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MAS, AFINAL, O QUE É A COMUNICAÇÃO NÃO-VIOLENTA?

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Academic year: 2021

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M A S, A F I N A L, O Q U E

É A CO M U N I C AÇ ÃO

N ÃO-V I O L E N TA?

Na sociedade em que vivemos, a violência é evidente. Ela pode interferir nos nossos relacionamentos, pode ocorrer em nosso meio de trabalho, pode ser disseminada nas redes sociais ou mesmo pode acabar causando divisões inexistentes. No entanto, nós realmente precisamos conviver com a ela?

Os criadores do método da Comunicação Não-Violenta afirmam que não. Para eles, a forma violenta que muitas vezes afeta os relacionamentos humanos é apenas uma das formas possíveis que existem para nos relacionarmos. E a forma não-violenta deve ser uma decisão consciente, uma prática contínua, que tem métodos preestabelecidos. A proposta deste e-book, portanto, é destrinchar os principais pontos da Comunicação Não-Violenta, de forma que seja possível a sua aplicação em conjunto com as crian-ças no contexto escolar.

I N T RO D U Ç ÃO

A Comunicação Não-Violenta, comumente abreviada para CNV, é um método comunicativo desenvolvido pelo psicólogo nor-te-americano Marshall Rosenberg. Ele substitui nossos velhos padrões de defesa, recuo ou ataque diante de julgamentos e críticas. A partir de uma longa experiência prática como media-dor de conflitos, ele chegou a quatro componentes básicos que guiam a CNV: Observação, Sentimentos, Necessidades e Pedido.

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As observações são isentas de qualquer tipo de julgamento e devem ser as mais precisas possíveis. Ou seja: deve-se evitar generalizações estáticas, trans-formando algo momentâneo em uma característica fixa. E como é isso na prática? Vamos a um exemplo: “Thiago é um aluno problemático”, neste caso, deveria ser substituído por “Thiago às vezes tem um comportamento agressivo e isso pode causar problemas”.

Precisamos falar como nos sentimentos e isso pode ser mais complicado do que parece. Na verdade, nós não estamos acostumados a expressar nossos senti-mentos de maneira clara por diversos motivos. Seja por medo da exposição ou por qualquer outro.

Para entendermos melhor a afirmação acima, vamos a um exemplo prático: Joãozinho diz que não quer participar da aula de Educação Física porque sente que é um mau jogador. Mas qual é o sentimento nessa frase? “Mau jogador” certamente não é um sentimento. O que ele sente, na verdade? Ele se sente triste? Ele se sente desapontado, frus-trado, excluído?

Distinguir com clareza o que senti-mos é essencial para a Comunicação Não-Violenta.

Devemos ter a consciência de que o que os outros fazem ou dizem pode ser um estímulo, mas nunca a causa de nossos sentimentos. Os nossos sentimentos são resultado de como recebemos as ações alheias.

A opção que a CNV propõe, no entanto, é que escutemos os nossos próprios sentimentos e necessidades ou os sen-timentos e necessidades dos outros. Quais são os desejos, expectativas, esperanças e necessidades que não foram atendidos, mas a pessoa neces-sita que sejam?

A partir do momento em que as pessoas começam a identificar e conversar sobre o que de fato precisam, de forma clara e desassociada de culpa e julgamento, é mais provável que comecem a traba-lhar em maneiras de solucionar proble-mas e atender suas necessidades.

NECESSIDADE

PEDIDO

Após identificarmos uma necessidade, nós podemos realizar um pedido que enriqueça nossas vidas. Um pedido não pode ser confundido com uma exigên-cia. Por exemplo:

Quando dizemos “nós ficamos tristes porque você tira notas ruins na escola”, como seria possível transformar essa necessidade em um pedido claro? Que tal “Nós reparamos que as suas notas na escola não estão muito boas. Você poderia nos dizer se existe algum pro-blema que está afetando o seu desem-penho escolar?

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Por mais que o uso da CNV nos leve a compreender os outros, é importante não confundi--la com a permissividade. É importante intervirmos em situações de conflito ou de com-portamento perturbador. Em um ambiente escolar, com práticas como o bullying e, por vezes, até mesmo onde agressões físicas ocorrem, a intervenção é ainda mais importante. E é justamente durante a intervenção que a Comunicação Não-Violenta entrará em ação. Vamos imaginar o cenário: João pegou a bola do Victor e não quer devolvê-la. Victor está zangado e ameaça agredir o colega, ou mesmo já o agrediu, pois João não está devol-vendo o objeto. M e s m o q u e o p r i m e i r o p a s s o d a C N V s e j a a o b s e r v a ç ã o , n e s s e s c a s o s m a i s e x t r e -m o s , a a ç ã o n e c e s s á r i a é a i n t e r v e n ç ã o p a r a e v i t a r a l g o -m a i s g r a v e . Q u a n d o t i v e r c e r t e z a d e q u e a s i t u a ç ã o e s t á c o n t r o l a d a , p o d e s e e n t e n d e r q u a i s s ã o o s s e n t i m e n t o s e n e c e s s i d a d e s p r e s e n t e s n a q u e l e c o n t e x t o . J o ã o s e s e n t i a e x c l u í d o d a b r i n c a -d e i r a ? Vi c t o r e s t a v a s e n -d o a g r e s s i v o -d u r a n t e a b r i n c a -d e i r a ? Q u a l s e r i a o m o t i v o -d e s u a a g r e s s i v i d a d e ?

Qu a ndo p ensa mos e m u m a c o mu n i c a çã o en t re pes s o as , pe ns am os e m alg o d i n â mi co e d e f á c i l c o m p re e n s ã o . M a s s a b e m o s q u e , n a p r á t i c a , e l a p o d e s e r d e s a f i a d o r a . C o m o , e n t ã o , p a s s a r a l g o q u e p o d e s e r d i f í c i l a t é m e s m o p a r a a d u l t o s p a r a u m a c r i a n ç a ? B a s t a t e r m o s e m m e n t e q u e a C N V d e v e s e r e n t e n d i d a c o m o m a i s d o q u e a p e n a s u m m é t o d o c o m u n i c a t i v o . E l a é u m a m a n e i r a d e e n x e r g a r a v i d a e a s r e l a ç õ e s e n t r e h u m a n o s , p o r m e i o d a e m p a t i a e d a c o m p a i x ã o . É a p r e n d e r a o l h a r p a r a d e n t r o d e s i e p a r a o o u t r o c o m n o v o s o l h o s . I s s o p o d e s e r f e i t o r e f o r ç a n d o v a l o r e s c o m o :

COMUNICAÇÃO

NÃO-VIOLENTA

X PERMISSIVIDADE

COMUNICAÇÃO NÃO-VIOLENTA

PARA CRIANÇAS

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A P R E N D E R A

O U V I R O O U T RO

Isso pode ser trabalhado com atividades em duplas ou em grupos. Ao propor temas ou assuntos de interesse dos pequenos (pode ser jogos eletrônicos, desenhos, brincadeiras), é provável que eles queiram falar.

Dentro dessa dinâmica, o professor pode se tornar o mediador e conceder a palavra para o aluno, um de cada vez. Os que estão ouvindo, não podem interromper até o outro tenha terminado. Nesse momento, é importante que os outros demonstrem que realmente ouviram.

Antes de conceder a palavra para outra criança, indague: “O que foi que a Gabi acabou de falar?”. Eles podem apenas repetir, mas é o suficiente para demonstrar para todos que o que foi dito foi de fato ouvido.

Rótulos e julgamentos podem gerar diversas repercussões negativas, como a exclusão e o bullying. Existe uma atividade desenvolvida por uma profes-sora britânica ilustra bem esses malefícios para as crianças de uma forma criativa e simples.

Ela pegou duas maçãs idênticas e, antes de entrar em sala, sem que as crianças vissem, bateu com uma delas levemente no chão. Dentro de sala, falou mal da que foi batida no chão, elogiando a outra. Em seguida, pediu para os alunos fazerem o mesmo.

Ao final, cortou as maçãs ao meio e mostrou como a que foi hostilizada estava machucada e apodrecida, enquanto a outra estava intacta. A metá-fora foi: “é assim que o seu colega se sente quando você zomba dele”.

P E RC E B E R CO M O O S

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E N T E N D E R Q U E TO D O S T E M O S N EC ES S I

DA-D ES E, P O R I S S O, DA-D E V E M O S R ES P E I TA R A S

D O S O U T RO S CO M O S E FO S S E M N O S SA S.

Muitas vezes as crianças ainda não desenvolveram um senso de coletivi-dade. Elas podem pensar de forma individual. Para demonstrar que todos temos necessidades, existe uma outra atividade simples que é bastante conhecida, mas pode ter um novo significado.

É a experiência onde você coloca um grão de feijão em um algodão umede-cido. Para que o broto cresça saudável, é necessário que ele receba água e luz do sol. No entanto, para o propósito almejado, é importante que se coloque simultaneamente dois brotos, um em cada copo ou garrafa de plás-tico, para que as crianças percebam a diferença.

Um deles será cuidado, com as dosagens necessárias de luz solar e água e o outro ficará esquecido em um lugar escuro. Mostre que o broto que teve suas necessidades atendidas, cresceu forte e saudável, mas o outro, não conseguiu prosperar.

Explique que, assim como os brotos, todos nós temos necessidades e que elas são essenciais para o nosso desenvolvimento. Entender as nossas neces-sidades e a dos outros é importante para todos.

A Comunicação Não-Violenta é, em essência, uma forma de nos conectarmos com os outros e de os respeitarmos independente de quem sejam. Ensinar esse entendimento ainda na infância certamente fará com que as crianças se relacionem melhor no presente e também que carreguem essa compre-ensão para o futuro. Vamos começar desde já? =)

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Referências

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