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DIREITO ELEITORAL DIREITO ADMINISTRATIVO

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Academic year: 2021

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Márcio André Lopes Cavalcante

DIREITO ELEITORAL

ELEIÇÃO SUPLEMENTAR

Ausência de responsabilidade civil por gastos decorrentes de eleição suplementar

O candidato ao cargo de prefeito que obtém o deferimento do registro de sua candidatura no juízo eleitoral de primeiro grau, mas, depois de eleito, tem o registro indeferido pelo TSE, não deve indenização à União por gastos decorrentes de eleição suplementar.

Entende-se que, neste caso, o candidato, ao tentar concorrer mesmo tendo sido impugnado, age no exercício regular de um direito, conduta que não configura ato ilícito indenizável (art. 188, I, do CC).

STJ. 1ª Turma. REsp 1.596.589-AL, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 16/6/2016 (Info 586).

DIREITO ADMINISTRATIVO

OAB

Inscrição na OAB de graduado em curso de Direito não reconhecido pelo MEC

A inscrição como advogado, nos quadros da OAB, de quem apresente diploma ou certidão de graduação em Direito "obtido em instituição de ensino oficialmente autorizada e credenciada" (art. 8º, II, do Estatuto da Advocacia) não pode ser impedida pelo fato de o curso de Direito não ter sido reconhecido pelo MEC.

STJ. 1ª Turma. REsp 1.288.991-PR, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 14/6/2016 (Info 586).

CÓDIGO DE TRÂNSITO

Aplicação de multa por excesso de velocidade pelo DNIT

Atenção! Concursos federais

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) tem competência para autuar e aplicar sanções por excesso de velocidade em rodovias e estradas federais.

A competência da Polícia Rodoviária Federal para aplicar multas de trânsito nas rodovias federais não é exclusiva.

Se analisarmos o art. 82, § 3º da Lei nº 10.233/2001 combinado com o art. 21, VI, da Lei nº 9.503/97, veremos que o DNIT detém competência para aplicar multa por excesso de velocidade. STJ. 1ª Turma. REsp 1.583.822-RS, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 23/6/2016 (Info 586). STJ. 2ª Turma. REsp 1592969/RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 05/05/2016.

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DIREITO CIVIL

PRESCRIÇÃO

Prazo de prescrição da pretensão de indenização por dano de mercadoria em contêiner

É de 1 ano o prazo de prescrição da pretensão do segurador, sub-rogado nos direitos do segurado, de indenização pela deterioração de carga em navio por falha em contêiner.

Aplica-se, neste caso, o art. 8º do Decreto-Lei 116/1967, que trata sobre o prazo prescricional envolvendo as ações por extravio, perdas e avarias de carga.

Não se aplica o art. 206, § 3º, V, do CC considerando que se trata de norma geral e, por isso, não revogou o art. 8º do DL nº 116/1967, que é considerado norma especial.

Aplica-se à presente situação a Súmula 151 do STF que, apesar de antiga, continua vigente: Súmula 151-STF: Prescreve em um ano a ação do segurador sub-rogado para haver indenização por extravio ou perda de carga transportada por navio.

STJ. 4ª Turma. REsp 1.278.722-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 24/5/2016 (Info 586).

SISTEMA FINANCEIRO DE HABITAÇÃO

Ação de consignação em pagamento proposta por mutuário regido pelo Plano de

Comprometimento da Renda e que não quer a renegociação da dívida

No contrato de financiamento habitacional regido pelo Plano de Comprometimento da Renda – PCR (Lei nº 8.692/93) as parcelas que irão ser pagas pelo mutuário deverão ser fixadas em um valor que não ultrapasse 30% da sua renda bruta mensal.

Em caso de redução da renda, a Lei determina que o mutuário deverá procurar a instituição financeira e renegociar as condições de amortização. Assim, a parcela irá ser reduzida para ficar no máximo legal, mas haverá dilação do prazo de liquidação do financiamento.

Determinado mutuário adquiriu uma casa por meio de financiamento bancário regido pelo SFH em conformidade com o PCR. Houve uma redução de sua renda mensal e, em razão disso, ele ajuizou ação de consignação em pagamento pedindo a quitação e extinção de suas obrigações tão somente por meio da consignação dos valores que ele unilateralmente entende como devidos. Esta ação deverá ser julgada improcedente. A solução prevista pela Lei para esta situação é a renegociação da dívida, com a redução negociada das parcelas mediante prolongamento do prazo de pagamento.

STJ. 4ª Turma. REsp 886.846-DF, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 7/6/2016 (Info 586).

DIREITO DO CONSUMIDOR

PLANO DE SAÚDE

Validade da cláusula de coparticipação

Importante!!!

Não é abusiva cláusula contratual de plano privado de assistência à saúde que estabeleça a coparticipação do usuário nas despesas médico-hospitalares em percentual sobre o custo de tratamento médico realizado sem internação, desde que a coparticipação não caracterize financiamento integral do procedimento por parte do usuário, ou fator restritor severo ao acesso aos serviços.

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DIREITO EMPRESARIAL

CONTRATOS EMPRESARIAIS

Prazo de prescrição da pretensão de indenização por dano de mercadoria em contêiner

É de 1 ano o prazo de prescrição da pretensão do segurador, sub-rogado nos direitos do segurado, de indenização pela deterioração de carga em navio por falha em contêiner.

Aplica-se, neste caso, o art. 8º do Decreto-Lei 116/1967, que trata sobre o prazo prescricional envolvendo as ações por extravio, perdas e avarias de carga.

Não se aplica o art. 206, § 3º, V, do CC considerando que se trata de norma geral e, por isso, não revogou o art. 8º do DL nº 116/1967, que é considerado norma especial.

Aplica-se à presente situação a Súmula 151 do STF que, apesar de antiga, continua vigente: Súmula 151-STF: Prescreve em um ano a ação do segurador sub-rogado para haver indenização por extravio ou perda de carga transportada por navio.

STJ. 4ª Turma. REsp 1.278.722-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 24/5/2016 (Info 586).

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

COMPETÊNCIA

Dever de remessa dos autos ao juízo competente mesmo em caso de processo eletrônico

Se o juízo reconhece a sua incompetência absoluta para conhecer da causa, ele deverá determinar a remessa dos autos ao juízo competente e não extinguir o processo sem exame do mérito.

O argumento de impossibilidade técnica do Poder Judiciário em remeter os autos para o juízo competente, ante as dificuldades inerentes ao processamento eletrônico, não pode ser utilizado para prejudicar o jurisdicionado, sob pena de configurar-se indevido obstáculo ao acesso à tutela jurisdicional.

Assim, implica indevido obstáculo ao acesso à tutela jurisdicional a decisão que, após o reconhecimento da incompetência absoluta do juízo, em vez de determinar a remessa dos autos ao juízo competente, extingue o feito sem exame do mérito, sob o argumento de impossibilidade técnica do Judiciário em remeter os autos para o órgão julgador competente, ante as dificuldades inerentes ao processamento eletrônico.

STJ. 2ª Turma. REsp 1.526.914-PE, Rel. Min. Diva Malerbi (Desembargadora convocada do TRF da 3ª Região), julgado em 21/6/2016 (Info 586).

AÇÃO DEMARCATÓRIA

Ação demarcatória parcial e inexistência de litisconsórcio necessário

com os confinantes de imóveis cujos limites não estão sendo discutidos

Em ação demarcatória de parte de imóvel, é facultativo - e não necessário - o litisconsórcio passivo entre o réu e os confinantes da área do bem que não é objeto de demarcação.

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DIREITO PENAL

CONFISSÃO

Emprego da confissão qualificada como atenuante

A confissão, mesmo que qualificada, dá ensejo à incidência da atenuante prevista no art. 65, III, d, do CP, quando utilizada para corroborar o acervo probatório e fundamentar a condenação. STJ. 3ª Seção. EREsp 1.416.247-GO, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 22/6/2016 (Info 586). Importante recordar o entendimento sumulado do STJ sobre o tema:

Súmula 545-STJ: Quando a confissão for utilizada para a formação do convencimento do julgador, o réu fará jus à atenuante prevista no artigo 65, III, d, do Código Penal.

DESOBEDIÊNCIA

Não configuração do crime de desobediência na hipótese de não atendimento por Defensor

Público-Geral de requisição judicial de nomeação de defensor

Importante!!!

Não configura o crime de desobediência (art. 330 do CP) a conduta de Defensor Público Geral que deixa de atender à requisição judicial de nomeação de defensor público para atuar em determinada ação penal.

STJ. 6ª Turma. HC 310.901-SC, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 16/6/2016 (Info 586).

LEI DE DROGAS

Tráfico cometido nas dependências de estabelecimento prisional e bis in idem

A circunstância de o crime ter sido cometido nas dependências de estabelecimento prisional não pode ser utilizada como fator negativo para fundamentar uma pequena redução da pena na aplicação da minorante prevista no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343/2006 e, ao mesmo tempo, ser empregada para aumentar a pena como majorante do inciso III do art. 40. Utilizar duas vezes essa circunstância configura indevido bis in idem.

Desse modo, neste caso, esta circunstância deverá ser utilizada apenas como causa de aumento do art. 40, III, não sendo valorada negativamente na análise do § 4º do art. 33.

STJ. 5ª Turma. HC 313.677-RS, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 21/6/2016 (Info 586).

LEI DE DROGAS

Só poderá incidir a interestadualidade se ficar demonstrado que a intenção do agente era

pulverizar a droga em mais de um Estado-membro

Se o agente importa a droga com objetivo de vendê-la em determinado Estado da Federação, mas, para chegar até o seu destino, ele tem que passar por outros Estados, incidirá, neste caso, apenas a causa de aumento da transnacionalidade (art. 40, I), não devendo ser aplicada a majorante da interestadualidade (art. 40, V) se a intenção do agente não era a de

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As causas especiais de aumento da pena relativas à transnacionalidade e à interestadualidade do delito, previstas, respectivamente, nos incisos I e V do art. 40 da Lei de Drogas, até podem ser aplicadas simultaneamente, desde que demonstrada que a intenção do acusado que importou a substância era a de pulverizar a droga em mais de um Estado do território nacional. Se isso não ficar provado, incide apenas a transnacionalidade.

Assim, é inadmissível a aplicação simultânea das causas de aumento da transnacionalidade (art. 40, I) e da interestadualidade (art. 40, V) quando não ficar comprovada a intenção do importador da droga de difundi-la em mais de um Estado-membro. O fato de o agente, por motivos de ordem geográfica, ter que passar por mais de um Estado para chegar ao seu destino final não é suficiente para caracterizar a interestadualidade.

STJ. 6ª Turma. HC 214.942-MT, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 16/6/2016 (Info 586).

DIREITO PROCESSUAL PENAL

AÇÃO PENAL PRIVADA

Honorários advocatícios sucumbenciais em ação penal privada

extinta sem julgamento de mérito

É possível condenar o querelante em honorários advocatícios sucumbenciais na hipótese de rejeição de queixa-crime por ausência de justa causa.

STJ. 3ª Seção. EREsp 1.218.726-RJ, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 22/6/2016 (Info 586).

COMPETÊNCIA

Crime praticado por militar da ativa e conduta prevista apenas na Lei de Licitações

Importante!!!

Compete à Justiça Comum Federal - e não à Justiça Militar - processar e julgar a suposta prática, por militar da ativa, de crime previsto apenas na Lei nº 8.666/93 (Lei de Licitações), ainda que praticado contra a administração militar.

STJ. 3ª Seção. CC 146.388-RJ, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 22/6/2016 (Info 586).

REMIÇÃO

Remição de pena por trabalho em domingos e feriados

Se o preso, ainda que sem autorização do juízo ou da direção do estabelecimento prisional, efetivamente trabalhar nos domingos e feriados, esses dias deverão ser considerados no cálculo da remição da pena.

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DIREITO PENAL E

PROCESSUAL PENAL MILITAR

COMPETÊNCIA

Crime previsto apenas na Lei de Licitações

Importante!!!

Compete à Justiça Comum Federal - e não à Justiça Militar - processar e julgar a suposta prática, por militar da ativa, de crime previsto apenas na Lei nº 8.666/93 (Lei de Licitações), ainda que praticado contra a administração militar.

STJ. 3ª Seção. CC 146.388-RJ, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 22/6/2016 (Info 586).

DIREITO TRIBUTÁRIO

PIS/COFINS

Não creditamento de PIS/PASEP e COFINS em caso de ICMS-ST

(Julgado que só interessa para quem estuda Direito Tributário de forma muito profunda)

O contribuinte não tem direito a creditamento, no âmbito do regime não cumulativo das contribuições ao PIS/PASEP e da COFINS, dos valores que, na condição de substituído tributário, paga ao substituto a título de reembolso pelo recolhimento do ICMS-ST.

Quando ocorre a retenção e recolhimento do ICMS pela empresa a título de substituição tributária (ICMS-ST), a empresa substituta não é a contribuinte. O contribuinte é o próximo na cadeia (o substituído). Nessa situação, a própria legislação tributária prevê que tais valores são meros ingressos na contabilidade da empresa substituta, que se torna apenas depositária de tributo (responsável tributário por substituição ou agente arrecadador) que será entregue ao Fisco estadual. Logo, não ocorre a incidência das contribuições ao PIS/PASEP, COFINS, já que não há receita da empresa substituta.

Desse modo, não sendo receita bruta, o ICMS-ST não está na base de cálculo das contribuições ao PIS/PASEP e COFINS não cumulativas devidas pelo substituto.

Sendo assim, o valor do ICMS-ST não pode compor o conceito de valor de bens e serviços adquiridos para efeito de creditamento das referidas contribuições para o substituído, exigido pelos arts. 3, §1º, das Leis nº 10.637/2002 e 10.833/2003, já que o princípio da não cumulatividade pressupõe o pagamento do tributo na etapa econômica anterior, ou seja, pressupõe a cumulatividade (ou a incidência em "cascata") das contribuições ao PIS/PASEP e COFINS.

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DIREITO INTERNACIONAL

HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA

Homologação de sentença estrangeira e confisco de imóvel situado no Brasil

É possível a homologação de sentença penal estrangeira que determine o perdimento de imóvel situado no Brasil em razão de o bem ser produto do crime de lavagem de dinheiro. Ex: cidadão finlandês foi condenado em seu país pela prática de lavagem de dinheiro. Na sentença, determinou-se o perdimento de imóvel situado no Brasil. Esta sentença estrangeira pode ser homologada pelo STJ.

Não há ofensa ao art. 23, I, do CPC/2015, pois a sentença estrangeira não tratou especificamente sobre a situação dos bens imóveis, sobre a sua titularidade, mas sim sobre os efeitos civis de uma condenação penal, determinando o perdimento de bens que foram objeto de crime de lavagem de capitais.

Referências

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