Fardas 3B,
Excelência
na Produção
de Fardamentos
Luís Costa e Ruzana Costa, Sócios-Gerentes da
Fardas 3B, empresa com sede na Zona Industrial
de Pinhal dos Frades, concelho do Seixal, é uma
das principais expoentes industriais em Portugal
na produção de fardamentos, onde a qualidade e
excelência do design e produção industrial colocam
Nº 211 › Mensal › Junho 2020 › 2.50# (IVA incluído)
António de Sousa
Presidente do Conselho
de Administração
da Companhia das Lezírias
HOTELARIA PORTUGUESA REABRE E ACREDITA QUE O TURISMO AJUDARÁ A ECONOMIA NACIONAL
›
CABEÇA
Editorial
M
uitas empresas portuguesas deram, e continuam a dar, uma prova sublime de resiliência durante esta fase de pandemia sa-nitária que provocou uma crise de saúde, económica e social quase sem precedentes na história do mundo nos últimos séculos. Mas, existiram muitos que não se renderam e continuaram a produzir e a seguir em frente.Em vários setores de atividade, desde a agricultura e pecuária, à indús-tria e até ao setor dos serviços, existem inúmeras empresas que não só continuaram a produzir os bens e produtos que anteriormente produziam, como aumentaram o seu grau de inovação e, em vários casos conhecidos, se ‘reinventaram’ e passaram a produzir produtos que o mercado neces-sitava em muito maior grau neste período mais complicado do mundo. Quem não conhece exemplos de empresas têxteis que passaram a produ-zir máscaras, batas e fardas para hospitais e unidades de saúde. Ou unida-des metalomecânicas que passaram a produzir viseiras e até ventiladores, como foi o caso do CEiiA, em Matosinhos?
Os muitos exemplos públicos indicam que o tecido empresarial portu-guês, reconhecendo a necessidade conjuntural, mas fundamental, necessi-ta agora do apoio e até da ajuda direnecessi-ta do Esnecessi-tado, não deixam, muito pelo contrário, de possuir a capacidade endógena de resistir, nesta fase, e passar a uma fase de crescimento, em momento posterior.
Queremos deixar uma palavra de esperança e de confiança no setor do turismo, particularmente da hotelaria portuguesa, em que será capaz de resistir e de evoluir em tempos que os atingiram porventura mais dura-mente do que qualquer outro setor económico, mas provaveldura-mente tam-bém vão demonstrar que serão capazes mais rapidamente do que muitos outros, de dar a volta ao texto e serem o que têm sido nos últimos anos, um dos maiores pilares do crescimento económico e desenvolvimento social de Portugal.
JORGE GONÇALVES ALEGRIA
Um aplauso
aos resilientes
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Centro Empresarial da Granja – Junqueira 2625 – 717 Vialonga
Grande Entrevista
Índice
António de Sousa, Presidente do Conselho de Administração da Companhia das Lezírias, traçou em entrevista exclusiva à País€conómico, a evolu-ção dos pilares de desenvolvimento da maior com-panhia agrícola nacional, que sucessivamente tem obtido resultados financeiros positivos, além de prestar um forte contributo para o desenvolvimen-to agrícola, económico, social e ambiental, tandesenvolvimen-to na Região do Ribatejo, como no próprio País. Destaca também nesta entrevista a evolução turística na Coudelaria de Alter do Chão, onde está a desenvol-ver uma parceria com o grupo hoteleiro Vila Galé.
Pág. 20 a 27
Entre outras consequências que a pande-mia da Covid-19 trouxe ao mundo foi o do aumento da importância e do crescimento da indústria da produção de fardamento, particularmente destinada ao setor da saú-de. Fomos ver a realidade de várias empre-sas portugueempre-sas produtoras de fardamento, e verificámos que apesar de algumas difi-culdades ao nível do recrutamento de novas profissionais, particularmente na área da costura, continuam a desenvolver um exper-tise importante e estão a dar um bom con-tributo para o fortalecimento da base indus-trial da economia portuguesa.
Pág. 6 a 17
Ainda nesta edição…
18
dstelecom contribui para a digitalização das zonas rurais28
CEiiA participa no projeto do avião ATL-10029
TAP retoma voos para o Brasil30
Piauí é um point turístico no Brasil34
LASO reforça em Portugal e no exterior40
Vila Galé reabre hotéis43
Projetos na Comporta vão avançar44
Torre de Palma Wine Hotel também reabriu45
AP Hotels retornam em força no Algarve46
Mohamed Chichah escreve sobre Marrocos48
Parceria luso-francesa investe em Famalicão50
Mercadona cresce no norte do país50
Startup Braga está a recrutar›
GRANDE PLANO
Luís Costa, Sócio-Gerente de LMC3B Fardas (Fardas 3B)
«Procuramos
que cada uniforme
que produzimos
atinja a Excelência»
A Fardas 3B (como vulgarmente é conhecida), é uma empresa ligada à indústria têxtil
que tem a sua unidade fabril localizada na Zona Industrial de Pinhal dos Frades,
concelho do Seixal. Dedica-se à confeção de vestuário profissional (fardas e uniformes),
fabrica também equipamentos de proteção e segurança e comercializa por grosso um
universo de têxteis de elevada qualidade. Em entrevista à PAÍS€CONÓMICO, Luís
Costa, Gerente da Fardas 3B, que neste encontro com os jornalistas se fez acompanhar
de sua mulher Ruzana Costa, também ela Gerente da empresa, sublinhou que o percurso
da Fardas 3B, que a 12 de Junho assinala dois anos de constituída, «tem sido um
percurso harmonioso e sustentável». Luís Costa lembrou que toda a sua experiência e
know-how que adquiriu ao longo de mais de duas décadas de trabalho nesta área, «têm
sido uma contribuição muito positiva e uma mais-valia importante e determinante na
consolidação do projeto Fardas 3B, quer no mercado nacional, quer internacionalmente»,
referiu. O jovem empresário enfatizou ainda que «a excelente equipa de costureiras
e a alta tecnologia de ponta utilizada pela Fardas 3B na sua produção, permitem que
cada uniforme que produzimos atinja o grau de Excelência e satisfaça plenamente as
necessidades e exigências dos nossos clientes, já que é por eles que a Fardas 3B trabalha
todos os dias», justificou.
TEXTO › VALDEMAR BONACHO
|
FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REISC
ada empresa tem a sua história ea LMC3B Fardas - Unipessoal, Lda, mais conhecida por Fardas 3B, não é excepção.
Luís Costa fez questão de recordar como tudo começou. «Tenho 49 anos de idade, mas aos 17 anos já trabalhava na área dos texteis conjuntamente com o meu pai e o meu padrinho. Estávamos em Novembro de 1988. O meu pai abriu um armazém em sociedade com o meu padrinho e com o falecimento do meu progenitor, em 1995, acabei foi ficar com
a gerência partilhada neste negócio. Que-ro apQue-roveitar também para deixar uma palavra de simpatia e (porque não) de reconhecimento a minha mãe, Manuela Costa, hoje com 73 anos de idade e que teve uma vida praticamente ligada à con-feção de vestuário para senhoras e que é uma pessoa muito entendedora do ramo têxtil. Também ela me incutiu o gosto por esta arte, com ela aprendi muito e, por isso, estou-lhe muito grato», resume o gerente da Fardas 3B, lembrando que perante a escassez do produto no
merca-do nacional, em 1999 «comecei a fabricar batas caseiras que por norma eram usadas por pessoas mais idosas, e em 2002/2003 decidi-me pelo fabrico da bata branca. En-tretanto, em 2013, criámos a patente Far-das 3B, que continuamos a utilizar com muito sucesso e que acaba por identificar no mercado a LMC3B - Unipessoal, Lda, que foi oficialmente constituída a 12 de Junho de 2018 e onde partilho a gerência com a minha mulher Ruzana Costa, que considero o meu “braço direito” na condu-ção deste projeto.
Mercado externo significa 60% das vendas
Luís Costa não esconde que a Fardas 3B tem tido um crescimento equilibrado com alguns “picos” de encomendas que têm surgindo no mercado externo.
«Têm sido encomendas com algum significado que têm vindo do estran-geiro, mas a nível do mercado interno não escondo que temos tido algumas
dificuldades. Hoje o mercado externo representa 60% do nosso volume de ne-gócios e os outros 40% representam as vendas para o mercado nacional», refe-riu o gerente da Fardas 3B, dizendo que em Portugal a Saúde é o setor para onde mais vendem.
«E estas vendas no setor da Saúde são, na sua grande maioria (quase 90%), para clientes privados. Para o setor público
começámos agora a trabalhar através do fornecimento de fardamento para uma entidade na Amora e de fatos de protec-ção para unidades hospitalares. Reco-nheceram a elevado qualidade do nosso produto e a boa relação qualidade/preço e firmaram connosco esse contrato, cha-mou a atenção Luís Costa que quer ver a Fardas 3B conquistar uma maior franja de mercado em Portugal.
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GRANDE PLANO
«Estamos todos os dias a trabalhar para isso, e temos esperanças de que iremos conseguir melhorar a nossa posição no mercado nacional», disse o empresário.
Recursos humanos de excelência
Ruzana Costa, mulher de Luís Costa e também ela gerente da Fardas 3B lembrou que uma das base do sucesso da empresa é a excelência da qualidade das suas cos-tureiras.
«A nossa Equipa de costureiras é forma-da por 16 pessoas, mas muito brevemen-te serão 18 pessoas, a maior parbrevemen-te delas pessoas muito qualificadas, tecnicamente muito evoluídas, muito empenhadas e muito identificadas com o nosso projeto. E também temos algumas (poucas) em regime de apendizagem. Direi que este grupo de recursos humanos representa uma mais-valia muito importante na afir-mação da Fardas 3B nos mercados onde atua», frisou Ruzana Costa, também ela muito motivada e crente na afirmação da sua empresa.
De referir que na opinião de Luís Cos-ta «recruCos-tar costureiras com experiência» não é tarefa fácil.
«Nós fazemos por norma esse recru-tamento junto dos Centros de Emprego, mas mesmo assim é difícil. Mais de 90% das pessoas que cá vêm só pretende o emprego, não querem trabalhar e engajar--se no modelo de trabalho instituido pela empresa. No entanto, e não obstante es-tas dificuldades, a Fardas 3B tem um staff de costureiras e outros profissionais com grande capacidade de trabalho e muito de-dicadas ao projeto», sublinhou.
Uma fábrica bem equipada tecnologicamente
A unidade produtiva da Fardas 3B si-tuada na Zona Industrial de Pinhal dos Frades, no concelho do Seixal, ocupa uma área total de 1200 metros quadrados, bem repartida e devidamente equipada com tecnologias adaptadas ao setor têxtil.
«É um investimento contínuo, que até ao momento tem sido todo ele suportado por capitais próprios. E já foram aqui
in-vestidos muitos milhares de euros em má-quinas e outros equipamentos, para que deste modo possamos continuar a evoluir, a modernizar o nosso processo produtivo e, deste modo, estarmos à altura das ne-cessidades e exigência dos nossos clientes - porque são eles a razão da nossa existên-cia», sublinhou Luís Costa.
A pandemia do COVID 19 poderá even-tualmente abrir janelas de oportunidade de negócios para a Fardas 3B? Luís Costa não hesitou na resposta.
«Queremos ser conhecidos no mercado, mas não queremos ficar ricos... Quando nos decidimos pelo fabrico de máscaras e pela sua comercialização, havia no mer-cado máscaras semelhantes às nossas a serem vendidas no mercado a 8 e a mais euros. Nós vendemos essas máscaras de excelente qualidade a 3 euros. Isto para dizer que preferimos que (também atra-vés destes produtos), sejamos mais conhe-cidos do mercado, mas praticando preços justos e razoáveis dentro daquilo que é normal. Não estamos no mercado para enriquecer repentinamente. Queremos
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GRANDE PLANO
realizar um percurso sustentado, com profissionais competentes e empenhados e praticando uma boa relação Qualidade/ Preço. Sabemos que este procedimento ajudar-nos-á a conquistar novos clientes e novos segmentos de mercado.», reforçou Luís Costa.
O gerente da Fardas 3B tem (como já aqui se disse), uma forte experiencia e um grande know-how nesta área de atividade, onde já trabalha há mais de 20 anos. E quando lhe perguntamos se é um bom patrão, também responde sem hesitações.
«Gostamos muito de estar próximos dos nossos trabalhadores, acompanhar as suas alegrias e tristezas, apoiá-los pro-fissionalmente, e ajudá-los dentro do pos-sível. Só deste modo conseguiremos me-recer a sua confiança, e só desta maneira seremos mais fortes e mais competitivos nos mercados onde estamos presentes. Temos momentos vividos no seio da em-presa que nos orgulham muito perante
a disponibilidade dos nossos profissio-nais em situações onde é necessário, por exemplo, prepararmos com urgência uma encomenda vinda do estrangeiro ou até de Portugal. Todos dão o seu melhor para que tudo corra da melhor maneira. Este espírito de equipa enche-nos de orgulho e dá-nos ânimo para prosseguirmos a nossa caminhada...», referiu o gerente da Fardas 3B.
Criar uma Linha Especial
Neste momento a Fardas 3B vende cer-ca de 60% da sua produção para o mercer-ca- merca-do externo, destinanmerca-do os outros 40% ao mercado nacional.
«Está nos nossos planos (quando pas-sar o surto do Covid 19) de criar uma Linha Especial (já em preparação), des-tinada essencialmente aos mercados do Norte da Europa. Referimo-nos a vestuá-rio apropriado a mercados com invernos rigorosos, como são os casos da Suécia, Dinamarca, Finlândia, Islândia e outros mercados. É uma linha que irá exigir da nossa parte muito trabalho e algum inves-timento, especialmente na certificação das peças. Temos tido o apoio da Associação Industrial Portuguesa (AIP), entidade que nos tem ajudado a nível dos contactos. Estamos muito empenhados na concre-tização desta Linha Especial que, estou certo, permitir-nos-á um reforço maior da nossa presença naqueles mercado, e que também pode vir a interessar a clientes nacionais», projetou Luís Costa, referindo que neste momento o produto que a Far-das 3B mais produz são batas que se des-tinam a vários setores: Hotelaria, Saúde, Ensino, Restauração, Indústria e até para uso doméstico. «Temos uma capacidade instalada para produzirmos entre 150 a 200 destas unidades por dia, sublinhou.
A Fardas 3B está vocacionada para a exportação e conta com este mercado para aumentar as suas vendas e crescer de maneira ainda mais harmoniosa.
«Há uns tempos atrás (logo no início) e através de uma empresa francesa
realizá-mos uma encomenda para Marrocos que nos correu muito bem. Mas atualmente estamos particularmente atentos e inte-ressados no mercado francês (um bom mercado) e também interessados em ven-der para toda a Europa.
Tivemos um contato da Lituânia para vestuários destinado a 6 hotéis, mas quan-do as conversações decorriam apareceu o Covid 19 e essas negociações foram in-terrompidas. Vamos ver se lá mais para a frente conseguímos retomar o contato com esta empresa, que nos interessa mui-to, assim como outras que existem Euro-pa fora.
Mas há outro setor onde temos uma boa implementação. Referimo-nos às es-colas, que reconhecem a boa qualidade dos nossos produtos adaptados ao Ensi-no. Estamos aptos a produzir batas para crianças de todas as idades idade (mesmo de tenra idade) e este facto tem desperta-do a atenção deste segmento de mercadesperta-do, facto que nos anima muito», referiu o ge-rente da Fardas 3B.
Crescer 40 por cento em 2020
A entrevista a Luís Costa e Ruzana Cos-ta esCos-tava praticamente no fim, mas com tempo para abordar-se o futuro da empre-sa.
«Embora a pandemia que está a afetar Portugal e o Mundo seja uma trágica reali-dade, o nosso estado de espírito continua a ser de otimismo. Temos uma unidade de produção bem preparada em termos tecnológicos, uma Equipa de profissio-nais muito competente e apta a enfren-tar os desafios, e as encomendas que nos têm aparecido levam-nos a acreditar que, mesmo com o Covid 19, em 2020 vamos crescer mais de 40% em relação a 2019. O que é francamente positivo», concluiu Luís Costa, lembrando ainda que:
«Temos encomendas que aguardam que este surto desapareça, para avança-rem, e a Fardas 3B está pronta para rea-lizar estas encomendas, salvaguardando sempre os conceitos da Qualidade, do Preço e do Cumprimento dos Prazos de Entrega, como é seu apanágio», sublinhou o gerente da Fardas 3B.
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GRANDE PLANO
Maria do Carmo Salema, Sócia-Gerente da MINC
«Criar a MINC foi uma
opção bem sucedida»
A MINC assinalou em Janeiro 14 anos de vida. Com a sua sede em Lisboa, é uma
empresa especializada no design, na conceção e fabrico de fardas e uniformes, bem
como de gravatas e lenços personalizados, confecionados com a melhor matéria-prima
nacional e estrangeira. Em entrevista à PAÍS€CONÓMICO, Maria do Carmo Salema (que
é a fundadora deste projeto), afirma que criar a MINC foi uma opção feliz e bem-sucedida.
«A MINC é uma empresa bem enraizada no mercado, que conta com um vastíssimo
número de clientes de grande prestígio ligados aos ramos da Hotelaria, Saúde, Banca,
Ensino, Autarquias, Indústria e Serviços. Isso honra-nos muito, porque acima de tudo
significa que somos uma opção válida e que estamos no bom caminho, muito fruto das
soluções que apresentamos nos mercados onde estamos presentes», justificou Maria do
Carmo, que aproveitou o ensejo para referenciar alguns desses clientes: «Fornecemos a
NATO, o Governo Regional dos Açores, Hotel Cliff Bay na Madeira, um grande número de
entidades bancárias, hotéis, empresas de logística, de transportes, de telecomunicações,
e outras. Direi que a ideia de criar a MINC foi uma opção feliz e bem-sucedida», enfatizou
Maria do Carmo Salema.
TEXTO › VALDEMAR BONACHO
|
FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REISM
aria do Carmo Salema é umaempreendedora nata, dotada de um espírito forte e resilien-te, que em Janeiro de 2006 criou a MINC, empresa com sede em Lisboa e conhecida pela sua forte implementação na área dos vestuários profissionais, bem como na conceção de gravatas e lenços personali-zados.
«Depois trabalhar alguns anos com uma empresa espanhola em gravatas e lenços fabricados em Itália, vendendo os seus produtos em Portugal, percebi que tinha capacidade e know-how para fazer localmente a mesma coisa por conta pró-pria. Nessa altura tomei a decisão de fun-dar a MINC, aproveitando também a boa rede de contactos que possuía e que eram fruto do meu trabalho», esclareceu Maria do Carmo Salema, justificando que foi o grande conhecimento e a grande paixão que tem por este ramo de atividade que a levou a fundar a MINC.
«Com o know-how que tinha e depois de alguns fornecedores aceitarem tra-balhar comigo, comecei a amadurecer a ideia porque achei que era a altura certa para me lançar sozinha neste projeto, o que aconteceu precisamente em Janeiro de 2006», recordou a sócia-gerente e fun-dadora da MINC, que ainda a este propó-sito observou.
«Comecei a amadurecer a ideia em 2005 e um ano depois o projeto estava em marcha», precisou Maria do Carmo Sa-lema, sublinhando: «Fui eu sozinha que criei a MINC, que é uma empresa Uni-pessoal», precisou a nossa entrevistada. A Minc nasceu oficialmente em Janeiro de 2006.
Como tem sido o percurso da MINC? Maria do Carmo Salema não hesitou na resposta.
«Como em quase tudo na vida, iniciei--me neste projeto com uma grande dose de incerteza mas com base em dois
pila-res sólidos: produtos de elevadíssima qua-lidade e uma estratégia de proximidade com o cliente. Não foi uma afirmação tão rápida assim, mas com muito trabalho, muita persistência muita resiliência mos crescendo. Ao longo do tempo, fo-mos consolidando clientes como Bancos, a NATO, o Governo Regional dos Açores, o Hotel Cliff Bay na Madeira e diversos hotéis, lembra a sócia-gerente da MINC. É por isso que tenho um grande cliente da Banca, para quem estamos neste momen-to a preparar uma encomenda de gravatas e echarpes personalizadas», revelou Maria do Carmo Salema.
Fortes em fardamentos e uniformes
O core principal da MINC assenta no entender a necessidade do cliente e ofere-cer produtos com design próprio, princi-palmente fardas e uniformes, gravatas e lenços.
›
GRANDE PLANO
«Produzimos fardamentos e uniformes para empresas, hotéis, clínicas dentárias, autarquias e para muitos outros setores de atividade como o Ensino, Serviços, Transportes, Logística, Telecomunicações, Consultores e até para o setor da Aviação, e estamos preparados para diversificar e servir, com a qualidade que nos é atribuí-da e reconheciatribuí-da, outros setores de ativi-dade. «Todas as oportunidades são por nós avaliadas minuciosamente tendo em conta a necessidade do cliente», garantiu a fundadora da MINC.
Neste tempo de pandemia do Covid 19, a MINC fez questão de abraçar a responsa-bilidade social que se impõem às empresas e apoiar as necessidades do sector da Saú-de: «Neste momento estamos a dar priori-dade a todos os pedidos relacionados com a área da Saúde. Estão a solicitar-nos “tapa--pés”, túnicas, batas e calças protetoras, que embora não sejam produtos que façam parte do nosso core business, têm da nossa parte um cunho de urgência. Dou-lhe um exemplo concreto. Temos uma empresa da área da Saúde, localizada nas Caldas da Rainha, que nos pediu “tapa-pés” e nós vamos dar prioridade a esse pedido. Esta-mos, neste momento, também a produzir máscaras em tecido, personalizadas, para oferecermos às instituições que precisem. Destacou Maria do Carmo Salema.
Uma das unidades de produção da MINC está localizada em Almada. «É
nes-sa unidade que as costureiras com muita experiência, fabricam os nossos produtos, nomeadamente fardas e uniformes, que inicialmente não faziam parte do nosso core. A nossa atenção inicial estava cen-trada nas gravatas e lenços, e as fardas e uniformes surgiram como uma
oportuni-dade que soubemos aproveitar, e em boa hora o fizemos, já que estaríamos muito limitados se o nosso portfólio se cingis-se às gravatas e aos lenços», esclareceu a sócia-gerente da MINC.
«O design e a produção das fardas e uniformes exigiram da nossa parte uma aprendizagem, já que se tratava de um produto novo, mas conseguimos vencer esta exigência e hoje somos considerados no mercado um player especialista nesta área», sublinhou Maria do Carmo Sale-ma, que classifica o percurso de 14 anos da MINC como «um percurso de aprendi-zagem onde tentamos chegar à perfeição em cada peça que produzimos. Isto tudo para que o cliente se sinta satisfeito com o trabalho que executamos e continue a pre-ferir-nos», revelou a nossa entrevistada.
A MINC trabalha basicamente para o mercado nacional, mas segundo nos re-velou a fundadora da empresa, «também fazemos trabalho para Angola, e fornece-mos gravatas e lenços para a NATO, em Bruxelas. Honra-nos muito dizer que ga-nhamos um concurso para a NATO para fornecimento de gravatas e lenços perso-nalizados, concurso a que concorreram três fornecedores estrangeiros, e que foi ganho pela portuguesa MINC. Este foi um marco determinante na vida da empresa, até porque revela bem a competência e a qualidade neste setor» salientou Maria do Carmo Salema.
No fecho desta entrevista, Maria do Carmo Salema, fundadora e sócia-gerente da MINC deixou uma mensagem para o futuro.
«A MINC está e estará sempre ao lado dos seus clientes, para os servir desde o primeiro contacto até à entrega da enco-menda. Como disse no princípio da en-trevista, o nosso segredo é ter um design personalizado, à medida da necessidade de cada cliente. Para isso, contamos com a Luísa, nossa designer qualificada e muito experiente. Garantimos sempre Design, Qualidade, Disponibilidade, Inovação, Profissionalismo e rigor com os prazos de entrega», garantiu Maria do Carmo Sale-ma. Preço e qualidade são o compromisso da MINC.
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GRANDE PLANO
Anabela Teles Martins, Gerente de Modelos Guanabara
«Somos uma das
referências no
setor do vestuário
profissional»
A Modelos Guanabara guarda dentro de si uma história de 70 anos e é no setor do
vestuário profissional uma da suas principais referências. Anabela Teles Martins, gerente
desta empresa familiar com sede em Lisboa disse à PAÍS€CONÓMICO que os tempos
atuais são de grandes dificuldades, «mas ao mesmo tempo de alguma esperança em
relação ao futuro», referiu.
TEXTO › VALDEMAR BONACHO
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FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REISA
Modelos Guanabara pertendeà família de Anabela Martins desde 2011, tem uma história de sete décadas e sempre foi considerada uma das mais antigas referências no ramo de vestuário profissional em Portugal.
«Estes anos de experiência à frente da Modelos Guanabara têm sido muito difí-ceis,
«Tem sido um caminho muito tortuoso, não só porque quando tomámos conta da empresa o país estava em plena crise, como também porque neste setor. infelizmente, a concorrência é muito desleal e feroz. Há muitas empresa que importam artigos mui-tos deles fabricados na Ásia com cusmui-tos de produção extremamente baixos e isso faz com que a competição seja muito acesa nes-ta área», observou Anabela Martins.
A Modelos Guanabara trabalha em ves-tuário profissional para diferentes setores. «A hotelaria e a restauração são setores muito importantes na nossa atividade, te-mos depois o setor da saúde que tem sido preponderante para nós nestes últimos
tempos, e os setores da indústria e servi-ços de limpeza, oficinas e outras áreas. E temos também uma área muito importan-te que é a da Educação. Fornecemos vários colégios, quer por via direta ou quer por via indireta, e temos também uma área que me é muito querida, que é a área dos uniformes domésticos. Entre estas áreas direi que nos sentimos particularmente mais à vontade nas área da hotelaria e retauração, nos uniformes domésticos e também na saúde, sublinhou Anabela Martins.
A gerente da Modelos Guanabara re-feriu ainda que após ter sido decretado o Estado de Emergência em Portugal em consequência da pandemia do Covid 19 a atividade hoteleira e da restauração «fi-cou suspensa e deixámos de fornecer os nossos hotéis, os nossos restaurantes, os nossos cafés, situação essa que nos criou sérias dificuldades», sublinhou a gerente da Modelos Guanabara, para garantir que a sua empresa na prática fornece à volta de 40 a 50 hotéis. «Com esta atividade
parada, sofremos um golpe profundo nas nossas aspirações», sublinhou.
Anabela Teles Martins referiu que des-de 19 des-de Março des-deste ano, data em que foi decretado o Estado de Emergência, a sua empresa tem vivido para a Saúde. «Fecha-ram as escolas e os hotéis, restaurantes e cafés suspenderam a sua atividade, valeu--nos algum trabalho para a área da Saúde. Estávamos a trabalhar numa encomenda muito grande para 3 hotéis do Algarve, mas com o aparecimento desta pandemia essas encomendas foram canceladas...», justificou Anabela Martins.
Entretanto a gerente da Modelos Gua-nabara deixou escapar um laivo de espe-rança em relação ao futuro próximo.
«Temos esperança de que a pouco e pouco a retoma da economia venha a ajudar um cenário que, atualmente, é muito difícil. E podem continuar a contar com o trabalho de excelência que sempre desenvolvemos ao longo dos anos, para satisfação dos nossos clientes», sublinhou Anabela Martins.
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MANUEL SOBREIRO
O Administrador da CAC – Companhia Avícola do Centro, empresa com sede no concelho de Leiria, é um dos bons exemplos de uma empresa portuguesa do setor primário que durante a fase mais aguda da pandemia do Covid-19 manteve a produção e ajudou o país a ter no seu cabaz de alimentos ovos frescos, afinal um dos elementos estruturantes da alimentação humana. Como muitos outros no país, a CAC está de parabéns e merece aqui o nosso reconehcimento! ‹
LEONOR MONTEIRO
A Administradora da Joleu – Sociedade de Construções, empresa com sede em Lousa, é outra guerreira que não parou a atividade e continua a desenvolver no país um conjunto importante de obras, naturalmente com a introdução de mais apertadas regras de proteção e higiéne dos colaboradores. A construção em Portugal não parou, pelo contrário, andou em frente, e a Joleu é outro dos bons exemplos que aqui pretendemos homenagear! ‹
ANTÓNIO SANTOS
O Presidente da Cottonanswear, empresa com sede em Barcelos, é mais um exemplo de visão, preseverança e inovação, levando o têxtil português para diversos países do mundo e resistindo às dificuldades que as restrições ao comércio foram levantadas pela crise sanitária e económica internacional. A têxtil barcelense pugnou sempre por levar a produção por diante e ganhou a aposta em pról dos acionistas e dos trabalhadores. Os nossos parabéns! ‹
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A ABRIR
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NOTICIÁRIO
Eurico Brilhante Dias, Secretário de Estado
da Internacionalização esteve em Setúbal
Governante visitou o BlueBiz
Eurico Brilhante Dias, Secretário de Estado da Internacionalização, visitou em maio o BlueBiz – Parque Empresarial da Península de Setúbal, onde se deslocou às instalações de diversas empresas (na foto na Euronavy Engineering), e aproveitou para se reunir com os responsáveis do cluster da indústria aeronáutica, como sejam a Lauak, Mecachrome, Euronavy Engineering e o Instituto Politécnico de Setúbal (IPS).
No caso do IPS, o Secretário de Estado da Internacionalização reuniu-se com Pedro Do-minguinhos, presidente do Instituto, visto que a instituição possui protocolos celebrados na área da formação com a Lauak e com a Mecachrome, permitindo ajustar os seus cur-sos às necessidades do setor aeronáutico. O IPS desenvolveu uma rede de sinergias que mobiliza a produção de empresas de Setúbal para a resposta à Covd-19, destacando-se no BlueBiz a Lauak como parceiro de assemblagem de viseiras de proteção, a Mecachrome como fornecedora do CEiiA para a produção de revestimento de ventiladores, e a Eurona-vy Engineering na produção de gel desinfetante.
Eurico Brilhante Dias aproveitou esta visita ao BlueBiz, parque gerido pela aicep Global Parques, para destacar o fato das empresas do cluster aeronáutico no BlueBiz terem man-tido a sua operacionalidade durante o presente período de crise pandémica, não obstante ajustes operacionais, quer de proteção dos seus trabalhadores, quer os decorrentes da atual dinâmica do setor.
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Litoral Alentejano cria plano
de apoio às empresas
Apoiar o tecido empresarial portu-guês, em particular as micro. Pequenas e médias empresas da região do Alentejo Litoral é, nesta fase de mitigação da Co-vid-19, uma das principais prioridades da CIMAL – Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral, e dos cinco municípios que a integram, respectivamente, Alcácer do Sal, Grândola, Odemira, Santiago do Cacém e Sines
Nesse sentido foi criado um ambicioso programa de colaboração e apoio às
em-presas da região, em parceria com a con-sultora Deloitte, e cujo arranque aconteceu no dia 19 de maio, com a disponibilização de uma linha de atendimento gratuito para o registo de solicitações das PME’s. O programa inclui um conjunto de serviços esepcializados na área da gestão, fiscalida-de, jurídica e operacional, para auxiliar as empresas na tomada de decisão e imple-mentação de medidas de resposta durante todo o ciclo de gestão de crise que as em-presas enfrentam.
Segundo Vítor Proença, presidente do Município de Alcácer do Sal e da CIMAL, referiu que «tendo em conta o atual cená-rio de crise por todos vivido, uma situação sem precedentes, os cinco municípios do litoral alentejano colocaram-se de imediato numa posição solidária com o tecido em-presarial da região, considerando urgente a adoção de medidas não só de proteção, mas que vão mais além no auxílio às pequenas e médias empresas, que representam uma enorme fatia da economia local».
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Portugal é o país com maior percentagem de cobertura de fibra ótica em zona rurais
Lidera com 53% das casas cobertas
De acordo com o estudo anual realizado pela consultora IDATE para o FTTH Council Europe, Portugal é o país com maior per-centagem de cobertura de fibra ótica em zonas rurais. O relatório refere que Portugal lidera o ranking europeu com 53% das casas cobertas, seguindo-se a Espanha com 42% e a Suécia com 38%.
Ainda de acordo com o relatório, este revela que, embora sub-sista forte presença de redes de cabo coaxial no território nacio-nal, o FTTH é a principal tecnologia, o que tem permitido atingir uma largura de banda média superior a outros países.
A dstelecom tem sido um dos principais promotores destes re-sultados, disponibilizando hoje a fibra ótica a 400 mil casas de 95 municípios em zonas rurais, através de uma rede neutra e aberta a todos os operadores de telecomunicações.
Ricardo Salgado, CEO da dstelecom, destaca que «após termos consolidado em 2019 o nosso posicionamento no setor das tele-comunicações em Portugal, não pouparemos esforços para conse-guir cobrir mais 150 mil casas este ano e mais 250 mil em 2021, duplicando, assim, a cobertura atual».
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GRANDE ENTREVISTA
António de Sousa, Presidente do Conselho de Administração da Companhia das Lezírias
Damos um contributo
fundamental para
o desenvolvimento
económico, social e
ambiental de Portugal
A Companhia das Lezírias foi fundada em 1836, durante o reinado de D. Maria II. Tinha
como objetivo gerir várias áreas agrícolas pertencentes à Casa Real portuguesa. António
João Coelho de Sousa é o atual Presidente do Conselho de Administração da Companhia
das Lezírias, SA, ocupando o cargo pela segunda vez na medida em que no final da
primeira década deste século tinha estado à frente dos destinos da maior empresa
agrícola nacional, cuja sede está localizada em Samora Correia, na Região do Ribatejo.
Desenvolvendo diversas atividades no setor florestal, agrícola, pecuário e também no
turístico, num património que se estende por mais de 18.000 hectares, a Companhia das
Lezírias é uma empresa do Setor Empresarial do Estado, especialmente vocacionada para
reforçar os pilares da sustentabilidade da produção agrícola nacional, mas também para
valorizar o ambiente e contribuir para o reforço do turismo de natureza em Portugal. A
Companhia das Lezírias gere também a Coudelaria de Alter do Chão, fundada em 1748,
apurando o desenvolvimento da raça do Cavalo Lusitano, e realizando recentemente uma
parceria com o grupo Vila Galé, articulando hotelaria, turismo equestre, de natureza e de
visitação naquela zona do Alentejo. Quanto ao futuro, o presidente da Companhia das
Lezírias aponta para o reforço dos fatores de sustentabilidade e de eficiência e pretende
dar um impulso mais consistente à meritocracia na avaliação do desempenho dos
colaboradores da empresa.
TEXTO › JORGE ALEGRIA
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FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS E CEDIDAS PELA COMPANHIA DAS LEZÍRIASA Companhia das Lezírias, SA. foi fun-dada em 1836, ainda no reinado de D. Maria II. Com toda a história que carrega nestes quase dois séculos de existên-cia, como tem sido dirigir aquela que é a maior empresa agrícola nacional?
Como referiu, e bem, a Companhia das Lezírias (CL) foi fundada em 1836, pelo que mais do que uma simples empresa,
somos sem sombra de dúvida uma ins-tituição. A Companhia das Lezírias faz parte do universo empresarial do Estado, embora tenha o estatuto de Sociedade Anónima, o que significa que sendo uma empresa do Estado nos regemos por algu-mas regras de direito privado, aplicadas à gestão privada, o que confere à empresa uma maior flexibilidade do que se
fosse-mos uma mera empresa pública, na defi-nição clássica do termo.
Como certamente saberá, eu próprio já tinha presidido anteriormente ao Conse-lho de Administração da Companhia das Lezírias, e voltei a ocupar este cargo em junho de 2018, num mandato que acaba-rá no final do presente ano. Gostaria, se me permite, de destacar a estabilidade
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GRANDE ENTREVISTA
do modelo de gestão e organização im-plementado na Companhia das Lezírias há pelo menos duas décadas, e que tem sido preservado por diversos conselhos de administração que têm passado por esta casa, independentemente de cada um co-locar um acento tónico particular na sua atuação.Aliás, essa estabilidade na gestão tem permitido à Companhia das Lezírias obter desde há cerca de duas décadas resultados líquidos positivos, o que têm permitido igualmente adotar decisões com caráter estratégico, manter empregos, realizar os investimentos necessários e ainda libertar dividendos para o próprio acionista (Esta-do).
Qual é a dimensão territorial e espacial da Companhia das Lezírias?
A Companhia das Lezírias possui um conjunto de propriedades que ultrapas-sam os 18.000 hectares, sendo de facto a maior empresa agrícola do nosso país. É também esta dimensão que, em meu en-tender, a eleva a Instituição. Com expres-são física fundamentalmente na Região
do Ribatejo, gerimos também na qualida-de qualida-de usufrutuário a Couqualida-delaria qualida-de Alter do Chão, o que acontecerá pelo menos até 2037, altura em que o Estado decidirá pela renovação da concessão da gestão ou to-mará outra opção estratégica para a Cou-delaria de Alter, que, recordo, foi fundada em 1748.
Resultados económico-financeiros positivos, mas não só
Quais são os principais pilares em que assentam no presente o desenvolvimen-to estratégico e de ação da Companhia das Lezírias?
Eu diria que assentam fundamental-mente em fatores de Sustentabilidade e que se dividem sobretudo em três dimen-sões essenciais:
Em primeiro lugar, a sustentabilida-de económico-financeira. Uma empresa como esta certamente não se poderia manter e desenvolver na gestão de ativos de tão grande e estratégica dimensão caso não conseguisse, paulatinamente,
resulta-dos financeiros positivos. Neste aspeto, no último ano (2019) a nossa empresa conse-guiu um resultado líquido de 3,33 milhões de euros, um resultado operacional (EBIT) de 4,27 milhões de euros e um EBITDA de 5,28 milhões de euros.
Em segundo lugar, a sustentabilidade social, pois não há empresas sem pessoas, sendo estas normalmente o principal ati-vo de qualquer empresa. Formação, de-senvolvimento profissional, meritocracia e responsabilidade social são vetores da nossa ação. Ter boas relações com a comu-nidade local e regional é outra das nossas preocupações.
Em terceiro lugar, a sustentabilidade ambiental é fundamental, pois sabemos que sem planeta não teremos nem empre-sas, nem pessoas. Por isso desenvolvemos várias iniciativas em prol da preservação do ambiente, no sentido de respeitar a biodiversidade existente. Não sei se sabe, grande parte da nossa área está em Zona de Proteção Especial (ZPE) e na Reserva Nacional do Estuário do Tejo (RNET). A nossa responsabilidade ambiental é
grande e assumida. Temos parcerias com diversas instituições de ensino superior do país em investigação aplicada, temos o projeto Smart Farm (na área da apli-cação responsável de pesticidas), temos uma floresta cuja gestão está certificada com selo internacional (FSC) e que nos trás obrigações ambientais acrescidas, te-mos o compromisso ABC (+ ambiente, + biodiversidade, - carbono) na área do vi-nho e que queremos alargar a outras áreas da empresa. Enfim, poderia citar muitos outros exemplos, apenas vos referi alguns. Importará ainda vincar que para além da Sustentabilidade, nas três dimensões referidas, a Eficiência de processos (fazer bem aquilo que deve ser feito) e a conti-nuidade da Diversificação de atividades e culturas (talvez a principal riqueza da CL), são linhas de rumo que temos de conti-nuar a trilhar.
Descontando os subsídios agrícolas que recebem, como todos os que atuam no setor, qual foi o volume total de negócios da empresa em 2019?
Atingiu os 10,2 milhões de euros (ven-das e prestações de serviços, e ren(ven-das), pelo que o nosso resultado líquido – 3,33 milhões de euros – é demonstrativo da
eficiência da gestão da Companhia das Lezírias. Repare que o resultado líquido representou praticamente um terço do volume de negócios da empresa, o que constitui um rácio bastante elevado entre os dois valores.
Posso acrescentar que o resultado obti-do em 2019 foi o melhor da história da Companhia das Lezírias, tendo subido 25% relativamente a 2018, ano cujo re-sultado já tinha sido o segundo melhor de sempre. Se este desempenho nos dá naturalmente uma grande satisfação, ele também nos confere uma forte responsa-bilidade de prosseguirmos nesta missão e neste caminho que é importante para a própria Companhia das Lezírias, para a Região e naturalmente para o País.
Importância da dimensão económica e social na Região
As receitas da Companhia das Lezírias resultam da exploração direta dos recur-sos da companhia?
Eu diria que sim e não. Se por um lado gerimos diretamente a maior parte dos nossos ativos, nas áreas da agricultura, pe-cuária, floresta e turismo, por outro lado também obtemos receitas através do
ar-rendamento de algumas terras, a mais de sete dezenas de rendeiros que temos, que obviamente pagam as respectivas rendas dessa exploração à Companhia das Lezí-rias.
Por exemplo, a Orivárzea, que é a maior empresa portuguesa produtora de arroz, e da qual a Companhia das Lezírias é o maior acionista – e por isso sou também Vice-Presidente da Orivárzea, SA – possui sob sua gestão cerca de 900 hectares per-tencentes à Companhia das Lezírias. Além da Orivárzea existe também um conjunto muito significativo de outros rendeiros que gerem áreas da nossa empresa, o que é importante no conjunto das receitas que obtemos, mas demonstra igualmen-te a importância estratégica em igualmen-termos económicos e sociais em toda a região do Ribatejo. Além do impacto que possuímos na gestão da Coudelaria de Alter do Chão naquela zona do Alentejo.
Já agora, gostaria também de poder acrescentar, ainda quanto à cultura do arroz, o fato da própria Companhia das Lezírias gerir diretamente cerca de 520 hectares de produção de arroz. Na reali-dade, este ano, por alterações ambientais, que tiveram como consequência a falta
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de água na nossa barragem, produzimos apenas em cerca de 300 hectares. Termos uma produção própria de arroz, por um lado, e pertencermos à Orivárzea, por ou-tro, permitu-nos ser um player relevante no mercado do arroz, além de conseguir-mos com essa participação na Orivárzea um posicionamento de verticalização no setor do arroz, pois tanto participamos na vertente de produção primária como esta-mos na vertente industrial, que assegura depois o escoamento para os canais da distribuição alimentar.
Mas, para além das áreas diretamente afetas à produção de arroz – por
inter-venção da própria Companhia das Lezí-rias, bem como da gestão da Orivárzea – a Companhia das Lezírias, nessa área territorial superior a 18.000 hectares, possui outras áreas relevantes do ponto de vista agrícola. Quais são e de que di-mensão são essas áreas?
Na área florestal, a Companhia das Le-zírias possui cerca de 6570 hectares de sobreiro, 1040 hectares de pinheiro bravo, 680 hectares de pinheiro manso, e 560 hectares de eucalipto.
Por outro lado, detemos também 130 hectares de vinha, 70 hectares de olival, a que acrecem 30 hectares de olival
tradi-cional em Alter do Chão, 406 hectares de produção de milho, além de 1900 hectares de pastagens.
Outra das nossas dimensões mais im-portantes prende-se com a criação de gado bovino e as duas coudelarias que possuí-mos e geripossuí-mos.
No que respeita à produção de gado, destaco a existência, presentemente, de cerca de 2500 bovinos (raça preta, mer-tolenga, charolesa limousine, cruzadas) que são geridos em regime extensivo, de produção integrada e biológica, ou seja, a sua alimentação é feita exclusivamente nas nossas extensas pastagens. A venda é feita ao desmame.
No que respeita à Coudelaria de Alter do Chão, que, recordo, não é de nossa propriedade, mas é gerida pela Compa-nhia das Lezírias, temos de cerca de 300 animais, enquanto na Coudelaria das Le-zírias, aqui próximo em Braço de Prata, na Lezíria Ribatejana, temos cerca de 80 animais.
As virtualidades da parceria com a Vila Galé na Coudelaria de Alter do Chão
No âmbito da Coudelaria de Alter do Chão, estabeleceram uma parceria com o grupo hoteleiro Vila Galé, que ali cons-truiu uma unidade hoteleira, que depois de abrir durante poucos dias em março, foi encerrada no começo do Estado de Emergência, mas vai ser reaberta ago-ra a 9 de junho. Qual é a importância da implementação dessa unidade hoteleira para a Coudelaria de Alter do Chão?
É de grande importância para ambas as partes, tanto para a Coudelaria como para o próprio grupo Vila Galé.
Para a Coudelaria porque representou um importante investimento privado numa área da infraestrutura do nosso pa-trimónio edificado e certamente irá trazer mais pessoas à região e ao próprio turismo equestre e de visitação da Coudelaria, para o grupo Vila Galé, porque está na Coude-laria mais antiga do mundo a funcionar ininterruptamente no mesmo local e pos-suidora de uma marca forte no mundo do cavalo e na área do turismo equestre, o que
Nota
Biográfica
“António José Coelho de Sousa, 59 anos, é o atual Presidente do Con-selho de Administração da Compa-nhia das Lezírias, SA. Doutorado em Gestão pela Universidade de Évora e Master of Science en éco-nomie et management agroalimen-taire pelo Institut Agronomique Méditterranéen de Montpellier, é também Vice-Presidente da Ori-várzea, SA e Presidente do Círculo Ibérico de Economia Empresarial. Professor da Universidade de Évo-ra na área da EstÉvo-ratégia Empresa-rial, foi Vice-Diretor do Centro de Estudos e Formação Avançada em Economia e Gestão, e vencedor do prémio nacional Rogério Fernan-des Ferreira 2011 (com trabalho sobre sistemas de contabilidade e gestão e capital intelectual)”.
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certamente alargará o leque dos seus clien-tes e áreas turísticas abrangidas, como por exemplo a falcoaria. Portanto, constitui uma parceria com vantagens mútuas, ali-cerçada numa estratégia win-win.
Gostaria, apenas, de recordar como sur-giu essa oportunidade de parceria. Como sabe, o Estado português, através do Tu-rismo de Portugal, instituiu o Programa Revive, que tem como objetivo disponi-bilizar partes do património público edi-ficado, mas que se encontra em condições de degradação ou de escassa ou nenhuma utlização, para ser reconvertido e aprovei-tado para usfruto turístico por entidades privadas. Foi assim que uma parte, deli-mitada, do património edificado da Cou-delaria de Alter do Chão foi escolhida e disponibilizada, através de um contrato de concessão, para integrar o referido Pro-grama Revive. Por concurso público inter-nacional e entre diversos concorrentes, foi o grupo Vila Galé a entidade selecionada para implementar uma unidade hoteleira no local. Estamos convictos de que esta parceria, como sublinhei, tem tudo para resultar e ser de grande benefício para as duas partes, e sobretudo para o desenvol-vimento turístico, social e ambiental da-quela zona do interior do nosso País.
Valorizar a meritocracia
Qual é no presente a dimensão social di-reta da Companhia das Lezírias?
No início desta entrevista, referi que a Companhia das Lezírias possui três di-mensões de sustentabilidade no seu de-senvolvimento. De entre elas mencionei a sustentabilidade social. Para além do que já explicitei mais atrás, quero ainda sublinhar que em tempos passados a Companhia das Lezírias já chegou a ter mais de 800 fun-cionários, mas no presente são um pouco menos de uma centena. Mas isto é o sinal dos tempos, do designado desenvolvimen-to tecnológico, ou seja, de outras formas de saber fazer, de fazer e de fazer fazer.
Mas, o mais importante de tudo isto e que eu quero aqui salientar é o enorme apreço que temos pela qualidade, com-petência e dedicação do nosso conjunto de colaboradores (desde o operacional ao
diretor de topo), que são o que de melhor possui esta empresa, e sem os quais não teríamos conseguido obter os resultados que a Companhia das Lezírias têm vindo a registar ao longo dos anos.
Naturalmente que não posso deixar de salientar igualmente que constatamos a necessidade de proceder, a breve prazo, à renovação de vários quadros da empresa, até porque, por questões de idade, algu-mas pessoas passarão à reforma.
O que é importante sublinhar é que este Conselho de Administração pretende con-tribuir para o natural desenvolvimento das competências quando for necessário recrutar novas pessoas para os quadros da empresa, reforçando os elementos de meritocracia, que são cada vez mais fun-damentais para assegurar o desempenho e a obtenção de resultados pelas empre-sas. Pertencemos ao Setor Empresarial do Estado e para nós, não existe uma dicoto-mia de méritos de uma boa gestão entre o privado e o público. A gestão pública deve e tem de ser de boa qualidade, e a introdu-ção de elementos de meritocracia é muito importante para se atingirem os objetivos mais elevados da empresa.
Referiu, logo de início, como terceira
di-mensão da sustentabilidade na atuação da Companhia das Lezírias o Ambiente. Porquê? Quer desenvolver um pouco mais?
Como referi, a Companhia das Lezírias gere uma área global com mais de 18.000 hectares, estando grande parte dela em ZPE e RNET. Por isso, preservar ambien-talmente e gerir com rigor e eficiência os nossos recursos naturais é uma enorme responsabilidade e um grande desafio para a gestão da Companhia das Lezírias.
Desenvolver as componentes agrícola e da pecuária segundo as melhores regras ambientais é muito importante, embora com a pretensão natural que isso também consiga obter mais-valias económicas e financeiras para a empresa e para todos os intervenientes que atuam nos nossos espaços territoriais.
Neste âmbito, para além do que referi anteriormente sobre o assunto, sublinho a importância que damos ao desenvolvi-mento das culturas da vinha e do olival. Da vinha, enquadrados pelo nosso Com-promisso ABC, conseguimos produzir vi-nhos de grande qualidade, premiados em importantes concursos internacionais, de entre os quais destaco o recente Interna-tional Wine Challenge (IWC), onde fomos
premiados com ouro, prata e bronze (al-guns vinhos da gama Tyto Alba e Herdade de Catapereiro). De referir que o nosso vi-nho topo de gama 1836 (data da fundação da Companhia das Lezírias) também já foi premiado noutros concursos.
No que respeita ao olival, como men-cionei anteriormente, temos uma área de 70 hectares no Ribatejo, a que acrecem 30 hectares de olival tradicional em Alter do Chão. Com efeito, já produzimos também azeites de excelente qualidade, respeitado-res das normas ambientais.
Finalmente, ainda nesta componente de sustentabilidade ambiental, preten-demos desenvolver o designado turismo de natureza, mas de forma integrada e numa lógica de cross-selling, articulando natureza, cavalos, aves, vinho, alojamen-to. Acreditamos que temos enormes po-tencialidades e riquezas naturais para os portugueses e para os estrangeiros conhe-cerem, e desejamos abrir cada vez mais os nossos espaços para de forma organizada e coordenada – o que já acontece – pode-rem ser visitados e usufruídos pelos cida-dãos. Já recebemos mais de 20.000 turistas por ano. Queremos aumentar e melhorar ainda mais.
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LUSOFONIA
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Brasil
Parceria luso-brasileira vai construir novo avião e projeta
Nova fábrica em Évora
O português CeiiA – Centro de Excelência para a Inovação da Indústria Automóvel, e a brasileira Desaer – Desenvolvimento Aeronáutico, formaram uma parceria para para desenvolverem, industrializar e comercializar uma aeronave de transporte leve, com uso civil e militar. A futura aeronave terá a designação de ATL-100.
O futuro avião produzido pela dupla luso-brasileira terá confi-gurações para o transporte de passageiros (até 19 pessoas) e para carga (até 2,5 toneladas), sendo uma aeronave especializada com o objetivo “endereçar as necessidades de transporte regional em áreas já adensadas e nas regiões mais remotas, necessitando de pouco apoio de infraestrutura no solo e possibilidade de aterrar em pistas curtas e não pavimentadas”, mencionou o CeiiA em co-municado.
O desenvolvimento do projeto do ATL-100, fase que decorre neste momento, deverá demorar cerca de três anos, adianta o CeiiA. As fases seguintes serão a da industrialização e comercia-lização, sendo que “em todas as fases, o projeto vai ser executado por profissionais portugueses e brasileiros em infraestruturas lo-calizadas em Portugal e no Brasil”.
Por outro lado, sublinha o comunicado do CeiiA, o desenvolvi-mento do ATL-100 “terá como alicerce o foco na sustentabilidade,
não só pela aplicação de tecnologias menos poluentes, em seus componentes, mas, também, pela perspectiva de utilização, no futuro, de novas tecnologias como motores elétricos, entre outras inovações verdes”.
A parceria formada entre o CeiiA e a Desaer agrega também competências complementares do setor aeroespacial de Portugal e do Brasil, “além de ser um importante projeto de inovação tec-nológica e de criação de renda e emprego em ambos os países, surge com especial relevância agora como um contra-ataque aos efeitos danosos sobre a economia mundial causados pela crise da covid-19”.
Aliás, o CeiiA alocará uma equipa de 60 engenheiros, em cres-cendo, à medida das diferentes fases de desenvolvimento deste projeto. Do lado da Desaer, o número de engenheiros será, pro-vavelmente, duas vezes maior. A equipa de engenheiros do CeiiA estará alojada no Parque de Ciência e Tecnologia de Évora, cidade portuguesa onde mais se desenvolve o cluster aeronáutico em Portugal.
O investimento do CeiiA nesta fase de desenvolvimento do projeto – três anos - é da ordem dos 20 milhões de euros.
Todavia, depois da fase de desenvolvimento do projeto, o con-sórcio evoluirá para a fase da construção de unidades industriais,
CEiiA exporta ventiladores para o Brasil
O CEiiA – Centro de Engenharia e De-senvolvimento, de Portugal desenvolveu o primeiro ventilador de origem portuguesa nas suas instalações de desenvolvimento em Matosinhos, com as primeiras unida-des a serem enviadas para vários hospitais portugueses, mas também já com uma produção de 700 ventiladores a serem
ex-portados para o Brasil, 200 dos quais para o Rio de Janeiro e os restantes 500 para o estado de Minas Gerais.
Denominado Atena, o ventilador desen-volvido pelo CEiiA tem sido muito procu-rado por entidades fora do país. Segundo Miguel Braga, diretor do centro de enge-nharia que desenvolveu o projeto do
ven-tilador, referiu em declarações ao Jornal de Negócios, sublinhou que «todos os dias recebemos abordagens de vários países do mundo – e particularmente dos que falam português. Neste momento, se tivéssemos cinco vezes mais ventiladores, teríamos a possibilidade de responder a todos esses pedidos».
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uma em Portugal e outra no Brasil. Em Portugal, além de se fabri-car componentes pretende-se mesmo montar a própria aeronave ATL-100.
De salientar que nos últimos seis meses, o ATL-100 tem rece-bido diversas manifestações de interesse de vários clientes, desde a área da defesa, da área do transporte logístico. Interesses que vieram de vários países, em regiões em que as áreas são muito grandes e a rede viária, em muitos casos, não permite que pas-sageiros e carga cheguem ao destino rapidamente. Mas também países onde existem muitos aeródromos com fracas condições para as aeronaves aterrarem. O ATL-100 poderá aterrar na grande maioria desses aeródromos, aponta fonte do CeiiA.
Com a participação neste projeto, o CeiiA, assim como a sua participação entre muitas dezenas de projetos, também continua a participar no Programa KC-390, o maior avião até ao momento desenvolvido pela também brasileira Embraer, e ter ganho um contrato para a conceção e o desenvolvimento de algumas das principais aeroestruturas do primeiro modelo de avião a construir pela companhia chinesa Guanyi.
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Brasil
Porto
de Itaqui
(Maranhão)
vai crescer
Foi aprovado o Plano de Desenvolvi-mento e ZoneaDesenvolvi-mento (PDZ) do Porto de Itaqui, no estado brasileiro do Maranhão, foi aprovado pelo Ministério da Infraes-trutura. Antes de ser encaminhado à Se-cretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários, o estudo, composto de diag-nóstico, plano operacional e zoneamen-to de áreas, foi validado pela Empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP), e pelo Conselho da Autoridade Portuária (CAP).
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Portugal
e Bahia,
uma história,
um presente
e um futuro!
Na fotografia, da esquerda para a di-reita, alinham-se, respectivamente, Ma-nuel Rodrigues, Presidente da Navegar, Eduardo Salles, Deputado Estadual da Bahia, António Saraiva, Presidente da CIP – Confederação Empresarial de Por-tugal, e João Leão, Vice-Governador e Se-cretário do Desenvolvimento Económico da Bahia. Esta foto tem cerca de um ano quando o Vice-Governador João Leão veio a Portugal na procura de investimentos e parceiros portugueses que queiram apos-tar no estado brasileiro da Bahia, estado com uma longa história de relacionamen-to frutuoso com Portugal, mas cujo pre-sente também possui histórias de sucesso empresarial, como os que ocorrem com a presença da Vila Galé e mais recentemen-te da parceria entre os empresários lusos Pedro Garcia de Matos e José Coimeiro. Mas, o Vice-Governador da Bahia quer
mais portugueses no seu estado, lembran-do que a Bahia é um território maior lembran-do que o da França, possui cerca de 15 mi-lhões de habitantes, e está no centro do imenso território brasileiro, onde vivem 210 milhões de pessoas.
Áreas como a indústria, agricultura, pecuária, mineração, turismo, construção e infraestruturas são áreas com grande potencial num estado que tem apresenta-do níveis de crescimento acima da média nacional do próprio Brasil.
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TAP retoma voos
para o Brasil e PALOP’s
A TAP apresentou recentemente o seu programa de voos até ao final de julho, e se destacam a retomada dos voos para vários destinos no Brasil e em alguns dos países africanos de língua portuguesa.
No caso do Brasil, já em maio, a companhia aérea portuguesa retomou os voos de Lisboa para São Paulo (dois voos semanais) e para o Rio de Janeiro (um voo semanal). Destaque também já neste mês de junho para o início de um voo semanal de Lisboa para Luanda, capital de Angola, enquanto a 15 de junho será iniciado também um voo sema-nal da capital portuguesa para Maputo, em Moçambique.
Em julho, mês em que a TAP globalmente pretende chegar aos 247 voos semanais, a companhia alargará a sua operação no Brasil com voos destinados às cidades de Fortaleza e de Recife, enquanto no caso de África, a TAP recuperará as ligações às cidades cabo--verdianas da Praia e de São Vicente, além da vizinha Dakar, capital do Senegal. De referir que a TAP voltará também a apostar nas rotas em direção aos Estados Unidos, sobretudo a destinos como Nova Iorque, Boston e Miami, bem como para a cidade canadiana de Toronto.
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Brasil
Piauí e sua diversidade
em destinos turísticos
Do menor e um dos mais diversos litorais do Brasil a parques nacionais re-conhecidos internacionalmente, o Piauí, estado brasileiro localizado na região Nor-deste, reune riquezas históricas e muitas belezas naturais que deixam qualquer tu-rista apaixonado.
Diante da situação mundial, o turis-mo foi um dos setores mais atingidos pela pandemia da Covid-19 e na prática, viagens, só acontecerão com segurança, depois dos órgãos nacionais e interna-cionais, como o Ministério da Saúde, a Organização Mundial de Saúde (OMS) indicarem que é seguro, gestores e trade aguardam, mas já se articulam para o re-torno do turismo.
No Piauí, a aposta será no segmento de natureza, sol e praia. O estado faz parte da famosa Rota das Emoções, roteiro que integra ainda os estados do Ceará e do Maranhão, englobando no total 14 mu-nicípios.
A Rota reúne tudo o que o turista pre-cisa, águas mornas e tranquilas, esporte e uma gastronomia com muita variedade, que vai de comidas típicas de cada estado até pratos de culinária internacional.
Um dos pontos principais da Rota das Emoções no Piauí é o Delta da Parnaíba, um espetáculo da natureza onde é possível apreciar mangues, dunas, lagoas. Um ar-quipélago com 2.700 quilómetros quadra-dos de área, formado por mais de 70 ilhas. Ainda na região litorânea, o sucesso é o vilarejo de Barra Grande, o lugar ideal para quem deseja recuperar as energias. Localizada no município de Caiueiro da Praia, a praia de Barra Grande tem areia branquinha, mar limpo com tom azulado e águas quentes o ano inteiro.
Para quem deseja outra opção, saindo da região Norte em direção ao Sudeste do Piauí, certamente uma das indicações para o turista será o Parque Nacional Serra da Capivara, considerado um dos cenários mais fascinantes. No local, é pos-sível observar as pinturas rupestres, feitas por povos que já viveram ali no passado. Ainda na região, é possível visitar museus como o Museu da Natureza, com grandes avanços tecnológicos ou como o Museu do Homem Americano, com um acervo que conta com diversas peças encontra-das através encontra-das pesquisas e trabalhos ar-queológicos dentro do parque.
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EMPRESARIADO
Pedro Pedrosa, Administrador da LASO Transportes
«Na LASO somos
o que fazemos!»
O setor dos transportes tem sido fundamental para responder às necessidades das
sociedades em todo o mundo, afectadas pela pandemia do Covid-19. Em Portugal
e na Península Ibérica, não poderia ser diferente. A LASO Transportes, pela voz de
Pedro Pedrosa, Administrador da empresa, assumiu uma postura muito atuante
nos mercados onde está presente, fundamentalmente na Península Ibérica, em
diversos países europeus e em várias partes dos continente africano. Destacando a
qualidade, empenho e dedicação de todos os colaboradores da LASO, Pedro Pedrosa
destaca compreensivelmente a abnegação dos motoristas, salienta a importâncias dos
investimentos em equipamentos e tecnolgogias, destaca as certificações possuídas pela
empresa, e salienta sobretudo a capacidade da empresa em responder com qualidade,
prontidão e cumprimento de prazos aos desafios mais exigentes colocados pelos muitos
clientes da LASO Transportes. Por isso, o responsável sa empresa enfatiza que «Na LASO
não somos o que dizemos, somos o que fazemos!».
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EMPRESARIADO
A crise pandémica a nível mundial evi-denciou, uma vez mais, a importância decisiva dos transportes de bens e mer-cadorias enquanto elemento crucial e
estruturante das cadeias logísticas no mundo. Como tem sido a experiência e o desempenho global da LASO nestes tempos de pandemia?
Esta pandemia afetou-nos a todos, mas diria que despertou o que de melhor te-mos enquanto seres humanos, Solidarie-dade, União, Resiliência e Coragem. Uma
palavra especial aos nossos motoristas que estão na linha da frente, e têm sido realmente fantásticos.
A LASO assume-se essencialmente como uma empresa ibérica, onde possui o core da sua operação, mas desenvolve uma forte atividade em vários países da Eu-ropa, bem como no continente africano e até na América Central (sobretudo na Nicarágua). Qual é a expressão e dimen-são no setor da LASO, tanto na Península Ibérica como nos outros pontos de refe-rência da empresa?
A Proximidade dos nossos parceiros e clientes, a dimensão da LASO neste sector, pela singularidade e especificidade dos transportes é sempre uma referência em cada País que atue.
Fisicamente já estamos presentes em 2 continentes, Europeu e Africano. Somos fortíssimos na Península Ibérica, onde te-mos escritórios e oficinas, nomeadamente em Badajoz, Madrid e Valência.
E já nos tornámos numa empresa de referência na Europa e em África, onde contamos com escritórios na Alemanha, Holanda, Itália, Moçambique e Marrocos.
«Na LASO somos o que fazemos!»
Quais os pontos fortes ao nível da estru-tura (motoristas, camiões, tecnologia) da LASO que a tornam uma empresa di-ferenciada e líder no seu setor?
Sem qualquer duvida, os nossos pontos fortes são os traços comuns nos mais de 1.000 quadros da nossa empresa que te-mos atualmente: O querer e a vontade de fazer acontecer, o Know How com base na experiência do fazer, a ambição de fazer bem, o saber de experiência feito, e a te-nacidade dos Motoristas. Aliado a mais de 2.000 Equipamentos, é o que nos torna for-tes e capazes de Ultrapassar Obstáculos.
Na LASO não somos o que dizemos, so-mos o que fazeso-mos!
Os recursos humanos são fundamen-tais em qualquer empresa. Como é que a LASO Transportes tem valorizado os seus recursos humanos? A empresa tem acções regulares de formação, tanto para motoristas como para outros seto-res da empseto-resa?
Temos nos motoristas a nossa primeira li-nha e a que consideramos mais importante,
porque são eles diariamente que estão junto dos clientes e são o rosto da nossa empresa, sendo por isso a sua formação continua e constante, e que assenta em 4 pilares muito importantes para nós: Atitude, Envolvimen-to, Compromisso e Responsabilidade. Mas também todos os recursos dos restantes de-partamentos de apoio á operação, tem for-mação mais técnica e focalizada para as áreas onde executam diariamente a sua missão . Tenho um foco muito grande na gestão humana, e sem duvida que a formação dos nossos colaboradores assume um papel pre-ponderante na gestão da nossa atividade, e no serviço prestado aos nossos clientes.
Várias certificações
Quais as certificações que a LASO Trans-portes possui?
A LASO possui as seguintes certifica-ções
ISO 9001:2015 ISO 14001:2015 OHSAS 18001:2007 FORS
CASS Associate / IATA ESTA