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AS BARREIRAS ENCONTRADAS PELA CONSERVAÇÃO POR IRRADIAÇÃO 1 INTRODUÇÃO

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Academic year: 2021

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AS BARREIRAS ENCONTRADAS PELA CONSERVAÇÃO POR IRRADIAÇÃO

Lorena Domingues Gomes¹, Fernanda Cristina Pierre²

¹ Graduando em tecnologia do Agronegócio pela Faculdade tecnologia de Botucatu-

Lorena_domingues2012@hotmail.com.

²Professor de Ensino Superior pela Faculdade de Tecnologia de Botucatu. Graduado em Engenharia

Agronômica pela Unesp, Especialista em Engenharia de Produção pela Unesp, Mestre em Energia na Agricultura pela Unesp e Doutor em Ciência Florestal pela Unesp – fpierre@fatecbt.edu.br.

1 INTRODUÇÃO

A conservação de alimentos surgiu no período Paleolítico, com a descoberta do fogo. O homem pendurava sua caça próximo ao fogo, talvez para protegê-la de outros animais. O provável objetivo dos assados era facilitar a mastigação, mas foi observado que após esse tratamento, a caça demorava mais a se deteriorar (DIONYSIO; MEIRELLES, 2003, p. 3).

Com passar do tempo ocorreu aumento da população e uma grande demanda por alimentos com maior durabilidade. A indústria desenvolveu pesquisas sobre novas técnicas de conservação. A partir desses conhecimentos, as radiações e emissões nucleares, tanto naturais quanto artificiais, passaram a ser estudadas com mais afinco do ponto de vista tecnológico, e mais especificamente para aplicações industriais (TÉBÉKA; HALLWASS, 2007).

A irradiação dos alimentos é uma tecnologia muito antiga e bastante estudada em função de seu alto poder de conservação introduzida na indústria alimentar onde, inicialmente, foi utilizada pelos cientistas britânicos em 1905 (NUNES et al., 2014, p.103). O tratamento de frutas e vegetais com radiações ionizantes tem como principal finalidade assegurar sua preservação, isto é, aumentar o tempo de conservação do alimento. Este processo pode envolver a inativação de microrganismos (principalmente fungos, bactérias e leveduras), o retardo da maturação e a desinfestação, dentre outros mecanismos (IEMMA et al., 1999, p. 1193).

Os alimentos conservados por irradiação têm-se pouco aceitamento no mercado, por motivos das bombas lançadas na Segunda Guerra Mundial pois os consumidores acreditam que consumindo esses produtos futuramente poderá ter algum tipo de doença.

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Esse trabalho tem objetivo de mostrar que a conservação por irradiação é um grande avanço tecnológico nas indústrias para combater o aumento da atividade microbiana Só que essa tecnologia enfrenta barreiras na sua aplicabilidade.

2 MATERIAL E MÉTODOS

Para elaboração deste trabalho foi realizada uma revisão literária buscando dados no Google Acadêmico e Scielo, e pesquisas realizadas por outros autores; demonstrando o nível de conhecimento dos consumidores em relação à conservação por irradiação.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Aprovada pela Food and Agricultural Organization (FAO) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a irradiação de alimentos já é utilizada em 37 países. Parcela significativa dos norte-americanos consome carnes e frutas irradiadas. Os alimentos irradiados também são consumidos pelas forças armadas americanas e pelos astronautas em missão (DA SILVA; DA ROZA, 2010).

A irradiação comercial de alimentos esta autorizada no Brasil desde 1973 e agora não há restrição dos alimentos que podem ser irradiados. Entretanto, a possibilidade de se identificar um alimento que foi irradiado e as investigações das mudanças induzidas no alimento devido à irradiação são de extrema importância no controle da segurança dos produtos alimentícios, e constituem campo de intensa e atual pesquisa (COUTO; SANTIAGO, 2010, p. 194).

Segura, econômica e eficiente, a esterilização de alimentos através de radiação nuclear ou ionizante é uma técnica cuja aplicação industrial vem se desenvolvendo intensamente nos últimos 15 anos (TÉBÉKA; HALLWASS, 2007).

No entanto, apesar da tecnologia de irradiação de alimentos já estar aprovada e regulamentada, muitos ainda são os obstáculos que impedem a completa comercialização de alimentos irradiados. Na verdade, não são limitações de natureza técnica ou científica, mas relacionadas ao custo de sua utilização e de aceitação pelo consumidor (ORNELLAS et al., 2006, p. 211).

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Interpretações erradas dos consumidores, que frequentemente, por falta de informação, acham difícil avaliar os benefícios dessa técnica de processamento têm limitado o uso desta tecnologia. Em função disso, atitudes devem ser implementadas começando pela conscientização desses consumidores em relação à segurança e os benefícios obtidos por esta técnica assim passando também por um estreitamento nas relações entre as indústrias do setor e o governo, que precisam ser fortalecidas (ORNELAS et al., 2006, p. 212).

Segundo Fox (2002) os consumidores não reagem de forma positiva quando questionados sobre o consumo de alimentos irradiados, pois associam consumo de alimentos irradiados com maior risco de aparecimento de câncer.

No Brasil ainda não são comercializados alimentos “inteiros” irradiados, como frutas ou carnes. O que existe são ingredientes irradiados (temperos e condimentos) que podem ser encontrados em produtos industrializados como embutidos e salgadinhos. Tem sido verificada tendência crescente entre a população pelo consumo de alimentos minimamente processados ou livres de aditivos ou substâncias químicas, como os orgânicos (DA SILVA; DA ROZA, 2010, p. 51).

Em uma pesquisa realizada por Da Silva, Ferreira, Valgas (2014) foram entrevistados 100 consumidores, sendo 62% mulheres e 38% homens, com o principal objetivo de analisar a aceitação ou não dos produtos que são irradiados pelo mercado consumidor e de avaliar o nível de conhecimento e aceitação dessas pessoas sobre a irradiação dos alimentos conclui que cerca de 70% delas responderam que não conhecem e que nunca ouviram falar no processo de irradiação dos alimentos; cerca das 75% das pessoas responderam que o alimento irradiado está contaminado; 77% disseram que ao irradiar um alimento ocorre perda total dos nutrientes; 79% que ao ingerir um alimento irradiado estará causando mal a saúde por se tratar da utilização de radiações ionizantes.

A irradiação em alimentos tem algumas vantagens frente aos tradicionais métodos de conservação, pois não provoca alterações sensoriais no mesmo, nem modifica as características nutricionais, pois não utiliza calor, não necessita de refrigeração e nem de congelamento no armazenamento do produto para manutenção da sua qualidade (VICENTE; SALDANHA, 2012, p. 50).

Segundo Tébéka e Hallwass (2007) a irradiação de alimentos está associada a vantagem ambiental. Um atributo importante refere-se à economia de energia requerida

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pelo processo de esterilização, cerca de 50 vezes mais eficiente energeticamente que a maioria dos métodos tradicionais. Esta redução energética representa não apenas uma vantagem econômica, mas também ambiental, pois implica numa menor emissão de gás carbônico necessário à geração de energia para tal processo.

Testes científicos altamente sensíveis levados a estudos durante os últimos 30 anos não conseguiram encontrar qualquer produto químico em alimentos diversos processados por radiação. Não há nenhuma evidência para dizer que os radicais livres ou produtos radiolíticos prejudiquem a segurança dos alimentos irradiados (CENA, 2012 citado por DA SILVA; FERREIRA; VALGAS, 2014).

Alimentos tratados com radiação não possuem substâncias tóxicas para o organismo humano. O alimento irradiado não se torna radioativo (CDC, 2013, citado por DA SILVA; FERREIRA; VALGAS, 2014).

Segundo Nunes et al. (2014) a maioria das pessoas não conhece o processo de irradiação de alimentos e as que já ouviram falar acreditam que alimentos irradiados significam o mesmo que alimentos radioativos, evidenciando a falta de informação sobre a tecnologia de irradiação de alimentos.

Apesar da aprovação e controle no emprego da irradiação, diversas barreiras ainda persistem e vem impedindo que os alimentos irradiados alcancem a completa comercialização. Essas barreiras estão relacionadas ao custo de sua utilização e da aceitação pelo consumidor (ORNELLAS et al., 2006).

4 CONCLUSÕES

Conclui-se que a conservação por irradiação tem enfrenta grandes barreiras, como o receio dos consumidores em consumir produtos irradiados. Só que pesquisas citadas nesse trabalho demonstram que até hoje não foi encontrada nenhuma substância tóxica ou alterações nutricionais e características dos alimentos pela conservação por irradiação.

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5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COUTO, R. R.; SANTIAGO, A. J. Radioatividade e irradiação de alimentos. RECEN-Revista Ciências Exatas e Naturais, Rio de Janeiro, RJ, v. 12, n. 2, p. 193-215, 2010. Disponível em: < http://200.201.10.18/index.php/RECEN/article/view/970/1305 >. Acesso em: 27 de ago. de 2017.

DA SILVA, A. L. F.; DA ROZA, C. R.. Uso da irradiação em alimentos: revisão. Boletim do Centro de Pesquisa de Processamento de Alimentos, Caxias do Sul, RS, v. 28, n. 1, p. 50-56, 2010. Disponível em: <http://revistas.ufpr.br/alimentos/article/view/17897/11712 >. Acesso em: 18 de ago. 2017.

DA SILVA, S. A.; FERREIRA, L. L.; VALGAS, G.O. A conservação de alimentos utilizando a irradiação e sua importância na conservação do arroz. Brasília, DF, 2014. Disponível em: < file:///C:/Users/LORENA/Downloads/d05c1041f8fc919a5ecd2e999cc630e6.pdf >. Acesso em: 18 de ago. 2017.

DIONYSIO, R. B.; MEIRELLES, F. V. P.. Conservação de alimentos. Sala de Leitura. Rio de Janeiro, RJ, CCEAD PUC-Rio, p. 1-14, 2003. Disponível em: < http://web.ccead.puc-rio.br/condigital/mvsl/Sala%20de%20Leitura/conteudos/SL_conservacao_de_alimentos.pdf> . Acesso em: 15 ago. 2017.

FOX, J. A. Influences on purchase of irradiated foods. Food Technology, v.56, n. 11, p. 34-37, 2002.

Disponível em:

<http://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.553.9389&rep=rep1&type=pdf >. Acesso em: 18 de ago. 2017.

IEMMA, J. et al. Radiação gama na conservação do suco natural de laranja. Scientia Agricola, Piracicaba, SP, v. 56, n. 4, p. 1193-1198, 1999. Dsiponivel em: < https://www.researchgate.net/profile/Andre_Alcarde/publication/26365235_Radiacao_gama_na_conserva cao_do_suco_natural_de_laranja/links/00b4951756fa49ee46000000/Radiacao-gama-na-conservacao-do-suco-natural-de-laranja.pdf> . Acesso em: 17 de ago. 2017.

NUNES, P. et al; Os Mitos e Verdades da Irradiação dos Alimentos. Ciências Biológicas e da Saúde,

Recife, PE, v. 1, n. 3, p. 103-110, 2014. Disponível em: <

https://periodicos.set.edu.br/index.php/facipesaude/article/view/1721 >. Acesso em: 27 de ago. 2017. ORNELLAS, C. B. D. et al. Atitude do consumidor frente à irradiação de alimentos. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, SP, v. 26, n. 1, p. 211-213, 2006. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/%0D/cta/v26n1/28872.pdf>. Acesso em: 27 de ago. 2017.

TÉBÉKA, I. R. M.; HALLWASS, F. Radiações Nucleares: Histórico e Aplicação Industrial na Preservação de Alimentos. In: I Congresso Norte Nordeste de Química. Universidade Federal de Pernambuco–Departamento de Química Fundamental, Recife PE, 2007. Disponível em: <http://www.annq.org/congresso2007/trabalhos_apresentados/T41.pdf >. Acesso em: 17 de ago. 2017. VICENTE, J. ; SALDANHA, T. Emprego da Técnica de Radiação Ionizante em Alimentos Industrializados. Acta Tecnológica, Rio de Janeiro, RJ, v. 7, n. 2, p. 49-54, 2013. Disponível em: <http://portaldeperiodicos.ifma.edu.br/portaldeperiodicos/index.php/actatecnologica/article/view/148/105 > . Acesso em 17 de ago. 2017.

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