TCC UFSC ENF 0286 a, Andréa da -‹ Siv N.Cham ‹_| Au or ança-a ar da cr ..-‹ Aprendendo a cu
d
T'uo ._‹Q
APRENDENDO A
CUIDAR
DA
CRIANÇA-ADOLESCENT
E
VÍTIMA DE
VIOLÊNCIA
ATRAVÉS
DE
UM
REF ERENCIAL
DE ENFOQUE
HOLÍSTICO-ECOLÓGICO
PARTICIPANT
E:
UMA
PROPOSTA
TRANSDISCIPLINAR
COM
EQUIPE
E
FAMÍLIA.
CCSM TCC UFSC ENF 0286 Ex. -«._.___,___. 24 472 Ac 9724923 -‹ SC BSCCSM CCSM LL EXU -‹
ANDREA DA
SILVA
CARINA
vELLoso
DE
LUCCA
LUCIARA
FABIANE
SEBOLD
¡.
APRENDENDO A
CUIDAR
DA
CRIANCA-ADDLESCENTE
VITIMA DE
VIQLENCIA
ATRAVES
DE
UM
REEERENCIAL
DE
ENPOQUE
HOLÍSTICQ-ECDLÓGICD
PARTIC1PANTEz
*UMA
PRoPosTA
TRANSDISCIPLINAR
CoM
EQUIPE
E
EAMÍLIA
E
ANDRÉA DA
SILVA
CARINA
vELLos0 DE
LUCCA
LUCIARA
FABIANE
SEEDLD
Relatório
do
Projeto
Assistencial
de
Conclusão
do Curso
de
Graduação
em
Enfermagem
da
UFSC.
Orientadora:
Zuleica
Maria
Patrício
Supervisoras:
Carin
Iára
Loeffler
Terezinha
Maria
de
Andrade
A
Deus
por
iluminare
por estar presenteem
todos osmomentos
de nossa caminhada.
Às
crianças e adolescentespor
existiremcom
suas peculiaridadesde
serhumano
eem
especial aqueles
que
sofreram esofrem
algum
tipode
violência.Às
familiasque nos
aceitaramenquanto
serhumano
profissional,bem como
todas asoutras.
À
nossa orientadora -Zuca
por assumir mais
um
desafionum
momento
importantede
suavida,
e
por
compreender
nossas limitações, incentivando nossas potencialidades.Às
supervisoras - Tetê e Cariri pela presença, carinlio e amizade, pelo estímuloa nosso
crescimento
como
serhumano
e profissional.À
equipedo
S.O.S
Criança pela paciência, trocade conhecimento,
credibilidade, integraçãono
desenvolvimento
do
nosso
projeto. ` ' `Aos
nossos familiaresque
com
seuamor, compreensão
acreditaramem
nós; estimularania
busca
de nosso
Sonho
mesmo
quando
estavamos
ausentes.A
todas as outras pessoasque
apoiaram, contribuiram,estimularam a nossa caminhada,
ontem,
hoje eamanhã
com
sua presença, ausência e indiferença__________ .s - 4 1 -
REFERENCJAL
TEÓRICO
_________ __ - ...._1
2 -
DESENVOLVENDO A
ASSISTÊNCIA
DE
ENFERMAGEM
,
COM
A
CRIANÇA-ADOLESCENTE-FAMÍLIA
E
EQUIPE
.. ...172.1 Entrando no
Campo
... ...2l2.2 Ficando no
Campo
... ... . .. . . . . .2.2.1 Acompanhando Denúncias ... ...26
2.2.2 Trabalhando
em
fonna de Oficinas ... ... ...302.2.2.1
Com
Equipe Profissional do 5.0.5 Criança 2.2.2.2Com
os Profiäionais - Educadores do S.O.SCriança...34
2.2.3 Trabalhando
com
Família - o Relato deUma
Vivência... .....35
2.2.4 lnteragindo
com
Outros -...372.2.4.1 Núcleo
TRANSCRIAR
-UFSC
... ...37
2.2.4.2 Visitando Instituições ... ... ... ... ..37
2.2.4.3 Grupos da 8° Fase
2.2.5 Participação
em
Eventos . . . . .2.3 Saindo do
Campo
... . .2.3.1 Reconstrução dos Conceitos ... ... ...45
2.3.2 Devolvendo os Resultados "Para Dermo” e 'Tara Fora" ... ..45
3 -
RECONSTRUINDO
CONCEITOS:
CONHECENDO
MELHOR
A
CRIANÇA-ADOLESCENTE-FAMÍLIA viwnun DE
v¡oLÊNc1A....-...4 -
MUDAR
A
POSTURA
É
Dnficn.
..." ...-... ... ..5s
5 -
coNcLU1Nno
UMA
ETAPA
DE
-...-...--.-...-.sz-.z...---.-....-...óo
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFIAS
... ._ ...õzTrata-se
do
relatóriodo
Projeto
Assistencial referenteao Trabalho de
conclusão
do Curso
de
Gradução
em
Enfermagem
da
UFSC,
desenvolvido no
Programa
S.O.S.
Criança
em
Florianópolis,Santa Catarina;
no
periodo
de
agosto
adezembro
de
l995.
Tal
projeto foifundamentado
pelo Referencial
Teórico de
abordagem
Holístico-Ecológica. Caracterizou-se
por
um
estudo
Partcipante junto
acriança-adolescente-familia
eequipe
com
vistas apromoção
da saúde
eprevenção
de
agravos
em
situações
de
violências.As
atividadesdesse projeto
foram
divididas
em
trêsmomentos: Entrando no
Campo,
Ficando no
Campo,
Saindo do
Campo.
Entrando no
Campo
representou
desde
aescolha
do
local a serdesenvolvido
o
projeto até
a
elaboração
do
mesmo
junto
com
profissionaisdo
S.O.S. Criança.
O
momento
Ficando no
campo
corresponde
a: trinta eum
(31)
acompanhamentos
de
denúncias de
violência
realizadosjuntamente
com
profissionaldo
serviço;nove
(O9) Oficinas
de
Recriação de Referencial
eduas
(02) Oficinas
de
Saúde
realizadas
com
profissionaisdo
S.O-S. Criança;
visitasa
Instituiçõesque
amparam
a
criança
eadolescente;
relatode
uma
vivência de trabalho
com
família;interação
com
outros
grupos
como
o
Núcleo
TRANSCRIAR-UFSC,
8” fase;participação
em
eventos relacionados a temática
do
projeto.Já
no
Saindo do
Campo
relata-se asatividades,
realizações
que
caracterizam o
sairdo
local-S.O.S.Criança,
conforme
o
preconizado
pelo
referencialadotado.
Abrange
a reconstrução
de
conceitos sobre
criança-adolescente
ecriança-adolescente vitima
de
violência
atravésda
Praxis,união da
teoriaestudada
eda
vivência
do
cotidiano dentro
do
S.O.S. Criança; a
devolução dos
resultados
Para
Dentro
ePara Fora da
Instituição.Finalizando
INTRODUÇAQ
Este trabalho apresenta
o
relatório das atividades desenvolvidasna
disciplinaEnfermagem
Assistencial Aplicada, representandoa
última etapado
Curso de Graduação
em
Enfermagem
da
Universidade Federalde
Santa CatarinaO
relatório descreveo
cotidianoda
assistênciade
enfermagem
à
criança-adolescente vítimade
violência,numa
instituição,fundamentada
num
referencial teórico centradonuma
abordagem
l-Iolístico-Ecológica Participante desenvolvido peloNúcleo
TRANSCRIAR
-UFSC,
0
qual focalizao
processode
viver saudável nasdimensões
afetiva, biológica, social, cultural, espiritual,econômica.
Durante
as atividadesque desenvolvemos
nas disciplinasdo
Curso de
Graduação
em
Enfermagem
da
UFSC
fomos
despertadaspara
a áreada
criança-adolescente. Criou-se entrenós
um
interessecomum
e urnaempatia
para trabalharcom
estaárea
Observa-se
que no
Curso de
Enfermagem-UFSC,
inexistem trabalhosque
abordem
experiências assistenciais
na
áreaem
questão.A
5”Unidade
Curricular, oferece aosgraduandos apenas
alguns ensaios sobre essetema
polêmico.Em
1994,com
a nossa
participação
no
Congresso
Brasileirode
Enfermagem,
nosidentificamos
com
os trabalhosapresentados sobre
a
temática: Criança Agredida.Assim,
a partir dai surgiuo
interessede
aprofundarmos
um
pouco
mais conhecimentos
e nossa práticaa
esse respeito.Após
esta decisãofomos
discutir sobrea
propostacom
uma
professorado
curso.A
partir desse diálogo, nos
encaminhamos
parabusca
em
Florianópolisde
possíveis instituiçõesque
trabalhassemcom
esta população, eque favorecessem a execução
do
projeto assistencial.Após
a
busca escolhemos
o
S.O.S Criança para ser este local, por ser urna instituiçãoque
tem
por
objetivo:a
proteção e defesade
todo e qualquer criançaou
adolescenteem
situaçãode
risco pessoal e/ou social.
Os
participantesque
integraramo desenvolvimento
do
projetode
assistência foram:acadêmicas de
enfermagem Andréa da
Silva, Carina VellosoDe
Lucca, Luciara FabianeSebold; orientadora, professora
do Curso de
Graduação
em
Enfermagem
da
UFSC
eenfermeiras
do
HospitalUniversitário/UFSC
integrantesdo Núcleo
TRANSCRIÀR-UFSC,
Carin
láraLoefller
e TerezinhaMaria de Andrade;
criança-adolescente vitimade
violênciapessoal,
na
faixade
0
a
l8 anos incompletos e familiaque
chegavam
ao S.O.S
atravésde
denúncia
por telefoneou
procura espontânea; equipe profissionaldo
S.O.S
Criança. Esteprojeto foi desenvolvido
no
periodode 22 de
agostoa
llde
dezembro
de
l995,mas
as atividadesde
entradano
campo
escolhidoocorreram desde
março
deste ano.Atualmente, observa-se
um
aumento
de
notícias divulgadas pela imprensa, sobrecriança-adolescente vitima
de
violência atravésde manchetes de
jornais, artigosde
revistas,programas
de
televisão, e outros os quaisabalam
momentaneamente
a população.A
violência
cometida a
crianças e adolescentes nos diasde
hoje, é evidenciadaem
todas as categorias socioeconômicas,não
respeitando credo, raçaou
cor(UNÃCEF).
A
partir desta observação, resolvemos tentar interferir nessa situaçãoque choca a
população
como
um
todomomentaneamente, sendo que ao tim
essasimagens
caem
no
esquecimento,
cada
um
continua sua vida individualmente,esquecendo o
coletivo.Percebe-se
no
dia-día,nas
interaçõesmais
simples
que
setem
com
a
população, a
apologiados simulacros nos seus
valoresde
vida.A TV
encanta muito
mais
que a
vida reala
talponto
que,conforme
aos
chama
a
atenção Santos
(1993),uma
imagem
de
criançafaminto na Somália
aos absorve
mais que
aquelas famintos
que encontramos
em
nossas
calçadas
diariamente. (Patrício,1995)
Em
1999, foi criadoo
Estatutoda
Criança
edo
Adolescente
(ECA),
o
qualaumentou
a
abrangênciado
Estado,promovendo
uma
proteção
integral,dos
direitos edeveres das crianças e
dos
adolescentes brasileiros.Por
verque
essaproteção
integralnão
ocorre, através das situaçõesde
violênciaobservadas
no
quotidianoda
população,resolvemos
desenvolver esse projetoo
qual tevecomo
objetivos:Objetivos Gerais
vitima
de
violência pessoal, atravésde
um
referencial teóricode enfoque
participante.2)
Aprender a
desenvolverum
trabalhonuma
equipe multidisciplinarcom
vistasna
transdisciplinaridade.
Objetivos Específicos
1)
Desenvolver
um
processode
ENTRADA
no campo.
-2) Elaborar
o
projeto assistencial juntoa
equipe profissionaldo
S.O.S
Criança.3) Prestar assistência
de
enferrnagerna
criança-adolescente vitimade
violência pessoal, atravésde
um
referencial teóricode enfoque
Holistico-Ecológico Participante, incluindoo
ECA.
4) Relacionar teoria sobre criança-adolescente vitima
de
violência pessoalcom
a
práticavivenciada
no
cotidianodo
desenvolvimento deste projetono
S.O.S
Criança
5) Investigar tipos
de
recursos e possibilidades oferecidos dentrodo SUS,
e instituiçõesde
`*“
outras naturezas para
o
encaminhamento
de
casosconfirrnados de
violência pessoal acriança-adolescente, garantido pelo direito.
6)
Demonstrar a imponência do
papeldo
enfermeiroenquanto
profissional atuantenuma
equipe
que
assistaa
criança-adolescente vitimade
violênciapessoal.7)
Atuar
junto corna
equipe profissionaldo
S.O.S Criançabuscando a
transdiscipiinaridade, ea
harmonia
entre os objetivosacadêmicos
com
as expectativasda
equipe profissional.8) Discutir e refletir
com
a
equipe protissionaldo
S.O.S Criança
os resultados obtidosna
realizaçãodo
projeto assistencial.9) Divulgar e publicar os resultados
do
projetode
assistênciade
enfermagem
a
criança-em
busca
de
um
referencialque
abordasseo
serhumano
na
sua totalidadeem
transfonnação,como
participante ativo nesse processo.Por
sero tema do
nosso projeto: Criança-Adolescente vitimade
violência, e por este estar dentrode nossa
concepção,recebendo
influências sócio-econômico-cultural-espirituabbiológica e afetiva, e por possuir possfoilidades e limitações
no
seu processode
viver;escolhemos,
o
referencial teóricodenominado
Referencialdo Cuidado
Holística-Ecológico,de
Patrício, elaboradono
inicioem
1988
e aperfeiçoadoem
1990
e 1993,com
baseem
vários autores,
em
especiala
partir dasconcepções de Leiningcr
ede
Gramsci.
Esse
referencial secompõe
de
conceitos, pressupostos e técnicas especificasque
lhesão peculiares. Focaliza aspectos
T
ransculturais (postura ética,determinando
uma
interaçãoeducativa
de
dupla sintonia,que
favorece a trocade
universos culturaisgerando
transformações
também
no
enfermeiro) e Transpessoais ( postura ética, estética, tendoem
vista, inclusive,
que o
referencialdá
importânciaao
valor individual e coletivodos
eventos,a
forma,
ao
prazerde
cuidar e ser cuidado,à
satisfaçãodo
enfermeiro edo
clientena
participação
do
processode
cuidar)da
vida, a partirda
filosofia, tradição, ciência, arte e místicaA
inter-relaçãoda
diversidadede
abstrações desses elementosbem
como
sua operacionalização permite caracterizar esse referencialcomo
T
mnsdisciplinar ede
denomina-lo
de
Holística-Ecológico.A
interação desses aspectos utiliza a razão, sensação,sentimento e intuição; faz
uso de
diversos tiposde
instrumentos e técnicas corporais,de
comunicação
verbal enão
verbal, incluindoo
pensar,o
refletir criticamente, para guiaratividades
de
pesquisa ede
enfermagem,
ou
seja,de
cuidarda
vida (cultivara
vida).Para
nortearnosso
projeto assistencial, utilizamos os conceitos geraisde
Patricio:iflbnunnéhw lhunano,
Andüemw, Shúdelhwmça, Chüúuhg
lüyenmeüo,
Fundão
e
Adolescente.
Dentro
destes conceitos estão contidos conceitos,como: Necessidade
do
lfimwenm lhwunuw
do
lhuneng Cäenühunúo e Lksenvohdnuàuo db
lhnnenz
Chhunp
ValoresCuIturais.Também
utilizamoso
conceitode
Violência elaborado peloUNICEF,
1994.Homem-Ser
Humano
“
É um
ser biológico,concretamente no
mundo
atravésde
um
corpo de
macho
ou
fêmea
(homem
ou
mulher)
que
representa suas particularidades individuais e coletivas.Esse
corpo, matéria
prima
do
gênerohumano,
geradopor
homem
e mulher, inicia seu processode
transformação
no
úteroda
mulher, transformando-se pela relação indiretacom
o
contextonatural e social
do mundo,
a
partirdo corpo
dessa mulher,da
cultura e possibilidadesque
estavenha
a
ter,ou
seja,a
partir das interações dessamulher
com
o
mundo
natural e social.La
ele está se fazendoum
ser cultural-social.Esse
corpo, esse ser,desde
seunascimento
seexpressa
no
mundo
pelos seus desejos, necessidades, buscas, criações, produções, dores e prazeres. Torna-seem
nivel crescentede complexidade
um
ser cultural-social e espiritualatraves das interações
que
vai fazendono
processode
viver.É
racional e sentimental,em
graus variados
conforme
tenha sido estimuladoem
suas relaçõescom
os outros seres.Sendo
assim, elabora significadosa
partirde
seu contexto,de
sua visãode
mundo.
Dessa forma
sedá
a
construçãode
sua consciência, individual e coletivaÉ
essa consciênciaque
irá guiarseus
caminhos
no
processode
viver, suas responsabilidades e direitos.Seu
processode
evolução-transformação se
dá
de acordo
corn sua cultura, sexo, classe social e caracteristicasbiológicas.
mtegra
ou
não
uma
familia,tem
necessidades e possioilidades (recursos).Executa
cuidadosde
saúde, individuais e grupais, durante todoo
processode
viver,compreendido
dentro das crenças, valores e praticas originadas atravesde
sua lristóriade
vida.É um
serlivre,
mas também
éum
ser limitadoquando
em
contexto social.É
livre para pensar e écapaz
de
desenvolver sua liberdadede
agir,de
buscar, criar emanter
recursos para atender sua necessidadesde
sobrevivência e seus desejosde
bem
viver.Suas
açõesgeram
uma
culturaque
orientanovas
ações,transformando
a
si próprio eprovocando
transformaçõesem
outrosseres, incluindo limitações
a
si próprio,a
naturezae
aos outros sereshumanos.
As
necessidadesdo
homem
são eventos essenciais à vidae
ao
bem
viver, incluindoo
morrer;
promovem
a
reproduçãoda
espécie,o
crescimento edesenvolvimento do
indivíduocomo
ser singular e social (coletivo).As
necessidades têrn caraterdinâmico no
processode
viver;
possuem
dimensão
ñsica (natureza, transformadaou
não), sociocultural, biológica,espiritual e afetiva...
Dentre
essas necessidades estao cuidado
do
corpo
edo
ambiente
que
seestá
condicionado a
visãode
mundo
do
homem,
às suas crenças, valores, suas práticas, seus desejos, expectativas, e metas,como
ser singular e social,em
cada
momento
da
vida e aosrecursos disponíveis pelo
Homem.
Crescimento
e Desenvolvimento
representamo
processode
viver continuodo
homem
como
um
todo.É
resultante das interaçõesde
um
conjuntode
fatores referentes à suaconstituição biológica e
ao
seuambiente
fisico e sociocultural, principalmenteo
familiar,caracterizando-se pelo crescimento fisico
do
corpo por inteiroou
em
partes, e peloaumento
da
capacidadedo
homem
na
realizaçãode
funções e tarefascada vez mais complexas
durante todoo
seu viver.Apresenta-se
em
estágios cronológicos, a partirde
ritmos individuais associadosao
atendimento
de
suas necessidades, os quais são identificados através dasmudanças
que
ocorrem
durante todoo
processo. Essasmudanças
são interdependentes e inter-relacionadas.Assim
asmudanças do
estado anterior servede
base para as atuais e estas, por sua vez, parafuturas
mudanças.
Em
cada
estágioo
homem
apresenta necessidadesde
cuidados especificos,sendo
que
o
atendimento
é essencial paraa
continuidade'do
processo e paraa
vida presenteefutura
_
_
Os
recursosdo
homem
são fatores fundamentais parao
atendimento
das necessidadesdo
homem
como
ser singular e social;fazem
partede
sua constituição individual, coletiva eda
natureza.São
fatores provenientes dahereditariedadedo
homem,
de
sua cultura,do
seu processode
crescimento e desenvolvimento,da
sua visãode
mundo
e posturaao
longoda
vida.
Essa
postura, incluio
pensar criticamente e adotar atitudes para transformaçãode
limitações
em
possibilidadesde
bem
viver.Os
recursos,enfim,
dependem
dos estímulosque
recebe e
de
sua consciência frentea
vida particular e coletiva, incluindoa
sociedade e todaa
vida
do
planeta; das condiçõesdo
ambiente
micro
emacro
em
que
vive.Esse ambiente
éo
ñsico e
o
sócio-cultural,que
setornam
recursosquando
oferecem ao
homem
as possibilidades (incluindo os direitos)de
criar, buscar emanter
os seuselementos
fisicos,tecnológicos, culturais, sociais, econômicos, educacionais, políticos, legais, religiosos, afetivos, cuidados populares e cuidados
de
saúde profissionais,enfim
todas asdimensões de
seu
espaço que
são essenciais duranteo
seu processode
viver”(Patrício, 1990, 1993).“
É
a natureza fisica eo
contexto socioculturalno
qualo
homem
vive.São
elementosdinâmicos
interdependentes e inter-relacionados, cujadinâmica
influencia e é influenciadapelo
ambiente
maior, representado pelomundo.
A
natureza física é representada pela flora, fauna, ar, terra, rios,mares
edemais
elementos
do
universo.O
contexto cultural é representado por todas as culturas apresentadas peloshomens,
gerando o
contexto-social e influenciando-o constantemente. Este contexto é representadopelos
elementos
sociais (incluindoo grupo
familiarcom
seuespaço
fisico e cultura própria): histórico,econômico,
politicos, legais, tecnológicos, religiosos e educacionais,bem
como
de
produção de
alimentos ede
cuidadosà saúde
(popular e profissional).Da
relação sócio-cultural
com
a
natureza é geradoo
contexto físico, representado pelas transformações elaboradas pelohomem.
O
ambiente
estáem
constantesmudanças,
observadas atravésda
história geral eparticular. Essas
mudanças
ocorrem
por influênciasda
natureza fisica (através das leisnaturais
do
universo) e por influênciados
homens
atravésde
suas ações, geradas pelas suas necessidades e utilizaçãode
recursos, individuais e coletivos.O
contexto socioculturale
contexto físico (natureza eelementos
produzidos pelohomem)
influenciam a vida doshomens na medida
em
que
podem
auxiliarou
“limitaro
atendimento de
suas necessidades durante todoo
seu processode
crescimento edesenvolvimento, interferindo nos
comportamentos de
cuidado e nos recursos parao
seubem
viver.Cultura
refere-se aos valores, crenças,normas
emodo
de
vida praticadosque foram
aprendidos, compartilhados e transmitidos entre os
homens
ao longo da
história.É um
processopermanente
pelo qual oshomens
orientam edão
significado às suas ações, cujadinamicidade
ocorre a partir das reorganizações das representaçõesna
prática social.Apesar
dessa dinamicidade, alguns fatores
não
semodificam
por longotempo,
tornando-secaracteristica
dominante
do
individuoou
grupo.Praticamente todas as culturas
têm
seus pontosde
vista sobresaúde
edoença
ecomportamentos de
cuidados próprios. Atravésda
culturao
homem
determina
suasnecessidades e
obtém
recursos para0 atendimento
dessas necessidades, incluindoo
cuidadode
saúde.enraizadas
que
guiam
os pensamentos, decisões e ações das pessoas, variandomarcantemente
em
função de
um
homem
para outro dentrode
uma mesma
cultura ecom
tendência a semoditicar durante os estágios de seu
desenvolvimento”
(Patrício, 1990) .‹!
Saúde
e
Doença
\
“
Saúde
éa
capacidadeque o
homem
tem,como
ser individual e social,de
buscar,manter
e normalizar seubem
viver.Bem
viver éum
sentimentocondicionado
àsnecaâdada
do
homem.
Sendo
assim,somente
seconsegue
conceitualizarbem
viver setivermos presente
a
realidadedo
homem,
com
suascrenças
e
valoresem
constantedinamismo,
atravésde
todoo
seu processocrescimento
e
daenvolvimento. Desta
forma,saúde
tem
expressão individual, significandoque
num
individuo (ou grupo), se mostrarádistinta
de
um
outro, devido à presençados
caracteres genéticos e ambientais.Assim, que
ter saúde é possuir recursos parao atendimento
dasnecasidades na
saúdee
na
doença,a
recuperação de sofrimentos e vivênciado
seu processode desenvolvimento
com
capacidadede
efetuar as .tarefasde
vida (incluindo ado
cuidado)bem
como
paraalcançar,
com
satisfação os objetivos e padrõesde
vida desejados.A
doença
écompreendida
por situaçõesde
mal
viver,nos
quaiso
homem
apresentadificuldade para atender as suas necessidades.
A
exteriorização dessas situações se fará atravésde
seu corpomente, e das relaçõescom
os outros individuos ecom
o
ambiente.Poderá
ser expressa por queixas
de
sofrimentos ede
incapacidadesde
realizar suas tarefas eexpectativas, e por sinais
de
disfunções e incapacidades fisicas, psicoespirituais esócioculturais
nos
aspectosde
crescimento e desenvolvimento.O
sentimento ea compreensão
da
doença,bem'
como
os cuidadoscom
ela, sãodeterminados
pela culturaque o
homem
elaborou e pelos recursos disponiveis para essescuidados.
Saúde
éum
conceitomais
amplo,uma
vez
que a
doença
éum
momento
que
inserea
busca
da
saúde,ou
da
normalização anteriordo
bem
viver” (Patrício, 1990).Violência
Observamos, geralmente que
a violência écometida
no
ambiente
familiar,causando
questões
de
saúde-doença.i
“A
violência contra a criança-adolescentepode
ser conceituada sob dois aspectos: Violência Estrutural refere-se as condições adversasde
vida, relacionadascom
ascondições
socioeconômicas
da
população,como
trabalho escravo, faltade
escolas,de
moradias,
de emprego, fome,
miséria, ausênciade
lazer, etc.Violência Pessoal, trata-se
de
atos deliberadosdo
adulto contra crianças e adolescente. Violência doméstica,maus
tratos das instituições públicas e privadasde
amparo
e assistência, violência fisica e sexual, negligência por parte
dos
pais e responsáveis, prostituição infantil, estímuloao
consumo
e tráficode
droga, etc”(UNICEF,
1994).Cuidado
O
cuidado
refere-se às atividades, aos processos e às decisões (diretas e indiretas)dirigidos
ao
individuo,grupo
ou
comunidade
em
situaçõesde saúde
edoença
(evidentes,ou
potenciais). Constitui-se
em
necessidade e recursodo
homem.
Atos de
cuidar ajudam,protegem
edesenvolvem;
reduzem
estresses e conflitos;possuem dimensão
biológica, psicoespiritual, sociocultural e ecológica.São
influenciadospela cultura (incluindo a aprovação e expectativa social e regras), pelo conhecimento, nivel
de
desenvolvimento,tempo,
nivelde
estresse e preocupação, e pela afetividadecom
a pessoaque
necessitado
cuidado
e por outros recursos disponíveis paraa sua
efetivação.Enquanto
conceito operacional,o Cuidado
Holísticaou Cuidado
Sociocultural édenominado
de cuidar-cuidado
ou
cuidar-cuidandoo
que
significacuidar
com
cuidado.É
representadopor
diversoscomponentes que o
caracterizamcomo
um
processo de
cuidar, poistraduzem
objetivos, ações eo
própriomodo
de
cuidar.O
Processo
de
cuidar sefundamenta na
interaçãocom
o
outro, atravésde
comunicação
verbal enão
verbal ede
ações fisicasque
fazem
a mediação
no
processode
transformação das necessidades de saude
do
homem.
Para
tanto, incorporaem
sua prática,conhecimentos
teórico-práticos oriundosda Medicina
Oriental eda
Parapsicologia.A
composição
do
conceitocuidar-cuidado
é flexível e dinâmica, estandocontinuamente
aberta para a substituiçãoou
incorporaçãode outros componentes.
Essescomponentes
representam objetivos, ações emodos
de
cuidar,que respondem:
Para que
Quadro
l-O
componentes
C
uidar-Cuidado.==
í
m
2 I:É
'_ W '7'm
iDialogar, refletir, meditar com; trocar idéias, energias, experiências; promover conhecimentos;
por; fazer com; ter sensibilidade, compaixão, consideração, paciência; ser empático, autêntico, sincero; observar, analisar, comparar, validar, expressar; manter (preservar),
acomodar
e/ou repadronizarmodos
de cuidar; propor e negociarmodos
de cuidar; planejar, organizar com;coordenar; estar aberto à outra pessoa; dispensar atenção; demonstrar interesse, estar dando
importância, disponibilidade; ouvir atentamente (escutar); preocupar-se
com
0 outro; empenhar-se, dedicar-se, fazer favor, gentileza; compreender; calar; tolerar; amar; valorizar; colocar limi-
tes; estar presente; comparecer; assumir responsabilidade, compromisso; respeitar; não condenar;
aceitar; desafiar; estimular; lutar com; desenvolver a capacidade de reflexão crítica de crenças, valores e práticas (pensar criticamente); proteger; socorrer; supervisionar - vigiar (segurançaícom
liberdade); executar ações físico-técnicas,
como
por exemplo, curativos, higiene corporal,massagens, relaxamento; aliviar a dor, promover
momentos
de alegria, prazer; aceitar expressões de sentimentos negativos; preservar individualidade e a integridade do outro e de si próprio;demonstrar sentimentos de ternura, de aceitação,
como
acariciar o corpo e o ego, através do toquee do reforço de comportamento construtivo, estimulando a valorização de si próprio e dos outros seres; executar medidas de promoção, tratamento e reabilitação; desenvolver afetividade- compromisso entre pares; considerar caracteristicas individuais-coletivas de viver o cotidiano, suas interações, suas potencialidades e limitações, valores, crenças, metas, desejos e expectativas;
considerar a história de vida, queixas e sinais do corpo; demonstrar confiança e ajudar o
quem
cuida e paraquem
é cuidado; auxiliar o individuo na busca de recursos e a identificar e lutar pelos seus direitos; ajudar o individuo a desenvolver suas possibilidades (potencialidades)de liberdade e
também
de assumir responsabilidade pela sua própria existência e pela existênciados outros, incluindo ser solidário e ter cuidados
com
a natureza; ajudar o indivíduo a identificar, desenvolver e utilizar recursos individuais, incluindo sua vontade, motivação, de seus familiares, de sua comunidade e sociedadecomo
um
todo,em
busca de transformaçao depossibilidades de participar ativamente, politicamente consciente, nas decisões que envolvem seu
processo de viver coletivo, incluindo seu próprio cuidado? desenvolver os cuidados baseadgs
em
conhecimentos e técnicas científicas e nas significaçoes e maíeiras culturais própr,ia`s do
- indivíduo, familia, comunidade; focalizar os recursos presentes no processo de (as
possibilidades dos individuos), e aqueles necessários para o bem-viver (qualidade deffvfida); focalizar os~recursos que o profissional necessita para prestar os cuidados integrais, incluindo o
uso da Constituição Federal, abrangendo o Estatuto da Criança e do Adolescente; e desenvolver o
processo de cuidar
com
a população e profissionais de outras disciplinas (Patricio, l990a; l993b).=|
3
j ¡ _, ___ ,___ _______..
ge
m
esclarecer, informar, orientar, reforçar, nutrir; criar, educar, desenvolver potencialidades; con-
fortar; tocar (diferente de manuseio); prevenir; agir para; adotar atitudes
com
relação à; fazerindividuo a desenvolver confiança, esperança, fé, coragem,
também
entre seus pares; tercomportamento altruista somente
em
caso de emergência, visando sempre resultado positivo paralimitaçõespara bem-viver; ajudar o individuo a desenvolver possibilidades de gerir a melancolia
e conflitos do cotidiano de maneiras éticas e estéticas; 'ajudar o individuo a desenvolver
A
necessidadede
cuidadopode
ser atendidade duas
formas: pelo própriohomem
e pelos outroshomens,
na
familiaou
em
outros grupos sociais, dentrode
um
contexto socialde
Enfermeiro
“
É
o
homem,
profissional
da
saúde que
presta cuidados profissionaisque visam
ajudar
o
homem
na
saúde ena doença
(incluindoo
momento
da
morte) durante todo seu processode
crescimento edesenvolvimento
ena
conquistade melhores
condiçõesde
bem
viver. Esses cuidados são
fundamentados
no
conhecimento
ena compreensão de
si próprio eda
realidadede saúde-doença
do
homem,
de
seus valores e crenças» culturais,de
suas práticasde cuidado
ede
suas necessidades, expectativas, queixas e recursos,como
indivíduoou
grupo
social,
em
determinado
ambiente. Constitui-seem
um
dos recursosdo
homem.
A
práticado
enfermeiro está condicionada a seus recursos,no
sentidode
possuirsuporte para
o cuidado
ñmdamentado
em
conhecimentos
das Ciências Biológicas eHumanas
(principalmente
da
Sociologia, Antropologia e Psicologia) alicerçando assim sua capacidade crítica e reflexivade
viverdo
homem
e das múltiplas detenninaçõesde
saúde edoença que o
¬
ambiente
apresenta” ( Patrício,1990
).Família
A
“
É um
sistema interpessoal
formado
porhomens
que
interagempor
variados motivos, taiscomo
afetividade e reprodução, dentrode
um
processo históricode
vida,mesmo
sem
habitaro
mesmo
espaço fisico.É
mna
relação social..dinâmica que, durante todo seuprocesso
de
desenvolvimento,assume
formas, tarefas e sentidos,a
partirde
um
sistemade
crenças, valores e
normas
estruturadosna
culturada
família e classe sociala
qual pertence etambém
em
outras influências e determinaçõesdo
ambiente
em
que vivem,
incluindo valores enormas
de
outras culturas.Durante
seu processode
desenvolvimento,a
dinâmica
familiarapresenta
mudanças
representadaspor
aquelasmudanças
esperadasno
decorrerdo
desenvolvimento
e pormudanças
situacionaisou
acidentais, originadasno ambiente
familiare externo. '
A
família tantopode
serum
recurso parao
crescimento edesenvolvimento de
seusquais seus
membros
aindanão
estejam preparadosou
que não
façam
partede
seus valores);da
limitaçãoda
liberdade cultural e atravésdo não provimento de
recursos (incluindoo
cuidado) para
o atendimento
das necessidades parao crescimento e desenvolvimento
saudável.
Normalmente
em' nossa cultura, a família éuma
unidade de cuidado
de
saúde
popular. Possui seus próprios pontos
de
vista sobre saúde e doença, suas próprias atitudes emodo
de
cuidar.Tem
necessidades individuais e grupais, cujo atendimento estácondicionado
aos recursosque
dispõem, incluindo aqueles referentes aoscuidados
profissionais.
Casos
esses recursosnão
estejam presentesdevem
serbuscados
parao
alcancedo
bem
viver individual edo
grupo.Os
estágiosde
desenvolvimento
da
família são periodos distintosem
sua vida,representados
por
mudanças na
suadinâmica
e identificados principalmente pela necessidadede desenvolvimento de novas
tarefas, cujos sentidos e caracterizações sãodeterminados
pelacultura
da
familia epor
influênciado
ambiente que
esta vive.Em
cada
estágioa
familia desenvolve diferentes tarefas,que deve
sercompletadas
para facilitar
o dominio de
outras tarefas.Além
disso, essas tarefas são dependentesdo
desenvolvimento
da
tarefade
cuidar, pela familia e pelo profissional,quando
necessário“(Patrício, 1990).
Adolescente
É
o
homem
que
no
seu processode
crescimento edesenvolvimento
estána
faseda
adolescência, representada pelo processo
de
transição entreo
ser criança eo
ser adulto,caracterizando-se por transformações biológicas, psicológicas, culturais e sociais, cujo
significado e vivência são dependentes
do
sexo, classe sociale
do
ambiente
emomento
histórico
em
que
se insereo
adolescente.É um
faseque
oportunizanovas
sensações e experiências, antescompletamente
desconhecidas, cujo determinantes principais são:o
desenvolvimento da
sexualidade, nos aspectosde
prazer e reprodução; asnovas
capacidades,e pensar a respeito
de
simesmo
edo
mundo
que o
cerca; as respostasque
obtém
de seumundo
cultural frente às suas reações e as açõesno
ambiente. 'Na
busca de
sua individualidade eno
confrontocom
a
culturao
adolescente muitasConforme
tínhamos
planejado,desenvolvemos
esse projetode
assistência dentrodo
referencial escolhido. Utilizou-se
uma
metodologia
qualitativa,mais
especificamente,o
processo
de
cuidar-cuidado fundamentado
no
conhecimento,
analise e intervençãona
realidade
de
uma
forma
participanteo
que de
certa forma, caracteriza esse processo dentrodo modelo da
pesquisa participante.(Pat'rício, 1994).Segundo
a nossa compreensão baseado
em
Haguette
(1987),entendemos
pesquisaparticipante
como
um
processo atravésdo
quala
equipe profissionaldo
S.O.S
Criança,a
criança-adolescente vitima
de
violência e sua familia participaramna
análisede
sua própria realidade, visandoa
transfonnação socialem
seu beneñcio,ou
seja, toda reflexão-analise foirealizada
de
forma
participante_(equipe protissionaldo
S.O.S.Criança, criança-adolescente e sua familia, nos acadêmicas, orientadora e supervisores).A
escolhados
eventos estudados tiveramorigem
nas situações sociais concretas vividas,sendo assim
estesforam
definidospelo proprio interessado.
A
nossa tarefa consistiuem
mediar-auxiliar os interessadosa
formular e analisar os eventos por estes escolhidos.
Essa
mediação
se feza
partir dos recursosde
enfermagem
que dispúnhamos,
atravésdo
referencial teórico adotado.Além
dos
eventosforam
analisadastambém
as possibilidades e limitaçõesque
os participantes apresentam,ou
seja, foi essencial
a
conscientizaçãodos
participantes das suas aspirações e potencialidadesde conhecer
e agir.Baseado
no
referencialdo
Cuidado
Holistico-Ecológicoo
trabalho foi desenvolvidocentrado
na
reflexão critica continuamente, sobre as implicações teóricas e metodológicasde
nossa intervenção e
do
processocomo
um
todo. Foi imprescindívelque
se conhecessea
realidade
na
qual trabalhamos eque contássemos
com
o
auxilioda
população
interessada.Outra
caracteristica desta metodologia foique o elemento
educativo antecedeua
transformação,
ou
seja,o
saber popular orgânico geradono
processode
investigação ao longodo
tempo pode
levara
transformações.A
metodologia
de ação
foiadequada
aos objetivosdo
estudo,
ou
seja,além
da educação
tivemoscomo
focoa
prestaçãode
cuidados profissionais (terapêuticos)a
criança-adolescente vitimasde
violência pessoal.Consideramos
também
que
_,¡.
.
ii
:a3
a
ação
é fontedo
conliec eo
estudo constituiuma
ação tmnsfonnadora.
Esta
metodologia
auxiliou alguns indivíduos (pessoa/coletivo), a cuidarda
sua saúdeatravés
da
educação,no
sentidode promoção, prevenção
e tratamentode
agravos;bem
como
atravésda
práticade
cuidados profissionais, principalmente aqueles (agravos)comuns
ao
seu contexto psicossociocultural, duranteo
seu processode
viver.Processo
de
Cuidar-Caídado
O
próprio conceito (e seuscomponentes)
cuidapciiidado representoua metodologia da
assistência neste estudo. Consistiu
no
desenvolvimento de
uni conjuntode procedimentos
sisteniatizados para atingir
o
objetivodo
projeto assistencial. Este conjuntode procedimentos
é
denominado
Processo
de Enfennagem.
Processo
de
Enfermagem
são interações entreo
enfermeiro eo
cliente individuo,familia, outros
mpos
sociais, ecomunidade.
Estas interações sefundamentam
noselementos
do
cuidar(marco
conceitual) etem
como
objetivo atender as necessidadesde cuidado
do
cliente. Possui três
componentes
básicos: levantamentode
dados, diagiósticode
enfermagem
e plano
de
cuidadosde
enfermagem
(cuidados,implementação
e avaliação).O
processode
enfermagem
representaa
operacionalizaçãodo
Marco
Conceitual.A
esquematização
dasfases
do
Frocesso
de
Enfermagem
=
Cnido:-ílniáado.(anexo
01).Os
componentes
do
processode
cuidar, sãofundamentados
em
técnicasde
pesquisaparticipante,
podendo
ser traduzidos, por.Conhecendo a
realidade, Analisando-Compreendendo
a
realidade, ldentificando as Possibilidadese
Limitaçõesdo
Viver
eimplementando
Cuidados Mediadores de Transformação
das Limitações dessa realidade.Os
momentos
do
processode
cuidarpodem
ser descritoscomo
:Entrando no campo, Ficando
e Saindo. (Patrício, 1993).Ao
elaborar este processode
enfermagem
a autora tevecomo
objetivo cuidarde
familias
com
adolescentes grávidas,mas
como
o
nosso foco éa
criança-adolescente vitimade
violência pessoal
o
itemEntrada
na
ƒanzäia, passoua
seruma
ação
em
nosso
trabalho.Esse
processo considera-se, antesde
mais
nada, as expectativasdos
individuos, suascrenças e valores, seus recursos (possibilidades) para viver.
O
processo possui dinamicidade, penniteque
no
trajeto se refaçam, se reconstruain caminhos.Patrício (1990, p.151-168) , selecionamos aquelas
que foram
utilizadas durante a aplicaçãodo
processo, adaptando- asconforme a
necessidade:a)
Coletamos
osdados
no
domicílio,S.O.S
Criança, escola, hospital,IML
( InstitutoMédico
Legal),
ou
em
qualquer outro local.b) Utilizamos
o
primeiromomento
da
coletade dados
para iniciaro
processode
interaçãoque
acompanhou
asdemais
fasesdo
processo, principalmenteo cuidado de enfermagem.
c)
Expomos
os objetivosdo
trabalhoa
criança-adolescente e sua familia, discutimos osmesmos
e solicitamos sua participação, garantimos sigilo eanonimato
dos dados.Combinamos
as consultasde
enfermagem
em
dias e horariosadequados a
criança-adolescente e sua família.
d)
Termos
clarezado
seu conceitode
serhumano,
famíliaassim
como
do
ambiente
eda
definição
do
objetivoda
interaçãoque
estava havendo.j)
Procuramos, desde o
primeiromomento,
uma
relaçãode confiança,
atravésdo
respeitoà
individualidade suas crenças, valores, limitações e potencialidades,
fomos
honestos,não
fizemos
julgamentos,fomos
empáticos,sabendo
ver atravésda
visãode
mundo
dosindivíduos;
demonstramos
interesse, preocupações,cumprimos
acordos, falamosde nós
mesmos, quando
de
interessedo
cliente,sendo
autêntico, utilizandosempre
os constructosdo
cuidado.A
confiança
foi fundamental paraa
interação e parao
cuidado.g)
Estivemos
atentos para captar as crenças e valoresda
criança e adolescente, distinguindo-os
de
outros valoresque
pudessem
estar interferindona
sua cultura e nas suas questõesde
saúde
e doença.ph)
Mantivemos
durante todos osmomentos do
levantamento dos dados a
visão holísticade
homem.
i) Utilizamos os
conhecimentos
cientificosda
Biologia, Antropologia, Psicologia e Sociologiadurante
a
coletade dados
para auxiliarna
investigação,fazendo
análise eretomando à
questão, inclusive
com
exame
fisico, se necessário.j)
Usamos
os sentidos, durante os contatoscom
a
criança-adolescente vítimade
violênciapessoal (visão, olfato, audição e tato).
Estivemos
atento a expressões verbais enão
verbais,
procurando
identificar sualinguagem
e seus sentidos.i
m)
Voltamos
a
entrevistaou
observação todas as vezesque
foram
necessárias para completar os dados.n)
Procuramos
reforçar os aspectos positivosda
criança-adolescente vitimade
violênciapessoal durante
o
levantamento dosdados
edemonstramos
considerações sobre suas queixas.0)
Mantivemos
atitude aberta e curiosa, urnavez que
tais atitudes facilitamo
aprendizado sobre a cultura, suasmudanças,
conflitos, estresse e história, auxiliandoo
enfermeiro a entendero porquê dos
valores , crenças e práticas culturais.p)
Refietimos
sobre ospequenos
e grandes aspectosdo comportamento
dos
individuos.Quando
avaliávamos
o comportamento
cultural,documentávamos
o que víamos
eouviamos
econferíamos
nossas observações e interpretaçõescom
o
informante (validar, reafirmar,ou mudar
a interpretação ).q)
Evitamos
fazer perguntasem
demasia
ou
insistir sobreo
assuntoque
gerouconstrangimento.
Aguardamos
outra oportunidadeapós
fortalecimentoda
interação.r)
Durante
as Visitas Domiciliares (V.D.) participamos das atividadesda
familia, depoisdo
estabelecimento
da
interação paraobservarmos
econversarmos
sobre crenças, valores e práticas relacionadas às atividades.s)
Executamos
cuidados (queenvolveram educação
e realizaçãode
técnicas) durante os primeirosmomentos
da
coletade dados somente
frente às situaçõesde emergência
ou
nos
casos
que foram demonstrado
interesse pelo cliente.Durante
o desenvolvimento
do
projeto assistencialforam
utilizadas diferentes técnicasde
abordagem.
Juntoa população desenvolvemos Consulta
de
Enfermagem
no
domicilio ena
Instituição,Observação
Participante, Oficinade
Saúde.
Junto à equipedo
S.O.Sdesenvolvemos
Acompanhamento
de
Denúncias,
Oficinade
Recriação
de
Referenciais eOficinas
de
Saúde.
Observação
Participantesegundo Haguette
(1987), émais
uma
técnicade
colherdados
do
que
propriamenteum
método. Para Leininger
(1985) a observação participante éorientada
em
três fases: observação, observação e participação e participação reflexiva.Oficina
de
Saúde
éuma
técnica especial paraa
pesquisaiparticipante, objetiva-sea
construção
de
idéias atravésdo
lazer,do
lúdico,do
prazerde
criar e conviver (compartilhar)saúde
atravésde
uma
metodologia
participante,ou
seja,a
partir das necessidades dos individuosque
dela participam, eda
construçãoem
conjunto,dos
recursos teórico-metodológicos,
que
irão subsidiaro
alcance dos objetivosdo
encontro.As
atividades são porsi só transformadoras e só
acontecem
pela capacidade criativado
serhumano
e pelapossibilidade
de
sua liberdadede
sercom
o
outro.(Patrício,1994
b.).Oficina
de
Recriação
de
Referenciaistem
como
objetivo conhecer-discutir-refletir e transformaro
referencialdo
grupo
sobredeterminado
tema ou
processode
trabalho -promove
outraforma de
ver e fazera
vida., dentrode
princípios afetivos e cognitivos.As
oficinas
tem
como
finalidade,além
de simplesmente
proporcionar prazerde
compartilhar,
de
criar,de
aprenderde forma
diferente, objetiva sensibilizar seus participantes parao compromisso
coletivode
divulgar as idéiasque emergiram
das vivênciascom
o
grupo,que
possam
colaborarcom
a
qualidadede
vidade
outras pessoas.Nessas
oficinas seconstroem
e setrocam conhecimentos
e sentimentosa
partir dos trabalhosdos
participantes,como
confecção de
cartazes, desenhos, poesias, músicas, textos, esculturasde
argila.Concomitantemente
trabalhocom
corpomente
atravésde
leitura, cartazes, dança,dramatização, técnica
de
relaxamento, entre outros.(Patricio,1994
b.)Todos
osdados
do
trabalhoforam
registradosno
Diáriode
Campo,
através dasNotas
de
Campo
e dasNotas das Acadêmicas.
As
Notas de
Campo
apresentam toda a
situaçãovivida através
de
Consultade
Enfermagem,
Visita Domiciliar, Oficinade
Saúde,
Oficinasde
Recriação
de
Referencial eObservação
Participante constando as observações e asparticipações ( diálogos e ações )
ou
seja, asmediações que
auxiliaram os individuos nas suasquestões
de
saúde-doença.Nas
notas dasacadêmicas constaram
sentimentos das acadêmicas,as análises e as reflexões teóricas e metodológicas sobre as
Notas de
Campo,
ou
seja,a
suasubjetividade, as suas questões éticas e estéticas
do
processode
cuidar.2.1
Entrando no
Campo
Logo
após
termos decididoque
a temáticaque
norteariao nosso
projeto assistencialseria Criança-Adolescente
Vítima de
Violência ede
discutirmoscom
nossa orientadora, ospossíveis locais para
o desenvolvimento
do
mesmo,
nosencaminhamos
atéa
sededo
S.O.S
Criança
'programa,
este nosmostrou
a área fisica; nosinformou
sobreo
trabalho desenvolvido;questionamos
em
relaçãoà
clientela, tipode
atendimento, presença deum
profissionalda
área
da
saúde,mais especificamente
enfermeiro;fomos
informadasda
existênciade
uma
enfermeira
amante no
Albergue
Santa Ritade
Cássia.Entramos
em
contatocom
esta possivelenfermeira, ela nos
informou que
era auxiliar deenfermagem, sendo
assim, seo
S.O.SCriança
fosseo
localde
escolha, teriamosque
contarcom
a
presençade
uma
enfermeiravoluntária.
Depois da
visita edo que nos
foiinformado
sobreo programa
ficamosmuito
interessadas e animadas.
Contactamos
com
a coordenadora
do
S.O.S Criança,explanamos
sobre
o
interesseem
desenvolver nosso projeto assistencialde
conclusãodo
cursode
enfermagem
naquele local. Esta apresentou-se bastante receptivaem
relaçãoao
nosso interesse. Esses contatos iniciaisocorreram
no
mês
de
março
de
1995.Até
agostode
1995,mês
propriamente ditodo
iníciodo
projeto assistencial,mantivemos
contatoscom
a
coordenadora
do
S.O.S Criança.Num
desses, ela nosinformou
da
necessidadede
uma
reunião
com
sua chefe paraque
fosseconfirmada a
possibilidadede
desenvolvermos
nossoprojeto naquele local;
Nesta
reuniãoestavam
presentes: nós acadêmicas,a coordenadora
do
S.O.S
Criança,a coordenadora
da
Divisãoda
Criança edo
Adolescente,nossa
orientadora etécnica
do
S.O.S Criança.Falamos
sobreo que
seria nosso projeto, nosso referencial teórico,possiveis objetivos e possíveis
formas
de
desenvolvê-lo.Ficou
decididoque
faríamosobservação
da dinâmica
funcionaldo
S.O.S Criança edo
Albergue
Santa Ritade
Cássia, paradefinição
do
localdo
desenvolvimento
do
nosso
projeto assistencial.Em
junho de
1995, durante trêsmanhãs,
realizamos observação participanteno
S.O.SCriança
eno
Albergue
Santa Ritade
Cássia.Por que
observação participante?A
partirdaquele
momento
estávamos
nosfundamentando
no
referencial teórico já escolhido -Cuidado
Holistico-Ecológico Participante.Após
esses diasescolhemos
o S.O.S
Criança para desenvolverrnoso
nosso projeto assistencial de conclusãodo
Curso de Graduação
em
Enfermagem,
bem
como
convidamos
duas enfermeiras integrantesdo
Núcleo
TRANSCRIAR-UFSC
e funcionáriasdo
Hospital Universitário paraserem
nossassupervisoras, por já termos vínculo