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A TEMÁTICA AMBIENTAL NAS IMAGENS DE LIVROS DIDÁTICOS DE BIOLOGIA

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Academic year: 2021

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A TEMÁTICA AMBIENTAL NAS IMAGENS DE LIVROS DIDÁTICOS DE BIOLOGIA

Vanessa Messias da Silva (UFRJ) Paula Magalhães Souza Deccache (UFRJ)

Resumo

O presente trabalho teve por objetivo analisar o uso de imagens como ferramenta de ensino do tema ambiente no livro didático. Para tal, foram utilizados dois capítulos dos livros Biologia Hoje e Biologia em Contexto. As imagens encontradas foram classificadas quanto à tipologia, presença de legenda e relação com o texto, tendo como base a Análise de Conteúdo de Bardin. Foi possível verificar que os livros utilizam diferentes tipos de imagens para tratar da temática ambiental, em alguns casos tratando-a de maneira isolada, desvinculadas de fatores coletivos, culturais e/ou políticos necessários à compreensão e auxílio na tomada de decisão por parte dos estudantes. Neste último aspecto, destaca-se a importância do papel do professor como mediador do processo de ensino-aprendizagem.

Palavras–chave: imagens, livro didático, ambiente.

Introdução

O livro didático ao longo dos anos vem se consolidando como componente integrante da formação intelectual do aluno e da prática docente. É um material de fácil acesso e, por isso, muito utilizado nas salas de aula da Educação Básica Brasileira, fazendo parte da cultura escolar.

Martins (2006) aponta que o livro didático é dotado de diferentes linguagens e que além dele adaptar o texto científico para o ensino, reflete complexas relações entre ciências, cultura e sociedade no contexto da formação de cidadãos.

Nos livros de Biologia a presença de imagens associadas aos textos é notória. Martins et al. (2003) e Martins (2007) consideram o livro didático como um instrumento híbrido semiótico, por apresentar diferentes linguagens não verbais: gráficos, fotografias, mapas, tabelas, ilustrações e charges que oferecem um discurso imagético além do discurso textual.

Pralon (2012), por sua vez, destaca que costumeiramente as imagens são valorizadas apenas pela sua função motivadora da leitura, já que o texto é na maioria das vezes visto como o legítimo portador dos conceitos, cabendo as primeiras apenas o papel secundário. E também aponta que reconhecer o potencial pedagógico das imagens em situações didáticas

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significa considerar que elas também são capazes de transmitir mensagens, conceitos, ideias, valores, desempenhando, desse modo, importante papel na formação dos jovens.

O trabalho desenvolvido por Martins, Gouvêa e Piccinini (2005, p. 38) destaca que “a linguagem visual se constitui num sistema de representação simbólica profundamente influenciada por princípios que organizam possibilidades de representação e de significação em uma dada cultura”. O que demonstra o quanto esta linguagem é carregada da dimensão cultural, proveniente de uma prática social. Sendo assim, o professor e os alunos estão sujeitos a interpretações próprias de suas vivências e contextos sociais e culturais quando se utilizam de imagens.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) orientam que:

“A principal função ao trabalhar com o tema Meio ambiente é contribuir para a formação de cidadãos conscientes, aptos a decidir e atuar na realidade socioambiental, de um modo comprometido com a vida, o bem estar de cada um e da sociedade, local e global. Por isso é necessário que mais do que informações e conceitos a escola se proponha a trabalhar com atitudes, com formação de valores, com o ensino e aprendizagem de procedimentos (BRASIL, 1997 p. 187)”.

Portanto, abordar temáticas ambientais em Biologia vai além da compreensão cognitiva, se constituindo também como uma oportunidade de exercício da prática pedagógica em Educação Ambiental. Concordamos com Loureiro (2004), que compreende a educação ambiental por meio de uma matriz que vê a educação como elemento de transformação social componente da educação transformadora.

Tozoni-Reis (2006), destaca que os temas ambientais devem ser “apropriados, construídos, de forma dinâmica, coletiva, cooperativa, contínua, interdisciplinar, democrática e participativa” contribuindo para a conscientização dos sujeitos, construindo assim a educação ambiental transformadora, ultrapassando a transmissão de conhecimentos por si só.

Segundo Freire (1983), a educação transformadora é encarada como atividade social de aprimoramento pela aprendizagem e pelo agir, vinculadas aos processos de transformação da sociedade através de uma visão crítica da realidade. E todos os recursos didáticos a serem utilizados devem perpassar por esse fim.

Dado o reconhecido valor do livro didático como um objeto cultural que materializa discursos sobre Ciência e media a interação entre os sujeitos, autores e leitores, implícitos e empíricos (Martins, 2012) e o potencial pedagógico das imagens através do papel que desempenham ao transmitirem mensagens, conceitos, valores, ou seja, estarem diretamente associadas à formação dos jovens, o presente trabalho teve como objetivo analisar a utilização de imagens como ferramenta de ensino do tema ambiente, tendo como base dois capítulos dos

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livros didáticos Biologia Hoje e Biologia em Contexto, buscando avaliar o papel das imagens como ferramenta de ensino de conceitos da temática ambiental.

Procedimentos metodológicos

Foi realizada uma pesquisa qualitativa do tipo documental a partir dos livros didáticos Biologia Hoje, dos autores Sérgio Linhares e Fernando Gewandsnajder e Biologia em Contexto, dos autores José Mariano Amabis e Gilberto Rodrigues Martho. A escolha destas duas coleções se deu pelo fato delas terem sido as mais distribuídas às escolas públicas nos anos de 2014 e 2015, segundo o Programa Nacional do Livro Didático (BRASIL, 2015).

Optou-se pela análise inicial dos volumes 3 e 1 das coleções Biologia Hoje e Biologia em Contexto, respectivamente, por apresentarem com mais frequência assuntos envolvendo temáticas ambientais. Posteriormente, foram selecionados os capítulos “Ciclos biogeoquímicos” e “Poluição” para o presente estudo.

Em cada livro, tendo como base a análise de conteúdo de Bardin (1977), se verificou como as imagens eram apresentadas. Para isso, foram utilizadas categorias para análise: tipos de imagens (fotografia, esquema, ilustração e gráfico), presença de legenda e relação entre as imagens e o texto.

Análise e interpretação dos resultados

Como pode ser observado na Figura 1, o número de imagens relacionadas ao tema meio ambiente no livro Biologia Hoje (44 imagens) foi superior ao do livro Biologia em Contexto (37 imagens).

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Figura 1 - Quantidade de imagens encontradas nos livros didáticos.

Quando este total foi subdividido por tipos de imagens (fotografia, esquema, ilustração e gráfico) em cada um dos capítulos analisados, pôde-se perceber que somente nos gráficos o livro Biologia em Contexto superou numericamente o Livro Biologia Hoje.

Figura 2A. Capítulo Ciclos Biogeoquímicos. Figura 2B. Capítulo Poluição.

Como mostra o gráfico, o tipo de imagem mais utilizado foi a fotografia. A escolha por tal recurso, provavelmente, deveu-se ao maior nível de realismo que dada imagem proporciona. Pralon (2012) destaca que a fotografia serve como testemunho de uma realidade determinada pelas convenções e opções culturais historicamente realizadas no momento de sua produção.

Não foi encontrada ao longo dos capítulos analisados a utilização de charges e histórias em quadrinhos, que muito poderiam enriquecer o ensino-aprendizagem dos temas ambientais. 2B 2A aa AaA A

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Segundo Vasconcelos e Souto (2003) a imagem no livro didático deve estar relacionada ao texto, ser inserida à medida que o conteúdo é desenvolvido, conter fonte e apresentar legenda. A partir destes critérios, portanto, as imagens podem proporcionar a clareza e evitar confusão ao leitor, possibilitando que não haja interpretação errônea da realidade. Tomando como referência tais parâmetros, todas as imagens analisadas nos livros Biologia Hoje e Biologia em Contexto apresentaram-se ligadas ao texto, com legenda e fonte adequadas.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997), a problematização e o entendimento das consequências de alterações no ambiente permitem compreender as ações humanas, em determinados contextos históricos e comportam diferentes caminhos de superação. Ao fazer uma análise mais detalhada das imagens relacionadas à temática ambiental e conceitos implícitos nas mesmas foi possível constatar que, de forma geral, esse tipo de disseminação do “conhecimento ambiental” se inseriu nos livros didáticos analisados no presente trabalho.

Em alguns momentos, foram destacadas ações individuais, como pode ser verificado na Figura 3, em que aborda a temática da água. Tais imagens, no entanto, não mostravam dados do uso da água pelos demais setores sociais (agricultura, indústria e serviços), por exemplo. Nestas imagens, portanto, é possível inferir a presença do sentido da educação ambiental tradicional, centrada em ações individuais, compreendendo a educação como um ato comportamental (Loureiro, 2004).

Figura 3A. Livro Biologia Hoje; Figura 3B. Livro Biologia em Contexto Fontes: (A) www.fiocurz.br/abcnaciencia/html. (B) Nilson Cardoso.

Um dado que chamou atenção no livro Biologia Hoje foi que os autores optaram por utilizar uma imagem isolada do caramujo africano (Figura 4) para abordar a temática

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destruição da biodiversidade. Tal escolha provavelmente teve a intenção de destacar a espécie e facilitar o reconhecimento por parte dos alunos. Uma abordagem mais contextualizada, no entanto, pode ser mais adequada para tratar do assunto de forma completa, integrada e enfatizar que a ação humana contribui para a disseminação de espécies invasoras e seus impactos socioambientais. Há de se considerar neste aspecto as relevantes contribuições de Freire (1996), ao incluir a compreensão de aspectos sociais e econômicos contextualizados no processo educativo, que também deve se refletir na abordagem do tema destruição da biodiversidade.

Figura 4: Imagem sobre a temática “destruição da biodiversidade” presente no Livro Biologia Hoje Fonte:Shutterstock/Glow images.

Carneiro et al. (2005) destacam que o livro didático pode ser um elemento que propicie mudanças de práticas pedagógicas ou motive a manutenção de metodologias tradicionais.

O uso das imagens dos livros didáticos nas salas de aula deve ser refletido e seu potencial deve ser explorado pelo professor de Biologia. A grande quantidade de imagens encontradas nos capítulos investigados já sinaliza a sua importância e seu papel de destaque na composição dos livros didáticos, em especial se o compreendermos como uma forma de linguagem carregada de representação simbólica como aponta Martins, Gouvêa e Piccinini, (2005). Entretanto, esta variedade e diversidade de imagens se confronta com os diferentes conteúdos simbólicos contraditórios em imagens que carregam em si sentidos individuais desvinculados dos fatores coletivos ao abordar temáticas ambientais, o que não contribui significativamente com uma abordagem mais exploratória ao se pensar numa educação crítica.

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Considerações finais

As imagens possuem uma grande relação com o ensino de Biologia, visto que nos livros desta disciplina, estão amplamente presentes, representando, desta forma, uma ferramenta auxiliadora na prática pedagógica.

Neste trabalho, investigou-se como as imagens vêm sendo utilizadas para tratar das temáticas ambientais. Foi possível verificar que os dois capítulos dos livros didáticos de Biologia analisados usavam as imagens como recurso para tratar a problemática ambiental através de diferentes tipologias: fotografias, ilustrações, esquemas e gráficos.

Em alguns momentos as imagens presentes nos capítulos analisados abordavam a temática ambiental de maneira isolada, desvinculada de fatores coletivos, culturais e/ou políticos necessários à compreensão e auxílio na tomada de decisão por parte dos alunos, como cidadãos em formação; algo bem contraditório considerando a atenção dada à questão ambiental mundial. Tal constatação ganha mais relevância quando levamos em consideração que estes assuntos são tratados no último ano de escolaridade do Ensino Médio, o qual tem por objetivo preparar o aluno para a sociedade e para o trabalho.

Neste sentido, os resultados também destacam o importante papel do professor como mediador do processo de ensino-aprendizagem, numa perspectiva que vai além da interpretação dos textos presentes nos livros didáticos, incluindo, em especial, as representações não verbais, visto que todas elas contribuem para a formação crítica do cidadão. Assim como os demais recursos utilizados na escola, cabe ao professor auxiliar na observação dos alunos para destacar o papel das imagens no contexto específico da aula oferecendo maior riqueza em sua prática, visto que as imagens devem servir para reflexão e o papel das mesmas deve ir além de ilustrar um texto.

Reconhecendo que o livro didático materializa diversos discursos que se entrelaçam em um mesmo produto cultural, não nos cabe aqui censurar as opções de imagens adotadas nos livros, mas oferecer subsídios que contribuam na reflexão do papel do livro didático ao reconhecer que as imagens carregam em si a transmissão de mensagens, conceitos e valores.

Tomando este estudo como ponto de partida, novas pesquisas podem ser realizadas para que se investigue como as imagens podem favorecer o processo de ensino aprendizagem tendo como foco a educação ambiental crítica. E que tais experiências possam contribuir na elaboração dos livros didáticos de Biologia e na prática pedagógica.

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Referências

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