Buracos Negros
Uma concepção artística de um buraco negro. A matéria caindo em um buraco negro.
Definição:
Um Buraco Negro é um objeto que tem a gravitação
tão intensa que nem mesmo a luz escapa do seu
campo gravitacional.
O Buraco Negro mais simples pela Teoria da
Relatividade Geral de Einstein, é o buraco negro
de Schwarzschild, definido implicitamente
Esta métrica pode ser encontrada, como solução
exterior das equações de Einstein relativas a uma
massa M com simetria esférica, ou seja,
Onde R
µνé o tensor de Ricci, R é o traço de R
µν,T
µνé o tensor energia-momentum,
G
e
c
são
constantes fundamentais, a de Newton e a
velocidade da luz.
Não se assustem
com as fórmulas,
são apenas
as
equações de
Einstein
,
que em
1916
irão
completar
100
anos.
Ah ! Desculpem, estas equações
têm muitas ferramentas que
vocês ainda não viram.
Era brincadeira,
a palestra para vocês,
A nossa palestra tem poucas fórmulas,
porém todas de fácil entendimento.
Tem ainda um pouco da história
da evolução dos conceitos
relacionados.
Caso alguma parte esteja mais difícil
tenham paciência ...., faz parte ...
Vamos lá !
Definição:
Um Buraco Negro é um objeto que tem a gravitação
tão intensa que nem mesmo a luz escapa do seu
campo gravitacional.
Concepção artística de um mini buraco negro espiralando em direção ao centro do outro maior“Beyond Einstein: From the Big Bang to Black Holes”, NASA 2003
BN = Buraco Negro (“Black Hole = BH)
Buracos Negros é um tema fascinante, vasto,
interdisciplinar,
abrangendo várias áreas
tanto da Física quanto da Astrofísica, p. ex.,
Relatividade Geral, Termodinâmica,
Estatística Quântica, Teoria Quântica de Campos,
Supercordas, Evolução Estelar,
Colapso Gravitacional,
Cinemática e Dinâmica dos Objetos Cósmicos,
Simulações Computacionais, etc.
Albert Einstein 1879-1955
A Relatividade Geral de
Einstein e a Mecânica Quântica
foram fundamentais para ser
elaborada uma teoria para
os buracos negros. Einstein
forneceu uma ferramenta
teórica fundamental.
Teoria da
Relatividade
Geral de
Einstein com a
sua maquinaria
Teoria da Relatividade Geral:
Curvatura do Espaço/tempo
Existe uma metodologia chamada
de “DIRETA” para tentar
observá-los. Entretanto, rigorosamente são
indícios ...
Da parte observacional temos o fato que até hoje
não se conseguiram obter informações
observacionais
inequívocas
dos buracos negros.
As informações que temos na maior parte são em
sua maioria
INDIRETAS
.
Veremos Nesta Palestra :
(1) - Um Pouco da História Inicial do Conceito
(3 A) - Quais São os Tipos de Buracos Negros Previstos (2) - Generalidades Sobre os Buracos Negros
(4) – Sobre os Métodos Observacionais de Detecção
(5) – Algumas Imagens de candidatos a Buracos Negros
(6) = (3 B) – Os Tipos de Buracos Negros ainda não acabaram !
(1) - Um Pouco
da História
Inicial do
Conceito
John Michell (1724 - 1793), reverendo inglês, filósofo, geólogo com
trabalhos em astronomia, geologia, óptica, e gravitação, tanto um teórico quanto experimental, afirmou
“ Exploring Black Holes Introduction to General Relativity“ E. F. Taylor (MIT), J. A. Wheeler (Princeton), 2000
Publicado em Philosophical Transactions, 1784, London
“ a luz deve ser atraída da mesma forma
que todos os outros corpos, se o centro de atração for suficientemente massivo e
suficientemente compacto, toda a luz emitida pelo corpo irá retornar em direção a ele próprio “
Pierre Simon de Laplace (1749 - 1827), matemático e astrônomo francês, cujo trabalho foi fundamental para o
desenvolvimento da mecânica mecânica clássica pós-Newton.
Laplace chegou à mesma conclusão de Michell em 1795, aparentemente de forma independente:
”é possível que os corpos mais luminosos do universo sejam
invisíveis.”
”a luz deve ser atraída como os demais corpos. ”
Como eles podem ser tão luminosos ?
Simulação da matéria caindo em um
buraco negro e a emissão de radiação
ocasionada no processo.
Newton previu algo sobre
Buracos Negros ?
Sim, na seu cálculo da velocidade
Newton previu algo sobre
Buracos Negros ?
Uma pequena massa m sujeita ao potencial gravitacional de um corpo esférico grande de massa M, só escapará do campo
gravitacional de M se tiver velocidades
v ≥ ( 2 G M / r )1/2 , onde
(Taylor and Wheeler p. 2-22)
G - constante gravitacional de Newton
r - distância radial da superfície esférica, onde está localizada a massa m, ao centro da massa M
v – velocidade mínima para a pequena massa m
escapar do campo gravitacional de M, e é denominada velocidade de escape.
Sir Isaac Newton
1642- 1727
se v for a velocidade da luz c,
somente um corpo com velocidade maior de c poderia escapar do campo gravitacional de M. Neste caso temos
v = c ► ► ( 2 G M / r )1/2 = c .
c = 2.99792458 x 108 m/s
... mas veja que
Temos ainda que
r = 2 G M / c2 .
Resultado compatível com o atual da Relatividade Geral, e é denominado raio de Schwarzschild (para uma massa esférica M ).
Concepção Moderna do Conceito
O termo
“buraco negro"
foi
adotado em 1967 por John
Wheeler (1911-2008) em uma
conferência, mas já estava
sendo utilizado entre os
físicos.
Ver em “Introduction to the Black Holes” - Gerard ‘t Hooft
... história do conceito
John A. Wheeler
1958 - David Finkelstein introduziu o
conceito de horizonte de eventos. uma superfície unidirecional, de onde “nada sai” (?).
... história do conceito
1963 – Roy P. Kerr propôs a solução das equações de Einstein para um
buraco negro em rotação, sem carga. 1965 – Ezra T. Newman propôs a solução
das equações de Einstein para um
1960-1970
Bekenstein, Bardeen, Carter, Penrose , Hawking
investigaram as propriedades dos buracos negros,
principalmente as termodinâmicas. P. ex. , a entropia, e concluiram que a entropia do buraco negro é
proporcional a área da superfície do horizonte de
eventos. Generalizaram a 2a. Lei da Termodinâmica
... história do conceito
1974
Hawking cria o seu modelo para a evaporação dos buracos negros. Mas a idéia da evaporação já
existia …. 1995
Strominger, Vafa, Maldacena e outros, descobrem
como descrever os microestados dos buracos negros no contexto da teoria de super-cordas.
Como surgiu a teoria da
“evaporação dos buracos
negros”
Buracos negros realistas
não são eternos.
“a evaporação buraco negro descoberta por Hawking em 1974 mostra que os buracos
negros primordiais com uma massa de menor que 1010 g poderiam de fato ter
Yakov Borisovich Zel’dovich
1914- 1987
Zel’dovich foi quem primeiro conjecturou sobre a evaporação do buracos negros
Em 1971, Kip Thorne foi a Moscou e lá
conversando com Zel’dovich este lhe disse:
“Um buraco negro ao girar deve irradiar. A radiação vai diminuir gradualmente a sua
rotação, e em seguida, com o giro a radiação vai parar, e o buraco vai viver para sempre em estado perfeitamente esférico e sem rotação. "
Thorne nesta época pensou: "Isso é uma das coisas
mais loucas que eu já ouvi”
Em 1973, Kip Thorne e Hawking em Moscou - Foi quando Hawking tomou conhecimento das idéias de Zel’dovich da radiação do buraco negro.
Zel’dovich desenvolvia a teoria baseado em uma abordagem de Relatividade Geral com Mecânica Quântica.
Esta abordagem não satisfez Hawking que
resolveu criar uma outra. Além dele, vários outros físicos, nos Estados Unidos, também trabalhariam no assunto.
A influência das idéias de Zel’dovich
Hawking publicou em 1975, no Commun. Math. Phys., a sua teoria, e que seria a mais utilizada.
William Unruh (estudante de Wheeler), Don Page
(estudante de Thorne), confirmaram a previsão de Zel’dovich.
Hawking
Sir Roger Penrose
Juan M. Maldacena argentino Karl Schwarzschild 1873-1916 Mais Fotos Jacob Bekenstein Israelense S. Chandrasekhar 1910-1995
(2) -
Generalidades
Sobre os Buracos
◊ "No caso de uma estrela, o gás que a compõe espirala até cair no buraco negro, como água indo pelo ralo. Nesse processo, o gás se aquece muito e emite fótons. É essa emissão que
detectamos“.
● “ Se você colocar um buraco negro com a mesma massa do nosso Sol no lugar deste, a Terra continuaria a girar em
torno dele exatamente como faz hoje, embora sem receber luz. Para sugar nosso planeta, seria necessário um buraco negro muito mais pesado que o próprio Sol ",
( Eduardo S. Cypriano, professor do IAG-USP) ◊ Emissões de um gás ao espiralar no BN
Acredita-se que as galáxias tenha ao menos um buraco negro em seu centro. Como eles se
formaram, ainda não é possível afirmar com toda segurança, mas dentre as teorias
possíveis, temos:
- seriam oriundos do material da
formação do próprio universo.
- teriam se formado a partir da
desintegração de estrelas.
T. Padmanabhan, “After the first ….” p.79
Evolução
Estelar
(a) Estrelas cuja a massa é maior que o limite de Chandrasekhar, M > 1.2 Mʘ no ponto final da sua evolução explodem como supernovas. (b) Ao explodir a supernova forma duas
partes:
1 - uma nuvem de gás remanescente,
ou seja a parte externa da estrela
2 - uma parte remanescente da
própria estrela, que pode ser um
buraco negro se M > ≈ 2 Mʘ
Fenomenologia da Formação
dos Buracos Negros
Ver Novikov and Thorne, “Les Houches”, Ed. C. DeWitt, 1973, p. 388 (Djvu)
O que restará da estrela
propriamente dita depende da
massa M da estrela:
Se o remanescente da própria
estrela tiver M < 2,0 M
ʘserá
uma estrela de nêutrons
, e se
tiver M ≥ 2,0 M
ʘserá um
buraco
negro
.
BLACK HOLES - LES ASTRES OCCLUS , Les Houches, Aout 1972 edited by C. DeWitt p.388 , DJVU
Os Buracos Negros são formados em
intervalo de tempo finito pela acumulação
de grandes quantidades de matéria através
da atração gravitacional;
Estes limites de massa ainda são
controversos. Encontramos pequenas
variações dependendo do pesquisador.
Considere, por simplicidade, o colapsogravitacional de uma distribuição perfeitamente esférica da matéria. Se a massa total M é
suficientemente grande, a pressão interna será
incapaz de parar o colapso e um buraco negro se
Quantos tipos
diferentes tipos
de Buracos
Desavisadamente poderíamos dizer que a
teoria prevê somente dois tipos de buracos
Negros:
1. Buracos Negros estelares – último
estágio da evolução estelar para estrelas com massa M ≥ 2 Mʘ
2. Buracos Negros Supermassivos –
previstos nos núcleos ativos de galáxias, com massas entre 106 M
ʘ - 1010 Mʘ .
Depois retornaremos
aos diferentes
Vejamos mais
questões gerais
relacionadas ...
A Teoria da Relatividade
Especial introduziu na Física
o “
CONE DE LUZ
”.
Esta estrutura geométrica
ajuda a entender melhor os
buracos negros.
Mas ...
“Cone de Luz”
??
O QUÊ É ISTO ?
Aproveitemos para
entendê-lo através de
um caso bem simples:
Veremos o cone de luz de
forma apenas geométrica,
sem fórmulas. Mas esta
geometria decorre da
física e da matemática da
Teoria da Relatividade
Especial
de Einstein
Seja o movimento em
apenas uma dimensão,
por exemplo, um pequeno
anel,
que chamaremos de
partícula
, deslizando em
um arame.
O P O - origem P - posição da partículaO
P
Δ x
A partícula no “arame” se desloca Δ x em um intervalo de tempo Δ t , logo a sua velocidade é v = Δ x / Δ t .
Representaremos este movimento em um
NOVO diagrama, “dinâmico” , com o tempo t, e a coordenada espacial x, ou seja (t, x).
(“arame” ou eixo x , com origem O)
A Relatividade Especial considera a
t
x(t) Δ x
Δ t
α
Diagrama espaço-tempo (t, x) para o movimento unidimensional
Deslocamento x(t) da partícula que se move com velocidade constante v
O
P
EVENTO
: é algo que ocorreu em
um certo ponto do espaço (x,y,z) e
em um certo instante de tempo (t).
Um Conceito Relativista
No
espaço-tempo, cada ponto é um
evento,
pois representa um ponto no
Espaço-tempo
(t, x)
x t Evento P xP tP OSe a partícula hipotética se movesse com a
velocidade da luz, temos
α v = c Velocidades e deslocamentos proibidos, v > c, ou Partículas Superluminais t x(t) O
A Relatividade Especial supõe que as partículas se movem com v menor ou igual a c
Velocidades e deslocamentos permitidos v < c Velocidade Máxima Permitida Região Superluminal
Para o caso de movimento de uma partícula em duas dimensões, teríamos um gráfico espaço-temporal com três eixos (t, x, y)
t
x y
A velocidade da luz c formaria um cone, o “cone de luz”, vejamos :
Cone de Luz para o caso de 2 dimensões espaciais Interior sólido do Cone Superfície do Cone
No movimento usual, em 3
dimensões espaciais, temos um
hipercone. Neste caso não
conseguimos desenhar no papel
Por isto, costuma-se suprimir
uma das dimensões espaciais
Podemos portanto definir o cone
de luz de um evento P:
“O cone de luz de um evento P é
o lugar geométrico de todos os
eventos correspondentes a luz
emitida a partir de P em todas as
direções”.
O cone de luz fornece uma estrutura de
causalidade ao espaço-tempo. Revela quais são os movimentos permitidos e quais são os “proibidos”.
Perg. : O quê isto tem a ver com buracos negros ?
Resumidamente : com o diagrama espaço-temporal podemos avaliar os eventos do futuro e do passado de cada observador.
Resp. : O buraco negro, na concepção da relatividade geral, modifica a
R. Penrose: “The Road to Reality”, p.402
Caso (1) Neste caso temos o puro espaço. Nele o cone de luz (do futuro) é uma esfera em expansão para o exterior de P, são as
frentes de ondas da luz;
História dos fótons através do espaço-tempo em um evento P Puro espaço
(3) (2)
(1)
Espaço-tempo Espaço-tempo curvo
P P
P
Caso (2) No caso do no espaço-tempo, as histórias dos fótons em P vão para fora de P, no caso do futuro, e os do passado chegam todos a P.
Caso (3) no caso de espaços-tempo curvos, o cone de luz, ou cone nulo de P é uma estrutura local no espaço-tempo, varia de evento para evento.
O cone nulo do passado refere-se à luz implodindo em P e o cone nulo do futuro refere-se à luz que tem origem em P e segue rumo ao futuro.
A linha de universo de qualquer partícula massiva em p tem um vetor tangente que é do tipo-tempo (para o futuro) e situa-se assim no (dentro do) cone nulo do futuro em p.
Ao fazermos uma observação astronômica uma galáxia, estamos vendo o nosso cone de luz do passado.
Passado Futuro
P
Ao enviarmos um sinal por um telefone celular, o estamos enviando para o nosso cone de luz
Linha de Universo de uma partícula
Lembremos que as
velocidades das partículas são sempre menores que c, logo as tangentes à linha do universo representam estas velocidades possíveis para as partículas.
Do livro do Taylor e Wheeler: “Spacetime Physics”
Diagrama Ilustrando o Colapso Gravitacional – espaço-tempo
Do livro do Wald:
“Space Time and Gravity”, p.90
Uma dimensão espacial foi suprimida
Colapso Para um Buraco Negro
Diagrama de espaço-tempo do colapso de um buraco negro. (Uma dimensão espacial está suprimida.) Matéria colapsa para dentro, através da tri-superfície que se torna o horizonte de eventos (absoluto).
Nenhuma matéria ou informação pode escapar do buraco, uma vez que ele tenha se formado. Os cones nulos são tangente ao horizonte e permitem que a matéria ou sinais passem para o interior, mas não para o exterior.
Um observador externo não pode ver o interior do buraco, mas a matéria entra no buraco.
Seta do tempo
Aponta para o crescimento do tempo t Seta do tempo
Schwarzschild (1916) – buraco negro para o caso de uma massa esférica sem rotação.
Kerr (1963) – buraco negro para uma massa
esférica, sem carga, com rotação. Deve ser o caso mais comum.
Ergoesfera :
é uma região que existe em
buracos negros com rotação. Foi
elaborado por R. Penrose um processo,
que ficou sendo chamado de
“Processo de
Penrose”
, de onde pode ser extraída
energia do BN a partir da ergoesfera.
Longe do horizonte, os buracos
negros exercem uma influência
gravitacional como qualquer
Ao entrar no horizonte de eventos (r =rs), a coordenada r desempenha o papel de coordenada “temporal” e a coordenada “t” passa a desempenhar o papel da coordenada radial “r”.
Cones de Luz do
Buraco Negro
de Schwarzschild
Cones de Luz em Buraco Negro de Kerr (massa em rotação)
Neste caso há dois horizontes de eventos, em r+ em r
-Do livro “Astronomy” , Chaisson & McMillan, p.365.
Os fótons para se libertar do forte
campo gravitacional, gasta sua energia mudando o seu comprimento de onda ( λ),
aumentando-o.
Veja que um fóton de Raio-X aumenta λ até o comprimento visível da luz, e
assim por diante.
Deslocamento para o vermelho de causa gravitacional (“redshift”)
Evaporação de Buracos Negros, ou
“Efeito Hawking”
Por efeitos quânticos, buracos negros
com massa da ordem
10
14g
podem ter
se “evaporado” ao longo da idade do
Universo, ou seja, em cerca de
10
17s
.
Lembre que Mʘ = massa do Sol ~ 1033 g
Algumas Fórmulas
Para Irem
se Acostumando
Temperatura de um Buraco negro
de massa M
Constantes Significado
2 π ħ Constante de Planck M Massa do Buraco Negro
G Constante Gravitacional de Newton c Velocidade da Luz TH Temperatura de Hawking k Constante de Boltzmann Menor a Temperatura TH Maior a Massa M
*
O Buraco Negro irradia da
mesma forma que um
corpo negro com a
temperatura
T
H
,
Temperatura de Hawking
Entropia do Buraco Negro
-A entropia do buraco negro é
uma função da sua massa M
(3 A) - Quais São
os Tipos de
Buracos Negros
Previstos
São bem mais do
que dois tipos ...
Alguns tipos de Buracos Negros Previstos
pelas Teorias
(1) Mini-Buracos Negros► ou TeV BN, com MBN ~ 1 Tev ~ 10 -21 g
Mʘ - massa do Sol - 1,989 x 1033 g
1 Tev ~ 10 -21 g
(2) Buracos Negros Primordiais ► MBN ~ 10 15 g (massa
de uma montanha)
(3) Buracos Negros Estelares ► MBN entre 1 e 100 Mʘ (4) Buracos Negros Intermediários - com massa entre
103 M
ʘ e 105 Mʘ
(5) Supermassivos - 106 M
Será que acabaram ???
Por enquanto fica esta
dúvida..., mas vejamos
(2) Buracos Negros Primordiais
–
aparecem na Cosmologia, com masa ao redor de 1015 g .Teriam se formado nas fases primitivas do Universo, pós-inflação. Entretanto pela teoria da evaporação dos BN de Hawking eles
teriam desaparecido.
(1) Mini-Buracos Negros
–
aparecem na gravitação quântica, em teorias comdimensões extra desapareceriam muito rápidamente, pois durariam entre 10-24 s e
10-22 s. Admite-se que poderiam se formar em aceleradores de partículas.
(3) Buracos Negros Estelares
–
sãoformados pelo colapso gravitacional em
estrelas massivas. Apesar de haver uma certa controvérsia sobre os limites exatos para sua formação, consideraremos que eles se
formam em estrelas com massas superiores a 2 vêzes a massa Solar Mʘ até 100 Mʘ .
Para massas menores que 1 Mʘ a pressão da
degenerescência de nêutrons ou de elétrons
não permite que se formem buracos negros;
Space Time and Gravity, Wald, p.115
(4) Buracos Negros Intermediários
-Têm massa entre 103 Mʘ e 105 Mʘ , isto é, têm
a sua massa entre os buracos negros
estelares e os supermassivos. Sugere-se que estes buracos negros sejam os responsáveis pelas modificações nas curvas de rotação de galáxias anãs e de aglomerados globulares.
Space Time and Gravity, Wald, p.115
(5) Buracos Negros Supermassivos
-Têm massa entre 106 Mʘ - 1010 Mʘ , são os de
maior massa previstos. Devem estar localizados nos centros da maioria das galáxias. Sua existência é vital para os núcleos ativos (AGN) das galáxias.
Supondo-se a solução de Schwarzschild, ocupariam um raio entre 0,01 UA e 100 UA. Que é um raio muito pequeno em relação ao tamanho de uma galáxia (ao redor de 1010 UA
= 105 anos-luz).
Space Time and Gravity, Wald, p.115
(4) – Sobre os
Métodos
Observacionais
de Detecção
Há diferentes métodos para a
identificação dos candidatos a
buracos negros.
Buscam determinar certos
parâmetros, por exemplo,
a sua massa M
o seu spin α
a inclinação relativa do seu
eixo de rotação
Alguns Métodos
1. Verificação Cinemática
2. Verificação Espectral Relativista 3. Verificações Eruptivas
4. Verificação de Acreção 5. Verificação de Aberração 6. Verificação direta dos BN
1. Verificação Cinemática – é um dos métodos mais importantes e bastante utilizado . Os objetos do ambiente do BN são estudados e servem como indicadores da massa do BN. A forma mais simples usam as leis de Kepler.
2. Verificação Espectral Relativista – estuda os
espectros modificados devido a influência da proximidade do BN, por seu forte campo gravitacional. Um dos exemplo é a modificação das linhas de emissão de Raios-X do Fe Kα (que ocorre quando os elétrons da camada K (i.e. n = 1) são
ejetados após a absorção de fótons de raios-X).
Ver detalhes em:
3. Verificações Eruptivas – este método se associa com verificações associadas com fenômenos de
explosão, por ex., de supernovas. Entretanto, como nem todas as supernovas levam aos BN, são necessários
outros métodos em conjunto. Nesta verificação as hipernovas são muito importantes, pois têm
luminosidade 100 vêzes maior do que as supernovas.
4. Verificações de Acreção – este método decorre do processo da matéria sofre uma acreção, ou seja, ela vai se acumulando, vai “mergulhando” rumo ao BN.
Com isto a matéria na sua aceleração vai emitindo radiação. Um exemplo típico é a alta atividade dos núcleos galáticos.
5. Verificações de Aberração – este método é proveniente de que massa-energia defletem a luz. Um dos fenômenos associados é o de lente
gravitacional.
6. Verificações diretas dos BN – este método é baseado no fato que o buraco negro é NEGRO.
Investiga as regiões negras, sem luz, como elas se
comportam. Busca-se ver se estas regiões podem ser horizonte de eventos de algum buraco negro.
7. Verificação de Ondas Gravitacionais– este seria um método perfeito se já tivéssemos detectores de ondas gravitacionais. As ondas gravitacionais são ondulações do espaço-tempo que são
produzido quando as massas são aceleradas. Logo a queda de matéria no BN deve produzir as ondas.
Os desenvolvimentos atuais em física das ondas gravitacionais sugerem que no futuro possamos ter a detecção de buracos negros
por uma assinatura característica nestas ondas podem tornar-se possível no futuro próximo.
(5) Vejamos Algumas
Imagens
de Candidatos a
Buracos Negros
A primeira fonte de raios X
descoberta na constelação de
Cygnus (Cisne, Hem. Norte), com
massa 6-10 M
ʘ. Associado com
uma estrela supergigante MDE
226868
“The black hole pulls gas of the star orbiting around it. The gas heats up and emits X-rays (yellow) as it falls into the black hole.”
http://hubblesite.org/explore_astronomy/black_holes/encyc_mod1_q8.html
OBJETO : Cygnus X-1 (Raio - X-Ray, binário) DISTÂNCIA : 8,100 anos-luz
BUIRACO NEGRO ? Sim (massa estelar)
Candidato Cygnus X-1
Cygnus X-1
“The brightest star in this image is orbiting around a black hole every 5.6 days. The black hole itself cannot be seen.”
Sua descoberta inicial foi em 1964 Através de satélites acima da
atmosfera da Terra
(devido ao bloqueio dos Raios-X pela atmosfera).
Em 1970 com o satélite Uhuru foram confirmadas as previsões das
2- Candidato a Buraco Negro
Extra-galático
LMC-X3
Localizado na Grande Nuvem de Magalhães,
Constitui, com uma estrela, um sistema binário. A estrela tem massa 5.9 Mʘ , já o Buraco Negro tem massa 4-11 Mʘ . Distancia de nós :
165. 000 anos-luz ≈ 50 mil pc. Tamanho: de uma pequena cidade.
LMC-X3
A estrela luminosa do
centro é a “companheira” do Buraco Negro.
M 82 é uma galáxia starburst, que são
galáxias que atravessam processos
intensos e contínuos de formação
estelar.
Ela forma 10 vezes mais estrelas no seu
centro que toda a Via-láctea.
Acreditava-se Acreditava-ser uma galáxia irregular, mas
foram descobertos braços espirais nela.
3- O Próximo Candidato a Buraco Negro
M 82 é “Irregular” e do tipo
“Starburst”
M82, hospeda um (ou dois) buraco(s) negro(s) de massa(s) ao redor de alguns milhares de massas solares, 12.000-43.000 Mʘ (o outro de 200-800 Mʘ ). Fica na Constelação de Ursa Maior a 12 milhões de anos-luz.
Candidato a Buraco Negro
de Massa Intermediária
Galaxia M82
Parece ter um buraco negro supermassivo no seu centro.
Localizado na Constelação de Sagittarius. É a fonte mais forte de emissão na
faixa de rádio, descoberto em 1974. Fica no centro da nossa Galáxia.
Estima-se que seu raio de Schwarzshild ≈ 17 vêzes maior que o Sol.
Massa: 3.7 milhões Mʘ
4- Candidato a Buraco Negro
Supermassivo Sgr A* (1974)
Name of Binary System Companion Star Spectral Type Orbital Period (days)
Black Hole Mass (Solar Units, Mʘ)
Cygnus X-1 B supergiant 5.6 6-15 LMC X-3 B main sequence 1.7 4-11 A0620-00 (V616 Mon) K main sequence 7.8 4-9 GS2023+338 (V404 Cyg) K main sequence 6.5 > 6 GS2000+25 (QZ Vul) K main sequence 0.35 5-14 GS1124-683 (Nova Mus
1991) K main sequence 0.43 4-6 GRO J1655-40 (Nova
Sco 1994) F main sequence 2.4 4-5 H1705-250 (Nova Oph
1977) K main sequence 0.52 > 4
Apenas alguns candidatos a buracos negros Em Sistemas Binários
E ....
Vimos até agora que são
previstos 5 tipos os buracos
negros.
Por enquanto fica esta
dúvida...
Será que existem mais outros
tipos ???
(6) = (3 B)
-Realmente, ainda
não acabaram !
Restam mais alguns tipos
previstos recentemente...
(6) Gravastar
(“ Gravitational Vacuum
Star)
–
(2001) são espaços-tempo com simetria esférica, estáticos, sem singularidades e que o seu interior deve ser constituído é um meio com pressão negativa ou seja seria feito de energia negativa semelhante ao que a CosmologiaPadrão tem assumido ultimamente.
Externamente as diferenças para um BN de Schwarzschild são tão sutis, que fica difícil distinguir um do outro.
(7) Holostar
–
(2003) semelhante ao Gravastar. Uma das diferenças é que no Holostar apressão interna é anisotrópica. Assim como o Gravastar, é estático . Seu interior é
preenchido por “strings” que obedecem a equação de estado. Não tem horizonte de eventos.
Ainda não se encontraram soluções tipo
gravastar ou Holostar que sejam com rotação, mas a pesquisa continua.
Muller p.54
Ambos externamente são do tipo de Schwarzschild.
Muller p.56