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Emergência e crescimento do picão-preto em dois tipos de solo e em diferentes profundidades de semeadura 1

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Academic year: 2021

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(1)

Emergência e crescimento do picão-preto em dois tipos de solo e em

diferentes profundidades de semeadura

1

Mayara Silva de Souza

2

; Leossávio César de Souza

3

;Gilson dos Santos Miranda

Filho

4;

Priscila Santos rodrigues da Silva

2

; Érico dos Anjos Dantas

2

; Natália Barbosa

Macêdo

2

(1)Trabalho executado com recursos da Universidade Federal da Paraíba

(2)Graduando; Universidade Federal da Paraíba; Areia; Paraíba;mayarasilva921@hotmail.com; (3)Professor Doutor; Universidade Federal da Paraíba; Areia; Paraíba; leossavio@cca.ufpb.br.; (4)Graduado; Universidade Federal da Paraíba; Areia; Paraíba

RESUMO: O experimento foi conduzido em casa-de-vegetação no período de dezembro de 2013 a fevereiro

2014 em Areia, Paraíba. O objetivo do trabalho foi o de avaliar os efeitos de diferentes profundidades de semeadura sobre a emergência do picão-preto, em dois tipos de solo. O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado, em esquema fatorial 2 x 6 com 10 repetições, totalizando 120 parcelas. Cada parcela foi constituída por um vaso onde foram semeadas 7 sementes. Os tratamentos utilizados corresponderam as profundidades de semeadura de 0,0 – 0,2 – 4,0 – 6,0 – 8,0 – 10,0 cm e solos com texturas arenosa e argilosa. Foram avaliadas as seguintes características: índice de velocidade de emergência (IVE), percentagem de emergência (PEM) e altura de plantas (ALT). Independente das texturas de solo estudadas, ocorreu uma menor emergência de plantas a medida que as sementes foram colocadas a maiores profundidades. As sementes localizadas a partir de 6,0 cm de profundidade provavelmente sofreram influência de barreiras físicas do solo que impediram a emergência das plantas e a altura de planta foi influenciada pelas variações de profundidade de semeadura e mostraram-se superiores quando as sementes foram colocadas a 0,0 cm.

Termos de indexação: sementes, vigor, Bidens pilosa.

INTRODUÇÃO

O conjunto de plantas que infestam áreas agrícolas, pecuárias e de outros setores do interesse humano, sendo conceituadas como daninhas, são plantas com características pioneiras, ou seja, plantas que ocupam locais onde por qualquer motivo, a cobertura natural foi extinta e o solo tornou-se total ou parcialmente exposto. Um conceito mais voltado às atividades agropecuárias é exaltado na definição proposta por BLANCO (1972) que define como planta daninha, “toda e qualquer planta que germine espontaneamente em áreas de interesse humano e que, de alguma forma, interfira prejudicialmente nas atividades agropecuárias do homem”. Em estudos de dinâmica de populações de plantas daninhas, é necessário conhecer o banco de sementes do solo, a biologia das espécies que o compõem, e os efeitos das práticas de manejo sobre elas. Vários fatores contribuem para a persistência de sementes de plantas daninhas no solo; por exemplo, alta longevidade, germinação ao mesmo tempo que a cultura, dormência, não-germinação a grandes profundidades, e elevada produção de sementes. (West & Marousky 1989) observaram que o envelhecimento das sementes aumenta sua germinação. Altas temperaturas aumentam os processos fisiológicos, aumentando também a germinação (Shaffer & Chilcote 1970; West & Marousky, 1989). As plantas indesejáveis podem ainda comprometer indiretamente certas culturas agrícolas por hospedarem pragas e doenças antes de infestarem as próprias culturas. A sua presença em uma lavoura, por outro lado, exige a adoção de alguma prática de controle e diminui o rendimento da operação de colheita, aumentando o custo de produção e, por conseguinte diminuindo a eficiência agrícola.Dentre as inúmeras espécies de plantas

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Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar a capacidade de emergência do picão-preto (Bidens pilosa L.), em dois tipos de solo e em diferentes profundidades de semeadura.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no período de dezembro de 2013 a fevereiro 2014, em casa de vegetação pertencente ao Departamento de Fitotecnia e Ciências Ambientais – DFCA, do Centro de Ciências Agrárias - CCA, da Universidade Federal da Paraíba - UFPB, Campus II, localizado em Areia - PB. O município de Areia está localizado na microrregião do Brejo Paraibano a 6º 58' 12" de latitude sul e 35º 42' 15" de longitude oeste de Greenwich, com altitude de 575 m, acima do nível do mar. De acordo com a classificação de Köppen, o clima da região é do tipo AS', quente e úmido com chuvas de outono a inverno com período de estiagem de 5 a 6 meses. O município apresenta precipitação pluviométrica média anual de 1400 mm, segundo dados da Estação Agrometeorológica do CCA. A temperatura média do ar é de 25,5 ºC, sendo novembro, dezembro e janeiro os meses mais quentes e os mais frios julho e agosto. A média anual da umidade relativa do ar é de 80% e a velocidade do vento é de 2,5 m.S-1 (Brasil, 1972). Foram utilizados dois solos de textura diferentes

sendo um arenoso e outro argiloso, o arenoso foi coletado do rio Mamanguape situado na cidade de Alagoa Grande, Paraíba e o argiloso em áreas do Centro de Ciências Agrárias da UFPB. As sementes de picão- preto foram coletadas em plantas localizadas nas áreas do CCA/UFPB, e posteriormente submetidas ao teste de germinação no Laboratório de Sementes do DFCA/CCA/UFPB. Os resultados revelaram que as sementes possuíam 82% de germinação. Para o acondicionamento do substrato foram utilizados vasos plásticos com dimensões de 25 cm de altura e 10 cm de diâmetro. O enchimento dos vasos foi realizado de forma a possibilitar a adequada semeadura nas profundidades estudadas. As sementes, em número de sete por vaso, foram semeadas a diferentes profundidades (de 0 a 10 cm, em intervalos de 2 cm). Para a demarcação das profundidades foi utilizado uma estaca de madeira com 30 cm de comprimento, devidamente marcadas nos intervalos acima descritos. A umidade do substrato foi garantida através de regas em diárias, realizadas com regadores manuais, de forma a possibilitar a germinação das sementes. FOrama avaliada as seguintes características: Índice de velocidade de emergência (IVE), obtido através da fórmula (Edmond & Drapala, 1958); Percentagem de emergência (PEM), obtido pela contagem das plantas emergidas em cada vaso, e posteriormente os dados foram transformados em percentagem; Altura de plantas (APL), realizadas com auxílio de uma régua graduada, medindo-se a distância entre o nível do solo e a extremidade da haste principal. Os tratamentos avaliados foram os seguintes:1. Picão-preto semeado a profundidade de 0,0 cm, em solo arenoso; 2. Picão-preto semeado a profundidade de 2,0 cm, em solo arenoso; 3. Picão-preto semeado a profundidade de 4,0 cm, em solo arenoso; 4. Picão-preto semeado a profundidade de 6,0 cm, em solo arenoso; 5. Picão-preto semeado a profundidade de 8,0 cm, em solo arenoso; 6. Picão-preto semeado a profundidade de 10,0 cm, em solo arenoso; 7. Picão-preto semeado a profundidade de 0,0 cm, em solo argiloso; 8. Picão-preto semeado a profundidade de 2,0 cm, em solo argiloso; 9. Picão-preto semeado a profundidade de 4,0 cm, em solo argiloso; 10. Picão-preto semeado a profundidade de 6,0 cm, em solo argiloso; 11. Picão-preto semeado a profundidade de 8,0 cm, em solo argiloso e 12. Picão-preto semeado a profundidade de 10,0 cm, em solo argiloso. O experimento foi instalado em delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial 2 X 6 com 10 repetições, totalizando 120 parcelas. Cada parcela foi representada por um vaso. A análise estatística foi realizada utilizando-se o programa ESTAT, versão 2.0.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com a análise de variância observou-se que, tanto em relação aos solos quanto às profundidades, ocorreu efeito significativo a 1% de probabilidade pelo teste F para o índice de velocidade de emergência (IVE) e para a percentagem de emergência (PEM). Já com relação à altura de plantas não houve efeito significativo (Tabela 1).

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Tabela 1. Análise de variância dos dados referentes ao índice de velocidade de emergência (IVE),

percentagem de emergência (PEM) e altura de planta (APL) em função de dois tipos de sol e diferentes profundidades de semeadura. Areia, Paraíba, 2014.

F.V G.L

QUADRADOS MÉDIOS

IVE* PEM* APL*

Bloco 9 0,0077 0,0452 0,0401

Solo (S) 1 0,1576** 0,6729** 0,0288

Profundidade (P) 5 0,5752** 2,1654** 0,3757

S x P 5 0,1957 0,0716 0,0545

** Significativo à 1% de probabilidade pelo teste F. * Dados transformados em ARCSEN x.

Na análise da variável índice de velocidade de emergência (Tabela 2), observou-se que houve diferença significativa entre os dois tipos de solo estudados, onde o solo argiloso (S2) apresentou maior IVE e diferiu estatisticamente do solo arenoso (S1) pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Com relação ao parâmetro profundidade houve diferença significativa, onde as sementes colocadas a 0,0 cm (P1), ou seja, na superfície diferiram estatisticamente e apresentaram maior IVE, quando comparada com as demais, provavelmente, em função da menor barreira física imposta pelo solo. Concordando com os resultados aqui encontrados, Lorenzi (1993), verificou que, em solos argilosos ou compactados (de alta densidade), as plantas geralmente emergem de menores profundidades que em solos soltos e arenosos. Barbosa et al. (1991), verificaram que os mais altos índices de velocidade de emergência de plântulas do gênero Digitaria encontraram-se na superfície e a 2 cm de profundidade. Verificaram ainda que, de uma maneira geral, os valores do IVE diminuem estatisticamente à medida que se aumenta a profundidade de semeadura, semelhante aos resultados obtidos neste trabalho.

Tabela 2. Resultados médios referentes ao índice de velocidade de emergência (IVE) em função de dois tipos

de sol e diferentes profundidades de semeadura Areia, Paraíba, 2014. Tratamentos Solos Arenoso (S1) Argiloso (S2) 0,0944 B 0,1669 A Profundidades (cm) P1 (0,0) P2 (2,0) P3 (4,0) P4 (6,0) P5 (8,0) P6 (10,0) 0,44 A 0,20 B 0,10 B 0,02 C 0,01 C 0,01 C Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Dados transformados em ARCSEN X.

Pelos resultados médios obtidos (Tabela 3), a variável percentagem de emergência apresentou diferença significativa entre os dois tipos de solo estudados, onde o solo argiloso (S2) apresentou maior PEM quando comparado com o solo arenoso (S2). No estudo do parâmetro profundidade detectou diferenças significativas e observou-se que os maiores valores de PEM foram obtidos a 0,0 cm (P1), tendo diferido dos demais pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Concordando com estes valores, Barbosa et al (1991),

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Tabela 3. Resultados médios referentes a percentagem de emergência (PEM) em função de dois tipos de sol

e diferentes profundidades de semeadura. Areia, Paraíba, 2014

Tratamentos Solos Arenoso (S1) Argiloso (S2) 0,2138 B 0,3619 A Profundidades (cm) P1 (0,0) P2 (0,2) P3 (0,4) P4 (0,6) P5 (0,8) P6 (0,10) 0,86 A 0,47 B 0,27 C 0,04 D 0,04 D 0,05 D Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Dados transformados em ARCSEN X.

Observou-se que pelos resultados médios obtidos (Tabela 4), a altura de planta não diferiu estatisticamente, pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade, nos dois solos analisados. Segundo Alves et al., (1997), o picão-preto apresentou melhor desenvolvimento em pHs próximo ao neutro, com certa tolerância a pHs extremos (3,5 e 8,0). Através da análise química comprovou que o picão-preto apresentou um bom desenvolvimento em ambos os solos, pois os mesmos apresentaram pH próximo ao neutro. Conforme Kissmann (1978) avaliando a ação de herbicidas sobre o picão-preto, observou a correlação entre altura das plantas e sensibilidade a Bentazon depende da velocidade com se deu esse crescimento. Sendo a elongação do caule muito rápida, haverá menos reservas, e a suscetibilidade será maior do que em condições de crescimento lento. A maior altura de planta pode ser influência da composição das sementes. Assim, Nakagawa (1994), afirmou que sementes mais vigorosas apresentaram plântulas com uma maior taxa de crescimento, que se traduz na maior rapidez de emergência e crescimento inicial da planta, mesmo em condições de crescimento lento.

Tabela 4. Resultados médios referentes à altura da planta (APL) em função de dois tipos de sol e diferentes

profundidades de semeadura. Areia, Paraíba, 2014.

Tratamentos Solos Arenoso (S1) Argiloso (S2) 2,68 A 2,63 A Profundidades (cm) P1 (0,0) P2 (0,2) P3 (0,4) P4 (0,6) P5 (0,8) 2,54 A 2,89 A 2,48 A 2,52 A 2,48 A Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Dados transformados em ARCSEN X.

CONCLUSÕES

A textura do solo é de suma importância, uma vez que, o solo argiloso mostrou-se mais eficiente do que o arenoso para a germinação do picão-preto, onde ocorreu uma menor emergência de plantas à medida que as sementes foram colocadas a uma maior profundidade.

Sementes localizadas a partir de 6 cm de profundidade, provavelmente sofreram influência de barreiras físicas do solo que impediram a emergência das plantas, tanto no solo arenoso como no argiloso.

Uma maior incidência de sementes de Bidens pilosa L. na superfície do solo pode ser um indicativo de maior infestação desta planta daninhas em áreas agrícolas.

E em ambientes mais intensamente modificados pelas práticas agrícolas, como os sistemas convencionais de plantio, haja uma maior exposição dos frutos de B. pilosa à luz, em função do banco de semente que se forma, e as sementes enterradas neste banco, mesmo antes dormentes, são expostas.

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REFERÊNCIAS

BARBOSA, J.M.; SILVA, T.S.; ANDREANE JUNIOR, R.; PITELLI, R.A. & BARBOAS, L M. Germinação e Emergêrcias de Plântulas para Três Espécies de Gramíneas Invasoras de Cultura do Gênero Digitaria Heisler ex Haller. Acta Botânica, SP, v. 1, n. 3, p. 7-13, 1991

.

BLANCO, H.G. - A importância dos estudos ecológicos nos pragramas de controle das plantas daninhas. O Biológico, 38(10): 343-50, 1972.

KHAN, M. R. et al. Anti-microbial activity of Bidens pilosa, Bischofia javanica, Elmerillia papuana and Sigesbekia orientalis.

Fitoterapia, v. 72, n. 6, p. 662-665, 2001.

KISSMANN, C. G. Bidens pilosa L. e Bidens subalternans DC. São Paulo: BASF Brasileira. 1997. 6 p. (mimeografado).

LORENZI, H. Plantas daninhas do Brasil: terrestres, aquáticas, parasitas, tóxicas e medicinais. 3.ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2000. 608 p.

NAKAGAWA, J. Testes de vigor baseados na avaliação das plântulas. In: VIEIRA, Roberval Daulton; CARVALHO, Nelson Moreira de. Testes de Vigor de Sementes. Jaboticabal: FUNEP, 1994. 164p. 49-82.

RABÊLO, G. O. et al. Potencial alelopático de Bidens pilosa L. na germinação e no desenvolvimento de espécies cultivadas. R. Cient. Faminas, v. 4, n. 1, p.1-8, 2008.

SHAFFER, D.E.; CHILCOTE, D.P. Factors influencing persistence and depletion in buried seed populations. II. The effects of soil temperature and moisture. Crop Science, Madison, v.10, p.342-345, 1970.

WEST, S.H.; MAROUSKY, F. Mechanism of dormancy in pensacola Bahiagrass. Crop Science, Madison, v.29, p.787-791, 1989

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