projetos, o aluno aprende no processo de produzir, levantar dúvidas, pesquisar e criar relações que incentivam novas buscas, descobertas, compreensões e reconstruções de conhecimento”. O professor atua como orientador

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ajudando na resolução de problemas que aparecem durante o processo, além de realizar as mediações necessárias para que o aluno possa encontrar sentido naquilo que está aprendendo. A definição dos objetivos educacionais é a primeira etapa do projeto; é através deles que se estabelece o problema a partir do qual serão definidas as atividades. Segue então o planejamento, onde são definidas quais atividades serão realizados, recurso e tempo necessários. Durante a execução das atividades deve existir monitoramento e avaliação constantes a fim de garantir a aquisição de conhecimento e manutenção do foco. A realização da avaliação inicial (diagnóstica) propicia um levantamento do conhecimento prévio dos alunos em relação ao tema tratado. Na avaliação formativa, o professor tem a possibilidade de reavaliar o projeto e o desenvolvimento das atividades, possibilitando, em tempo hábil, uma necessária reestruturação. A avaliação final fornece um parâmetro da aprendizagem dos alunos e do próprio projeto. O registro das ações do projeto deve ser realizado para documentar as atividades realizadas, as questões levantadas e os eventuais problemas. No encerramento pode-se realizar, com o grupo todo, uma reflexão à respeito de todo o processo, sendo interessante a autoavaliação. A divulgação valoriza o projeto e estimula os alunos.

2.2 A Web 2.0 e suas Potencialidades

A Web 2.0 é, segundo Raupp e Eichler (2012) e Barro (2009a), uma plataforma de interface amigável, fortemente marcada pela interatividade, pelos conteúdos gerados por usuários e personalização de serviços, sendo também caracterizada por potencializar a conexão, acesso instantâneo, possibilitar diversas formas de publicação, compartilhamento e organização de informações. Jenkins et al. (2014) afirmam que “a chegada da Web 2.0 no cotidiano da sociedade transformou o cotidiano das pessoas”. Isto ocorre em função das diversas plataformas de conteúdo criadas, gerando uma interação mais intensa e tirando o usuário do anonimato. A Web 2.0 é responsável pela reestruturação da maneira de como as pessoas vivem, comunicam e aprendem. Segundo Torres et al. (2014), “as aplicações Web 2.0 aproveitam ao máximo as vantagens intrínsecas dessa plataforma entregando serviços continuamente atualizados e que se aprimoram conforme mais pessoas os usam, consomem e editam dados”. As potencialidades do uso de ferramentas de comunicação por meio da Web 2.0 no ensino de ciências, por exemplo, têm sido foco de interesse de várias pesquisas. Alguns

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pesquisadores concentram seu foco nos blogs e outros pesquisam os impactos das redes sociais, afirmam Raupp e Eichler (2012).

2.3 O uso do Facebook como Ferramenta Educacional

O Facebook é a ferramenta social mais utilizada no mundo, com mais de um bilhão de contas ativas (FACEBOOK, 2015). A expectativa em 2016 é que no Brasil exista mais de 81,6 milhões de cadastros (STATISTA, 2012), sendo o quarto país em número de contas. Raupp e Eichler (2012) citam em seu trabalho uma pesquisa em quatro universidades americanas, nas quais 78% dos estudantes entrevistados caracterizaram o Facebook como uma ferramenta efetiva para a aprendizagem em função do seu potencial de interação e discussão. Eles também analisaram algumas páginas e comunidades do Facebook relacionadas à química. Algumas vantagens do Facebook, assim como outras ferramentas sociais gratuitas, são relatadas por Torres et al. (2014): familiaridade dos estudantes com a ferramenta; facilidade de uso; upgrade constante; inclusão de convidados externos; fácil compartilhamento de informações e colaboração em discussões e projetos comuns, sem problemas de incompatibilidade de plataformas, sistemas operacionais e softwares dos diferentes usuários e instituições; ajuste nas configurações de privacidade.

Alguns trabalhos têm sido realizados relacionando o uso do Facebook em aulas de Química no Ensino Médio. Silva et al. (2015) relatam que “seu uso foi avaliado como positivo pela maioria dos alunos, e vista como uma extensão da sala de aula, na medida em que foram sendo publicados recursos que contribuíram para a melhora do entendimento das matérias”, e ainda “outros pontos positivos levantados foram a possibilidade do grupo ser usado como um espaço para a solução de dúvidas, facilitar a comunicação entre os professores e os estudantes de todas as turmas, tornar o aprendizado mais divertido, criativo e informal”.

Neste trabalho, o Facebook foi usado para compartilhamento e discussão das informações coletadas inicialmente pelos alunos.

2.4 O uso do Blog como Ferramenta Educacional

Segundo Barro e Queiroz (2010c), blog é a abreviação de Weblog, e significa registro eletrônico na Internet. No blog, os registros aparecem em ordem cronológica inversa e exigem apenas conhecimentos elementares de informática por parte do usuário. Foi mostrado neste estudo que os blogs têm sido utilizados em várias áreas do

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ensino para servir como repositórios de informações, promover a aprendizagem reflexiva e colaborativa, ajudar na construção do conhecimento, criar espaços de interação e/ou cooperação aluno-aluno e/ou aluno/professor. Segundo Gomes (2005), os blogs podem ser usados como: (a) recurso pedagógico, servindo de espaço para a disponibilização de informação por parte do professor; (b) estratégia pedagógica, podendo, por exemplo, assumir a forma de portfólio digital (onde os alunos elaboram e postam os trabalhos acadêmicos) e como diário de aprendizagem (possibilitando a reflexão sobre a aprendizagem).

Brownstein e Klein (2006) ressaltam que “a abordagem em que os alunos criam seus próprios blogs é adequada para aplicação em classes centradas na construção do conhecimento individual dos alunos, com base no projeto da disciplina.”. Neste trabalho, os autores sugeriram oito passos para ajudar a construir e implementar blogs no ensino universitário de ciências. Segundo eles, as modalidades dos blogs podem ser de aprendizado (na forma de Argumento, Comentários, Pesquisas e Escrita) e de interação (na forma de Comunicação, Discussão, Pares e Comunidade).

Alguns trabalhos têm sido realizados utilizando os blogs como ferramenta educacional. Dutra e colaboradores (2006), por exemplo, apontaram para a necessidade de que os alunos sejam autores do próprio conhecimento e concluíram que o uso dos dispositivos como o blog, mapas conceituais e a wiki, favoreceu este aspecto, auxiliou no registro das atividades e potencializou a interação entre alunos e dos alunos com o os professores. A criação de blogs educacionais também foi proposta por Moresco e Behar (2006). Neles, os alunos, organizados em grupos, pesquisaram, elaboraram e publicaram textos ilustrados e links para sites, relacionados aos conteúdos curriculares de Química e Física do ensino médio.

Os edublogs, os blogs com fins educacionais, têm sido utilizados como ferramentas de suporte ao aprendizado na web, apontam Barro e colaboradores (2008b). Eles afirmam que existe uma quantidade muito pequena de trabalhos voltados à utilização de blogs no ensino de ciências, tanto no âmbito nacional quanto no âmbito internacional, sendo as abordagens presentes nesses trabalhos bastante variadas no que diz respeito às atividades propostas e às motivações que originam os estudos.

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Mateus (2015) ressalta que o “Blogger (http://www.blogger.com), da Google, é uma plataforma de blogs gratuita e que, embora não seja voltada exclusivamente para fins educativos, é muito simples de se usar”.

Este trabalho utilizou o blog como recurso pedagógico, onde os alunos, em pequenos grupos, criaram seus blogs, postaram pesquisas por eles realizadas e fizeram reflexões a respeito de todo o material coletado. As modalidades Aprendizado e Interação foram usadas em seu desenvolvimento.

3 Metodologia do Trabalho

O projeto foi desenvolvido no período de abril a novembro de 2015, em duas turmas de 2º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Prof. Alberto Conte, em São Paulo – SP. Inicialmente, foi definido em discussão com os alunos, qual seria o tema do projeto. Foi escolhido: “A ecologia e o desenvolvimento da postura cidadã.”. Definiu-se também que, por meio de uma abordagem interdisciplinar, seriam estudados os conteúdos abaixo relacionados, vinculados às seguintes disciplinas:

- História e Geografia: estudo sobre a Revolução Industrial abordando causas e consequências; desenvolvimento de polos industriais e sua situação nos dias de hoje; impactos ambientais provocados pelo desmatamento e ocupação irregular; consumo de energia e aumento de poluição; educação ambiental no Brasil e em outros países.

- Sociologia e Filosofia: características e consequências do consumismo.

- Química e Biologia: estudo dos principais resíduos tóxicos industriais e domésticos: principais características, descarte adequado, tempo de decomposição dos materiais e toxicidade de substâncias químicas; desenvolvimento de doenças e prevenção; política dos 3 Rs (reduzir, reutilizar e reciclar); desenvolvimento de mecanismos para a conscientização na comunidade.

- Artes/Português: divulgação do projeto, visitação e releitura de exposição artística. O cronograma para desenvolvimento do projeto foi discutido. Após a definição dos conteúdos, os alunos dividiram-se em pequenos grupos, de maneira a favorecer a participação de todos. Iniciou-se a coleta de material relacionado aos conteúdos Revolução Industrial e Consumismo. Foi criada uma conta no Facebook e formado um grupo para cada turma. Todo o material coletado foi postado, de modo a facilitar a troca de dados e a informação entre todos os envolvidos.

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Após as postagens e comentários no Facebook, desenvolveu-se uma discussão em sala de aula para avaliar o conteúdo postado e definir como seria dada a continuidade do projeto. Como os alunos se encontravam mais à vontade para realizar os posts, cada grupo foi orientado a criar um blog, e organizar, de maneira lógica o conhecimento adquirido, para então dar continuidade ao trabalho.

Iniciaram-se os estudos sobre a represa de Guarapiranga e seu entono (por ser a região próxima às residências dos alunos) com foco nas mudanças e impactos ocorridos em função do desenvolvimento econômico, social e industrial. Foram realizadas entrevistas para conhecer a opinião de pessoas das comunidades, sendo documentadas por fotos. Todo o material coletado foi postado no blog.

Pesquisou-se também a respeito dos principais agentes poluentes gerados pelo desenvolvimento, suas características, toxicidade, tempo de decomposição dos materiais e modos de prevenção em relação à geração desses poluentes.

As turmas realizaram uma visita à exposição Reverta – Arte e Sustentabilidade, na Oca, Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Cada grupo realizou uma releitura da exposição e uma produção artística para uma exposição na feira de ciências.

Estudos foram feitos em relação à política dos 3R’s (Reduzir, Reutilizar e Reciclar). Os grupos discutiram a respeito de ações que poderiam ser tomadas no dia-a-dia aplicando esta política.

Por fim, os grupos estruturaram uma apresentação do projeto realizada em uma feira de ciências na escola. Uma avaliação individual do projeto desenvolvido foi postada nos blogs.

7 Resultados e Discussão

Foram discutidos com as turmas quais seriam os parâmetros de avaliação para cada etapa. As pesquisas, as discussões em sala e no Facebook, os registros e a construção do blog foram monitorados semanalmente pelos professores, sendo os resultados, registrados em planilha. Desse modo, pode-se acompanhar o processo de construção do conhecimento, observando se os objetivos do projeto estavam sendo atingidos e o cronograma estava sendo cumprido. Foi importante o olhar atento do professor para diagnosticar eventuais questões/problemas e então interceder propondo novas ações de modo que o foco do projeto seja mantido.

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Durante o monitoramento os alunos foram avaliados em função: da participação e envolvimento no projeto; da realização de pesquisa e coleta de dados; da articulação na aplicação do conhecimento adquirido para a resolução de questões e problemas propostos.

Também foi realizada uma autoavaliação justificada, via blog, onde cada aluno descreveu como foi seu envolvimento e o seu aprendizado em relação aos objetivos do projeto. O projeto também foi avaliado globalmente, sendo observado se os objetivos foram atingidos, quais os principais pontos positivos e os problemas encontrados.

O encerramento das atividades aconteceu pela apresentação do trabalho em uma Feira de Ciências na escola. Nela foram expostos os conteúdos dos blogs, os resultados da pesquisa de campo e das ações conscientizadoras na escola, casa e comunidade, as atividades envolvendo os 3Rs, e a produção artística desenvolvida.

Os pontos positivos e negativos foram discutidos com a turma toda.

Inicialmente foi observada certa resistência por parte dos alunos ao usar as ferramentas como Facebook e o blog. Há sempre a ideia do tratamento lúdico. Vencida esta resistência, houve uma apropriação muito grande por parte dos alunos, uma situação de pertencimento. Nas avaliações postadas individualmente percebeu-se o envolvimento do grupo. Esse envolvimento também foi constatado na apresentação do projeto durante a Feira de Ciências. Por outro lado, não foi observado o comprometimento de todos os docentes das disciplinas relacionadas ao projeto. Percebeu-se alguma resistência aliada à falta de tempo para cumprir os conteúdos regulares, impossibilitando assim maior envolvimento com o projeto.

Na avaliação geral com as turmas foi comentado sobre as dificuldades iniciais em postar conteúdo, principalmente no blog. Os estudantes perceberam que o trabalho em equipe uniu a sala; foram criados laços, um passou a conhecer melhor o outro. Acharam que a comunicação entre eles foi muito boa. A sensação de pertencimento gerou maior responsabilidade por todos. O conteúdo trabalhado, que era diversificado, se expandiu devido à facilidade de acesso às informações permitido pelo uso da web. Devido às discussões realizadas e postadas, os alunos consideraram que aprenderam muito; eles perceberam o desenvolvimento da consciência em relação ao meio ambiente e à prática da política dos 3R’s. No entanto, foi considerado pouco o tempo de apresentação na Feira de Ciências.

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8 Conclusão

Os alunos mostraram dificuldade inicial para construir o blog e postar conteúdos. Acredita-se que a realização de uma aula no laboratório de informática, destinada a orientações sobre o uso do blog, minimizariam os problemas e dariam mais agilidade ao desenvolvimento das atividades.

A realização deste projeto permitiu a construção do conhecimento de modo colaborativo e globalizado. A utilização das ferramentas da web (Facebook e blog) se mostrou útil devido à facilidade de acesso e uso, maior possibilidade da interação aluno/aluno e aluno/professor, mesmo que à distância; permitiu também maior troca de informações e compartilhamento de ideias. Constatou-se o desenvolvimento da autonomia em função das pesquisas, elaboração e produção de textos. Observou-se também a conscientização dos estudantes em relação aos recursos naturais e o desenvolvimento de postura cidadã.

O projeto foi avaliado positivamente pela maioria dos alunos; eles gostariam que tanto o Facebook como o blog fossem usados em atividades com outras disciplinas. A comunicação foi facilitada; a aprendizagem foi significativa, divertida, criativa e informal.

Em continuidade a esse projeto, pretende-se realizar visitas a empresas que utilizam o conceito dos 3R’s para observar como pode ser sua aplicação em maior escala. Depois disso, deseja-se desenvolver com os alunos outras ações na escola e comunidade, aplicando este conceito.

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Recebido em outubro 2016 Aprovado em novembro 2016

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