FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS EXATAS
CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
LABORATÓRIO INTEGRADO II
Experiência 07: MOTOR TRIFÁSICO DE INDUÇÃO
ENSAIOS: CURVAS DE CORRENTE E CONJUGADO
CARACTERÍSTICAS DE DESEMPENHO
INVERSOR DE FREQUENCIA
USJT– FTCE – Lab. Integr. II – MTI: Curvas de Conjugado e Corrente / Curvas de Desempenho – Prof. Norberto Augusto Jr.
1) Objetivo
Compreender e determinar as curvas características de Desempenho no Motor Trifásico de Indução (MTI) e da Corrente Absorvida e do Conjugado Motor desenvolvido pela rotação.
2) Introdução teórica
O estator do MTI é basicamente constituído por um conjunto de bobinas idênticas, com eixos defasados no espaço de 120º e dispostas em núcleo de material ferromagnético, denominado de enrolamento trifásico. Quando as bobinas são percorridas pelo sistema trifásico de correntes, é produzido um campo magnético resultante, de módulo constante e que gira com a velocidade síncrona ns. O campo magnético do estator, Øe é denominado de Campo
Magnético Girante. Os enrolamentos podem ser realizados de modo a produzirem qualquer número de pólos e aos pares, Norte e Sul. A velocidade do Campo Girante Øe é denominada
de velocidade síncrona e determinada por:
p
f
ns
=
120
∗
ns = rotação síncrona do campo girante;f = freqüência da rede de alimentação. No Brasil 60 hz; p = número de pólos do enrolamento.
O rotor do MTI também é constituído de um núcleo de material ferromagnético no qual são alojadas barras longitudinais, todas em curto circuito (motor tipo gaiola ou barras) ou um enrolamento trifásico, semelhante ao do estator, e também em curto (motor tipo anéis ou de rotor bobinado). No enrolamento do rotor, ao ser submetido ao Campo Magnético Girante, são induzidas correntes que imersas no próprio campo magnético são sedes de forças tangenciais resultando no conjugado motor ou conjugado eletromagnético.
2.1) Funcionamento em vazio
No regime de operação em vazio o conjugado da carga aplicado no eixo é nulo. Desprezando-se os conjugados de atrito e ventilação, o rotor gira na mesma velocidade angular que o campo girante. Neste caso, a f.e.m. e as correntes no enrolamento do rotor são nulas e, portanto também são nulos as correntes do rotor, as forças e o conjugado eletromagnético.
Na operação em vazio, a corrente de cada fase do primário Io é constituída de duas parcelas, uma Im, corrente de magnetização e responsável pelo fluxo magnético. A outra Ip,
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responsável pelas perdas no núcleo ferromagnético (Histerese e Foucault). O Campo Magnético Girante é a resultante do campo magnético senoidal e individual de cada corrente do estator na sua respectiva bobina.
No momento da partida os valores de fase do rotor, indicam que a tensão induzida no rotor E2 é máxima, a reatância de dispersão Xd2, também é máxima e substancialmente maior que a resistência do rotor R2.
Assim, durante a partida a corrente I2 é máxima, normalmente de 6 a 10 vezes a corrente nominal do MTI. As correntes do rotor desenvolvem o conjugado motor que sem carga acelera rapidamente o rotor para a rotação muito próxima da velocidade síncrona. Se o motor fosse ideal e não tivesse nenhuma perda de atrito e ventilação a velocidade seria exatamente igual a velocidade síncrona. No motor real as perdas de atrito e ventilação causam uma pequena redução na rotação que faz o campo girante do estator induzir uma pequena tensão no rotor, que causa as correntes induzidas, as forças tangenciais e por fim, o conjugado motor de vazio, suficiente para igualar o conjugado resistente de atrito e ventilação. Mesmo assim, em vazio é comum ser desprezado a pequena redução de velocidade, como também a corrente do rotor I2 é desprezível.
2.2) Operação com carga
Na situação na qual uma carga é aplicada ao motor, por exemplo, uma bomba de recalque, a partida irá ocorrer desde que o conjugado motor de partida supere o conjugado resistente de partida e o conjugado resultante seja o conjugado de aceleração. Assim, o motor acelera ate atingir uma velocidade nr inferior a velocidade de sincronismo e tal que a tensão
induzida no rotor cause correntes induzidas e que produzam forças que resultem no conjugado motor desenvolvido igual ao conjugado resistente Cr.
Em carga a corrente I2 do rotor é superior ao valor em vazio e a interação dos campos magnéticos do estator e rotor produzem a corrente I’2 no estator que adicionada a corrente de vazio Io resulta na corrente absorvida em carga.
Assim, para os MTI podemos escrever:
Em vazio I1 ≈ Io; pois ns ≈ nr; o conjugado resistente de atrito e ventilação é desprezível.
Em carga I1 = Io + I’2; A componente da corrente I’2 é portadora de potência ativa que transfere energia do estator para o rotor.
Considerando nr a velocidade do rotor e no sentido do campo girante, seus condutores
são submetidos a uma variação de campo com velocidade relativa (ns – nr) e, portanto a f.e.m.
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(
)
120
p
n
n
f
s r r∗
−
=
Define-se escorregamento do MTI ao valor de:
(
)
s r s
n
n
n
s
=
−
Assim podemos escrever que
f
r(
n
sn
r)
p
=
s
∗
f
∗
−
=
120
Os motores trifásicos de indução são classificados pela norma brasileiros ABNT NBR 7094 em cinco categorias:
Categoria N: Conjugado de partida normal e baixo escorregamento. Constitui a maioria dos motores encontrados no mercado, utilizados nos acionamentos com baixo conjugado de parida, tais como: bombas, ventiladores e máquinas operatrizes.
Categoria NY: Análogo ao da categoria N, todavia previsto para partida estrela/delta. Categoria H: Conjugado de partida alto, corrente de partida normal e baixo escorregamento. Utilizados em cargas que exigem maior conjugado de partida, tais como peneiras, transportadores carregados e moinhos.
Categoria HY: Análogo ao da categoria H, todavia previsto para partida estrela/delta. Categoria D: Conjugado de partida alto, corrente de partida normal e alto escorregamento, normalmente s > 5%. São utilizados para acionamento de cargas com alto conjugado de partida, tais como prensas, elevadores e pontes rolantes.
A figura abaixo ilustra o aspecto das curvas das três categorias de conjugado N, H e D
As curvas características de corrente e conjugado motor do MTI em função da rotação podem ser sintetizadas na figura abaixo:
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Tempo Máximo de Rotor Bloqueado ( tMRB ): é o tempo máximo que o motor poderá
permanecer com as correntes de rotor e estator nos valores de partida ou arranque, suportando um acréscimo de aquecimento, logo após o funcionamento de regime, sob condições nominais e que não ultrapasse os limites de temperaturas de pico estabelecidos em normas.Este tempo é determinado para cada motor e fornecido e garantido pelos fabricantes nas folhas de dados e catálogos.
As Normas NEMA e IEC apresentam os limites de temperatura para essa condição de partida como segue:
Classe Térmica Norma MG1.12.53 IEC 79.7
B 175º 185º
F 200º 210º
H 225º 235º
Limites de pico de temperatura na partida e classe de isolação do motor
Nas partidas realizadas com tensão reduzida a corrente e as perdas também são diminuídas. As perdas variam com a função quadrática da tensão ou da corrente de alimentação.
Na hipótese que a energia dissipada seja preservada durante a partida, ou seja, a mesma energia é dissipado com partida de tensão plena ou com tensão reduzida, o tempo máximo de rotor bloqueado poderá ser aumentado como segue:
tMRBR = tMRB . ( Un / UR ) 2
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Os tempos de rotor bloqueado apresentadas em catálogos dos fabricantes de motores estão sempre referenciados à classe térmica B. Para os motores que apresentam limitações pelo tempo máximo de rotor bloqueado na classe de isolação B é possível substituir a classe térmica por outra de nível térmico superior, F ou H, e, portanto aumentar o tempo de rotor bloqueado. A construção é considerada especial e de preço de aquisição aumentado.
Tempo de Aceleração ( tA ): é o tempo necessário para o motor partir do repouso até atingir
a rotação estável de operação. O tempo de aceleração é proporcional ao momento de inércia (J) do conjunto do rotor (MTI / Carga) e inversamente proporcional ao conjugado de aceleração (CAC = CM – CR). Recomenda-se que o tempo de aceleração seja limitado a 80% do tempo de
rotor bloqueado.
Conhecidas as equações do conjugado motor e do conjugado resistente determina-se o tempo de aceleração, tAC pela resolução da equação da mecânica para movimentos de
rotação:
dt
d
Jt
Cr
Cm
Cac
=
−
=
ω
Todavia, pela resolução do Tempo de Aceleração, tAC é determinado pode ser
determinado pelos conjugados médios do motor e da carga e com a rotação nominal nnom pela
expressão;
)
(
60
2
)
(
60
2
Cmr
Cmm
n
Jt
Cmac
n
Jt
tac
nom nom−
∗
∗
∗
=
∗
∗
∗
=
π
π
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Data Sheet do MTI do Fabricante WEG - Motor tipo ARP de 15 HP
Curvas de Conjugado e Corrente do MTI do fabricante WEG tipo ARP de 15 HP
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2.3) Circuito Equivalente
O circuito equivalente do motor de indução referido ao estator (primário) é: Onde: V1 = 4,44.f.N1.Øe
Er = 4,44.s.f.N2.Øe a = N1 / N2
O circuito equivalente do motor e as equações gerais permitem uma análise completa das características dos MTI.
Para uma determinada carga que implique a rotação nr ou escorregamento s determina-se no circuito equivalente o valor de Z(s) e para uma tensão de alimentação V1 obtém-determina-se a corrente I1 e em seguida os seguintes valores por fase:
Potência de Entrada no Estator: P1 = V1. I1. cos ϕ1
Potência Eletromagnética do Rotor: P2 = a2. (R
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Perdas no Ferro: PFE = Rp . I2p
Perdas no Cobre do estator: PCU1 = R1 . I12
Perdas no Cobre do rotor: PCU2 = R’2 . I’22
Potência Mecânica Desenvolvida no rotor: P’mec = a2 . R
2 . (1- s) / s . (I’2) 2/ a2
Potência mecânica útil ou de saída Pmec = P’mec – Pa,v
Onde Pa,v é a potência de perdas de atrito e ventilação por fase, inerentes ao MTI, que é considerada constante para escorregamentos de até 5%. As perdas Pa,v não são simulas no circuito equivalente, estão englobadas na potência desenvolvida no rotor, P’mec.
A diferença (R2 / s – R2).I’2 = R2. (1 - s) / s . I’22 correspondem a potência mecânica
desenvolvida no eixo do motor, onde R2 [ (1-s) / s] é uma resistência fictícia. O fator de potência do motor é determinado por
1
1
1
1
cos
I
V
P
∗
=
ϕ
O rendimento é obtido de100
1
(%)
=
∗
P
Pmec
η
3) Conversores CA/CA – Inversores de Freqüência
No passado, o controle de velocidade nos acionamentos que envolvia grande potencia foi realizado principalmente com os motores C.C. ou em alternativa, com menor rigor de precisão, através dos motores MTI de rotor bobinado, com a agravante de grande dispêndio de energia.
Os motores de corrente alternada, especialmente o motor de indução, são construtivamente muito mais simples e robustos do que os motores de corrente contínua. Apresentam menores massas (20 a 40% a menores) para uma mesma potência, o que implica em custo menor de aquisição e de menores custos de manutenção preventiva e corretiva do que os motores C.C. equivalentes.
Em termos de desempenho dinâmico, novas técnicas de controle, como o Inversor com controle vetorial, têm possibilitado aos motores C.A. apresentarem comportamento similar ao das máquinas C.C., eliminando, também neste aspecto, as vantagens inerentes aos motores C.C. de corrente contínua.
Como desvantagens, apresentam aumento das perdas nas freqüências elevadas de comutação dos transistores de potência e interferências nas redes de alimentação e emissão eletromagnética que poderá interferir nos demais equipamentos sensíveis e instalados próximos aos inversores. As interferências são solucionadas com filtros de redes apropriados e blindagem dos cabos instalação dos inversores.
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3.1) Princípio de Funcionamento
A técnica de controle de velocidade dos motores MTI fundamenta-se principalmente nas características deste tipo de motor possuir a velocidade síncrona proporcional à freqüência de alimentação
pólos frequencia rpm
Ns( )=120• e curva de Torque Motor x Escorregamento ser
praticamente constante, caso for fixado a relação de tensão de alimentação e freqüência, ou
f V
K = Para um determinado ajuste de velocidade de sincronismo (ou freqüência) a correção
do escorregamento devido a variação do torque resistente é realizada automaticamente pelo inversor com o devido ajuste da freqüência.
Os Conversores C.A./C.A.; ou Inversores de Freqüência, são fontes de tensão e freqüência variável, controladas de acordo com as necessidades do usuário. O
Inversor de Freqüência possui quatro seções distintas: Retificador de Entrada;
Barramento ou Link CC; Inversor de Saída; Circuito de Controle.
Circuito de potência típico dos Inversores de Freqüência – Conversor CA/CA 3.2) Retificador
O retificador é o circuito que converte o sinal C.A. em sinal unidirecional, ou seja, contínuo C.C. Com essa finalidade, os diodos retificadores, não controlados, são
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extensivamente utilizados. O retificador monofásico de meia-onda é o tipo mais simples e visto na figura abaixo. Nota-se que com o sinal senoidal na entrada (Vs), na carga (R), circulam apenas somente a parte positiva do sinal em função da condução do diodo D1 durante o semiciclo positivo, ou anodo positivo e catodo negativo, porém quando o anodo do diodo é negativo e o catodo positivo o sinal VL é nulo. As pontes
retificadoras semi controladas com o componente tiristor -SCR - não são tratadas neste texto.
Retificador Trifásico de Onda Completa
O retificador para os inversores de maiores potência é trifásico, mas os de pequenas potências são monofásicos. A tensão do Barramento ou Link CC é filtrada através de indutores e capacitores.
3.3) Filtro do Barramento C.C.
A tensão de saída do retificador, embora seja unidirecional, é periódica, descontínua e contém componentes harmônicos. O retificador acoplado aos filtros é um processador de energia que fornece tensão de saída C.C. com quantidade mínima de conteúdo harmônico. Simultaneamente, é desejável manter a corrente de entrada de modo que o fator de potência seja aproximadamente unitário. A qualidade do processamento de energia do retificador requer a determinação do conteúdo harmônico da corrente de entrada e da corrente e tensão de saída.
Na entrada, o filtro C.A., limita as harmônicas de corrente na rede de alimentação e também protege o Barramento CC das variações bruscas de tensão de alimentação. O filtro no Barramento C.C. reduz o valor da ondulação da tensão C.C. de saída, com a finalidade de permitir o perfeito controle do estágio Inversor.
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3.4) Inversor de Freqüência
A finalidade do circuito inversor é converter a tensão do barramento ou link C.C. em tensão de saída C.A. simétrica em amplitude e freqüência controlada. A tensão de saída pode ser fixa ou variável e a freqüência também fixa ou variável. A tensão variável de saída pode ser obtida variando-se a amplitude da tensão C.C. de entrada e mantendo-se o ganho do inversor constante. Por outro lado, se a tensão C.C. de entrada for fixa e não-controlável, a tensão variável da saída é obtida pela variação do ganho do inversor e realizada pela técnica de controle PWM. A técnica de modulação PWM é a mais utilizada nos modernos Conversores C.A./C.A.
O componente IGBT -(Insulated Gate Bipolar Transisistor) é um transistor de potência que pode ser entendido como uma chave com acionamento de abertura e fechamento totalmente controlados eletronicamente pela tensão aplicada ao gatilho – “Gate”.
A figura exemplifica o funcionamento do IGBT e a constituição do semi ciclo de uma senóide, para carga constituída de resistor e indutor que é o comportamento do enrolamento do estator do motor MTI.
it vt + -it vt + -Gate Fonte Dreno Gate Fonte Dreno I ( t ) 1 1 1 1 I ( t ) Vab Vab
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Geração do ciclo C.A. completo
A modulação PWM, consiste de um sinal triangular de alta freqüência, de pelo menos 10 vezes do sinal que se deseja modular, e outro senoidal na freqüência que se deseja a tensão de saída. Quando o sinal triangular encontra o sinal senoidal o controle envia uma ordem para o transistor IGBT alternada de abertura ou fechamento.
Controle de Abertura e Fechamento do IGBT
Observe que na modulação PWM, intrinsecamente com aumento do período, ou diminuição da freqüência, a tensão fica reduzida. Ou ainda, a modulação PWM implica em tensão de alimentação do motor com fluxo e torque constante.
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Ciclo Completo com a razão V/f = Constante, ou Fluxo e Torque Constantes. Os modernos IGBT´s apresentam características de operação em tensões até 2.000 V, freqüência de comutação (abertura e fechamento) de 80 KHz e Correntes até 600 A. Na figuras 08 está ilustrado o trem de pulsos gerados por uma modulação PWM para uma fonte monofásica. O mesmo princípio é aplicado para cargas trifásicas.
3.5) Controle da Tensão e da Freqüência – Inversor de Freqüência
Caso a relação entre a tensão e a freqüência da alimentação do motor for mantida constante, o fluxo de entreferro também permanece constante ( f = ∗Nfaseestator ∗
φ
f V
44 ,
4 ) e
demonstra-se que o torque máximo não se altera para valores de X e1 = 2x¶ x f >> R e1, pois:
1 2 1 2 1 2
(
2
1
3
max
R
X
R
ws
V
CM
e F+
+
∗
∗
∗
=
2 1 2 1 ' 2(
max
eX
R
R
Sc
+
=
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A figura mostra a característica Torque - Velocidade para uma alimentação com esta característica e velocidades abaixo da velocidade base.
Característica Torque x Velocidade com controle de Tensão/Freqüência.
Uma vez que a tensão nominal da máquina não deve ser excedida, este tipo de acionamento aplica-se para velocidades abaixo da velocidade base.
4) Parte Prática – PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Anotar dados de placa, circuito elétrico, valores medidos e gráficos.
4.1) Dados de Placa:
Motor Trifásico de Indução / Rotor Bobinado
Potência: kW Rotação: rpm Tensões: V V V V Correntes: A A A A
Ligações: ∆∆ YY ∆ Y Rotor: Tensão: V Corrente: A Ligação: Y Fases: Classe Térmica de Isolação:
Torque
da
Bomba
Torque
do
Motor
60 Hz
48 Hz
36 Hz
1800 rpm
1440 rpm
1080 rpm
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4.2) Montar o conjunto MTI e Gerador C.C. – Acionamento com Variac
a) Anotar o braço da alavanca: _________m
b) Anotar a tara inicial do dinamômetro, com o conjunto MTI / GCC em repouso: __________kgf
Nota: O motor está alimentado com 220 V, portanto está ligado em duplo delta (∆∆). Assim, as correntes de linha são as de fase multiplicadas por
3
e a tensão de linha é igual a tensão de fase, ou IL = 3. IF e VL = VF4.2.1) Anotar e preencher os valores da tabela
V1 (V) I1 (A) N2 (rpm) F(kgf) P1(W) Q1 (VAR) F.P. DHI DHT
220 220 5,0 220 6,0 220 7,0 220 8,0 220 9,0 220 10,0
4.2.2) Determinar o Conjugado de Partida e o Conjugado Máximo com Tensão Reduzida
Anotar o Braço da Alavanca __________________ (metros)
Tensão Rotação I1 (A) F (kgf) CM (N.m)
Valores de Partida 110 V Rotor Bloqueado Valores p/ Conjugado Máximo 110 V
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4.2.3) Determinar o Conjugado de Partida e o Conjugado Máximo com Tensão Nominal
Tensão Rotação I1 (A) F (kgf) CM (N.m)
Valores de Partida 220 V Rotor Bloqueado Valores p/ Conjugado Máximo 220 V
4.3) Montar o conjunto MTI e Gerador C.C. – Acionamento com Inversor
Notas:
1) O conjugado motor é determinado pela força medida no dinamômetro da carcaça do gerador c.c. em balanço multiplicado pelo braço da alavanca dessa força.
2) A resistência R de carga é ajustada para carga nominal de 3 kW e permanece constante durante todo o ensaio.
3) A carga do motor é ajustada pelo valor da corrente de excitação Iex do gerador CA Um aumento de Iex, implica em aumento de VCA e a potência entregue a carga é PR = V2CA / R .
4.3.1) PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
1) Notas:
a) Anotar a tara inicial do dinamômetro, com o conjunto MTI/GCA em repouso:
___________kgf
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Obs: O motor está alimentado com 220 V, portanto está ligado em duplo delta (∆∆). Assim, as correntes de linha são as de fase multiplicadas por 3 e a tensão de linha é igual a tensão de
fase, ou IL = 3. IF e VL = VF
O ensaio do motor é realizado com alimentação do motor através do inversor CFW 08 do fabricante WEG. O inversor permite a escolha de rotação de operação da freqüência de alimentação.
4.3.2) Familiarização com a IHM – Interface - Homem Máquina
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4.3.3) – Observe e compreenda o funcionamento das funções básicas da HIM - Interface
Homem Máquina.
4.3.1) Habilite e desabilite o Inversor pelas teclas I e O
4.3.2) Com o motor em vazio, ajuste a velocidade para as seguintes freqüências: 100 rpm, 500
rpm, 1000 rpm, 1500 rpm e 1800rpm.
4.3.3) Inverta o sentido de rotação.
4.3.4) - Com o Motor em repouso realize as seguintes operações para a familiarização da IMH
Habilite P000 = 5
Habilite P100 = 10 s (Tempo de Aceleração); Habilite P101 = 20 s (Tempo de Desaceleração); Habilite P 202 = 0
Habilite P 202 = 0 (Controle Escalar linear);
Habilite P 297 = 4 (Freqüência de Chaveamento = 5 kHz) Habilite P 399 = 84,5 % (Rendimento do Motor)
Habilite P 400 = 220 V (Tensão Nominal do Motor) Habilite P 401 = 8,8 A (Corrente Nominal do Motor) Habilite P 402 = 1700 rpm (Velocidade Nominal do Motor) Habilite P 403 = 60 Hz (Freqüência Nominal do Motor) Habilite P 404 = 8 (Potência Nominal do Motor = 3 c.v.) Habilite P 407 = 0,85 % (Fator de Potência Nominal do Motor)
4.3.5) – Coloque o motor em operação e registre os seguintes valores:
4.3.6) – Freqüência nominal = 60 Hz ou Ns = 1.800 rpm
P 003 Corrente de Saída – Carga 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0 (A)
P 002 Valor Proporcional a Freqüência (%)
P 004 Tensão do Circuito Intermediário C.C. (VCC)
P 005 Freqüência de Saída do Motor (Hz)
P 007 Tensão de Saída do Motor (VCA)
P 009 Força no Dinamômetro Kgf
N2 Rotação do Motor - Tacômetro rpm
P1 Potência de Ativa W
Q1 Potência Reativa VAR
F.P. Fator de Potência (A)
DHI Distorção Harmônica de Corrente (%)
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4.3.7) – Freqüência nominal = 50 Hz ou Ns = 1.500 rpm
P 003 Corrente de Saída – Carga 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0 (A)
P 002 Valor Proporcional a Freqüência (%)
P 004 Tensão do Circuito Intermediário C.C. (VCC)
P 005 Freqüência de Saída do Motor (Hz)
P 007 Tensão de Saída do Motor (VCA)
P 009 Força no Dinamômetro Kgf
N2 Rotação do Motor - Tacômetro rpm
P1 Potência de Ativa W
Q1 Potência Reativa VAR
F.P. Fator de Potência (A)
DHI Distorção Harmônica de Corrente (%)
DHT Distorção Harmônica de Tensão (%)
Equações: 1)
Cm
(
N
.
m
)
=
9
,
81
⋅
F
(
kgf
)
⋅
braço
(
m
)
2)Pmec
(
Watts
)
=
Cm
(
N
.
m
)
∗
[
2
∗
π
∗
n
2
(
rpm
)]
/
60
3))
(
)
(
)
(
)
(
Watts
P
Watts
Pmec
Watts
P
Watts
P
Eletrica entrada saída=
=
η
5)
P
1(
Watts
)
=
P
entrada(
Watts
)
=
3
•
V
L•
I
L•
cos
ϕ
=
3
•
V
F•
I
F•
cos
ϕ
6) F F L L
V
I
P
I
V
P
•
•
=
•
•
=
3
3
1
cos
ϕ
1 1 7)=
−
2⋅
100
s sn
n
n
s
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5) Relatório:
1) Apresentar os gráficos das Características de Corrente Absorvida e Conjugado motor pela rotação (1500 e 1800 rpm), com inversor e variac;
2) Apresentar as curvas de desempenho do MTI com os gráficos de Rendimento, Escorregamento, Fator de Potência Corrente Absorvida pela Potência Mecânica Uti, com variac e lnversor;
3) Apresentar e justificar a corrente de partida e o torque de partida;
4) O que é tempo de aceleração? O que é tempo de rotor bloqueado? Qual a sua importância?
5) Simular o motor do laboratório no aplicativo PSIM e com os parâmetros do circuito equivalente determinados nos ensaios de vazio e rotor bloqueado, considerando a tensão de fase de 220 V, f = 60 Hz e s = 5%.
6) Bibliografia
Livro: Motor de Indução / Autor: Guilherme Filippo Filho / Editora Érica
Livro: Fundamentos de Máquinas Elétricas / Autor: Vicent Del Toro / Editora Prentice – Hall Manual WEG Inversor CWF 09
Site: www.weg.com.br