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A Caçada. Jack Huddson. A Caçada Jack Huddson LIVRO FÍSICO ISBN CÓDIGO DE BARRAS

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“A Caçada”

Jack Huddson

LIVRO FÍSICO – ISBN – CÓDIGO DE BARRAS 978-65-00-13530-5

LIVRO DIGITAL - ISBN – CÓDIGO DE BARRAS

978-65-00-13531-2

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Capítulo 1.

comandante Hans Rösing recebeu ordens de Berlin para se posicionar nas coordenadas enviadas através da nova máquina Enigma. O U-5000 estava submergido e silenciosamente cruzava o mar para a posição ordenada enquanto os preparativos de lançamento da W3 Naval foram iniciados. A ordem de ataque indicava a base aérea da RAF em Oxford, Grã-Bretanha, onde um bombardeiro B-29 norte-americano aguardava ordens para ser armado com uma bomba de destruição em massa e como alvo: Berlin.

Os britânicos estavam ávidos por deter a incursão de um comando militar das forças especiais alemãs em seu território e através do eficiente serviço de inteligência mantinham o investigador britânico Arthur Prince no encalço do comando alemão que desembarcou na praia de Bournermounth a leste da Baia de Poole. Aqueles homens letais tinham impingido baixas militares e civis. Eles seguiram para Oxford após passarem por vários povoados. A frente do comando alemão estava o Major Max com uma missão a ser executada enquanto a inteligência alemã infiltrada em território britânico aguardava o desfecho da ação militar. O comando alemão alcançou as imediações da cidade de Oxford e com a missão de deter o B-29, sem antes terem explodido e descarrilado um trem com passageiros a poucos metros da estação daquela importante

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3 agudos das vítimas.

O U-5000 rumava para a posição de lançamento aguardando a ordem definitiva caso a incursão militar fosse mal sucedida. As decisões de Berlin dependiam dos resultados da missão do comando alemão em Oxford. A inteligência alemã acompanhava o bombardeiro B-29 norte-americano desde a saída da ex-colônia britânica até a chegada à base aérea britânica. Hans e através do Primeiro Oficial Rudolf ordenou Defesa II e submergir para cento e cinquenta metros abaixo da superfície do mar. Os homens sabiam o significado daquela condição e os preparativos de lançamento foram iniciados e sete homens bem treinados pela primeira vez se deparavam com uma situação real e quase abstrata.

O submarino alemão estabilizou na profundidade de submersão, seguidamente foi ordenado aumentar a rotação dos três potentes motores e ganhando velocidade o U-5000. O novo designer do casco e desempenho das hélices oferecia ao novo submarino alemão a capacidade única de performance ainda não vista pelos Aliados, além de manter quase o dobro de homens a bordo em relação a um u-boat alemão antigo. Os novos modelos de torpedos foram projetados para alcance superior, aquele gigante do mar era subdividido em três andares oferecendo espaço e segurança.

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dos mares era supostamente desconhecida representava um conjunto inovador de ideias fantásticas com conceitos novos de combate com submarinos, composta por dimensões confundindo o inimigo. Quanto os Aliados dariam pela oportunidade de colocar as mãos naquela engenhosidade humana? O quanto estava em jogo por aquela inigualável belonave das profundezas? O navio de batalha Bismarck, adormecido no fundo do Oceano Atlântico invejava aquele irmão dos mares.

O que os olhos dos homens não vêm, gera a dúvida e medo. O U-5000 significava o inexistente, uma ameaça desconhecida e mortal a qualquer nação. Aquele submarino poderia determinar a hegemonia dos mares e de um sistema político, assim como mudar o curso da guerra e em definitivo o equilíbrio do poder mundial.

O comandante Hans foi informado que estavam a dez minutos das coordenadas de lançamento. O U-5000 para efetuar o lançamento da W3 Naval tinha que emergir, pois, era uma imposição operacional e sem dúvida o “Calcanhar de Aquiles” do submarino, mesmo que camuflado pelas puras águas do oceano. Os engenheiros e técnicos não desvendaram a tecnologia segura e capaz para efetuar o disparo submergido. O submarino alemão dispunha de dois tubos de lançamentos independentes e cada um com uma W3 Naval e não eram recarregáveis em alto mar. O idealizador daquela arma e sua equipe não

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do magnífico submarino alemão na superfície do mar.

- Comandante, estamos a cinco minutos das coordenadas – informou o Primeiro Oficial Rudolf.

- Ciente. Como estão os procedimentos? – perguntou Hans.

- Tudo pronto – respondeu Rudolf.

- Excelente. Você sabe o que significa isto? Refiro-me ao comando que desembarcou há alguns dias - perguntou Hans.

- Será que há alguma relação com os Black Knife? – perguntou Rudolf.

- Não sabíamos qual era a missão deles, mas sabemos que a ordem descrevia a base aérea de Oxford – respondeu Hans.

- Acertaríamos alguns aviões, danificaria um hangar ou parte da pista de decolagem. O que o senhor acha? – perguntou Rudolf.

- Não creio, deve ser algo bem mais significativo. Aqueles Black Knife não estavam para brincadeiras – respondeu Hans.

- Isso é certo. O quê de tão importante os levariam até lá? – perguntou Rudolf.

- Rudolf, olhe ao nosso redor. Você se imaginaria neste submarino no início da guerra? – perguntou Hans.

- Não, isso eu nunca imaginaria – respondeu pensativo Rudolf.

- As perdas humanas dos Aliados são incontáveis a cada dia. Eles mantêm os segredos deles também. Eu

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confessou que os norte-americanos estão perdendo homens na Ásia e Oceania como nunca imaginaram e os japoneses não dão descanso. Os norte-americanos procuram desesperadamente uma solução final - afirmou Hans.

- Uma solução final? O que eles pretendem? – afirmou Rudolf.

- Nenhum de nós sabe, assim como não sabemos o que irá atingir a nossa W3 Naval – afirmou Hans.

- E a frente soviética? – perguntou Rudolf quase que ingenuamente.

- As notícias não são boas. Os soviéticos avançam e empurram as nossas tropas, eles estão às portas das nossas fronteiras. As perdas navais são significativas, o reabastecimento é a cada dia mais precário, Lorient, Brest, La Rochelle, Bremen e Kiel sofrem bombardeios brutais. A população civil não é poupada. Em Lorient está ocorrendo uma carnificina, mas os Aliados perdem muitos bombardeiros nessas missões. As coisas estão difíceis – afirmou Hans.

- Nunca foi fácil. Nós, dos u-boats, sabemos disso – afirmou Rudolf com um sorriso.

- É verdade meu amigo. Somente Deus sabe – afirmou Hans com outro sorriso.

O U-5000 mantinha-se submergido sobre as coordenadas designadas a cento e cinquenta metros da superfície e aguardando as ordens, já era noite e um frio intenso sobre o mar, mas no interior daquele moderno e único submarino a temperatura estava estabilizada em

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perfeito. O jantar era servido em um refeitório amplo e organizado por horários rígidos enquanto o pessoal da cozinha atendia os tripulantes de forma disciplinada e lógica. A tripulação cumpria escalas de serviços, assim como horários de revezamento para as refeições e descanso. O espaço interno do U-5000 impressionava, assim como sua capacidade de combate e defesa.

Rudolf exigia inspeções diárias do novo Segundo Oficial Sven, o qual mantinha o seu superior informado e atualizado. O desempenho dos submarinistas era satisfatório e a tripulação do comandante Günter Hessler do U-107 que se juntou a tripulação do comandante Hans do U-48 estava integrada de forma disciplinada. O interesse pelo novo submarino desviou a atenção deles e evitando qualquer animosidade, todos perceberam rapidamente que apesar da modernidade que se apresentava e de forma inesperada, a integração era vital ao desempenho de suas tarefas e a sobrevivência.

Sobre a superfície fria do mar o dia decisivo amanheceu e as equipes de serviço repassavam o status das suas posições disciplinadamente aos seus companheiros que os substituíam. O Comandante Hans bebia café no

deck de comando com seu chefe da casa das máquinas. Ele

comentava a respeito da capacidade extraordinária dos motores ao extrair as rotações com facilidade, sem ruídos e evitando ser detectado pelos sonares Aliados. O U-5000 era um fantasma com uma sombra mortal ao inimigo. A

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perigosa como à mão da Morte e eficiente como um raio. Os compartimentos da energia primária eram vedados aos seres humanos, além da observação sempre atenta com a temperatura dos reatores atômicos.

O Operador de Rádio se aproximou deles e entregou uma mensagem codificada. Hans colocou a sua caneca com café quente sobre a mesa dos mapas. Ele pegou o papel calmamente mantendo o seu olhar no Operador de Rádio. A ordem veio de Berlin e nela estava a autorização para atacar os navios Aliados militares, mas deveria manter a identidade secreta do submarino e retornar a Kiel assim que fosse ordenado.

- Voltamos à ativa – afirmou Hans para Rudolf que acabara de chegar ao deck de comando com o Sven após uma inspeção de rotina.

- Como? O senhor está brincando? – perguntou Rudolf surpreso.

- Vamos caçar – afirmou Hans.

- Os rapazes já estavam impacientes – respondeu Rudolf.

- Todos nós – respondeu Hans enquanto o chefe das casas das máquinas deixava o deck de comando sorridente.

- Creio que o comando Black Knife teve sucesso na missão – afirmou Rudolf.

- É possível. Tudo pode acontecer inclusive nada! – exclamou Hans ordenando a seguir profundidade de periscópio.

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baixo e até as mãos de Hans, aquele era mais uma inovação que podia ser inibida a partir do deck de comando, enquanto o operador de rádio acompanhava através de um pequeno display as atividades na superfície do mar, a partir do visor do periscópio Hans obtinha dados imediatos de qualquer navio na superfície, distância e velocidade de deslocamento, podia enxergar através de densos nevoeiros sobre a superfície do mar, era a mais espetacular inovação de visão noturna chamado de “Cats Eyes”. O U-5000 era a realidade juliuvernesca.

A partir daquele momento os homens do U-5000 comandados por Hans Rösing foram adquirindo experiência em missões após missões. A velocidade de deslocamento do submarino alemão permitia alcançar pontos no cenário de guerra sem precedentes. Os navios Aliados eram surpresos e alcançados com facilidade. As escoltas militares eram simplesmente ineficazes invertendo o quadro de batalha de escoltas caçadoras para caçados.

A distância de disparo dos torpedos do U-5000 cobria um raio de ação confundindo os navios de batalha dos Aliados. A velocidade dos torpedos e capacidade explosiva era suficiente para levar ao fundo do mar um encouraçado com um único torpedo. As dimensões e designer daquele “mistério do mar” não eram compreendidas ainda pelos comandantes Aliados em ação. A camuflagem sobre o manto da tecnologia representava um segredo cobiçado.

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experimentadas pelo homem, permanecia oculto se deslocando e aparecendo em outro ponto do vasto oceano, impingindo derrotas ao poderio naval Aliado, enquanto o submarino alemão imbatível caçava o tempo passava rapidamente. Eles foram acumularam semanas após semanas. Hans acompanhava as notícias de Berlin e os fronts de batalha. As tropas norte-americanas e britânicas desembarcaram pelas praias de Normandia ao norte da França e avançando em arco para o leste. Os soviéticos em direção ao oeste e penetraram o território alemão, mas a resistência das tropas especiais alemães tentavam conter o avanço brutal dos soviéticos.

Não havia mais dúvidas, Berlin estava para cair nas mãos dos soviéticos. O que sobraria da Alemanha? Hans não depositava esperanças em reverter à balança da guerra a favor da Alemanha. O U-5000 não os salvaria da derrota. As hordas do leste eram impiedosas e Stalin devolvia ao povo alemão a morte vestida na cor vermelha, à mesma oferecida pela máquina de guerra alemã em 1941, porém, em outras cores.

Nas anotações pessoais de Hans escreveu: “o nosso

exército foi além das fronteiras imaginadas e na mesma direção que Napoleão escolheu. Não percebo como manter a máquina de guerra em pleno funcionamento e atender o consumo de provisões, armamentos, combustível e disposição de tropas neste front de batalha, o qual se tornou a cada dia um desafio inalcançável. O frio, a lama,

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diabólica e inexpugnável”.

Ele imaginava esta situação no front soviético, pois em uma de suas leituras noturnas quando rapaz teve o interesse pelas guerras napoleônicas. Para ele não seria diferente, agora que o exército alemão recuava para dentro da própria Alemanha e nos momentos de solidão em sua confortável cabine ele se perguntou: Como seria a Alemanha ocupada? O que seria reservado ao povo alemão? Àquelas eram perguntas que o tempo responderia, mas naquele momento servia como incógnita e uma tortura psicológica massacrante.

O comandante do mais moderno submarino alemão levantou-se da cama e permaneceu sentado sobre ela. Os seus olhos vagavam em uma interrogação intrigante, complexa e perigosa. U-5000 era um alvo, um alvo de conhecimento e tecnologia, porém, eles eram os “operadores experientes” e com certeza os Aliados o desejavam, assim como desejavam os homens que criaram aquela arma submarina única.

- Comandante Hans – bateu a porta da cabine o Primeiro Oficial Rudolf.

- Pode entrar. O que foi? – perguntou Hans.

- Recebemos esta mensagem de Berlin. É urgente – afirmou Rudolf com os olhos atentos e sobressaltados.

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Naval Alemão e com certeza colocava Hans em uma missão em direção à morte, mas não há escolhas quando se recebem ordens militares.

- E o que estamos esperando? Esta guerra ainda não terminou, ordens são ordens – respondeu Hans com firmeza e decisão.

- Sim, senhor – respondeu Rudolf girando sobre seus calcanhares em direção ao deck de comando.

O comandante alemão saiu de sua cabine vestido de seu suéter castanho escuro de gola alta e o tradicional chapéu com a insígnia da marinha alemã, além da barba bem feita com navalha. Ele olhou com atenção para cada homem pelo qual passou até o deck de comando. A nova proa ordenada por Rudolf deixava-os preocupados, mas eram ordens. A tripulação do U-5000 percebeu o gigante manobrando. A notícia tomou conta de cada mente. Era impossível exprimir aquele momento em cada um deles, pois sabiam que a Alemanha estava aniquilada e todos olhavam para cada minuto com incerteza, mas confiante em seu comandante, pois era a única esperança deles.

O comandante do U-5000 conhecia o poder de fogo daquele gigante dos mares, assim como das limitações operacionais e não havia como detê-lo, mas em batalhas ocorrem situações quase que inexplicáveis apesar dele ser um comandante experiente, e nesse momento se lembrou do destino do navio de batalha Bismarck, o qual foi

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13 maio de 1941.

Hans impunha uma rígida disciplina de seus comandados, sendo uma ferramenta de valor inestimável e principalmente em horas críticas, apesar de Berlin se cobrir de inúmeras incertezas, pois os ataques das tropas soviéticas eram a cada dia mais ferozes. Era uma luta de rua em rua, de casa em casa, de prédio em prédio, além de um custo humano impagável, enquanto alguns tanques Panzer IV enfrentavam os temidos T-34 soviéticos com sua blindagem de setenta milímetros e um canhão calibre setenta e seis milímetros. A artilharia alemã era posicionada a disparar contra qualquer resistência ao avanço do Exército Vermelho, pois a ordem era aniquilar o inimigo a qualquer custo, mas a Alemanha sucumbia.

Em trincheiras improvisadas por homens, mulheres e crianças se aventuravam a enfrentar as hordas do leste com armamento antitanque oferecendo uma resistência solúvel a passagem da máquina de guerra de Stalin. Os atiradores se posicionavam a procura de soldados soviéticos incautos, levando suas vidas ao encontro do Criador ou de seu Opositor. A cada dia as restrições à sobrevivência humana eram de peso avassalador e retirando a esperança de estancar o avanço do inimigo, enquanto ruínas se aglomeravam entre fumaça e fogo. Disparos eram escutados a todo o momento, projéteis de artilharia se precipitavam como pingos de chuva sem saber exatamente onde caiam, era o final do mês de abril de 1945, o mês de aniversário de Hitler e o início do fim do Terceiro Reich.

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bombardeios. Os Aliados decidiram bombardear indiscriminadamente Bremem, Dresdem e outras cidades alemãs. A morte campeava e nenhum prédio resistiu a tais bombardeios, além do sofrimento da população civil. A derrotar da Alemanha era uma decisão e destruí-la era a vingança desejada.

O front ucraniano comandado pelo Marechal Ivan Konev e o front bielo-russo condado pelo Marechal Gregory Zhukov receberam prioridade em abastecimentos de suprimentos, equipamentos militares e homens. Os exércitos soviéticos avançavam quase que em linha reta contra Berlin. O plano soviético era um ataque em conjunto e simultâneo e ao exército alemão não restava alternativa que abandonar a defesa das margens do rio Oder sob o comando do General Gotthard Heinrici e concentrar de forma estratégica a defesa nas Colinas de Seelow com artilharia pesada, além da visão privilegiada do campo de batalha. A defesa de Berlin somava-se o Terceiro Exército Panzer comandado pelo General Hasso Von Manteuffel com ordens de enfrentar e deter o avanço do Marechal Zhukov e as suas Katyushas. O General Heinrici tecia uma armadilha mortal aos soviéticos entre o rio Oder e as Colinas de Seelow.

O comandante Hans do U-5000 recebeu ordens de alcançar o porto de Kiel com promessas de reabastecimento completo, as ordens incluíam que nenhum membro da tripulação poderia deixar o submarino, somente

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Kiel à sorte das atenções dos Aliados.

- Comandante Hans há um navio de batalha britânico a quinze milhas a nordeste da nossa posição - informou Rudolf olhando fixamente para o seu comandante.

- Está com escolta? – perguntou Hans. - Não – respondeu secamente Rudolf.

Naquele momento Hans olhou para as suas novas ordens enquanto os homens aguardavam uma decisão dele, pois um navio de batalha era sempre um enigma difícil de enfrentar, uma presa difícil de executar, uma incógnita. O comandante do U-5000 tinha o fator surpresa, o mesmo que muitos outros comandantes se beneficiaram em suas temidas e macabras estratégias impiedosas sob a proteção do vasto oceano. Ele, naqueles segundos decisivos divagou a sua mente pelas suas leituras das estratégias arquitetadas com genialidade por comandantes franceses e britânicos, porém, os seus nomes nunca esquecidos pela história naval mundial, Lord Nelson e Charles de Villeneuve sendo outros domínios dos mares à época, mas o objetivo máximo dos homens da guerra é vencer.

Hans mais uma vez olhou suas ordens percebendo a disposição de batalha em seus homens e voltou o seu olhar para a mesa de mapas onde acabara de verificar a posição.

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aos seus postos de batalha – afirmou secamente Hans.

- Todos aos seus postos de batalha. Agora – confirmou Rudolf.

O U-5000 se preparava para enfrentar um temido cruzador britânico dos mares. Aquele era o Prince of England comandado por um homem severo e de poucas palavras e sem nenhuma derrota em combate. Hans Rösing sabia que a guerra estava para acabar e ser um sobrevivente das investidas dos u-boats e outras armadilhas era um feito militar, porém, Edward Smith estava no comando do Prince of England, um demolidor dos mares, afinal tratava-se da armada britânica, a mais temida dos mares.

O fantasma das profundezas se manteve a quinhentos metros de profundidade e decidiu emergir até a profundidade de periscópio. Hans passou a observar o navio de batalha britânico e com cautela ordenou preparar o tubo de torpedo número um e imediatamente à ordem ecoou pelo submarino alemão. O navio de batalha britânico não se deslocava com rapidez, mas Hans desconfiou quando o cruzador Prince of England manobrou para bombordo em relação à posição do U-5000. O cruzador britânico aumentou a velocidade de deslocamento e parecia saber o que desejava ao gira para o norte e com velocidade surpreendente, quando do convés de proa a estibordo do navio foram deferidos quatro disparos com os canhões calibre duzentos e cinquenta milímetros que “cuspiram” as suas cargas mortais em uma sequência assustadora a

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17 britânico entrou em batalha.

O comandante Edward Smith foi alertado da presença de inimigo e sem perder tempo e a calma ordenou posição de batalha aos homens do Prince of England, enquanto Hans insensatamente manteve o periscópio espionando o cruzador e a procura do alvo dos disparos do britânico.

- Torpedo na água – gritou o Operador de Radio do U-5000.

- Qual a posição? É dos nossos? – perguntou Hans recolhendo o periscópio.

O cruzador britânico mantinha fogo cerrado e executando uma manobra ousada, mas desesperada. Os seus potentes motores se debatiam ferozmente tentando se desvencilhar do torpedo inimigo. O comandante Edward Smith com as suas mãos cruzadas atrás e olhar gélido dava o tom da batalha. Os disparos do cruzador britânico distorciam o tempo com um ruído a estremecer o fundo do oceano. Ele ordenou velocidade máxima e a casa das máquinas respondeu com os dois motores com uma batida seca. “As galês” lutavam para manter o cruzador fora do alcance fatal do torpedo inimigo e se esquivar definitivamente.

O Operador de Rádio do U-5000 alertou que mais um torpedo estava na água e disparado de outra posição em

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boats estavam “caçando” o britânico com as suas últimas armas. Ele sabia que era suicídio. Quando de forma inesperada do norte surgiram dois destróieres britânicos com os seus motores a toda máquina à frente. Os postos de batalha foram cobertos e os canhões prontos aguardando alcançar a distância efetiva dos disparos.

O segundo torpedo procurava a proa do cruzador britânico quando o primeiro torpedo passou a poucos metros da belonave. Hans presenciava possivelmente a última Wolf Pack de sua vida. Não contra navios cargueiros e escoltas, mas contra um cruzador. Contra um cruzador matador britânico.

Os dois destróieres britânicos alcançaram rapidamente o cenário de batalha. O segundo torpedo foi esquivado com maestria também após o comandante britânico manobrar o seu navio d batalha com a mesma maestria de um veleiro Clipper Cutter.

O comandante Edward Smith era neto do comandante do Clipper Cutty Sark construído em 1869 em Dumbarton, no rio Clyde e no estaleiro Scott & Linton na Escócia. O nome Cutty Sark era o nome fictício de uma bruxa dançarina do poema cômico de Robert Burns publicado em 1791.

O Clipper Cutty Sark foi destinado ao transporte de chá entre a China e Grã-Bretanha. O avô de Edward Smith

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chamada de “Corrida do Chá”. Entre uma caneca de cerveja e outra, o velho comandante contou ao seu neto que o veloz Clipper Cutty Sark foi ultrapassado pelo

Clipper Thermopylae após largarem juntas do porto de

Xangai, China, em 18 de junho de 1872, mas a verdade foi que, o Clipper Cutty Sark estava na vantagem, mas foi ultrapassado duas semanas depois pelo adversário, pois sofreu avarias no timão ao passar pelo Estreito de Sunda.

O Clipper Cutty Sark chegou a Londres em 18 de outubro de 1872 e exatamente uma semana após o rival, mas permaneceu na história naval como o comandante que navegou com um timão improvisado até um porto para reparos. O comandante Edward Smith recebeu os ensinamentos de seu avô de que: “uma vitória pode vir por diferentes formas, algumas vezes é necessário dar um passo atrás para dar dois passos à frente, ou mais”.

O fogo cerrado e maciço do cruzador britânico impôs aos u-boats o inevitável, pois agora eram caçados ferozmente pelos destróieres britânicos. Hans sabia do castigo que seria imposto aos seus companheiros e sem misericórdia. O cruzador britânico silenciou os seus canhões enquanto o seu comandante permanecia frio e calado. Edward Smith aguardava dos destróieres a confirmação da caçada e destruição dos atrevidos alemães. As cargas de profundidades castigavam a pele dos u-boats.

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navios de batalha britânicos. Havia tensão no deck de comando. Rudolf se aproximou de Hans.

- Eles vão massacrá-los – afirmou Rudolf mordendo os próprios lábios.

- Eu sei – respondeu Hans.

- Se me permite! – exclamou Rudolf, mas interrompido pelo Operador de Rádio.

- Mensagem urgente de Berlin – afirmou o Operador de Rádio.

Hans recebeu a mensagem com frieza e nenhuma palavra foi pronunciada por ele. O deck de comando estava em uma situação ímpar e cabia ao comandante decidir.

- Qual a posição do cruzador britânico? – perguntou Hans.

- Está afastado há sete milhas mantendo-se com proa norte e os motores em baixa rotação – afirmou o Operador de Rádio.

- Quarenta e cinco graus a bombordo. Agora! – ordenou Hans enquanto Rudolf repetia a ordem.

O U-5000 abriu o flanco para a esquerda e a bombordo estava o cruzador britânico. Hans Rösing procurava executar o inimigo de forma “indolor” enquanto flanqueava sorrateiramente o poderoso navio britânico.

Hans procurava a lateral daquele demolidor dos mares e evitar uma manobra evasiva do inimigo. A escolha

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