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Versão em Português por Luís Manhiça Oficial de Informação/ SANASO

Envolvimento e Participação da Sociedade Civil nos Processos em

direcção ao Acesso Universal na África Austral – Uma Posição

Comum

Nairobi, 26 de Maio de 2008

Região em Crise

A África Austral é o epicentro da epidemia do HIV/SIDA. É a região mais afectada pelo virus em todo o mundo, o que tem sido testemunhado pela significativa deterioração do estado de saúde e de desenvolvimento das populações da região. Apesar da desgraça e do peso da epidemia, a voz das Organizações da Sociedade Civil (OCS’s) na região continua significativamente ausente dos forums internacionais e regionais.

Por isso, foi reconhecido no encontro que existe a necessidade de uma contribuição mais significativa, auscultação adequada e preparação entre as OCS’s da região. Portanto, enquanto organizações representando diversos sectores da Sociedade Civil, reunimo-nos para reflectir, rever, e dialoguar de modo a que se alcançe um posicionamento comum no contexto da preparação da próxima Reunião Especial da Assembleia Geral das Nações Unidas para HIV/SIDA (UNGASS, sigla em Inglês), com realização prevista para Junho de 2008.

Os objectivos primários deste encontro preparatório podem ser especificados conforme se indica abaixo:

 Partilhar experiências dos países e perspectivas das OCS’s da região com relação ao progresso das respostas ao HIV/SIDA;

 Identificar e capitalizar oportunidades de advocacia aonde as OCS’s da região possam contribuir efectivamente vozes para debates;

 Consolidar as diferentes perspectivas da região tendo em vista o Reunião do UNGASS 2008;

 Concordar a elaboração de um documento referente a adopção de um posicionamento comum das OCS’s da região no âmbito do UNGASS 2008. Tomar-se-a como base as experiências apresentadas nos relatórios dos países participantes;

 Desenvolver uma compreensiva estratégia de advocacia para as OCS’s da África Austral.

Dos dez (10) países da região que formalmente submeteram Relatórios dos países a respeito do UNGASS, notamos com apreciação que se registaram progressos assinaláveis em termos do aumento de serviços de Prevenção, Tratamento, Apoio e

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Cuidados dirigidos àqueles que necessitam. Maior parte dos governos na região tem demonstrado grande compromisso e liderança neste aspecto, facto evidenciado pelo recente estabelecimento de Quadros Estratégicos e Melhoria da Coordenação das Respostas Nacionais ao HIV/SIDA. Para além disso, recursos financeiros para respostas nacionais multi-sectoriais tem continuado a conhecer aumentos. Apesar deste progresso, o grupo das OCS’s que participou neste encontro preparatório regional para o UNGASS 2008, identificou os seguintes desafios/ e lacunas como entraves ao alcance do Acesso Universal na região.

1. Envolvimento Limitado da Sociedade Civil nos Processos de Monitoria do UNGASS

Desde a Reunião de Alto Nivel do UNGASS de 2006, número considerável de países da região Austral fortaleceram o envovimento das OCS’s nos processos de revisão, análise e compilação dos relatórios dos países. Neste caso particular, Zambia e Zimbabwe adoptaram estratégias que estimularam um consultação aberta entre representantes governamentais (Ministros) e Sociedade Civil. Contudo, maior parte dos países participantes no encontro sentem que a Sociedade Civil continua à parte dos processos nacionais no contexto dos indicadores previstos no UNGASS.

Assim, enquanto grupo das OCS’s da região recomendamos o seguinte:

 A Sociedade Civil precisa desenvolver por sí, capacidades de monitoria, análise, por forma a alimentar os mecanismos de Monitoria e Avaliação ao nivel nacional;

 Todos países deveriam ter um Grupo Técnico de Trabalho da Sociedade Civil, de modo a apoiar os processos nacionais dos países no contexto do UNGASS, e, que, seje representativo nos Conselho Nacionais de Combate ao SIDA (NAC, sigla em Inglês) aquando da compilação dos relatórios dos países;  Deveria existir uma forte voz de Pessoas Vivendo com HIV/SIDA (PVHS)

nos CNCS’s, para assegurar que os dados das OCS’s sejem adequadamente usados no quadro dos processos de Monitoria e Avaliação e relatórios para o UNGASS;

 Existe a necessidade de se fortalecer forums e parcerias para estimular a coordenação e engajamento das OCS’s;

 Ligações estreitas envolvendo OCS’s e parlamentares deveriam ser formadas, por forma a estimular o fluxo de informação, criação de consciência e monitoria de políticas;

 Governos e OCS’s deveriam estar ligados e coordenados por meio de planos e tratados internacionais assinados, e, deveriam informar adequadamente todos parceiros interessados a tempo sobre as datas dos relatórios, processos, etc (exemplo: UNGASS, CEDAW, Plano de Acção de Maputo, VAW – siglas inglesas).

2. Prevenção

O ano de 2006 foi identificado como sendo o ano da prevenção na região. Governos e OCS’s se compreteram a congregar esforços com focus na prevenção, ao mesmo tempo que, se mantinha o ênfase no sentido do acesso ao tratamento. Pese embora alguns países estejem a registar declíneos nas suas taxas de infecção, participantes do

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Encontro de Preparação regional para o UNGASS realçaram que as estratégias de prevenção prevalescentes não estão a surtir os efeitos desejados. Existe a urgente necessidade de aumentar intervenções de prevenção que produzam impacto. Para além de abstinência e provisão de preservativos, existe a necessidade de se prover uma série de medidas que possam fazer elevar a fidelidade, reduzir relações inter-gerações, e, relações com mais de um único parceiro. Maior parte dos países estão experimentando novas estratégias, tais como a circunscisão masculina. Do grupo das OCS’s da região, como estratégia de fortalecimento da componente prevenção se recomenda:

 Aumento de Programas de HIV e TB ao mesmo nível que as iniciativas de tratamento. Programas de prevenção precisam ser compreensivos e incluir outro grupo de estratégias;

 Existe a necessidade de identificar programas e serviços de prevenção de HIV que se concentrem em questões como desigualdade de género, com ênfase as necessidades da mulher, jovens e idosos;

o Isto inclui a realização de estudos sobre a circusncisão masculina e seu impacto na mulher, identificação de mais métodos de prevenção que possam ser controlados por mulheres, trabalho conjunto com profissionais de saúde para eliminação de estigma associado a jovens, mulheres e idosos que procurem por serviços de prevenção de HIV, e Serviços de Saúde Sexual e Reprodutiva.

 A informação sobre prevenção do HIV e TB precisa de estar largamente acessível nas diversas línguas relevantes. Tem se notado uma fatiga geral com relação as mensagens de HIV e TB, portanto, a informação e mensagens de HIV precisam ser desenvolvidas tomando em consideração a audiência alvo;  Acções de violência, violações sexuais e assalto contra mulheres precisam ser

referenciadas e tratados em termos fortemente adequados, especialmente no que tange ao componente HIV/SIDA. Existe a necessidade da adopção de leis e políticas que tem como base contextos reais, em prol da protecção dos direitos e integridade da mulher;

 Todos países precisam assumir o compromisso de desenvolver programas de prevenção do HIV direccionados a grupos vulneráveis e/ou os ‘de alto risco’. Como corolário, governos devem identificar barreiras legislativas que correspondam as necessidades de prevenção do HIV e serviços de saúde sexual e Reprodutiva (SSR) desses grupos;

 Como parte da estratégia de prevenção, existe a necessidade de se colocar ênfase no empoderamento económico da mulher, crianças e idosos através de políticas de protecção social, micro-finanças, direitos de propriedade ou transferências monetárias;

 É também preciso colocar ênfase na condução de estratégias de prevenção e mudanças de comportamento direccionadas a outras áreas de desenvolvimento (por exemplo, educação, sector privado, etc);

3. Tratamento e Cuidados

Na África Austral, tem havido um crescimento geral no que tange ao acesso ao tratameto para adultos vivendo com HIV. Contudo, nenhum dos países alcançou as metas previamente estabelecidas. Continua existir uma significativa porção de pessoas sem acesso suficiente ao tratamento e cuidados, conforme se evidencia pelas actuais

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taxas de mortalidade dos países da região. Uma preocupação particular, está na necessidade de prover tratamento e cuidados para crianças e idosos, que sejam HIV positivos.

Do grupo de OCS’s da região, se recomenda:

 O aumento do acesso contínuo aos serviços de cuidados requeridos por PVHS’s, independentemente da idade e sexo. Por continuidade de serviços entende-se como incluindo testes relevantes, profilaxia para Infecções Oportunísticas (IO) e TB, TARV, e apoio psico-social;

 O aspecto central para cuidados adequados de PVHS’s, é o acesso a boa qualidade de alimentação. Contudo, a região enfrenta uma elevada insegurança alimentar, o que compromete directamente o efectivo tratemento de PVHS’s. Existe a necessidade de desenvolver formas de tratamento que incluem o Apoio Nutricional;

 Estratégias regionais precisam ser estabelecidas tendo em questão a urgência em se assegurar a sustentabilidade do fornecimento de medicamentos Anti-Retrovirais na região. Os governos devem fazer melhor uso das flexibilidades existentes dentro do Acordo de Comércio relativo aos direitos de propriedade intelectual – TRIPS.

 Existe a necessidade urgente de se ter um protocolo regional de harmonização em questões de anti-retrovirais, de modo que, grupos nómadas, migrantes e refugiados tenham amplo acesso e direito ao tratamento;

 Fazer aumentar iniciativas de alfabetização sobre Tratemento na região, através de um amplo envolvimento de PVHS’s como educadores, bem como trabalhadores de saúde comunitária.

 Todos países preciam fixar estratégias que apoiem familias chefiadas por idosos e/ou crianças.

4. Grupos Marginalizados e Vulneráveis

Entre os países da região, há falta de dados indicativos relacionados a grupos vulneráveis e/ou de alto risco, que incluem homens que tem sexo com homens, prisioneiros, utilizadores de drogas injectáveis, e trabalhadoras de sexo comercial. Como resultado, número significativo de populações não está sendo abrangido pelos serviços de prevenção, cuidados e tratemento de HIV.

Do grupo das OCS’s da África Austral, se recomenda:

 Todos países precisam reconhecer diversidades de orientações sexuais entre suas populações, apontando barreiras legislativas e desenvolvendo programas que alcancem grupos de lésbicas, homossexuais, bissexuais, e transgeneros;  Todos países na região precisam estabelecer estratégias que abordem o uso de

drogas intravenosas;

 Mais especificamente, jovens, mulheres e idosos que usem drogas ou representem minorias sexuais precisam ter acesso a serviços relativos ao HIV;  Todos países precisam estabelecer programas para idosos, e, existe uma necessidade urgente de rever indicadores chaves abordados no UNGASS (particularmente, os números 7, 16 e 17) relativos às incorporações de idosos;  Todos países devem rejeitar políticas e leis que criminalizem o HIV/SIDA.

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Versão em Português por Luís Manhiça Oficial de Informação/ SANASO 5. Integração de Direitos de Saúde Sexual e Reprodutiva

Em muitos países da região, o HIV/SIDA tem sido abordado separadamente dos programas de saúde sexual e reprodutiva. O facto tem criado uma separação artificial de serviços de cuidados de saúde. Recomendamos que se ressaltem programas focailizados nos serviços de saúde sexual e reprodutiva para homens e mulheres. Isto deve incluir:

 Assegurar que todas mulheres HIV positivas tenham acesso aos Serviços de Saúde Sexual e Reprodutiva que ofereçam alta qualidade de aconselhamento e apoio, e, que facilite-as na tomada de decisões sobre planeamento familiar.  Fortalecimento de guiões sobre tratamento de mulheres adultas que incluam,

atenção as mulheres que se confrontem continuamente com questões de ligadas as suas escolhas (tratamento de regimes) – especialmente o facto de o primeiro regime de drogas ser contra-indicado à gravidez.

 Todas mulheres da região, independentemente do seu estado em relação ao HIV devem ter o direito de decidir sobre a condução ou interrupção da gravidez.

 Serviços de aconselhamento e Testagem Voluntária e de Infecções de transmissão sexual precisam ser divulgados e devem referir os riscos de violência contra as mulheres;

 Divulgação e abrangência de serviços de câncro de útero precisam ser incrementados;

 É preciso aumentar fundos dirigidos a desenvolver serviços de Saúde Sexual e Reprodutiva (SSR) com atenção especial as aspirações de fertilidade de casais portadores de HIV.

 Os programas regionais são precisos para providenciar serviços de HIV/SIDA – direitos de SSR para trabalhadoras de sexo comercial e populações nómadas; 6. Fortalecimento de Sistemas de Saúde

Para alcançar o impacto requerido e para abordar efectivamente a epidemia do HIV/SIDA na região, existe a necessidade geral de incrementar fundos e fortalecer os sistemas de saúde, incluindo formações de profissionais de saúde (bem como trabalhadores de saúde comunitária). Recursos e sistemas precisam de ser desenvolvidos para impulsionar os links entre a prevenção formal e comunitária, serviços de cuidados e tratamento.

Das OCS’s da região se recomeda:

 São precisos recursos para fortalecer respostas comunitárias à SIDA, abordando questões ligadas as mulheres, crianças e idosos;

 Identificar as crises de trabalhadores de saúde através do fortalecimento de recursos comunitários para ajudar a colmatar lacunas através da troca de tarefas;

 Os países de região precisam aasumir sua voz advocando para formações compensatórias, devido a perda dàqueles trabalhadores de saúde que tenham imigrado para países desenvolvidos. É necessária uma estratégia regional para mitigar migrações de trabalhadores de saúde;

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 Investimentos no futuro – relativos a programas de TB e HIV que tenham impacto, desenvolvimento de parcerias precisam ser levados em consideração a longo termo;

Enquanto OCS’s da África Austral, nós estamos comprometidos a trabalhar em parceria com os governos e todos parceiros para assegurar o alcance do acesso universal.

Referências

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