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ASSIBf.ftTU_.AS PARA AS PROVÍNCIAS ISSIGHATUBAS FABA A COUTE. PAGAMENTO ADIANTADO TYPOGRAPHIA ESCniPTOBIO 5-0. e^eina^lsares í g?

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Anno XIV

Rio de Janeiro — Domingo 18 de _Mo.vembro cie ÍSSS

N. 333

ISSIGHATUBAS FABA A COUTE Semestre.

Anno

PAGAMENTO ADIANTADO

•5-0

ESCniPTOBIO

RUA líO OUVIBOB

ASSIBf.ftTU_.AS PARA AS PROVÍNCIAS 68000 KgCSO

•yo

SEMBSTRi-A_n:.o 16800388000

PAGAMENTO ADIANTADO

TYPOGRAPHIA

7» RUA SETE DE SETEMBRO

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NUMERO AVULSO 40

RS.

Stereolypaãa e impressa nas iaÈaas roíaíivas ãe Marrai aa typograpkia fla «Sazeta fle Mm, fle pFoprisüade ds Araujo & Mendes

8j artigos envia-os á redacção nio serão rcsliluidos ainda quo não sejam,publicai»

_TÍ3rag;--_x_ 24,000 e^eina^lsares

NUMERO AVULSO 40 RS.

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is issijnaluras comMSBi cm qualquer dia c terminam em fim dc março, juulio, seleinko ou dezembro

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CHRONICA _>A SEMANA

Pt«r. Ztttóioií, ao que parece, Vaias de estudantes em Minas, vaias do estudantes em Pernambuco, vaias da classe caixeirat no Rio de Janeiro... Pleno regimen da vaia, como elemento decisivo eni vários succcssosda vida social! Trom-beta de Jerichd. a cuja intimação cabem aterrados os que a vêm passear á roda de si:-os examinadores que não appro-varam a torto e direito, as auetoridades poüeiaes que não puderam sulfocar a by-dra da estudantada, os commerciantes pouco favoráveis ao fechamento das por-tas, mas que, sitiados pela assuada e pelo pixe, houveram por bem render-se e sub-metter-se ao sic volo, sic jubeo dos ra-pazes.

Pueri ludunt poder-se-hia dizer, é bem certo, se do brinquedo da rapaziada re-voltada não adviessem outras consequen-cias, nem diversas considerações não des-pertasse.

A idéa da vaia alastrando o paiz e por elle se disseminando rapidamente, vè-se que é recurso infallivel, certeiro, sempre profícuo.

Mas, conhecidas as virtudes d'esse novo agente therapeutico, sabidas as proprie-dades d'essa verdadeira panacéa, que provo de remédio a todos os casos, que tudo sara, concerta e endireita, por que não empregal-o sempre, o cm todas as ocea-8-òes?

Remédio facilimo, á mão de todos os que constituam uma classe, ou que a não constituam, mas que momentaneamente se aggrupem, unicamente para o fim de administral-o a alguém odiado, ou a ai-gnma instituição que lhes seja antipa-thica, lia todo o perigo em porralttir-llie o livre emprego, ou o acoroçoamento á tua propagação.

Certo é que dos nossos pais da pátria partiu a vaia original, a vaia-mâi; sem reílectirem em que ha sempre perigo serio em fazer determinadas cousas á vista das crianças, foram os nossos legis-ladores que por causa de uma vaia deram um dia com um ministério em terra, plantando pernicioso exemplo, quo para logo teve a mais larga imitação.

Tt 'seguida

á queda d'esse ministério, motivada por uma vaiasinha, modesta e Ir úcente, o nosso municipio, sempre neti.ro e naturalmente pacato, assistiu á assuada que em roda de um examinador faziam os estudantes de preparatórios... E esse examinador, cavalheiro criterioso, justiceiro, recto, habilitado, foi afastado das bancas de exame.

Agora, os preparatorianos de Ouro Preto o do Recife cercam os seus examinadores, fazem-lhes assuadas, envolvem nas mes-mas o chefe de policia, a primeira aueto-ridade da província, e os que pretendem proteger os examinadores; cortam as mangueiras do corpo dc bombeiros, ape-drejam o carro das auetoridades, fazem fugir os que não os julgaram bastante preparados para o exame da língua por-tugiíoza, e põem em sitio as duas capi-taes, mostrando que, se ainda não sabem perfeitamente as regras da syntaxe, já conhecem profundamente os elementos constitutivos de uma revolução.'

E' o império da vaia, não ha duvidar. —Fechamento ou vaia I Approvaçao ou assobio I c o mot dordre I

O que esperara os que votaram uma lei que exprime concessão geralmente condemnada ? Os que das vantagens d'essa concessão vão ter gozo immediato, ainda quo sacrificando o futuro da pátria e renovando a pirataria, a escravidão ?

Anda muita vaia no ar, já que a. vaia c o Prompto Allivio, o Peitoral de Cereja

da actualidade.

Terminaram as prorogações da sessão legislativa. Evitada a fusão, por meio de um expediente hábil, qual o de ap-provar sem reluetancia tudo quanto quiz o senado, o Sr. barão de Lucena vai ter o grato prazer de abrir as portas e ja-ncllas da Cadeia Velha, para que d'ellas eleve o vôo para os respectivos ninhos nataes toda a passarada palradora, alli guardada á vista e privada de alimentos ha quasi tres mezes.

Assim, a rhetorica nacional está em ferias, e os amantes dos tropos de lin-guagem e raptos oratórios, não raro condimentados de descora posturas mu-tuas, apenas poderão saciar o seu appe-tite tomando a barca da Praia Grande, resignados a ir applaudir a rhetorica da salinha—rhetorica de moeda fraca, na pittoresca expressão de um ex-membro d'aquella casa, hoje representante da mesma província na assembléa geral.

Satisfeitos do que muito fizeram, vão, no recesso intimo do lar, passar em revista todos os sacrifleios não poupados em prol da pátria, de quo são augustos pais.

A borracha do Pará, a questão do hip-podromo, as opiniões do Sr. Ávila sobre a imprensa, todo o seu arsenal de discursos, as orações formidáveis do Sr. Cândido de Oliveira contra o ministro da agricultura, as lutas diárias em ambas as casas do parlamento—eis um bello acervo da ses-são finda, a que convém acerescentar a concessão que significa porta aberta á immigração chineza.

Por esta ultima medida, approvada contra o desejo do governo por sua pro-pria maioria—maioria que não se aper-cebeu do caso dc votar contra todos os ministros senadores, ou por outra, quasi todo o ministério—por essa medida veio provar o Sr. Cotegipe, que é homem de promettre et tenir... Desde o principio da sessão, o illustre homem de estado pro-metlera uma indemnisação, ou reparação, aos fazendeiros ; e cumpriu-a.

S. Ex., habilissimo como é, deu-lhes tudo quanto so continha na sua pro-messa : dá -lhes a reparação restituindo-lhes o escravo, e indemnisa-os íornecon-do-lhes escravos a menos de 1008 por cabeça I

Eis ahi como terminou a sessão d'cste anno: o mesmo parlamento, que em 13 de maio extinguiu a escravidão, vem aueto-risar uma escravidão nova...

Um hurrah pelo Sr. Cotegipe, e dous pela assembléa geral.

Catumby os retardatarios e despreveni-dos acharão recurso. Então, só a Praia Grande salvará a situação... para os fu-mantes, porque os que tenham de cortar o cabello, ainda encontrarão derradeiro refugio nos barbeiros do largo da Sé, que, não tendo portas em seus estabeleci-mentos, nada tambem terão para fechar. Por ultimo tivemos durante a semana, além de algum calor, felizmente abatido a tempo por. uma .chuva incommoda porém providC-ícial, a noticia de que as analyses da inspectoria de hygiene, em gêneros destinados ao consumo da popu-lação, vieram revelar a existência do ácido salycilico em varias marcas de vinhos, de cervejas e em latas dc fruetos em calda ; e lambem a inexistência de teiga nas latas da dita, ou quo de man-teiga tinham o rotulo.

Ante tal furor de falsificações, já unr homem chega a receiar tocar nos ali-mentos que lhe são servidos I

A carne verde vem do matadouro em estado tal,que parece ter tomado a serio a denominação verde que se lhe dá. Tresandaao longe, e,quando se a leva ao prato, dir-se-hia que não foi sacrificado um boi—porém um bando de urubus. Os doces em calda jazem de conserva em ácido salycilico, as manteigas contêm mais margarina e gorduras estranhas do que oiitra cousa, sem| levar em linha de conta o seu bocadinho de cobre, para adoçar a boca do consumidor... Os xaro-pes trazem tambem grande quantidade do terrível ácido salicylico; do mesmo modo os vinhos o as cervejas...

Decididamente; á quelque chose ma-lheur est bon ; o já agora não ha negar quo da praga dos chins, prestes a inva-dir este paiz, alguma cousa nos advirá de acceitavel.

A alimentação simples, sobria.original, de que elles usam e de que farão o pos-sivel por introduzir entre nós, como todos os outros seus usos o costumes, não pôde de nenhum modo ser suspeita, e nem contra a sua pureza se poderá levantar a menor duvida.

Não tendo coragem de ingerir manlci-gas margarino-cobreadas, nem do metter no bucho doces salycilados, nem carne que se annuncia a meia légua de distancia, é claro que ainda nos subi.iettcremos ao regimen da minhoca, da lagartixa, e do oleo de ricino como tempero, que—quem sabo? talvez nào sejam tão desagradáveis alimentos como se suppSe—o isto sem contar com outro recurso que elles têm á mão, o do s - atirarem ácarne humana. A verdade é esta: o chim é falsilicação na corrente immigratoria, que o Sr. Co-legipe pretende e liando consegui r frilz-maWsár; trará muito rabicho é certo, porém não virá de conserva em ácido salicylico...

... infelizmente.

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Mas se d'ora avante o processo fôr sem-pre emsem-pregado...quantas assuadas pai-ram no ar, ameaçando a todo o momento desabar sobre a cabeça de taes e taes victimas futuras ?

O próprio parlamento, que elevou a vaia á altura dc um principio, o que espera, quando o Zé Povinho entender que elle consumiu toda uma sessão, diluindo o tempo era rhetorica estéril, approvando agora o que reprovara dias antes, e en-chendo as columnas do Biario Official com os seus intermináveis dize-tu, direi eu, a propósito de um subdelegado da roça e de Iodas as pequeninas questões de campanário, objecto da sua abusiva paíolagem ?

H-Fsssansi:

Pelo fechamento das portas dos

pala-cios da rua da Misericórdia e da do Areai,

que vem a eíTectunr-se pacificamente,

sem

a intervenção do pixo e das assuadas,

tive-mos a continuação

do assumpto do

fechamento das portas, discutido pela

nobre classe caixeiral e até agora ainda

não plenamente resolvido.

Ao que parece, patrões ha que não se

submettem facilmente á propaganda do

que elles chamam a magna idéa.

Pelos

jornaes os interessados pedem deferimento,

ameaçando ao mesmo tempo com a

bro-cha e o assobio, no caso de receberem cm

resposta um indeferido.

Entretanto.não se pôde duvidar do exito

da causa: a cidade já domingo passado

apresentava o alegre aspecto de uma

nccropole, nas ruas mais centraes.

Os retardatarios o os que guardam para

a ultima hora a barba para fazer e as

compras a realizar, passaram por algumas

decepções. Sujeitinho houve que foi

bar-bear-se a S. Christovão, e teve de tomar

o bond para ir sortir-se de charutos em

Botafogo.

Como, porém, a cousa alastra

como uma moléstia de pelle, dentro em

pouco nem no mono do Nhéco nem

cm

gBBaanw_^^^^^gg^^^™g^^gg^^^gggS^SÜ-_!S^S!

A questão do juramento

O grau de bacharel é menos que um prêmio, é a conseqüência natural do balho do alunino, se este realmente tra-balhou e tornou-se digno de o receber, ou da leviandade dos mestres, se o appro* varam em matérias que elle não conhecia; não pôde depender de nenhuma outra cir-cumstancia.

A' lei não tem o direito de so emboscar á porta de sahida da academia, depois dc ter deixado franca a porta de entrada, franca para os que pagam. Ao estudante não se impõem condiçõcs.quando elle entra para a escola; não se lhe pergunta se é ou não catholieo, se é monarchista ou republicano ; recebe-se o dinheiro d'clle. que não tem cheiro de procedência, e no momento em que o moço, terminado o contracto que fez com o governo, pede que se lhe entregue o que se contrariou, apresenta-se-lhe uma exigência nova. Tal procedimento não é regular. ., Vejamos, porém, a cousa como

conse-quencia, e portanto como moral. Exigir o juramento é faltar ao respeito á inte-gridade de caracter que os mestres têm obrigação de manter o incitar em seus discípulos. Ahi estão os factos. Entre os propagandistas da republica ha não pou-cos bacharéis em direito, que juraram tudo o que se lhes pediu, porque para elles isso sempre foi uma verdadeira exi-gencia.iquo, á força dc querer ser velhaca, é simplesiAente tola. Vejam o uso que elles estão fazendo do juramento que pre-staram, de manter a Constituição.

Se sahirmos de entre esses, que são os revoltosos, e passarmos á gente pacata, ao funccionalismo, ao mais alto funecio-nalismo, e se nos lembrarmos do estado em que se acha esse pobrepa;el, que ainda ninguém respeitou, veremos do que têm valido os juramentos quo têm prestado gerações dc deputados, senadores, ' e todos, todos os mais funecionarios do Império.

Sc esta é a verdade, so ninguém faz caso da Constituição, senão quando isso lhe convém, para que esta exigência?

Dir-se-lia: mas a Faculdade não è a com-petente para revogar uma lei. Mas foi competente para revogal-a em relação ao alumnpEugênio Fonseca!

E já não se viu um presidente do con-solho, o Sr. Saraiva, com quatro palavras proferidas no senado, incidentemente, revogar uma lei do orçamento, a do im-posto do vintém?

E esla questão* do juramento não está julgada, cm principio, desde o incidente Manso V

O nosso collega da Província de S. Paulo ¦ revela o desejo de que so utilise os últimos dias de sessão parlamentar para revogar a lei do juramento ; parece-nos que 6 melhor que o faça pura e simples-mente o governo, sem mais formalidades. Não tenhamos, para fazer uma cousa justa e sensata, mais escrúpulos do quo os de que usamos todos os dias para es-carneeor das nossas leis, que já nem podem ser violadas.

lume contendo cousas de nenhum valor, enviando pelo correio' uma carta dirigida ao signatário da que fora recebida.

Foi de tudo prevenido o Sr. Dr. chefe de policia da província de S. Paulo.

No dia 13 apresentou-se na estação central da estrada de ferro da. citada província, Emygdio José Dantas, phar-maceutico em Campinas, que ia alli rece-ber a carta.

Preso n'essa occasião, foi elle condu-zido á presença do referido Sr. Dr. chefe de policia, e confessou ter sido o auetor da falsificação da carta, com o nome de José Caetano dc Lima.

O pharmaceutico Dantas foi remettido para esta corte, onde chegou ante-hon-tem.

Consta que outras cartas foram por elle enviadas a algumas drogarias d'esta corte, que não chegaram a satisfazer os cedidos n'ellas feitos.

da Silva, Cypriano de Freitas, Martins Costa, Pizarro e Teixeira Brandão.

2* idem idem. — Drs. Freire Júnior, Martins Teixeira. Nuno do Andrade, Ro-cha Faria e Gabizo.

1* idem de cirurgia.—Drs. Feijó Ju-nior, Lima e Castro, Erico Coelho, Bcni-cio de Abreu e Pedro Aífonso.

2* idem idem.—Drs. Pereira Guima-rães, Caetano de Almeida, Hylario de Gouvêa., Oscar Bulhões e Barata.

ASSEMBLÉA GERAL

Amanhã, á 1 hora da tarde, S. M. o Imperador digna-se receber, no paço da cidade, a deputação do senado e da ca-mara dos deputados, que vai apresentar ao mesmo Augusto Senhor os autogra-phos dos decretos legislativos, orçando a receita geral do Império e lixando a des-peza para o exerciciò^de 18S9; o bem assim as deputações que tèm de saber o dia, hora e logar em que se celebrará a sessão de encerramento da actual sessão legislativa.

Consta-nos que o Sr. ministro da guerra está confeccionando um novo regula-mento para a Escola Militar da corte.

RECEPÇÃO DE MIGRANTES

Por absoluta falta do espaço, deixamos de publicar hoje uma carta do illustre Sr. Dr. Accioli de Vasconcellos, cm res-posta ás considerações quo hontem flze mos, a respeito da recepção de immi-grantes. Agradecendo já as expressões que nos dirige, pedimos a S. Ex. que nos releve o termos dc adiar para ama-nhã a publicação da carta, que ê mais uma prova do zelo com que S. Ex. des-empenha as funeções de sou cargo.

BOKTS _0_;__L__» !

Foi nomeado Arnaldo Duarte de Gou-vêa para o logar de professor da 1 * aula de piano do Conservatório de Musica.

Consta que vai pedir demissão do cargo de diroctor das obras civis e militares do arsenal de marinha da corte o Sr. Dr. Aarão Leal de Carvalho Reis.

Não houve hontem sessão em nenhuma das duas casas do parlamento.

Pediu dispensa do cargo de secretario do corpo policial da província do Rio de Janeiro, o tenente Guilhermino de Simas. Foi nomeado para exercer interina-mente esse cargo, o alferes Quintiliano da Cunha Rosa.

lla alguns dias, um moço que terminou o seu curso de direito em S. Paulo, o Sr. Eugênio Fonseca, recusou-se a prestar o juramento político e religioso que o re-gulamento exige dos bacharelandos, e a mesa entendeu poder dispensar essa for-malidade, e conferiu-lhe o grau.

Dias depois, um outro, o Sr. Hollanda Lima. sentindo igual repugnância, fez idêntica declaração, e a mesma mesa não quiz conferir-lhe o grau, e esse moço está privado do seu direito.

O nosso illustre collega da Província de S. Paulo tem discutido esta questão com a sua habitual competência, e o que vamos dizer é ajjenas uma maneira dc mais uma vez applaudir o brilhante jor-nalista que dirije essa folha.

Não nos oecuparomos da questão dc coherencia, para não augmentar a afllicção ao attliHo ; mais absurda que a lei que exige o juramento do bacharelando, só o procedimento de quem a dispensa hoje, e a applica amanhã nas mesmas circumstan-cias ; diremos apenas da lei em si, que é um verdadeiro disparate

PHARfJlÃüEyTICO

ESTELLIONATAR.O

Os Srs. Klingelhoeft-r & C, estabeleci-dos n'csta corte, receberam ha dias, de S. Paulo, uma carta assignada por José Caetano do Lima. na qual se lhes fazia encommenda de 400 vidros dc snlphato e 50 ditos de bi-sulphato de quinino.

Na mesma carta pedia-se que fosso essa encommenda despachada com direcção á estação central da estrada de ferro de S. Paulo.

Não sendo conhecida dos Srs. Klinge-IhoefVer & C. a pessoa que firmava a carta, procuravam estes as devidas infor-mações, e em uma casa commercial sou-beram que realmente o nome firmado na carta é o do um respeitável cavalheiro que tem relações n'esta praça, sendo, porém, informados n'essa occasião,de que não era verdadeira a assignatura.

Tendo obtido essas informações, diri-giram-se os Srs. Klingelhoeffer & C. ao Sr. desembargador chefe de policia, e, de accordo com essa auetoridade, despa-charam, com a indicação pedida, um

vo-SCENA DE SANGUE

Petropolis, 1.

Hontem, ás 9 1/2 horas, deu-se na

quinta imperial uma scena de sangue,

originada de uma lueta de palavras

cn-tre dous empregados da referida quinta.

Joaquim Alves Ferreira, moço de

ca-vallariça, foi barbaramente esfaqueado

pelo menor Francisco Barbosa da Silva.

Deu-se o facto na repartição das

co-cheiras imperiaes.

O oflensor foi immediatcmente preso o

conduzido á cadeia.

O delegado dc policia procedeu a exame

de corpo dc delicto e abriu rigoroso

in-querito.

Ferreira, a victima, ficou gravemente

ferido. O seu estado inspira cuidados.

(Gazeta de Noticias),

Sobre esta tristíssima oceurrencia

rc-v.beu lambem o Sr. Dr. chefe de policia

da província do Rio de Janeiro o seguinte

telegramma:

Peti-opoll», -iV

Hontem, ás 9 1/2 horas, na quinta

im-perial d'esta cidade, foi esfaqueado o

co-cheiro da casa, Joaquim Alves Ferreira,

pelo menor Francisco Barbosa da Silva.

O offensor foi preso.

Procedo nos termos da lei.

(Bo delegado de policia]..

Passou-se diploma habilitando o

ba-charel Lindolpho Hisbello Corrêa dc

Araujo ao cargo de juiz de direito.

O fechamento das porlas em Níclkroy

Na sala do club Mephistopheles, em Nictheroy, reunom-se hoje diversos ne-gociantos e empregados do commercio d'aquella capital. A reunião foi convo-cada pelo Club do Commercio.

Os negociantes de calçado da rua do Imperador, e alguns do bairro de S. Do-mingos, resolveram fechar seus estabele-cimentes aos domingos e dias santiíica-dos, uns ao meio-dia e outros ás 3 horas da tarde.

Desligou-se do collegio Fclisberto de Carvalho, onde exercia o cargo de di-rector, o distineto poeta Alberto de Oli-veira.

O Sr. general Clarindo de Queiroz, com-mandante da Escola Militar, teve hontem uma conferência com o Sr. ministro da guerra.

Consta que o itinerário da Primeiro de Março e da Nictheroy, que brevemente devem sahir em viagem de instrucção com os guardas-marinha do 3" anno do curso superior, será o seguinte: Santa Ca-tharina, Montevidéu, Cabo da Boa Espe-rança, Santa Helena, Pernambuco e Bahia, devendo regressar no meado do mez de fevereiro.

AI-i-ií-E-A

Teve ordem de regressar á corte o ma-chinisla de 3* classe Joáo Elias Monta-nus, embarcado na canhoneira Inicia-dor a.

Foi concedida passagem até Santos ao guardião Hermilhiro Alves de Souza, nomeado mestre da caulioueira Aflonso Celso.

Acha-se prompta a metralhadora de llmm.,4, com as modificações suggeri-das pelo 2° tenente Sèvériatio Antônio do Castilho, e na próxima semana vai ser submettida á experiências.

O Sr. ministro da marinha vai orde-nar quo os operários da ofllcina de cons-trucção naval façam serviço extraordi-nario, (10 1° dc Dezembro em diante afim de que o cruzador - Almirante Taman-darc. em construcção, caia ao mar no dia 15 de abril do anno vindouro.

O oneouraçado Aquidaban vai entrar no dique dos Srs. Finnie dclíemp no dia 2*1 do corrente.

A congregação da Faculdade de Medi-cina do Rio de Janeiro, cumprindo o dis-posto no art. 403 dos estatutos vigentes, nomeou, em sua sessão do dia 10 do cor-rente, as seguintes commissões para ar-guirem as theses dos alumnos c médicos nor escolas estrangeiras, na presente época :

1' turma de medicina.—Drs. Peçanha

Estava ante-hontem com ella ferrada o perigoso Luiz Pinto Pereira. A's 11 horas da noite, na rua do Espirito Santo, ati-rou-se ello como gato a bofos contra Joaquim da Silva Gestena, e partiu-lhe a cabeça. Proso em flagrante, no actode ser conduzido para a __* estação policial, fez bravuras, chegando a inutilisar a fardado um dos soldados. Estava ou não com cila ferrada?

FOLHETIM 6

_C^_K_-BS_^-__----S5?a3-^^

-jsss&zs^^^szzsaszíjsiaiizis-!!,f_-Em Petropolis falleceu o antigo afina-dor de pianos Frederico Brunner, mem-bro de uma cstimavel familia, residente n'aquella cidade desde sua fundação, c pes.oa alli muito bemquista.

i_í;K_.i_;;*í;....;í-\.'.::-:..-'.''

Agora acabou-se 1 Já se não pôde contar um caso, meio trágico,'cm casa de familia, que não digam logo vinte vozes :

Já sei, outra Mme. Torpillc I Perdão, minha senhora, eu vi o quo lhe estou contando. O homem não tinha pés nem cabeça...

Mas tinha uma cruz latina no peito. Isso não sei, pôde ser. A senhora sabe se trago tambem alguma cruz la-tina ao peito? Pois saiba que sim... Olhe, a cruz latina tambem figurou agora na revolução de rapazes em Pernambuco; a dilTercnça é que não era no peito que elles a levavam, mas ás costas. Por fal-lar em latim, sabem que Cícero...

Aqui não houve mais retel-as; todas voaram, umas para as janeilas, outras para os pianos, outras para dentro; fiquei só, peguei no chapéu e vim ter com os meus leitores, que são sempre os quo pagam as favas.

E, proseguindo, digo que o velho Ciccro escreveu uma cousa tão certa, que até eu, que não sei latim, só por vel-a traduzida em sueco, entendi logo o que vinha a ser, eé isto: «Grata populo est tabeliã..." Em portuguez: «O voto secreto agrada ao povo, porque lhe dá força para dissi-mular o pensamento c olhar com firmeza para os outros. »

Ora bem, este voto secreto, que me è tão grato, quer o nosso illustrc senador Cândido de Oliveira arrancal-o ao eleitor, no projeeto eleitoral que apresentou ao senado. Note-se quo foi justamente por ser secreto o voto, que cu,embora conser-vador, votei em S. Ex. para alista tri-plice. Não gostei da chapa do meu par-tido, c disso commigo:— «Não, senhor; voto no Candido.no AíTonso e no Alvim». Quandomais tarde o Cruz Machado (vis-condoído Serro Frio) me fallou na eloi-ção, declarei-lhe que ainda uma vez levara ás urnas a lista da nossa gente. Era mentira; mas para isso mesmo é que vale o voto secreto.

S. Ex. quer o voto publico. Ha de ser escripto o nome do candidato em um livro, com a assignatura do eleitor (art. 3" § 1'). Concordo que este modo dá certa bom-bridado e franqueza, virtudes indispen-saveis. E' fora de duvida que, com o voto publico, o caixeiro vota no patrão, o inquilino no dono da casa (salvo so o adversário lhe oflerecer outra mais ba-rate, o que é ainda uma virtude, a eco-nomia), o fiel dos feitos vota no escrivão, os empregados bancários votam no ge-rente, e assim por diante. Tambem se pôde votar nos adversários. Mas, emfim, nem todos são aptos para a virtude. Ha muita gente capaz de fallar em parti-cular do um sujeito, e ir jantar publi-camento com clle. Sáo temperamentos.

Se as nossas eleições fossem sempre impuras, vá que viesse aquella disposi-çào no projeeto; mas é r/tro que a ordem e a liberdade se uão dêfu aa müos diante das urnas. Uma eleição entre nós pôde ser aborrecida, graças ao systema de chamadas nominaes., que obriga a gente a não arredar pé da secção em que vota; mas são em geral boas. E depois, soo voto secreto já fez algum bem neste nosso pequeno mundo, porque abolil-o?

Bem sei tudo o que se pôde da bem o de mal acerca do voto secreto. Em theoria, realmente, o publico é melhor, A questão é que não permitte o traba-lhinho oceulto, e, mais que tudo, obsta a que a gente vote contra um candidato, e vá jantar com clle á tarde, por occasião da philarmonica e dos discursos.

Voto publico e muito publico—foi o que aquella linda duqueza de Cavendish alcançou, estando a cabalar por um pa-rente; parou dentro do carro á porta de um açougueiro e pediu-lho o voto. O açougueiro, que era do partido opposto, disse-lhe brincando :

— Votarei, se Vossa Senhoria mo der um beijo.

E a duqueza, como toda a gente sabe, estendeu-lhe os lábios, e elle depositou alli um beijinho, que já agora c melhor julgar que experimentar. N'este sentido, todos somos açougueiros. Taes votos são

mais que públicos. Complete S. Ex. o seu projeeto, estabelecendo que as cândida-mulheres, amigas do candidato, devendo começar pelas mais bonitas, e está abo-lido o voto secreto. O mais que podo acontecer, é a gente faltar a nove ou dez pessoas, se a vaga fòr só unia; mas creia S. Ex. que não ha beijo perdido.

Tinha outra cousa que dizer acerca do projeeto, ou antes; que perguntar a S. Ex., mas o tempo urge.

Ha uma disposição, porém, que não posso deixar de agradecer desde já; õ a abolição do 2' escrutínio, sahiudo depu-tado com os votos que tiver; maioria relativa, em summa. Tem um districto 1.900 eleitores inscriptos; comparecem, apenas 104; eu obtenho 20 votos, o meu adversário 19, e os restantes espalham-se por differentes nomes. Entro na câmara nos braços de vinte pessoas, lla famílias mais numerosas, mas muito menos uleis»

Boas Noites. S. M. o Imperador visitou hontem o corpo de bombeiros.

Tendo chegado ao conhecimento do Sr, desembargador chefe de policia, que a classe caixeiral pretendia realisar hoje um meeting no largo de S. Francisco do Paula, deu S.Ex. as necessárias ordens para que sejam terminantenicnte prohibi-dos os ajuntamentos, não só na referida praça, como em outras quaesquer.

O despacho imperial começou hontem ao meio dia e terminou ás 4 lioras da tarde.

Consta-nos que no despacho de hontem foram assentadas as nomeações do Sr. Dr. Antônio Augusto Ribeiro de Almeida, juiz de direito da 2* vara de orphãos, para o logar de desembargador da Re-lação da Côrle,e do Sr. Dr. Ernesto Júlio Bandeira de Mello, juiz de direito do 5' districto, para o logar de desemba-gador da Relação dc S. Paulo.

Foi removido da Relação dc Ouro Preto para a da Fortaleza o Sr. desem-bargador Manuel Alves de Lima Gor-< dilho.

Consta-nos que foi nomeado ministro do Supremo Tribunal de Justiça o Sr. desembargador da Relação da Fortaleza, Antônio de Souza Mendes.

Por decreto de hontem, foi nomeado presidente da província do Rio Grande do Sul o Sr. Dr. Joaquim Galdiuo Pi-mentel.

Foi agraciado com o titulo dc barão do Assú o Sr. conselheiro Luiz Gonzaga de Brito Guerra.

SOfi.EDADE CENTRAL DE MIGRAÇÃO

Celebrou hontem essa benemérita As-sociaçSo o seu quinto annivcrsario, réu-nlndo-se extraordinariamente a sua di-rectoria, que I m m diversas medidas rc-lativas ao movimento contra a inlroduc-çào de trabalhadores e proletários asia-ticos.

Decidiu-se oíliciar ás Associações seien tificas. luteranas e phiiantropieas para que discutam o assumpto debaixo do ponto de vista econômico, político e social e enviem representações ao governo.

Nomeou-se a commissão que tem do assistir ao segundo meeting da Confede-ração Abolicionista.

Um dos directores presentes comniu*. nicou que nos trabalhos das estradas do ferro do Rio Grande do Sul, segundo consta, pretendem lançar mão de traba-lbadores chins, já pela barateza do sei--viço, já talvez para base de futuras reela-mações, caso esse elemento seja repellido por aquella província.

Concederam-se seis rti./x-s de licença a Hermcnegildo José Tavares, primeiro ta-belliáo e escrivão de orphãos do termo dc Maragogy, na província das Aiagôas, para tratar de sua saude,

Foi prorogada por 00 dias, a licença ultimamente concedida ao desembarga-dor da Relação do Recife. Domingos An-tonio Alves Ribeiro, para tratar de sua saude. „i'^_:__ffitfc _i--_-_i;(SHi_^^

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S-IÜMíi-a-ltA PARTE

Ei.... lio Au.i.ios ílutuos por sorteio.-- L.

Trcjuièrcs, direclor

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0 PALACETE

(Continuação) De meu punho ?

Ou, se quizeres, do de Benoit, co-pista do consulado, que desappareceu mdio por encanto no dia em que o Sr. dc Treguiòrcs não voltou para o hotel.

üma praga odiosa sahiu dos lábios crispados de Benoit.

Não tem medo, disse Mme. Torpille encolhendo os hombros. Pódc se evitar tudo, nada eslá perdido. Não sei o que fizeste, não quero saber. Conheces o meu -cclcctismo em matéria de moral. Cada ..m por si e o diabo pof todos, ô a minha divisa. Mas, desde já te digo, e bem alto: sjuero salvar-te c hei de salvar-te.

E quando eu estiver tranquillo, mie me pedirás tu 1 disse o banqueiro, sempre na defensiva.

Nada.

Causas-me pasmo.

Espera I E' immediatamente, isto é, eo pi azo mais legal e ao mesmo tempo mais curto, que vou pedir a paga da tua cabeça.

•- Vais longe I

A' quinta das Rosas, o armênio de -b.'.k"e o _olun*dü Tunls.

Quanto a este, estou iiinocente. e i-rc-te...

Ah I sim ! Os espasmos cardíacos I interrompeu Clarisse Reuard rindo por-didamente. E's tolo!... E's immenso, Benoit, e creio que nunca houve oulro igual no mundoI...

Para amar-te, sobre tudo: porque ainda te amo.

Durante esta entrevista, na qual a sua cabeça estava em jogo, o pseudo-Leonel de Treguières sentiu renascer em si a paixão carnal, cheia de violentos desejos, que aquella mulher tinha sempre d.s-pertado n'ellc. Aqueüe coração resequido parecia-se com as florestas da Algeria, nas quaes um raio desol, passando através de um seixo vitrifleado, provoca formi-daveis incêndios.

A feiticeira acompanhavainteriormente, com os seus olhos de tigre, os progressos do sinistro, que ella augmentava intendo-nalmente com olhares acariciadores e po-sições felinas.

Benoit aproximou-se, attrahido por um poder irresistível.

Os pesados reposteiros de brocado cor* reram sobre a sua verga dourada. Ou-viu-se o rodar de carruagens na avenida, semelhante a um suave manilhar das ondas na praia do mar.

Sim, quero salvar-te, disse gra-vemente Mine. Torpille. Só são crimi-nosos os que se deixam enforcar. Os espertos são considerados e adulados. Sejamos espertos I

O monstro estava agora de joelhos sobre o espesso tapete. A sua face parecia como que hypnotisada pela paixão e pelo bem estar.

Que queres i disse elle afinal. Falia. Sou cousa tua, teu escravo. Nunca ex-perimentei a felicidade real senão a teu lado, porque és bella e cs laseiva, c a tua presença embriaga-me como o ópio. Julgas que ha um só dia em que não

com uma expressão enigmática e indeci-fravol.

— Quasi nada, disse ella. Desejo ape-nas ser legalmente, antes de quinze dias, condessa Leonel dc Treguières.

ções, e reservando para si todo o poder o todo o veto nos negócios communs. Man-teria assim Benoit em respeito, como um lobo atacado no seu covil por um

deste-— Vê, disse-lhe, ella uma manhã mos-trando-lhe o numero recentemente pu-blicado do Reveil Tunisien ; vé_ se te en-ganei! Trata-se lá com actividade do des-III

DANÇO DE AUXÍLIOS MÚTUOS

Em pouco tempo o banco de auxílios mútuos tomou um desenvolvimento con-sideravel.

As subscripções affluiam de todos os pontos da província e da capital.

O falso Leonel estava radiante. Um brilhante casamento tinha coroado a sua prosperidade e a sua sorte.

Clarisse Rcnard era condessa Leonel de Treguières.

Aquellas duas creaturas tinham che-gado ambas ao cumulo da audácia.

Dir-se-hia que escarneciam da socie-dade inteira com o seu imperturbável sangue frio: um, Benoit, apoderando-se do nome e dos papeis de um conde, a outra, Mme. Torpille, tomando esse nome por tabeliã, por meio do um casamento que com antecedência sabia ser falso e sem valor.

Entretanto. Mme. Torpille tinha posto condições leoninas aquella união, que, acontecesse agora o que acontecesse, lhe garantia um nome brilhante e o titulo de condessa. Em primeiro.logar, tinha reservado um dote considerável em nome de sua filha Branca, c além d'isso o seu palacete do» Campos Elysios, para ella, e em seu nome pessoal, com todas os valores e riquezas que encerrava.

Em dote tinha trazido unia somma relativamente pequena, cerca dc duzentos mil francos, como que uma restituição do dinheiro devorado em Tunis, ou a paga do titulo que comprava.

Além d'isso, tinha significado a Benoit, que pretendia conservar a liberdade mais __sineffave_BcariC__s? Que I absoluta c feroz: quo havia de residii queres, que exiges de mim? disse elle quasi c.nüiuiadam.nte no seu palacet outra vez, emquanto ella olhava para dos Campe. Elysios, fazendo ua rua dt elle sorrindo, como umaesphinge antiga, |ilautevi!le eurus e necessárias appari*

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*_^K__L

— Maldito papel disse com.igo Benoit.

Só por este preço o sal- I apparecimento do conde Leonel, desap-P.areciinento que coincide com o de um copistasinha do consulado, chamado Be-..'_„. Lè isto.

mido caçador

varia das aceusações graves o dos pe-rigos sempre ameaçadores que pesavam : sobre elle.

Leonel pegou no papel c leu:

(i CASO MYSTEI.IOSO

Tem causado grande inquietação na Residência a sorte que poderá ter tido um viajante de distineção, que ha alguns mezes se hospedou no hotel de Pariz, onde residiu dous dias apenas, antes do desap-parecer. Tudo dava logar a acreditar-se que o locatário do quarto n. 17 tinha sido victima dc algum covarde attentado. Abriu-se n'aquelia época um inquérito muito sério, c a mala do viajante foi de-positada no cartório do escrivão do tri-bunal.

_ As cousas tinham ficado assim pen-deiites,cos nossos magistrados não tinham dado a conhecer o resultado das suas investigações, para não despertar a at-tenção do assassino presumível, quando um negrinho, que guardava cabras em um campo porto de Bab-Kadra, encontrou na anfractuosidade de um rochedo um papel importante, que, segundo parece, está des-tinado a lançar sobre o caso uma luz inesperada.

Os leitores comprehendcrão a extrema reserva que devemos guardar n'estas cir-cumstancias, para não diílicultar a acção da justiça.»

Maldito papel! disso comsigo Benoit. Depois, endireitando-sc e fitando Cia-risse Renard, disse :

PromeUoste-me salvar... que épre-ciso fazer ? Bem sabes que intimamente não tenho medo.

Muito intimamente entxo ? respon-deu ella cem uma risada crystallina e irônica.

Não; realmente não tenho medo, re-petiu Benoit com azedume. O meu des-tino é claro o lógico I Só se morre uma vez, c a morte no cadafalso não é afinal tão repugnante, quando se pensa no prestigio de que cerca os nossos dias a publicidade mais desenfreada. Toda a questão consiste em demorar o mais pos-sivel o momento da partida para o ou-tro mundo.

Deixa-te de historias I disse ella com

um sangue frio admirável. Sou condessa ! (E a sua bella cabeça estava radiante de prazer e dc orgulho). Tu és um dos ban-queiros do fresca data, mais bemquistos e mais acreditados de Pariz. Nossa filha— que brevemente verás — ha de ter um nome, uma posição e fará sem duvida um casamento soberbo. E julgas que vou dei-xar cortar tudo isso pelo cutello do Sr. de Pariz? Olha bem para mim,Benoit. Por acaso treme-mo a mão ? Batte-me o cora-ção? Ainda que tivesses commettido mais crimes, não sou eu mulher para os apagar com este pé, onde tanta gente desejaria eollocar os lábios ? Vamos, meu velho, não conheces as mulheres... Não coube-ces principalmente Mme. Torpille. Sem mim, sem a minha ambição, se quizeres, já estarias nas garras da policia. Mas eu sou uma potência e vou dar-te a prova.

Deixou cahir a mão alva e macia em cima de um tympano de prata.

Appareceu um criado.

O Sr. deS. Justinien está ahi ? disse cila.

Não, minha senhora; mas o com-mendador disse, quando sahiu, que não se demoraria.

Logo que elle chegar, diga-lhe quo venha fallar-me immediatamente, com prejuízo de qualquer negocio.

Bem, minha senhora.

E agora, acerescentou Clarisse Rc-nard dirigindo-se a Benoit, conta-me tudo quanto se passou em Tunis, tudo, sem omittir unia palavra, um incidente, uni detalhe. Depende d'isso a tua vida. Dir-te-hei inimediatamente so ha um remedio possível para adiar para sempre a ma-dragada da praça da Roquette, e per-mittir que morras na tua cama, muito tarde, rico.poderoso e considerado. Falia.

E B.uoit cotitou o seu crime. IV

ONDE SE PROVA QUE A « SEXUOI.A MULHER » ERA SOBRIiTUi-O SE.XH01.A DE SI MESMA

Depois de ouvir a confissão de Benoit, seu marido e senhor perante a lei, Mme.

Torpille pediu ao supposto Le_____ ._;.'._ deixasse só.

Vamos, coragem ! disse-lhe no mo-mentoem que elle ia a sahir. Coragemjl Vou começar por amordaçar o comm.n-dador. Ha de ficar manso como um cor-deiro, e poderá mesmo prestar-nos gran-des serviços, que elle julgará pequenos. Tranquillisa-te e tern confiança n.sta força de que eu vou fazer uso.

Alguns minutos depois, um criado in-troduzia o commendador de S. Justinien. Clarisse Renard, sorrindo, fez-lhe signal para que se sentasse.

—Ha muito tempo que não nos vemos, Lechahu, disse ella com um tom amável. Lechahu parecia um tanto embaraçado. E' evidente que preferia ter a Torpille a cem leguos.

Cautela! disse elle comsigo. Quando me lembro. Lechahu, pro-seguiu Mme. Torpille, que...

Elle interrompeu-a muito íleugma.ica-mente.

Perdão, Mme. Clarisse. Causa-lho grande Ineominqdó chamar-me conimen-dador i

Presumido I Quando me lembro, commendador, que não nos tornámos a ver desde a quinta das Rosas!

Isso é ante-diluviano ! disse elle. Obrigada, pela minha idade. Perdão. Eu me explico. Quero dizer que ha muito a esponja do esquecimento passou por cima d'isso.

Por essa razáo, não e d'esse pecca-dilho que quero fallar-te.

Diavolo! disse comsigo oícommen-dador. Esta deve ter uma policia muito bem feita.

E, forçando um sorri.-i irônico, per-guntou:

Então, ha ainda mai.. alguma cousa, Mme. Clarisse.

Tu bem o sabes. Lechahu, e. cousa muito mais grave, para nó. outros.

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