Arquitetura Naval e Offshore I
Arquitetura Naval e Offshore I
G
O design de um navio se inicia com a análise cuidadosa da frota já existente,
O design de um navio se inicia com a análise cuidadosa da frota já existente,
a fim de obter as informações gerais do tipo de embarcação de interesse...
a fim de obter as informações gerais do tipo de embarcação de interesse...
Análise de semelhantes
Análise de semelhantes navios de interesse
navios de interesse
•
• Se já existe um similar de sucesso, o projetistaSe já existe um similar de sucesso, o projetista
utiliza esse navio como base, promovendo as
utiliza esse navio como base, promovendo as
alterações pontuais que satisfaçam os requisitos
alterações pontuais que satisfaçam os requisitos
do novo projeto.
do novo projeto.
•
• Se o navio de interesse pertence a uma classeSe o navio de interesse pertence a uma classe
já existente, pode-se analisar a frota mundial
já existente, pode-se analisar a frota mundial
recente a fim de estimar as dimensões e
recente a fim de estimar as dimensões e
características de interesse.
características de interesse.
•
• Se o navio desejado é uma quebra deSe o navio desejado é uma quebra de
paradigma, ainda assim a análise de
paradigma, ainda assim a análise de
semelhantes é importante para se estabelecer
semelhantes é importante para se estabelecer oo
que pode ser aprendido e generalizado para
que pode ser aprendido e generalizado para
esse novo design.
esse novo design.
Para as classes mais comuns de navios já existem modelos paramétricos que podem ser
Para as classes mais comuns de navios já existem modelos paramétricos que podem ser
encontrados na literatura de design marítimo. São as chamadas séries
Tradicionalmente, no processo de design de uma embarcação é util
Tradicionalmente, no processo de design de uma embarcação é utilizada aizada a
chamada Espiral de Projeto de Evans...
chamada Espiral de Projeto de Evans...
A Espiral de Projeto é considerada um “design baseado em um
A Espiral de Projeto é considerada um “design baseado em um ponto” já que procura apenas umponto” já que procura apenas um único ponto do espaço de designs possível.
único ponto do espaço de designs possível. Ela mostra como projeto evolui em Ela mostra como projeto evolui em estágios cíclicos deestágios cíclicos de crescente detalhamento das características do navio, através do sequenciamento de passos crescente detalhamento das características do navio, através do sequenciamento de passos
estrategicamente escolhidos... estrategicamente escolhidos...
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4
Geometria do navio
Geometria do navio
–
– A forma básica de um A forma básica de um navio ou embarcação é navio ou embarcação é definidadefinida
através de um desenho designado por Plano de Linhas
através de um desenho designado por Plano de Linhas
–
– Representa o seu casco em três perspectivas.Representa o seu casco em três perspectivas.
–
– Se fizermos interceptar a superfície do navio por Se fizermos interceptar a superfície do navio por planos,planos,
as linhas de interceptação serão linhas
as linhas de interceptação serão linhas em duasem duas
dimensões, as quais podem ser traçadas em verdadeira
dimensões, as quais podem ser traçadas em verdadeira
grandeza se projetadas em um dos planos de referência.
Vista apresentada num plano de linhas
P P l l a a n n
o o d d e e
a a l l t t o o s s
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Geometria do navio
Geometria do navio
–
Planos de Linha d’água
Planos de Linha d’água
As seções horizontais de
As seções horizontais de um casco são chamadas de linhas d’água.um casco são chamadas de linhas d’água.
Quando essas linhas são projetadas e sobrepostas em um
Quando essas linhas são projetadas e sobrepostas em um vista, resultavista, resulta
do plano de linhas d’água.
Plano de Balizas
Plano de Balizas
Interseções
Interseções do do casco casco por por planos planos verticais verticais transversais transversais igualmenteigualmente
espaçados no sentido longitudinal. Normalmente os navios são divididos
espaçados no sentido longitudinal. Normalmente os navios são divididos
em 10, 20 ou 40 balizas. Iniciando na baliza que corta a madre do leme
em 10, 20 ou 40 balizas. Iniciando na baliza que corta a madre do leme
(baliza 0) até a intercessão da roda de proa do navio com a linha d’água
(baliza 0) até a intercessão da roda de proa do navio com a linha d’água
de projeto (baliza 10, 20 ou 40).Por convenção, o plano de balizas
de projeto (baliza 10, 20 ou 40).Por convenção, o plano de balizas
apresenta as intersecções do casco com planos avante (AV) da
apresenta as intersecções do casco com planos avante (AV) da seçãoseção
mestra em seu lado direito
mestra em seu lado direito e, por conseguinte, intersecções com Planose, por conseguinte, intersecções com Planos
a ré (AR) da seção mestra em seu lado
a ré (AR) da seção mestra em seu lado
esquerdo.
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10
Plano de altos
Plano de altos
–
– Plano diametral ou de Simetria - Plano vertical, perpendicular ao dePlano diametral ou de Simetria - Plano vertical, perpendicular ao de
linhas d´água, dividindo o navio
linhas d´água, dividindo o navio em duas partes simétricas.em duas partes simétricas.
–
– Os planos paralelos a este Os planos paralelos a este plano definem os cortes longitudinaisplano definem os cortes longitudinais
que formam o plano de altos.
que formam o plano de altos.
–
– Em resumo, o Plano de alto apresenta a intersecção do casco comEm resumo, o Plano de alto apresenta a intersecção do casco com
o seu plano de simetria e por cortes paralelos ao mesmo,
o seu plano de simetria e por cortes paralelos ao mesmo,
espaçados convenientemente para a representação da
espaçados convenientemente para a representação da geometriageometria
do casco e identificados pela sua distância ao plano de simetria.
do casco e identificados pela sua distância ao plano de simetria.
Neste plano, a intersecção com o plano de simetria identifica a
Neste plano, a intersecção com o plano de simetria identifica a
geometria do corpo de proa e popa.
A importância do Plano de linhas
A importância do Plano de linhas
•
• O Plano de linhas O Plano de linhas apresenta a completa definição bidimensional doapresenta a completa definição bidimensional do
casco tridimensional da embarção, suficiente para os
casco tridimensional da embarção, suficiente para os cálculoscálculos
necessários para a determinação de todas as características
necessários para a determinação de todas as características
hidrostáticas, características estas tratadas na aula
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Linhas e planos de referência
Linhas e planos de referência
–
– PLANO BASE (PB) - Plano PLANO BASE (PB) - Plano horizontal correspondente àhorizontal correspondente à
linha de água de traçado mais baixo.
linha de água de traçado mais baixo.
–
– LINHA BASE (LB) - Linha obtida pela intercepção doLINHA BASE (LB) - Linha obtida pela intercepção do
plano diametral do navio com o plano base.
plano diametral do navio com o plano base. É a linha deÉ a linha de
referência do plano geométrico do navio.
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Principais dimensões
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Dimensões lineares do navio
Dimensões lineares do navio
–
– O navio tem, como todas as construções O navio tem, como todas as construções com volume,com volume,
as três dimensões básicas: o comprimento, a altura
as três dimensões básicas: o comprimento, a altura e ae a
largura, mantendo a designação da primeira
largura, mantendo a designação da primeira
(
(comprimentocomprimento) e dando à largura o ) e dando à largura o nome denome de bocaboca e à e à
altura o de
altura o de pontalpontal
–
– Comprimento Total ou roda a rodaComprimento Total ou roda a roda (Loa) - É o(Loa) - É o
comprimento do navio medido horizontalmente entre as
comprimento do navio medido horizontalmente entre as
partes mais extremas da proa e da popa
Perpendiculares
Perpendiculares
Comprimento entre Perpendiculares
-Comprimento entre Perpendiculares - Comprimento entreComprimento entre
a perpendicular de re e a
a perpendicular de re e a perpendicular e vante, medido noperpendicular e vante, medido no
plano diametral, paralelamente ao plano de base
plano diametral, paralelamente ao plano de base
As perpendiculares são linhas imaginarias perpendiculares à linha
As perpendiculares são linhas imaginarias perpendiculares à linha
de base e as linhas d’água.
de base e as linhas d’água.
•
• Perpendicular a vantePerpendicular a vante (PP-AV) - É a vertical tirada no ponto de(PP-AV) - É a vertical tirada no ponto de interseção da linha d'água projetada com o
interseção da linha d'água projetada com o contorno da roda de proa.contorno da roda de proa.
•
• Perpendicular a ré (PP-AR)Perpendicular a ré (PP-AR) – É vertical traçada no mesmo eixo da – É vertical traçada no mesmo eixo da
madre do leme.
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Dimensões lineares do navio
Dimensões lineares do navio
–
– Largura - A largura de um navio designaLargura - A largura de um navio designa--se porse por BocaBoca(B).(B).
–
– PontalPontal(D) - Distância (altura, medida no plano diametral a meio(D) - Distância (altura, medida no plano diametral a meio
comprimento entre perpendiculares
comprimento entre perpendiculares, entre a reta do vau , entre a reta do vau dodo
pavimento principal e a face superior da quilha (navios de aço).
pavimento principal e a face superior da quilha (navios de aço).
–
– CaladoCalado (T) – Distância vertical entre o ponto mais baixo (T) – Distância vertical entre o ponto mais baixo da quilhada quilha
(superfície inferior) e o plano de flutuação.
(superfície inferior) e o plano de flutuação.
•
• O calado pode ser medido a vante, a ré O calado pode ser medido a vante, a ré e a meio navio. Come a meio navio. Com
esta finalidade, existe uma marcação no costado em ambos os
esta finalidade, existe uma marcação no costado em ambos os
bordos.
bordos.
–
– Borda LivreBorda Livre – Distância vertical, indicada a meio navio, entre a linha – Distância vertical, indicada a meio navio, entre a linha
obtida pela intercessão da face superior do convés com a superfície
obtida pela intercessão da face superior do convés com a superfície
exterior do casco (linha de borda livre) e o
exterior do casco (linha de borda livre) e o plano de flutuaçãoplano de flutuação
carregado.
carregado.
•
• Para cada plano de flutuação carregado, consoante a época anoPara cada plano de flutuação carregado, consoante a época ano
e a zona a navegar, há um
Caimento (Trim)
Caimento (Trim)
(apopado / derrabado / trim pela popa) (apopado / derrabado / trim pela popa)
(compassado / quilha paralela / aguas parelhas) (compassado / quilha paralela / aguas parelhas)
É a diferença entre os calados na perpendicular de ré e na perpendicular de vante de
É a diferença entre os calados na perpendicular de ré e na perpendicular de vante de
qualquer plano de flutuação, medidos em relação à linha de referencia de calados adotada
Geometria do navio
Geometria do navio Seção transversal; seção mestra
Seção transversal; seção mestra – Chama-se seção transversal qualquer – Chama-se seção transversal qualquer
seção determinada no casco de uma embarcação por um
seção determinada no casco de uma embarcação por um planoplano
transversal. A maior das seções transversais chama-se
transversal. A maior das seções transversais chama-se seção mestraseção mestra.. A A
seção mestra é situada em coincidência com a seção a meia-nau, ou
seção mestra é situada em coincidência com a seção a meia-nau, ou
muito próximo desta. Nos
muito próximo desta. Nos navios mercantes, certo comprimento danavios mercantes, certo comprimento da
região central do casco é constituído por seções iguais à seção mestra
região central do casco é constituído por seções iguais à seção mestra
numa distância apreciável, quer para vante,
numa distância apreciável, quer para vante, quer para ré da seçãoquer para ré da seção
ameia-nau; diz-se então que estes navios têm
ameia-nau; diz-se então que estes navios têm formas cheias e possuemformas cheias e possuem
um corpo médio paralelo
um corpo médio paralelo. Nos navios que têm. Nos navios que têm formas finasformas finas, a forma das, a forma das
seções transversais varia muito em todo o comprimento do navio a vante
seções transversais varia muito em todo o comprimento do navio a vante
e a ré da seção mestra
Tabela de cotas
Tabela de cotas
Enquanto o plano de linhas retrata
Enquanto o plano de linhas retrata da forma do casco em da forma do casco em termos gráficos, atermos gráficos, a
tabela de cotas é
tabela de cotas é uma forma convencional de representação numéricauma forma convencional de representação numérica
que serve como uma ponte para
que serve como uma ponte para modelagem e fabricação do casco damodelagem e fabricação do casco da
embarcação
embarcação
A tabela de cotas é um par de tabelas 2D que mostram as coordenadas e
A tabela de cotas é um par de tabelas 2D que mostram as coordenadas e
localizações de curvas e superfícies do plano de linhas.
localizações de curvas e superfícies do plano de linhas.
Tradicionalmente as duas tabelas são intituladas de “altos” e “meia boca”
Tradicionalmente as duas tabelas são intituladas de “altos” e “meia boca”
e consiste das coordenadas Z e
e consiste das coordenadas Z e Y respectivamente. As colunasY respectivamente. As colunas
representam as cavernas e as linhas