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PESQUISA BIBLIOGRÁFICA SOBRE OSTEOSSARCOMA, VISANDO QUALIFICAR A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM¹

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Santa Maria, RS, 08 a 11 de junho de 2010 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA SOBRE OSTEOSSARCOMA, VISANDO QUALIFICAR A

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM¹

Flores, A. L.²Prevedello, L. ²; Panziera, L.²; Desconci, M.²; Azevedo, N.²; Moreschi, C.³; Siqueira,

D. F. de.³; Nunes, S.4

1

Reflexão teórica.

2

Acadêmicos do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil

³Acadêmica do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil. Membro do GEPESES.

4

Enfermeira Docente do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil. E-mail: clau_moreschi@yahoo.com.br

RESUMO

.

Palavras-chave: Enfermagem. Osteossarcoma. Assistência qualificada.

1. INTRODUÇÃO

Os tumores ósseos metastáticos são mais comuns que os tumores ósseos primários, se subdividindo em malignos e benignos (BRUNNER, 2005). O sarcoma osteogênico é o mais comum dos tumores malignos primários dos ossos, ou seja, o osteossarcoma é um tumor que tem origem no osso. Sua abrangência é maior em crianças e adultos jovens, principalmente do sexo masculino. Esta doença pode ocorrer em qualquer osso, mas geralmente atinge o fêmur distal ,o úmero e a tíbia proximais e se instala provocando mudanças na rotina de vida, internações, com tratamentos medicamentosos agressivos e prolongados assim como vivências de desconforto e dor.

A incidência dos tumores ósseos é maior na adolescência, isso leva a acreditar que os tumores do esqueleto se desenvolvam em áreas de crescimento rápido. È possível que o prolongado período de crescimento ou o hiperestímulo metabólico se associem imperceptivelmente a neoplasia. Esse mesmo fenômeno pode ser encontrado nos tecidos adultos submetidos a estímulos metabólicos prolongados, como na doença de Paget, no hiperparatireoidismo, nas osseomielites crônicas nos calos de fratura e nos tratamentos pelas radiações ionizantes (RUBIN, 1977).

Desta forma, justifica-se a importância deste estudo para os profissionais da área da saúde, pois devemos estar preparados para atender e promover uma assistência adequada, orientando e acompanhando os pacientes e seus familiares, visando assim uma melhoria na assistência.

2. OBJETIVO

O objetivo deste estudo é analisar a fisiologia do osteossarcoma, bem como, a etiologia, diagnóstico, classificação e tratamento implementando uma assistência de enfermagem a esta patologia.

3. METODOLOGIA

Trata-se de uma análise teórica em que o tema em questão foi explorado e discutido através da revisão bibliográfica, favorecendo reflexões acerca das experiências profissionais dos autores no acompanhamento ao paciente com osteossarcoma e o planejamento do atendimento de enfermagem.

Segundo Lakatos e Marconi (1999), a pesquisa bibliográfica trata de levantamento de bibliografias já publicadas, com a finalidade do pesquisador ter conhecimento de tudo que foi escrito sobre determinado assunto.

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O levantamento bibliográfico foi realizado no período de maio a junho de 2009, em periódicos e livros da Área da Saúde. A busca por tais documentos foi realizada por meio da análise dos volumes disponíveis na biblioteca do Campus I do Centro Universitário Franciscano - UNIFRA. Foi utilizada a Internet como meio de busca eletrônica para enriquecer o levantamento da bibliografia disponível.

4. REFERENCIAL TEÓRICO

4.1 FISIOPATOLOGIA, ETIOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DO OSTEOSSARCOMAb

Segundo Brunner e Suddart (2005), um tumor no osso faz com que haja uma reação do tecido ósseo anormal através da resposta osteolítica (destruição óssea) ou de resposta osteoblástica (formação óssea). Os tumores primários causam a destruição óssea a qual enfraquece o osso, resultando em fraturas. O osso normal adjacente responde ao tumor alterando seu padrão normal de remodelação. A superfície do osso se modifica e o contorno aumenta na área tumoral. Os tumores ósseos malignos invadem e destroem o tecido ósseo adjacente, enfraquecendo sua estrutura até que ele não possa mais sustentar o estresse do uso comum, em geral resultando em fratura patológica.

Por volta de 50% dos pacientes que desenvolvem osteossarcoma na adolescência ocorre penetração do tumor na placa de crescimento para a epífise, metástases que não seguem o sistema linfático ocorre em 20% dos pacientes e na apresentação inicial aparecem metástases pulmonares em cerca de 10% dos pacientes. A metástase geralmente é detectada primeiramente nos pulmões e se dá por via hematogênica (SHIRLEY & OTTO, 2002).

O osteossarcoma é uma neoplasia das células fusiformes que produz osteóide (osso não mineralizado), este é responsável por quase 45% dos sarcomas ósseos. Essa patologia tem predileção pelas metáfises dos ossos longos, os locais mais comuns são o fêmur distal, a tíbia proximal e o úmero proximal . A sua causa é desconhecida e as condições que predispõem para esta doença incluem altas doses de radiações ionizantes e a doença de Paget dos ossos. Cerca de 60% dos osteossarcoma ocorrem em crianças e adolescentes na segunda década de vida e 10% ocorrem na terceira. O osteossarcoma na quinta e sexta década de vida são freqüentemente secundários a radioterapia ou a transformação de uma neoplasia benigna preexistente. Os homens são acometidos em uma freqüência 1,5 a 2 vezes maiores que as mulheres (HARRISON, 2008).

Existem basicamente três formas: Baixo grau,Tumores com baixo grau de divisão, intremediário, quando o grau de divisão é considerado moderado e quando apresenta alto grau de divisão celular, o que leva a surgirem células tumorais mortas no mesmo, devido a excessiva multiplicação celular, que é superior a energia disponível, é considerado de alto grau.

Frente a sua malignidade podemos considerar a classificação de 1 a 4, onde o grau 1 apresenta-se pouco indiferenciado e o grau 4 apresenta maior indiferenciação. Os primários são de etiologia idiopática, e os mais comuns entre a população, já o ostessarcoma secundário diferentemente do primário ocorre com maior freqüência na população mais idosa (BEZERRA, 2008). O osteossarcoma clássico ou central forma-se no interior do osso, geralmente em adolescentes e 50% dos casos na região do joelho, o justacortial desenvolve-se junto ao periósteo tendo relação com o tecido cognitivo periosteal. O osteossarcoma endoteal tem seu crescimento no endosteo dentro do osso, é uma forma maligna com baixo grau que se desenvolve lentamente e apresenta metástase tardiamente, o telangiectásico é maligno de alto grau que apresenta crescimento rápido e nenhuma ou pouca evidencia de ossificação, apresenta necrose, degeneração cística e fraturas patológicas. O osteossarcoma secundário a irradiação, também é uma forma maligna de alto grau, pode se formar anos depois de um tratamento com radioterapia e o osteossarcoma secundário a doença de Paget ocorre geralmente nas faixas etárias mais elevadas não sendo encontrado em crianças (SCHOR, 2005).

4.2 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DO OSTEOSSARCOMA

O diagnóstico geralmente requer a reunião das características clinicas, radiológicas e patológicas. Uma radiografia simples revela uma lesão destrutiva que parece ter sido roída por traças, uma reação periosteal espiculada e um manguito de formação periosteal de osso novo na margem da massa das partes moles (triângulo de Codman). Uma tomografia computadorizada (TC) do tumor primário é o melhor meio para definir a destruição óssea e o padrão de calcificação, enquanto a ressonância magnética (RM) é melhor para definir a disseminação intramedular e para a

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Santa Maria, RS, 08 a 11 de junho de 2010

parte mole. A radiografia e TC de tórax são utilizadas para detectar metástases pulmonares e cintilografia óssea para detectar metástases no esqueleto ósseo (BRUNNER, 2006).

A angiografia é inútil para o diagnóstico, mas ainda é o teste mais sensível para avaliar a resposta a quimioterapia pré-operatória, porém o diagnóstico patológico é estabelecido por meio de biópsia. O tratamento padrão é feito com quimioterapia pré-operatória seguida por cirurgia com preservação do membro (que pode ser feita em mais de 80% dos pacientes) seguida de quimioterapia pós-operatória e a radioterapia não é utilizada no tratamento tendo em vista que o osteossarcoma é radiorresistente. As taxas de sobrevida em longo prazo nos osteossarcomas de membros variam de 60 a 80%, sendo que o fator prognóstico mais importante para a sobrevida á longo prazo é a resposta a quimioterapia (HARRISON, 2008).

O tratamento consiste no estadiamento e biópsia cuidadosa, pois biópsias mal realizadas podem provocar extensão extracompartimental da lesão intracompartimental, hematoma e dificuldade na cicatrização da lesão da mesma. Após o diagnostico definitivo inicia-se a quimioterapia pré-operatória que totaliza 3 a 4 ciclos levando em média de 2 a 3 meses e trazendo vantagens para o paciente como, a diminuição do edema, a redução do tamanho do tumor e tem efeito sobre as micrometástases.

A cirurgia pode ser a de amputação, ou de desarticulação do membro, ou para preservação, dependendo da resposta do tumor a quimioterapia pré operatória, do local afetado, da idade do paciente e do desenvolvimento do tumor. A quimioterapia pós operatória leva em média de 6 a 12 meses e se mantém a mesma do pré operatório se a reação do tumor a mesma foi de grau 3 ou 4, sendo o grau 3 quando há mais de 90% de necrose, porém persistem focos de tumor viável, e grau 4 quando não há nenhuma área de tumor viável (SCHOR, 2005).

4.3 IMPLEMENTAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

O diagnóstico de enfermagem é a identificação das necessidades do ser humano que precisa de assistência e a determinação pelo enfermeiro do grau de dependência deste, assistência em natureza e extensão (HORTA, 2004). O enfermeiro após ter analisado os dados escolhidos no histórico e exames físicos, identificará os problemas, as necessidades básicas afetadas, grau de dependência e fará um julgamento clínico sobre as respostas do indivíduo e da família aos problemas vigentes ou potenciais.

A tabela 1 apresenta o Diagnóstico de Enfermagem segundo o Nanda (2007-2008); suas caracteristicas definidoras e o planejamento da assistencia de enfermagem:

Diagnóstico de

enfermagem segundo NANDA

Característica definidora Planejamento da

assistência de enfermagem

Processos familiares afetados -Mudança da rotina familiar

-Modificação das finanças

familiares.

- Mudança intimidade da família

-Orientar a família para a importância de manter diálogos. - Estimular o contato da família com o enfermo.

Interação social prejudicada - Afeto triste

- Internações sucessivas - Isolamento

- Estimular a comunicação e atividades de lazer com outras pessoas.

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Distúrbio no padrão do sono - Alterações no padrão do sono devido rotina hospitalar.

-Orientar a família para

estabelecer horários para o sono.

-Propiciar um ambiente

adequado para o repouso. Déficit no autocuidado para

higiene intima.

-Incapacidade para fazer uma higiene intima adequada.

-Acompanhar o paciente ao banheiro para orientar e auxiliar em sua higiene.

Potencial para desenvolver desnutrição

-Paladar alterado devido ao tratamento e feitos colaterais.

- Oferecer alimentos saudáveis e com boa aparência que estimulem o apetite.

Dor aguda e crônica

relacionada com o processo patológico e cirurgia.

-Comunicação verbal ou não verbal de dor.

-Comportamento protetor e receoso

-Administrar analgesia

conforme prescrição médica sempre que necessário.

Déficit de conhecimento

relacionado com o processo da

doença e com o regime

terapêutico

-Medo.

-Pouca colaboração no tratamento e com a equipe de saúde.

-Promover ao paciente e

familiares a compreensão do processo patológico e regime de tratamento.

Risco de lesão fratura

patológica relacionada com o tumor e metástase.

-Enfraquecimento ósseo causado pela doença. -Fraturas subseqüentes.

-Evitar esforço sobre o osso enfraquecido.

-Fortalecer membros não afetados com exercícios. Risco de baixa auto-estima -Perda de parte do corpo

-Alteração no desempenho da função.

-Procurar amparo em familiares assim como buscar ajuda de profissionais como psicólogos e terapeutas ocupacionais.

5. CONCLUSÃO

Atualmente, como conseqüência do avanço técnico-científico, também se tem fortalecido a competência profissional do enfermeiro nas tarefas de observar, interpretar, avaliar e decidir. Entendemos que, na procura da excelência da assistência de enfermagem ao paciente, é necessário que o enfermeiro tenha, além da fundamentação científica e competência técnica, o conhecimento de aspectos que levem em consideração os sentimentos e as necessidades de tais pacientes.

Esse estudo oferece subsídios para que a equipe de saúde perceba a necessidade de avaliar e intervir, quando necessário, na qualidade de vida das pessoas com doenças de difícil tratamento. Desenvolve consequentemente, competências que favorecem uma atuação que contempla o homem em sua integralidade e complexidade, características fundamentais para um fazer humano em saúde.

Nessa direção, salienta-se a importância da intervenção da enfermagem em busca de soluções para as limitações provocadas pelo osteossarcoma e o prolongado tratamento, sendo necessário um reaprender a viver, de maneira humanizada, promovendo transformações condizentes com a realidade de cada paciente, assim como, prevenindo comprometimentos e minimizando o impacto da doença sobre o paciente e familiares / cuidadores ,em suas condições de vida.

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Santa Maria, RS, 08 a 11 de junho de 2010 REFERÊNCIAS

BEZERRA, Cícero Italo; FINK, Techarlline; FERREIRA, Zoraide. Assistência de Enfremagem em

Quadros de Osteossarcoma: uma revisão da literatura. Faculdade Santa Emilia de Rodat. João

Pessoa, 2008.

GOVIDAN, Ramaswamy. Washington Manual de Oncologia, 5.ed. Rio de Janeiro, Guanabara, 2002.

GUYTON & HALL. Tratado de Fisiologia Médica. 11. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.

HORTA, W.A. Processo de Enfermagem. São Paulo: EPU, 2004.SCHOR, Nestor. Guia de

medicina Ambulatorial e Hospitalar Oncologia. 2.ed. São Paulo, 2005.

MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos da Metodologia Cientifica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2005.

NANDA. Diagnósticos de Enfermagem da NANDA. Editora Artmed, 2007- 2208. SHIRLEY & OTTO. Oncologia. 2.ed. Rio de Janeiro, R&A editores, 2002.

SMELTZER, Suzanne C; BARE, Brenda G. Brunner & Studdarth Tratado de Enfermagem Médico

Referências

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