Cliford Geertz - “Uma Descrição Densa: Por uma Teoria Cliford Geertz - “Uma Descrição Densa: Por uma Teoria
Interpretativa da Cultura” Interpretativa da Cultura” A
A episepistemotemologia de logia de GeertGeertz z se desenvose desenvolveu como lveu como um contrapontum contraponto o aoao modelo estrutural Levi-straussiano. Para o estruturalismo, o conhecimento modelo estrutural Levi-straussiano. Para o estruturalismo, o conhecimento deveria originar-se da elaboração de conceitos abstratos que explicariam, deveria originar-se da elaboração de conceitos abstratos que explicariam, de
de modmodo o homhomogogneoneo, , os os divdiversersos os concontetextoxtos s ememp!rp!ricos icos obsobservervadoados s pelpeloo analista. "# o vi$s interpretativo, propagado por Geertz, baseava-se na ideia analista. "# o vi$s interpretativo, propagado por Geertz, baseava-se na ideia de
de que que a a comcomprpreeneensão são dos dos %e%en&mn&menoenos s socsociais iais devdeverieria a parpartir tir dos dos cascasosos concretos - da empiria - atrav$s dos quais a elaboração de teorias amplas concretos - da empiria - atrav$s dos quais a elaboração de teorias amplas seria poss!vel.
seria poss!vel.
'm ()ma *escrição *ensa+ Por uma eoria nterpretativa da ultura/ 'm ()ma *escrição *ensa+ Por uma eoria nterpretativa da ultura/ -
- priprimemeiro iro capcap!tu!tulo lo da da obrobra a ((A A ntnterperpreretaçtação ão das das ululturturas/ as/ - - GeGeertertz z sese prop0e, em termos gerais, lançar novas bases para a constituição do saber prop0e, em termos gerais, lançar novas bases para a constituição do saber ant
antroropolpol1gi1gicoco. . 2es2este te sesentintido, do, o o autautor or tratrata ta da da esespecpeci3ci3cidaidade de da da culculturturaa como ob4eto de an#lise da antropologia, da sua natureza enquanto conceito como ob4eto de an#lise da antropologia, da sua natureza enquanto conceito antropol1gico e das peculiaridades do
antropol1gico e das peculiaridades do %azer etnogr#3co.%azer etnogr#3co.
5 autor inicia suas re6ex0es questionando a validade da aplicação 5 autor inicia suas re6ex0es questionando a validade da aplicação universal de conceitos cient!3cos para a explicação de diversos %en&menos. universal de conceitos cient!3cos para a explicação de diversos %en&menos. Ao combater a versatilidade do uso destes conceitos, a3rmando que eles Ao combater a versatilidade do uso destes conceitos, a3rmando que eles não são pass!veis de explicar tudo o que $ humano, Geertz de%ende o não são pass!veis de explicar tudo o que $ humano, Geertz de%ende o em
empreprego go limlimitaitado do do do conconceiceito to de de culculturtura a parpara a a a #re#rea a da da AntAntroropolopologiagia,, tor
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2o intuito de superar o uso corrente do conceito de cultura 2o intuito de superar o uso corrente do conceito de cultura estrutural-%%ununccioionanalilisstata, , vvisistto o cocommo o ((aqaqueuele le totodo do ccomomplpleexxoo//, , quque e inincclului i osos comportamentos universais das sociedades humanas, Geertz observa na comportamentos universais das sociedades humanas, Geertz observa na cultura o seu car#ter (semi1tico/. omo @ax eber, Geertz acredita que o cultura o seu car#ter (semi1tico/. omo @ax eber, Geertz acredita que o homem $ um animal amarrado a teias de signi3cados que ele mesmo teceu homem $ um animal amarrado a teias de signi3cados que ele mesmo teceu e, a cultura, seria essas teias e a sua an#lise. 'm suma, ela não seria uma e, a cultura, seria essas teias e a sua an#lise. 'm suma, ela não seria uma cincia experimental em busca de leis, mas uma cincia interpretativa B cincia experimental em busca de leis, mas uma cincia interpretativa B procura do signi3cado
procura do signi3cado 7G''87G''89, :;<=, p.:C?.9, :;<=, p.:C?.
Geertz indica que para compreender a cincia antropol1gica não $ Geertz indica que para compreender a cincia antropol1gica não $ su3ciente debruçar-se sobre os seus resultados, suas teorias ou inteirar-se su3ciente debruçar-se sobre os seus resultados, suas teorias ou inteirar-se do que os seus entusiastas %alam sobre ela.
do que os seus entusiastas %alam sobre ela. Para isso, $ necess#rio observarPara isso, $ necess#rio observar o que os seus praticantes %azem+ a etnogra3a, um es%orço elaborado para o que os seus praticantes %azem+ a etnogra3a, um es%orço elaborado para um
uma a ((dedescscririçãção o dedensnsa/a/, , cucu4o 4o obob4e4eto to seseriria a a a anan#l#lisise e (d(da a hihiererararququiaia estrati3cada de estruturas signi3cantes, em termos das quais, segundo o estrati3cada de estruturas signi3cantes, em termos das quais, segundo o ex
exememplo plo exextratra!do !do de de GilGilberbert t 88DleDle, , os os tiqtiques ues nernervosvosos, os, as as pispiscadcadelaelas, s, asas %alsas piscadelas, as imitaç0es, os ensaios das imitaç0es são percebidos e %alsas piscadelas, as imitaç0es, os ensaios das imitaç0es são percebidos e interpretados/. 7G''8
interpretados/. 7G''89, :;<=, 9, :;<=, p. :<?.p. :<?.
Ao observar a cultura como um texto, Geertz sugere que %azer a Ao observar a cultura como um texto, Geertz sugere que %azer a etnogra3a $ como tentar ler E no sentido de (construir uma leitura de/ E um etnogra3a $ como tentar ler E no sentido de (construir uma leitura de/ E um manuscrito estranho, desbotado, cheio de emendas suspeitas e
tendenciosos, escrito não com os sinais convencionais do som, mas com exemplos transit1rios de comportamento modelado 7G''89, :;<=, p. F?.
Geertz polemiza acerca do car#ter ob4etivo ou sub4etivo da cultura. Ao combater as proposiç0es da etnocincia E antropologia cognitivaHpsicol1gica E que percebe a cultura como uma mani%estação sub4etiva da mente humana, o autor en%atiza a sua essncia pIblica, a3rmando que os signi3cados dos comportamentos são compartilhados pelos indiv!duos que convivem em determinados contextos.
A etnogra3a, segundo Geertz, tem como 3m situar o pesquisador entre os nativos, sem que para isso ele tenha a pretensão de tornar-se um deles. 5 que se pretende $ conversar com eles, alargar o universo do discurso humano. 2este particular, a cultura se desvencilharia da sua tendncia hegem&nica e abriria espaço para a audincia das vozes dos nativos, possibilitando a compreensão dos signi3cados das suas condutas atrav$s dos seus pontos de vista particulares.
*este modo, Geertz nos orienta a tratar as descriç0es etnogr#3cas como (construç0es de construç0es/ dos nativos, encaradas em termos das interpretaç0es Bs quais pessoas de uma denominação particular submetem suas experincias. Assim, os textos antropol1gicos seriam interpretaç0es de segunda e de terceira mão E somente o (nativo/ %az interpretação de primeira mão E são 3cç0es, algo constru!do, modelado 7G''89, :;<=, p. FC-FJ?.
A descrição densa, para Geertz, possui quatro caracter!sticas principais+ $ interpretativa, interpreta o 6uxo do discurso social, 3xa-o em suportes pesquis#veis com o intuito de salv#-lo da extinção e $ microsc1pica. Para esta Iltima propriedade, o autor estabelece que por meio da an#lise emp!rica extensiva de contextos circunscritos - de assuntos extremamente pequenos-, a Antropologia acessa grandes temas e realiza an#lises mais abstratas. (5s antrop1logos não estudam as aldeias K... eles estudam nas aldeias/. 7G''89, :;<=, p. MF?.
Geertz observa a Antropologia nterpretativa como um conhecimento cient!3co não-cumulativo, em perp$tua construção, cu4os resultados são %requentemente contest#veis. Negundo o autor, o progresso da cincia não se d# atrav$s do consenso relacionado Bs pesquisas anteriores, mas por meio do debate e contestação das in%erncias estabelecidas.
Portanto, os pressupostos te1ricos de Geertz colaboraram para a renovação da cincia antropol1gica contemporOnea. Alvo de apreciaç0es que a rotulavam como perspectiva acr!tica E ela obscurecia as mazelas vivenciadas pelos grupos nativos E e da acusação de promover (racismo Bs avessas/ E a valorização da cultura alheia como crit$rio para o 4ulgamento pessimista da sociedade ocidental E a antropologia de Geertz revelou, na realidade, os meios poss!veis para a superação da tendncia etnocntrica que ainda vigorava na pr#tica antropol1gica.
Por Diogo Monteiro
*ispon!vel em+ http+HHdialogosantropologicos.blogspot.com.brHF:MHJHuma-descricao-densa-por-uma-teoria.htmlQ
G''89, liRord. )ma *escrição *ensa+ Por uma eoria nterpretativa da ultura. n+SSSSS. A interpretação das culturas. 8io de "aneiro+ 9ahar 'ditores, :;<=. ap. :, p. :M->:.