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Influência da técnica restauradora e do tempo de envelhecimento na resistência ao cisalhamento por extrusão (push-out), nanoinfiltração e profundidade de polimerização em cavidades profundas

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS ODONTOLÓGICAS

INFLUÊNCIA DA TÉCNICA RESTAURADORA E DO TEMPO DE ENVELHECIMENTO NA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO POR EXTRUSÃO (PUSH-OUT), NANOINFILTRAÇÃO E PROFUNDIDADE DE

POLIMERIZAÇÃO EM CAVIDADES PROFUNDAS.

INFLUENCE OF THE TYPE OF RESTORING TECHNIQUE AND AGING TIME ON THE PUSH-OUT, NANOLEAKAGE AND DEEP POLYMERIZATION IN

DEEP CAVITIES.

Andressa Eveline de Lima Ribeiro

(2)

2019

ANDRESSA EVELINE DE LIMA RIBEIRO

INFLUÊNCIA DA TÉCNICA RESTAURADORA E DO TEMPO DE ENVELHECIMENTO NA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO POR EXTRUSÃO (PUSH-OUT), NANOINFILTRAÇÃO E PROFUNDIDADE DE

POLIMERIZAÇÃO EM CAVIDADES PROFUNDAS.

INFLUENCE OF THE TYPE OF RESTORING TECHNIQUE AND AGING TIME ON THE PUSH-OUT, NANOLEAKAGE AND DEEP POLYMERIZATION IN

DEEP CAVITIES.

Orientadora: Profª. Drª. Isauremi Vieira de Assunção. Co- orientador: Prof. Dr. Boniek Castillo Dutra Borges.

Dissertação apresentada a Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para obtenção do título de Mestre no Programa de Pós-Graduação em Ciências Odontológicas.

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Alberto Moreira Campos - -Departamento de Odontologia

Ribeiro, Andressa Eveline de Lima.

Influência da técnica restauradora e do tempo de

envelhecimento na resistência ao cisalhamento por extrusão (push-out), nanoinfiltração e profundidade de polimerização em cavidades profundas / Andressa Eveline de Lima Ribeiro. - Natal, 2019.

46 f.: il.

Orientador: Profa. Dra. Isauremi Vieira de Assunção. Coorientador: Boniek Castillo Dutra Borges.

Dissertação (Mestrado em Ciências Odontológicas) -

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Ciências Odontológicas, Natal, 2019.

1. Resinas Compostas - Dissertação. 2. Falha de Restauração Dentária - Dissertação. 3. Estresse Mecânico - Dissertação. I. Assunção, Isauremi Vieira de. II. Borges, Boniek Castillo Dutra. III. Título.

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“Mas os que esperam no Senhor, renovarão as suas forças, subirão com asas como águias, correrão e não se cansarão, caminharão e não se fatigarão”.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho,fruto de muita dedicação e abdicação, aos meus maiores apoiadores e incentivadores ao longo dessa caminhada:

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pelo dom da vida, por sonhar os melhores e maiores sonhos por mim, me amparar nos momentos de dificuldades e por sempre me acompanhar nas minhas conquistas, que meus sonhos sempre estejam em comunhão com os Teus.

Aos meus pais: Maria Odenice de Lima e Aluísio Saraiva Ribeiro, por todo apoio e amparo dado ao longo da vida, por sonharem os meus sonhos e não medirem esforços para que eu possa os realizar.

As minhas irmãs e irmãos, por sempre se alegrarem, se orgulharem e torcerem por minhas conquistas: Aline, Ailla, Odilia, Heloísa, Emanuel, Samuel e Antônio.

À Universidade Federal do Rio Grande do Norte, por todo suporte e ensino de altíssima qualidade, dados desde a graduação, na pessoa de seu Reitor José Daniel Diniz Melo.

Ao Departamento de Odontologia, por ser minha segunda casa por maravilhosos quase 7 anos, na pessoa de sua chefa Profa. Dra. Hebel Cavalcanti Galvão.

Ao programa de Pós Graduação em Ciências Odontológicas por todo o conhecimento obtido, na pessoa de sua coordenadora Profa. Dra. Roseana de Almeida Freitas.

À minha Orientadora, prof Drª. Isauremi Vieira de Assunção, pelo apoio, dedicação e incentivo ao longo dessa trajetória entre Graduação e Pós, saiba que o carinho e a admiração por ti, serão eternos. És um exemplo de mulher, mãe e professora para todos nós que temos a sorte de tê-la por perto.

Ao meu co-Orientador, prof Dr. Boniek Castillo Dutra Borges, por todas as considerações de altíssima qualidade para elaboração deste trabalho, desde seu projeto até a execução, bem como por todo apoio e ensinamentos, muitíssimo obrigada.

À minha “dupla” de alegrias e desesperos, Joselúcia da Nóbrega Dias por dividir todos os momentos desta pesquisa comigo desde as etapas laboratoriais até as correções, você foi um anjo enviado por Deus. Com você aprendi muito sobre dedicação, excelência e doação. Gratidão me resume,

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pela sua vida ter cruzado a minha nesse meio acadêmico, não tenho duvidas que ganhei uma grande amiga e conselheira para a vida.

À toda a equipe que forma a DRE&P UFRN, em especial a Ana Margarida Melo Nunes, Aparecida Tharlla Leite de Caldas, Rodolfo Xavier de Sousa Lima e Priscila Silva Abrantes por compartilhar experiências e aprendizados ao longo dessa jornada.

Ao meu namorado, Marcelo Andrade Júnior, que chegou em meio a tanta correria para finalização desta pesquisa, e mesmo assim compreendeu as minhas ausências e abdicações, momentos de angustias e desesperos, sempre apoiando, estimulando e sendo exemplo de dedicação. Obrigada por todos os estudos compartilhados e idas a biblioteca para dividir comigo a realização desta etapa.

Aos bolsistas de iniciação cientifica pela ajuda prestada: Anne Kaline Claudino Ribeiro, Luiza, Alana, Dani, Eduardo e Ronys.

Aos meus amigos de Natal e de Mossoró, pela torcida, incentivo, apoio e compreensão pelas minhas ausências tantas vezes justificadas por alguma coisa relacionada à pós-graduação.

À CAPES, pela bolsa cedida, possibilitando que eu pudesse me dedicar inteiramente a este trabalho e a este curso.

As pessoas que contribuíram, direta ou indiretamente na realização, elaboração e execução deste estudo.

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SUMÁRIO

RESUMO

ABSTRACT

I INTRODUÇÃO 13

II REVISÃO DE LITERATURA 15

2.1. Caracterização/ descrição das técnicas restauradoras 15 2.2. Propriedades físico-químicas e clínicas das restaurações 17

III OBJETIVOS 20 3.1. Objetivo Geral 20 3.2. Objetivo específico 20 IV MATERIAIS E METÓDOS 21 4.1. Delineamento experimental 21 4.2. Amostra 21

4.3. Confecção dos corpos de prova 22

4.4. Armazenamento 29

4.5. Avaliações 29

4.4.1. Profundidade de polimerização 29

4.4.2. Resistência ao cisalhamento de extrusão 29

4.4.3 Padrão de falha 30

4.4.3. Nanoinfiltração (topo e base) 30

4.5. Análise estatística 31

V RESULTADOS 32

5.1. Resistência ao cisalhamento por extrusão 32

5.1.2. Padrão de Falha 32

5.2. Profundidade de Polimerização 35

VI DISCUSSÃO 39

VII CONCLUSÃO 43

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LISTA DE ABREVIATURAS

MPa: Mega Pascal

KHN: Grandeza de microdureza para o Teste de Knoop PP: Profundidade de Polimerização

NI: Nanoinfiltração RU: Resistência de União JAC: Junção AmeloCementária

BisGMA: Bisfenol a diglicidil éter dimetacrilato UDMA: Diuretanodimetacrilato

DDDMA: Dodecanodimetacrilato

TEGDMA: Dimetacrilato de trietilenoglicol UDMA: Diuretanodimetacrilato

BF: Técnica de incremento único SD: Técnica semidireta

CONV: Técnica incremental µm: Micrômetro

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Esquema de obtenção das amostras.

Figura 2. Sequência de preparo das restaurações pela técnica direta de incremental.

Figura 3. Sequencia de preparo das restaurações pela técnica direta de incremento único.

23

Figura 4. Sequência de preparo das restaurações pela técnica semidireta. 27 Figura 5: Continuação do protocolo de preparo das restaurações semidiretas. 28 Figura 6: Amostra após teste de Resistência de União demonstrando um Padrão de Falha Mista.

33

Figura 7: Amostra após teste de Resistência de União demonstrando um Padrão de Falha Adesiva.

34

Figura 8: Amostra após teste de Resistência de União demonstrando um Padrão de Falha Coesiva.

34

Figura 9. Imagem obtida após avaliação no Microscópio eletrônico de varredura, representando uma amostra do grupo SD.

36

Figura 10. Imagem obtida após avaliação no Microscópio Eletrônico de Varredura, com aumento de 1000x, representando uma amostra do grupo BF.

36

Figura 11. Imagem obtida após avaliação no Microscópio Eletrônico de Varredura, com aumento de 3000x, representando uma amostra do grupo BF, maior aumento.

37

Figura 12. Imagem obtida após avaliação no Microscópio Eletrônico de Varredura, com aumento de 1000x, representando uma amostra do grupo CONV.

37

Figura 13. Imagem obtida após avaliação no Microscópio Eletrônico de Varredura, com aumento de 1000x, representando a base de uma amostra.

38 25

(11)

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Materiais utilizados no estudo 22

TABELA 2 - Grupos do estudo 29

TABELA 3 - Análise da Resistência de União 32

TABELA 4 - Padrão de fratura das diferentes técnicas restauradoras 33 TABELA 5 - Análise da Profundidade de Polimerização 35

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RESUMO

INTRODUÇÃO: As técnicas restauradoras desempenham um papel fundamental na longevidade clínica das restaurações, sobretudo em cavidades profundas em resina composta. OBJETIVO: O objetivo do estudo foi avaliar a influência da técnica restauradora (direta incremental, direta de incremento único e semidireta) e do tempo de envelhecimento (24 horas e 6 meses) na resistência ao cisalhamento por extrusão, nanoinfiltração e profundidade de polimerização em cavidades profundas. MÉTODO: Foram utilizados 120 incisivos bovinos (n=20), onde a coroa foi separada da raiz e na porção coronária, foi realizado um preparo cavitário com 4,8mm de diâmetro superior, 2,8mm de diâmetro inferior e 4,0mm de profundidade. As amostras foram divididas em 6 grupos de acordo com a técnica restauradora e com o tempo de envelhecimento: BF 24hs, SD 24hs, CONV 24hs, BF 6 meses, SD 6 meses e CONV 6 meses. Os testes realizados foram: Profundidade de Polimerização (PP), Nanoinfiltração (NI) e Resistência ao cisalhamento por extrusão (RU). Os dados foram analisados através de estatística descritiva e inferencial utilizando ANOVA Two Way com Post Hoc de Tukey (p<0,005). RESULTADO: Para RU, houve diferença estatisticamente significativa entre as diferentes técnicas restauradoras (p<0,005), onde a técnica semidireta apresentou melhores resultados. Ainda nesta análise, não houve diferença significativa no tempo de envelhecimento (p>0,005) para cada técnica. Para PP não houve diferença estatisticamente significativa entre as técnicas restauradoras em nenhum tempo de análise (p>0,005). Na NI a técnica semidireta não apresentou concentração de cristais de prata na interface adesiva, demonstrando assim, melhores resultados em relação à técnica convencional e de preenchimento único. CONCLUSÃO: A técnica semidireta, pelo bom comportamento mecânico e por apresentar menor incidência de nanoinfiltração na interface adesiva, pode ser indicada em cavidades profundas de dentes posteriores. Palavras-chave: Resinas Compostas, Falha de Restauração Dentária, Estresse Mecânico.

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ABSTRACT

INTRODUCTION: Restorative techniques make a fundamental role in the clinical longevity of restorations, especially in deep composite resin cavities. OBJECTIVE: The aim of this study was to evaluate the influence of the restorative technique (direct incremental, direct single fill and semi-direct) and aging time (24 hours and 6 months) on extrusion shear strength (push-out), nanoleakage (NK) and depth of polymerization (DP) in cavities deep. METHODS: A total of 120 bovine incisives (n=20) were used to separate the root and the coronary portion, with a cavity preparation of 4.8mm in diameter, 2.8mm in diameter and 4.0mm in depth. . As examples were divided into 6 groups according to the restorative technique and working time: BF 24hs, SD 24hs, CONV 24hs, BF 6 months, SD 6 months and CONV 6 months. The tests performed were depth of polymerization (DP), nanoleakage (NK) and extrusion shear strength (push-out). Data were applied using descriptive and inferential statistics using Two Way ANOVA with Tukey Post Hoc (p <0.005). RESULT: For push-out, there was a statistically significant variation between restorative variables (p <0.005), where the semidirect technique presented better results. Still in this analysis, there was no significant difference without aging time (p> 0.005) for each technique. For DP there was no statistically significant difference between restorative techniques at any time of analysis (p> 0.005). At NK, the semidirect technique did not show concentration of silver crystals at the adhesive interface, thus demonstrating better results than the conventional and single fill technique. CONCLUSION: The semidirect technique, due to its good mechanical behavior and the lower incidence of nanoleakage at the adhesive interface, can be indicated in deep posterior teeth cavities.

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I INTRODUÇÃO

As resinas compostas ganharam grande espaço no mercado odontológico devido as suas características estéticas, que possibilitam a reprodutibilidade dos dentes naturais; mecânicas, tais como a resistência à tração e flexural; e funcionais, que devido à adesividade, garantem preparos mais conservadores sem a necessidade de retenção mecânica. Contudo, a reabilitação de cavidades profundas e extensas por meio da técnica restauradora direta, ainda representa um grande desafio para o clínico, em virtude de diversas dificuldades tais como: isolamento, ausência de contaminação, fotoativação adequada, características individuais dos pacientes e a previsibilidade dos resultados restauradores(LESAGE; BRIAN, 2014).

Tendo em vista que as restaurações em resina composta necessitam de uma adequada polimerização e que a luz visível é capaz de penetrar até 2mm de profundidade, quanto mais profunda a cavidade a ser restaurada, menor será a transmissão de luz para as regiões internas desses compósitos. Com isso, pode haver uma menor ativação dos monômeros, ocasionando prejuízos na resistência ao desgaste, menor biocompatibilidade e maior sensibilidade pós-operatória(ZORZIN et al., 2015).

Estudos clínicos demonstram pequena taxa de falhas para restaurações de resina composta posteriores em cavidades pequenas e médias. Contudo, para cavidades profundas em dentes posteriores, restaurados pela técnica direta, há dificuldades na obtenção de contatos proximais e oclusais, contornos e forma anatômica adequados, além de adaptação marginal, sendo, portanto, a técnica indireta mais indicada nesses casos (ALHARBI et al., 2014).Entretanto, uma das desvantagens da técnica indireta é o tempo clínico, bem como o alto custo de sua realização, pelo envolvimento de uma etapa laboratorial.

As resinas Bulk Fill surgiram então, como uma alternativa capaz de restaurar cavidades com até 5mm de profundidade com apenas um incremento, devido às modificações nas unidades fotoiniciadoras e na translucidez da resina, diminuindo assim o tempo clínico para realização de restaurações profundas(ZORZIN et al., 2015).

A técnica indireta consiste na confecção de restaurações fora da cavidade oral, realizadas em laboratório após moldagem, que permite o

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controle da contração de polimerização, resultando em melhores propriedades físicas do material, bem como a reprodução dos detalhes anatômicos e a obtenção de pontos de contatos satisfatórios. Dessa forma, essa técnica representa a primeira escolha na reabilitação dos elementos dentários extensamente destruídos. Porém a necessidade de pelo menos duas sessões clínicas, bem como o custo mais elevado devido à necessidade da etapa laboratorial representam as principais desvantagens do seu uso (ZORBA et al., 2013; NASCIMENTO et al., 2013).

Para unir as vantagens das duas técnicas (direta e indireta), surgiram as restaurações semidiretas como alternativa clínica para restauração de dentes posteriores em cavidades profundas e extensas. Essa técnica permite a confecção da restauração em uma única sessão, melhorando a forma e o acabamento da peça, devido à possibilidade de manuseio fora da boca, melhoria nas propriedades físicas, pela possibilidade de uma fotoativação mais eficiente(HIGASHI et al., 2007; TONOLLI; HIRATA, 2010),além de menores custos, por dispensar a etapa laboratorial (TORRES; GOMES et al., 2017).

Apesar de representar uma alternativa com menores custos, ainda são necessários estudos capazes de avaliar o comportamento mecânico de restaurações realizadas pela técnica semidireta, bem como compara-la com a técnica convencional realizada de forma incremental e por incremento único. Dessa forma o presente estudo tem por objetivo avaliar o comportamento mecânico de restaurações profundas realizadas através das técnicas: direta (incremental e de incremento único) e semidireta, como também, analisar a influência do tempo de envelhecimento nas propriedades mecânicas dessas restaurações.

A hipótese nula do presente estudo é de que não existe diferença estatística para as propriedades de profundidade de polimerização, resistência ao cisalhamento por extrusão (push out) e nanoinfiltração entre as técnicas restauradoras e o tempo de envelhecimento.

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II REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Caracterização/descrição das técnicas restauradoras

Na prática odontológica, a procura dos pacientes por uma melhora na função e estética de seu sorriso, tem aumentado. Com o avanço da tecnologia dos materiais restauradores e aprimoramento das técnicas, consegue-se alcançar o objetivo do paciente, respeitando as limitações clínicas e financeiras de cada caso, optando entre restaurações diretas, indiretas ou semidiretas, dependendo do diagnóstico, planejamento e possibilidade de execução da técnica(TONOLLI; HIRATA, 2010).

Para a escolha do material restaurador mais adequado, é necessário analisar diversos fatores para a garantia da longevidade clínica das restaurações, tais como: material com baixo fator C, pouca ou nenhuma sensibilidade pós-operatória, baixo risco de lesões cariosas adjacentes ao material restaurador e microinfiltração, bem como um baixo estresse de polimerização, garantindo assim uma melhor adaptação marginal (TORRES et al., 2017).

Apesar de apresentarem propriedades estéticas e funcionais satisfatórias, as restaurações diretas em resina composta apresentam limitações referentes à sua utilização em cavidades amplas com o envolvimento de cúspides. A técnica adesiva apresenta grande sensibilidade, com isso há a necessidade do cuidado do profissional na etapa da polimerização, para que exista uma alta conversão dos monômeros em polímeros, garantindo que as propriedades físico-mecânicas desse material não sejam afetadas, o que ao longo do tempo levaria a prejuízos funcionais (ZORBA et al, 2013; VAN DIJKEN, 2000; NASCIMENTO et al, 2013).

Dentre as limitações das restaurações diretas em resina composta pela técnica incremental estão: a contração de polimerização, a dificuldade em realizar um adequado acabamento e polimento, dificuldade da fotoativação em atingir os locais de difícil acesso e a complexidade para a obtenção de um adequado ponto de contato (BUSATO, 1996). Os problemas clínicos mais comuns das restaurações diretas em resina composta são a lesão de cárie secundária e a fratura das restaurações, seguidos da presença de bolhas e a fotopolimerização incompleta(TONOLLI; HIRATA,2010).

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Felippe et al. (2002) relataram que, como consequências à contração de polimerização, ocorrem trincas na estrutura dental remanescente, dor pós-operatória, e recidiva de cárie. A força de contração de polimerização pode chegar a 10MPa, ou seja, suficiente para romper a união adesiva entre a resina-dentina, da ordem de 15 a 20MPa. Sob tensão permanente o dente poderá ficar sensível no pós-operatório.

As restaurações diretas em resina composta estão estritamente indicadas em casos de cavidades com caixas proximais reduzidas que apresentem términos cervicais visíveis e de fácil acesso, cavidades sem perdas de cúspides e substituições de restaurações em amálgama insatisfatórias. As dificuldades para as restaurações diretas em resina composta aumentam quanto maior for a dimensão do preparo cavitário, bem como há ainda um maior potencial de desgaste superficial ao longo do tempo (HIGASHI et al., 2007; TONOLLI; HIRATA, 2010).

Ao realizar a técnica direta em cavidades extensas, é necessário que o profissional utilize a técnica incremental para compensar a contração de polimerização. Na técnica indireta e semidireta, a única contração de polimerização ocorrida no preparo é gerada pelo cimento resinoso, pois a restauração é confeccionada fora do meio bucal. Outra vantagem é a facilidade de adaptação das margens subgengivais e o controle da umidade na interface dente-restauração à margem do preparo no modelo (TONOLLI; HIRATA, 2010).

Como alternativa para restaurações posteriores, as restaurações indiretas apresentam como vantagens a redução da ocorrência de tensões de contração de polimerização, uma vez que a peça é polimerizada fora da cavidade bucal, além de possibilitar uma melhor adaptação, acabamento e polimerização das margens da restauração, maior facilidade de confecção de contornos e maior facilidade para obtenção de ponto de contato, maior resistência de união e ainda melhores resultados estéticos(TURKMEN et al., 2011; ZORBA et al., 2013; NASCIMENTO et al., 2013).

Na técnica semidireta o dentista utiliza uma matriz flexível, que permite a realização do procedimento em consultório, eliminando a fase laboratorial. O clínico obtém uma impressão dos dentes preparados e os adjacentes com alginato e injeta silicona dentro do molde para obtenção do modelo, após

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apresa do material, o dentista é capaz de realizar a restauração em resina, sobreo modelo. Esse método tem como benefício a restauração ser polimerizada fora da boca, o que melhora assim seu grau de conversão, aumento da microdureza, resistência ao desgaste e em restaurações classe II, melhora o contorno e o contato proximal, permite ainda um melhor acabamento e polimento, pois estes são realizados antes da cimentação (TORRES et al., 2017).

As restaurações semidiretas podem ainda ser expostas à luz, ao calor e a pressão, em um forno, fatores capazes de aumentar o grau de conversão da resina. Esse método resulta em um melhor módulo de elasticidade, maior micro dureza e resistência ao desgaste dessas restaurações em comparação as restaurações diretas (DEJAK;MŁOTKOWSKI, 2015).

Além disso, a polimerização extra bucal realizada nessa técnica diminuía contração de polimerização da resina composta, que se restringe apenas ao cimento resinoso. Esse método reduz as micro falhas marginais, diminuindo assim a micro infiltração, fatores responsáveis pela ocorrência de cárie secundária, consistindo em uma das principais razões de falhas das restaurações em longo prazo (DEJAK; MŁOTKOWSKI, 2015).

As resinas Bulk-fill foram lançadas no mercado, com a ideia de melhorar resultados relacionados à tensão de contração de polimerização e redução do tempo clínico em restaurações posteriores. Estas resinas apresentam características físico-mecânicas desejáveis, tais como: maior facilidade de adaptação marginal, baixa tensão de contração de polimerização, diminuição do tempo clinico para realização das restaurações, radiopacidade satisfatória e flúor em sua composição. (VAN ENDE, 2012; FLURY, 2014).

2.2. Propriedades físico-químicas e clínicas das restaurações

As principais falhas apresentadas por restaurações com resinas compostas realizadas pela técnica direta são advindas da contração de polimerização, que podem causar fendas microscópicas e estresses ao elemento dentário; má adaptação marginal; protocolos clínicos inadequados ou deficientes; bem como a incompleta polimerização do compósito. Pensando nisso um estudo realizado por Dejak (2014) procurou fazer uma comparação de estresses dentários em molares restaurados com inlays e restaurações

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diretas utilizando compósitos, bem como analisar a contração de polimerização e as cargas exercidas na estrutura dentária durante a mastigação nas duas técnicas descritas. O estresse dentário causado ao modelo com restauração direta foi 13 vezes maior do que aquele quando se utilizou a restauração polimerizada fora do ambiente oral, bem como uma carga causada ao dente durante a mastigação excessivamente maior comparada à restauração da técnica semidireta.

Em um estudo de Torres et al. (2017) foram evidenciadas vantagens de custo-benefício de funcionalidade e estética satisfatória ao realizar a técnica semidireta em dentes posteriores, sendo notória a praticidade e efetividade em procedimentos restauradores de cavidades extensas. A incompleta polimerização e a exacerbada contração de polimerização são extremamente reduzidas, visto que a restauração é polimerizada fora da cavidade oral e somente uma fina camada de cimento resinoso sofre polimerização adjacente à estrutura dentária, diminuindo assim também a possibilidade de sensibilidade pós-operatória.

Liberman (1997) já havia observado a melhora da adaptação marginal com procedimentos restauradores utilizando a técnica semidireta quando comparada com a técnica convencional direta. Em seu estudo foram analisados os efeitos dos sistemas de cura indiretos e semidiretos comparados aos convencionais, e constatou que todas as restaurações inlays semidiretas apresentaram melhor adaptação marginal. Contudo, os procedimentos utilizando a técnica indireta foram os que apresentaram significante redução da nanoinfiltração nas restaurações.

Santana (2012) buscou estudar os efeitos na microdureza produzidos por tratamento térmico em restaurações com resinas compostas em diferentes profundidades. Utilizando-se de diferentes resinas compostas de diversos fabricantes, foram analisadas84 amostras. Foi observado que algumas marcas de resina apresentaram significativa melhora no que tange ao teste de microdureza a partir do tratamento térmico. Também foi visto que a área mais distante irradiada influenciou significativamente a KHN (grandeza de microdureza para o Teste de Knoop) para todos os compósitos, independentemente da aplicação de tratamento térmico. Quanto mais próximo da superfície irradiada, maior foi a KHN observada. Concluíam que a escolha

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da marca do compósito pode influenciar e é importante quando se propõe uma melhora da KHN por aquecimento. Quanto mais próximo da fonte de irradiação, maior a dureza mesmo após tratamento térmico.

Estudos posteriores continuam inconclusivos quanto à superioridade de uma técnica em relação à outra, avaliando adaptação marginal, nanoinfiltração e taxa de sucesso e insucesso de cada técnica restauradora. Porém, ainda há necessidade de estudos capazes de possibilitar a observação de melhorias nas propriedades das restaurações, comparando a técnica convencional e a técnica semidireta, sendo observados aspectos como profundidade de polimerização, resistência de união, nanoinfiltração e adaptação marginal (VAN DIJKEN, 2000; SPREAFICO, 2005; BARROS, 2015).

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III OBJETIVOS

3.1. OBJETIVO GERAL:

Avaliar a influência do tipo de técnica restauradora e do tempo de envelhecimento na resistência ao cisalhamento por extrusão, nanoinfiltração e profundidade de polimerização de cavidades profundas em dentes posteriores.

3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Comparar Profundidade de Polimerização (PP) de compósitos em cavidades dentinárias profundas restauradas por meio de técnicas diretas (incremental e de preenchimento único) e semidiretas.

 Comparar Nanoinfiltração (NI) na interface adesiva de cavidades dentinárias profundas restauradas por meio de técnicas diretas (incremental e de preenchimento único) e semidiretas.

 Comparar resistência ao cisalhamento por extrusão, push out ( RU) na interface adesiva de cavidades dentinárias profundas restauradas por meio de técnicas diretas (incremental e de preenchimento único) e semidiretas.

 Comparar Padrão de Falha das restaurações confeccionadas por meio de técnicas diretas (incremental e de preenchimento único) e semidiretas.

 Comparar o efeito do tempo de envelhecimento, resistência ao cisalhamento por extrusão, push out (RU), nanoinfiltração (NI) e profundidade de polimerização (PP) de restaurações realizadas pela técnica direta (incremental e de preenchimento único) e semidireta.

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IV MATERIAIS E MÉTODOS

4.1. Delineamento experimental

Trata-se de um ensaio laboratorial “in vitro”, cujas variáveis de resposta foram: Profundidade de polimerização, nanoinfiltração e resistência ao cisalhamento por extrusão (push-out). Os fatores em estudo foram às técnicas restauradoras e o tempo de envelhecimento. As técnicas analisadas foram: direta convencional, com resina Z250 XT(3M ESPE, St Paul, Minessota, EUA), utilizando incrementos de 2,0 mm; direta de incremento único, com resina One Bullk Fill(3M ESPE, St Paul, Minessota, EUA), utilizando incrementos de 4,0 mm, e semidireta com resina Z250 XT(3M ESPE, St Paul, Minessota, EUA), incrementos de 2,0 mm. Já os tempos de envelhecimentos utilizados para a pesquisa foram: 24 horas e 6 meses, para a simulação das condições bucais.

4.2. Amostra

Foram utilizados incisivos bovinos, adquiridos em abatedouro, selecionados após avaliação visual, onde foram eliminados os elementos dentários que apresentavam falhas, trincas e defeitos estruturais. De um total de 300 elementos dentários, 120 foram selecionados e distribuídos em 6 grupos: 3 com avaliação imediata (24hs) e 3 após 6 meses de envelhecimento em água destilada, trocada diariamente, em temperatura ambiente (média de 37ºC), cada grupo mantido em recipientes separados imersos em 100 ml de água destilada, durante todo o tempo da pesquisa. Cada grupo foi composto por vinte dentes (n=20), distribuídos de forma aleatória de acordo com a técnica restauradora utilizada, onde 3 amostras de cada grupo foram utilizadas apenas para o teste de nanoinfiltração, sendo as 17 restantes submetidas tanto aos testes de microdureza quanto ao de resistência ao cisalhamento por extrusão. A tabela 1 mostra os materiais utilizados para confecção das amostras do estudo.

(23)

Tabela 1. Materiais utilizados no estudo:

4.3. Confecção dos corpos de prova

Os corpos de prova foram preparados por um único operador, adaptando-se o método descrito por Borges et al (2013). Incisivos bovinos, livres de trincas e defeitos estruturais foram selecionados a olho nú. Os dentes passaram por desinfecção em uma solução aquosa de Timol (0,1%) a 40ºC durante uma semana. As raízes foram removidas com discos abrasivos confeccionados em óxido de alumínio com cobertura de cerâmica especiais (Dentorium, Nova Iorque, Estados Unidos da América) refrigerados à água e

Material Fabricante Composição química Número de

lote Resina

Z250XT A2 ®

3M ESPE Cerâmica silanizada tratada, Bisfenol A diglicidil éter dimetacrilato (BisGMA), Bisfenol A polietileno glicol diéterdimetacrilato, Diuretanodimetacrilato (UDMA), Sílica tratada de silano, Dimetacrilato de trietilenoglicol (TEGDMA)

1812400096

Cimento RelyX

Ultimate A2 ®

3M ESPE Pó de vidro, superfície modificada com 2-propenóico, 2 metil-.3- (trimetoxissilil) propílico e feniltrimetoxi silano, material a granel, 2-propanóico, 2-metil-, 1,1 '- [1- (hidroximetil) -1,2-etanodiilo] ester, produtos

da reação com 2-hidroxi-1,3

propanodiilodimetacrilato e óxido de fósforo, dimetacrilato de trietilenoglicol (TEGDMA), sílica tratada de silano, óxidos de vidro químico, persulfato de sódio, terc-butil 3,5,5-trimetil peroxihexanoato, ácido acético, sla de cobre (2+) monohidratado

3466086

Resina One Bulk Fill A2 ®

3M ESPE Cerâmica silanizada tratada, Dimetacrilato

de uretano aromático,

Diuretanodimetacrilato (UDMA), Fluoreto de itérbio, Sílica tratada de Silano, Dodecanodimetacrilato (DDDMA), Zircônia silanizada tratada, Água.

N9300814

Single Bond Universal ®

3M ESPE Metacrilato de 2-hidroxietila, bisfenol a diglicidil éter dimetacrilato (BisGMA), decametilenodimetacrilato, etanol, sílica tratada de silano, água, 1,10-decanodiol fosfato metacrilato, copolímero de acrílico e ácido itacônico, caforquinona, n,n-dimetilbenzocaína

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acoplados a um mandril em peça reta (Gnatus, Barretos, São Paulo, Brasil) exatamente na junção amelocementária (JAC).

Foram realizados cortes retos, transversais, distantes 4,0 mm do ponto mais inferior (proximal do elemento dentário) da JAC nas coroas dos dentes de modo a se conseguir uma amostra de 4,0 mm de espessura, em formato de disco, com um vazio central ocupado pela cavidade pulpar. As faces superiores e inferiores das amostras foram lixadas com discos de granulação 400 e 600 (Labopol-21, Copenhagen, Dinamarca) para obter uma dentina plana e lisa respectivamente.

Aproveitando-se do espaço da cavidade pulpar, em uma máquina padronizadora de preparos cavitários, foram acopladas fresas de tungstênio Maxicut 1251, pera, RMI:15000 RPM, com corte cruzado médio (American Burrs, SC, Brasil), de forma a penetrar no centro da amostra, referente ao espaço da cavidade pulpar, originando cavidades cônicas padronizadas (4,8 mm de diâmetro superior x 2,8 mm de diâmetro inferior e 4,0 mm de profundidade). As brocas foram trocadas a cada 5 preparos.

Figura 1: Esquema de confecção das cavidades

Fonte: Souza et al., 2017 Todas as amostras passaram por uma profilaxia prévia com escova de Robinson e pedra pomes e água por 20 seg., e foram lavadas com água destilada por 10 segs. Para as restaurações utilizadas no estudo, o sistema adesivo de eleição foi o Single Bond Universal(3M ESPE, St Paul, Minessota, EUA), aplicado conforme as especificações do fabricante: sem condicionamento ácido prévio da dentina, com fricção por 20 seg., volatilização com jato de ar por 5 seg. e fotopolimerizado por 20 seg., para as restaurações diretas. Na técnica semidireta, a polimerização só foi realizada após a

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cimentação. As amostras foram colocadas em uma lâmina de vidro para a inserção do(s) incremento(s), com auxílio de uma espátula para resina flexível e um calcador de Ward número 2, os incrementos foram medidos por meio de uma sonda periodontal milimetrada, de acordo com cada técnica restauradora. Para técnica incremental, após o condicionamento da superfície dentinária foi realizada a inserção de 2 incrementos horizontais de 2,0 mm de resina cada, para preenchimento completo da cavidade, fotoativados individualmente por 20 seg. A fotopolimerização final de todas as restaurações em todos os grupos foi ativada por 40 seg com a cobertura de uma lâmina de vidro, para a padronização da distância entre a ponteira do fotopolimerizador (LEDCuringLightsSlim, COLTENE, Altstätten, Suiça1264 mW/cm²) e o compósito, como ilustrado na figura 2. Já na técnica de incremento único, após o condicionamento do preparo, com sistema adesivo, a cavidade foi completamente preenchida com um único incremento de resina e fotoativada por 40seg, como ilustrado na figura 3.

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Figura 2: Sequência de preparo das restaurações pela técnica direta de incremental. A- Profilaxia com pedra pomes; B- Adesivo sendo dispensado no microbrush; C-Adesivo aplicado no preparo; D- Volatilização do solvente por 5 seg. com jato de ar; E- Ativação do sistema adesivo; F- Incremento de resina; G- Preenchimento parcial da cavidade com incremento de 2,0 mm; H- Adaptação do incremento a cavidade, com auxilio de um calcador; I- Preparo completamente preenchido; J- Fotoativação final por 40 seg.

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Figura 3 Sequência de preparo das restaurações pela técnica direta de incremento único. A- Profilaxia com pedra pomes; B- Adesivo sendo dispensado no microbrush; C- Adesivo aplicado no preparo; D- Volatilização do solvente por 5 seg. com jato de ar; E- Ativação do sistema adesivo; F- Incremento de resina; G- Cavidade completamente preenchida com um único incremento de resina; H- Fotoativação por 40 seg.

Para técnica semidireta, as restaurações foram realizadas sem condicionamento prévio da dentina, os incrementos foram fotoativados de 2,0 em 2,0 mm e após a polimerização os compósitos foram removidos das cavidades, com auxílio de um calcador de Ward, e passaram por um processo de termo ativação, a seco, no equipamento de microondas (Consul, Santa Catarina, Brasil), em potência máxima, por 5,0 min. Posteriormente essas amostras foram descontaminadas com ácido fosfórico a 37% por 5 seg., para limpeza da superfície adesiva, lavadas com água destilada por 5 seg. e secas com jato de ar. Para a cimentação, foi dispensada uma gota de Single Bond Universal (3M ESPE, St Paul, Minessota, EUA) na superfície da dentina, com fricção por 5 seg, o cimento resinoso dual autocondicionante RelyX Utimate (3M ESPE, St Paul, Minessota, EUA) foi manipulado por 20 seg. inserido na

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cavidade e ao redor da peça a ser cimentada, com auxílio de uma espátula flexível de resina. A peça foi inserida na cavidade, com a ajuda de uma pinça clínica, seguido da polimerização por 40 seg. na base maior, como ilustrado nas figuras 4 e 5.

Figura 4: Sequência de preparo das restaurações pela técnica semidireta. A- Profilaxia com pedra pomes; B- Lavagem; C-Inserção do incremento de 2,0 mm na cavidade; D- Adaptação do incremento na cavidade; E-Restauração realizada; F-Fotoativação do incremento; G- Restauração removida da cavidade; H- Verificação e marcação da posição de inserção da restauração na cavidade; I- Limpeza da superfície da restauração com ácido fosfórico 37% por 5 seg.; J- Lavagem da restauração; K- Secagem da restauração.

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Figura 5: Continuação do protocolo de preparo das restaurações semidiretas. A- Dispensação do adesivo; B- Aplicação do adesivo na cavidade, com fricção por 20seg; C- Volatilização do solvente por 5 seg.; D- Dispensação do cimento resinoso; E- Cimento manipulado; F- Cavidade a ser cimentada; G- Inserção da restauração no preparo para cimentação; H- Fotoativação final por 40seg.

Todas as restaurações passaram por polimento na politriz, com lixas de granulação crescente de 400, 500 e 800, por 20 seg. cada. Foram realizadas 40 corpos de prova de cada técnica. Após o polimento, as restaurações foram aleatoriamente distribuídas nos subgrupos de armazenamento: 20 para analise com 24h e 20 para analise após 6 meses de armazenamento. Os grupos foram definidos de acordo com a Tabela 2.

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Tabela2. Grupos do estudo:

Grupo Técnica Material restaurador Tempo

1 Incremento único (BF) One Bulk Fill 24hs

2 Semidireta (SD) Z250XT 24hs

3 Incremental (CONV) Z250XT 24hs

4 Incremento único (BF) One Bulk Fill 6 meses

5 Semidireta (SD) Z250XT 6 meses

6 Incremental (CONV) Z250XT 6 meses

4. 4. Armazenamento

Durante todo o período da pesquisa os elementos dentários foram mantidos em potes plásticos, separados por grupos, imersos em 100 ml de água destilada com a média de 37ºC, para simulação de condições bucais de umidade, tanto para os avaliados após 24 horas, quanto para os avaliados após 6 meses.

4.5. Avaliações

Para análise de PP e RU, os mesmos 17 corpos de prova de cada grupo foram utilizados, já para a NI 3 corpos de prova de cada grupo passaram apenas por esta análise.

4.5.1. Profundidade de polimerização (PP):

Para mensurar a profundidade de polimerização, foi utilizada a técnica da razão base/topo de Microdureza de Vickers, com o auxílio de um microdurômetro (HMV-2, Tokyo, Japão) que realizou endentações do tipo dureza de superfície utilizando 50g de carga por 5 seg. Foram realizadas três endentações em cada face da restauração, sendo calculado o valor da dureza através da média dessas três mensurações.

4.5.2. Resistência ao cisalhamento por extrusão, push-out (RU):

Para mensurar a resistência de união, utilizou-se uma máquina de ensaios universal (Microtensile OM150) com um dispositivo adaptado com um orifício no centro, onde foram colocadas as amostras com a base menor voltada para cima. Um dispositivo de formato esférico foi adaptado na máquina,

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com célula de carga de 100N e uma força de compressão com velocidade de 1mm/min, inserida contra a restauração, no centro da face menor, com a finalidade de romper a adesão. A força necessária para romper a restauração foi registrada no momento da fratura. Os resultados foram calculados em Kgf, divididos pela área de superfície adesiva calculada através da fórmulaπ (R + r) / [(h 2 + (R-r) 2 ], onde ‘R’ é o raio da base maior e ‘r’ o da base menor, e transformados em Mpa. Após a realização do teste, os padrões de falha e fratura foram analisados em um estereomicroscópio (Stereozoom, Bausch&amp; Lomb, Nova Iorque, Estados Unidos da América) e classificados em: falha adesiva, coesiva ou mista.

4.5.3. Padrão de Falha:

Para análise do padrão de falha, após o teste de resistência de união ao push-out, as falhas foram analisadas em estereomicroscópio com ampliação de 40x e classificadas em adesiva (fratura na interface dente-restauração), coesiva (fratura do compósito) e mista (combinação de fratura adesiva e coesiva).

4.5.4. Nanoinfiltração, topo e base (NI):

Para o teste de nanoinfiltração foram utilizadas 3 amostras de cada grupo (n=3, por técnica) e analisada a NI no topo e na base. Após armazenamento em água destilada por 24 horas e após 6 meses, de acordo com cada grupo, os espécimes foram imersos em solução de nitrato de prata amonical (pH=9,5) por 24horas. Estas foram enxaguadas em água destilada por 20 seg., e imersas em solução de revelador de fotografia (Kodak Rochester, Nova Iorque, Estados Unidos da América) durante 8 horas sob uma luz fluorescente.

Depois disso, foram polidas com lixas de granulação crescente (600P, 1200P, 2000P), e pasta diamantada. As amostras foram limpas após cada polimento com água destilada. Foram então desmineralizadas com ácido fosfórico a 37%, por 5 seg. em cada face e em seguida examinadas por um microscópio eletrônico de varredura (HITACHI TM300). A análise da nanoinfiltração foi avaliada através do microscópio eletrônico de varredura com

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ampliações de 300x, 1000x, 2000x, 3000x e 5000x, onde foi observada a quantidade de prata na interface adesiva.

4.6. Análise estatística

Com relação aos dados obtidos das avaliações laboratoriais, os procedimentos estatísticos foram realizados por meio do software SPSS versão 20.0. Para a análise estatística das variáveis RU e PP, foi adotado o teste ANOVA Two Way. A avaliação das diferenças de acordo com os fatores de estudo (técnica restauradora e tempo de envelhecimento) e, na presença de diferença significativa, foi verificada pelo post hoc de Tukey a fim de se localizar as diferenças. Para todas as análises estatísticas foi adotado um nível de significância de 5% (p<0,05).

Para avaliação do Padrão de Falha foi realizada análise descritiva com as frequências absolutas e relativas dos dados e para a avaliação da NI, foi realizada análise qualitativa e comparativa entre os grupos de estudo, bem como entre o topo e a base das restaurações nas diferentes técnicas.

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V RESULTADOS

5.1. Resistência ao cisalhamento por extrusão, push-out (RU):

A partir dos dados obtidos no ensaio mecânico, foi observada uma diferença estatisticamente significativa entre as técnicas SD e BF e entre as técnicas SD e CONV após 24 horas de envelhecimento da amostra. Para as amostras analisadas após 6 meses de envelhecimento, houve diferença estatisticamente significativa entre as técnicas SD e CONV e entre as técnicas BF e CONV. Para cada técnica analisada, não houve diferença significativa entre os tempos de envelhecimento.

Tabela 3. Análise da resistência ao cisalhamento por extrusão(Mpa) das diferentes técnicas restauradoras em diferentes tempos de envelhecimento.

RU

Técnicas

BF SDCONV Envelhecimento

M ± DP M ± DP M ± DP

24 hs 0,73 ± 0,47Ba 0,93 ± 0,32Aa 0,44 ± 0,20Ba 6 meses 0,96 ± 0,41Aa 0,93 ± 0,44Aa 0,48 ± 0,25Ba * Letras diferentes revelam diferença estatisticamente significativa entre os dados, maiúsculas indicam diferença entre linhas e minúsculas entre as colunas.

5.1.2. Padrão de Falha

Na análise realizada 24 horas após a restauração, a falha adesiva foi predominante nos grupos BF e CONV, enquanto o grupo SD apresentou maior número de falha mista. Na análise de 6 meses após o envelhecimento das amostras, a falha mais prevalente nos grupos BF e SD foi à mista, enquanto na CONV foi adesiva (Tabela 4). As figuras 6, 7 e 8 exemplificam o tipo de fratura mista, adesiva e coesiva, respectivamente.

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Tabela 4. Padrão de fratura das diferentes técnicas restauradoras em diferentes tempos de envelhecimento.

Técnicas

BF SD CONV PADRÃO DE

FRATURA 24hs 6 meses 24hs 6 meses 24hs 6 meses N (%) N (%) N (%) N (%) N (%) N (%) Adesiva 10 (58,8) 7(41,2) 4 (23,5) 1(5,9) 15 (88,2) 15(88,2) Coesiva - - 2 (11,8) 2 (11,8) - -

Mista 7 (41,2) 10(58,8) 11 (64,7) 14(82,4) 2 (11,8) 2 (11,8)

Figura 6: Amostra após teste de Resistência de União demonstrando um padrão de falha Mista, captura das imagens realizadas no estereomicroscópio, seta vermelha indicando fratura do elemento dentário (coesiva), seta branca demonstrando falha na interface adesiva (adesiva).

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Figura 7: Amostra após teste de Resistência de União demonstrando um padrão de falha Adesiva, captura das imagens realizadas no estereomicroscópio.

Figura 8: Amostra após teste de Resistência de União demonstrando um padrão de falha Coesiva, captura das imagens realizadas no estereomicroscópio, seta branca demonstrando

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5.2. Profundidade Polimerização (PP):

Para a análise da profundidade de polimerização, realizadas através do teste de microdureza de Vickers (Tabela5), a Anova Two way não revelou diferença estatisticamente significativa entre as técnicas restauradoras, nem entre os tempos de envelhecimento.

Tabela 5. Análise da profundidade de polimerização, microdureza de Vickers (HV), das diferentes técnicas restauradoras.

Técnicas Restauradoras Envelhecimento BF µ ± DP SD µ ± DP CONV µ ± DP

24hs 0,83 ± 0,06Aa 0,91 ± 0,08Aa 0,96 ± 0,16Aa

6m 0,94 ± 0,30Aa 0,83 ± 0,22Aa 0,90 ± 0,22Aa

5.3. Nanoinfiltração (NI):

Para a avaliação do topo das restaurações após 24 horas, o grupo CONV apresentou uma maior concentração de cristais de prata na interface dente-restauração em relação aos outros grupos. O grupo SD não apresentou nenhuma concentração de cristais de prata na interface adesiva e para o grupo BF pode-se observar uma pequena infiltração. Já na avaliação da base dessas restaurações, observa-se que todas as técnicas apresentaram grande presença de cristais de prata em sua interface.

Com relação à avaliação feita após 6 meses de envelhecimento, para o topo das restaurações observa-se que os grupos BF e CONV apresentaram as maiores concentrações de cristais de prata na interface, já o grupo SD não apresentou nenhuma infiltração de prata. Para a avaliação da base das

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restaurações, observa-se uma grande concentração de prata na interface de todas as técnicas restauradoras, as figuras 9 a 13 exemplificam a quantidade de infiltração de cristais de prata.

Figura 9: Imagem obtida após avaliação no microscópio eletrônico de varredura, com 1000x de aumento, representando uma amostra do grupo SD, onde não há presença de infiltração de

prata na interface dente-restauração.

Figura 10: Imagem obtida após avaliação no microscópio eletrônico de varredura, com 1000x de aumento, representando uma amostra do grupo BF, onde observa-se uma pequena presença de infiltração de prata na interface dente-restauração, seta indicando a presença de

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Figura 11: Imagem obtida após avaliação no microscópio eletrônico de varredura, com 3000x de aumento, representando uma amostra do grupo BF, onde observa-se uma pequena presença de infiltração de prata na interface dente-restauração, maior aumento, seta indicando

infiltração.

Figura 12: Imagem obtida após avaliação no microscópio eletrônico de varredura, com 1000x de aumento representando uma amostra do grupo CONV, onde observa-se uma grande presença de infiltração de prata na interface dente-restauração e ainda descontinuidade da

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Figura 13: Imagem obtida após avaliação no microscópio eletrônico de varredura, com 1000x de aumento, representando a base de uma amostra, onde observa-se uma grande presença de

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VI DISCUSSÃO

O presente estudo in vitro avaliou a resistência ao cisalhamento por extrusão, nanoinfiltração e profundidade de polimerização de cavidades profundas restauradas através de diferentes técnicas e revelou diferenças estatisticamente significativas entre os grupos analisados no teste de RU, porém não revelou diferença estatística entre os grupos, para o teste de PP. Portanto para o teste de RU a hipótese nula de que não haveria diferença na resistência de união entre as técnicas restauradoras incrementais, semidireta e de incremento único foi rejeitada, porém aceita para o teste de PP e para o tempo de envelhecimento das amostras, já que não houve diferença estatisticamente significativa entre as análises imediatas (24hs) e envelhecidas (6 meses).

A técnica restauradora semidireta surgiu como uma alternativa rápida e de baixo custo para cavidades profundas e extensas. Além disso, apresenta como vantagem a termopolimerização adicional que reduz a contração de polimerização, garantindo uma melhor adaptação marginal. De acordo com os resultados obtidos nesse estudo, observa-se uma maior resistência de união dessa técnica em relação às demais, o que pode ser atribuído à polimerização pós-cura, além de melhores resultados no que se refere à presença de nanoinfiltração marginal. Os achados do presente estudo corroboram com os encontrados por Tonolli-Hirata (2010) e Godoy (2014), pois os autores afirmaram que a técnica semidireta representa uma excelente opção restauradora e uma alternativa viável para restaurações em cavidades profundas usando resina composta.

Com relação à técnica de incremento único, pode-se observar que para o teste de RU, houve diferença estatística entre essa técnica e a técnica semidireta para as amostras imediatas. Isso pode ser explicado, possivelmente, devido à presença do componente modulador encontrado no compósito Bulk-Fill, denominado SDR (Stress DecreasingResin). Este agente é responsável por modular a polimerização, proporcionando uma redução da tensão de contração, que é significantemente menor, quando comparada com qualquer outro compósito convencional. Após 6 meses de envelhecimento, a técnica de incremento único foi estatisticamente diferente da convencional

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(CONV) e apresentou os maiores valores de resistência de união, o que demostra que este material, apesar de ser restaurado com um único incremento, possui um alto grau de passagem de luz, promovendo assim uma polimerização efetiva, o que garante uma resistência de união semelhante às restaurações que passam por termopolimerização adicional para posterior cimentação. Esse dado ressalta que o uso da resina Bulk-Fill é indicado em cavidades profundas e extensas, devido ao seu reduzido tempo clínico sem comprometer a qualidade e o resultado final da restauração (LALLY, 2014; LEPRINCE et al., 2014).

Quanto à análise do padrão de falha, observou-se maior número de falhas adesivas nas restaurações diretas, tanto incremental quanto as de incremento único, o que concorda com estudos que demostram ser a interface dente/restauração o ponto mais crítico das restaurações em resina composta (GWINNETT et al, 1995; FERRACANE, 2008; MOORTHY et al., 2012; ZORBA et al., 2013; MACEDO et al., 2010). Já nas amostras restauradas pela técnica semidireta observou-se um maior número de falhas mistas o que demonstra que a presença do cimento resinoso entre a interface dente/restauração favorece a união da restauração a estrutura dentária. Além disso, observa-se que esse padrão foi mantido nas restaurações semidiretas nos dois tempos de envelhecimento.

Para a análise de profundidade de polimerização, observou-se que não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos avaliados, isso pode ser explicado pela modificação na translucidez e nos fotoiniciadores mais sensíveis presentes nas resinas bulk-fill. Já na técnica incremental a polimerização é realizada em incrementos menores, o que possibilita uma maior passagem de luz para estas restaurações. Na técnica semidireta, as restaurações além de serem polimerizadas de forma incremental, passam pelo processo de termo polimerização, o que pode contribuir para o bom desempenho destas restaurações diante desta propriedade.

Caneppele e Bresciani (2016) avaliaram por meio de uma revisão sistemática da literatura as propriedades das resinas de preenchimento único e observaram que a profundidade de polimerização foi a propriedade mais avaliada. Dos 11 artigos que avaliaram esta propriedade por meio da avaliação da relação da dureza entre a base e o topo das amostras de

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resina com 4 mm de profundidade, muitos autores afirmaram que a proporção de 0,80 é um valor mínimo clinicamente aceitável. No presente estudo, todos os grupos obtiveram valores acima desse parâmetro. Essa constitui uma importante propriedade, pois além de estar relacionada com as propriedades mecânicas, também está relacionada com a liberação de monômeros não polimerizados, capazes de causar danos pulpares e sensibilidade pós-operatória.

Na análise da nanoinfiltração observa-se uma maior presença de cristais de prata na interface dente-restauração das amostras restauradas pela técnica CONV, e ainda, apesar de não ser o intuito do teste , é possível observar uma maior desadaptação marginal dessas restaurações, o que pode ser um fator importante para impregnação dos cristais de prata na interface adesiva. Esta desadaptação pode estar associada à contração de polimerização produzida por estes compósitos convencionais, durante as restaurações incrementais. De acordo com Fronza (2015), a contração volumétrica das resinas compostas convencionais, varia de 1 a 5%. As restaurações BF apresentaram menos infiltração de cristais de prata na interface adesiva, enquanto que as restaurações SD não apresentaram infiltração em sua interface, isso pode estar relacionado à contração de polimerização que nesta técnica é restrita a fina camada de cimento resinoso da interface, gerando assim um menor estresse e maior adaptação marginal dessas restaurações.

Em um estudo realizado por Pereira et al. (2019) foi avaliada a nanoinfiltração em compósitos do tipo Bulk Fill em comparação com as resinas tradicionais. Os autores encontraram as maiores concentrações de infiltração dos cristais de prata nos compósitos, que apresentavam cargas pré-polimerizadas em sua composição, como as resinas convencionais microparticuladas, estas cargas são substancialmente orgânicas o que demonstra menor conteúdo de carga inorgânica. Este fator pode estar associado a um aumento de sorção de água pelo compósito, capaz de atingir os espaços do adesivo e as regiões nanométricas localizados no interior da camada híbrida, fazendo com que os polímeros adesivos atuem, mesmo após a polimerização, como membranas semipermeáveis, aumentando o consumo de prata.

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Foi observado em outro estudo que mesmo na ausência de lacunas, os íons de prata poderiam penetrar na camada híbrida, nas zonas de microporosidades. Uma maior nanoinfiltração em curto prazo pode não significar mau desempenho das restaurações, mas ao longo do tempo pode comprometer a sua longevidade (LEPRINCE et al.,2010). No presente estudo com o tempo de envelhecimento de 6 meses, podemos observar que houve um aumento da concentração dos cristais de prata na interface adesiva do grupo BF, enquanto que no grupo SD, houve a manutenção da ausência de infiltração de prata na interface adesiva, bem como, grupo CONV manteve o padrão de grande concentração de prata na interface adesiva.

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VI CONCLUSÃO

Diante dos resultados obtidos, sugere-se que a técnica semidireta apresenta melhores características de resistência ao cisalhamento por extrusão (push out), tanto para análise imediata como para análise após 6 meses de envelhecimento, bem como, possibilita uma menor incidência de infiltração de cristais de prata na interface adesiva em ambos os tempos de análise, o que pode sugerir como um método alternativo e eficaz na reabilitação de cavidades amplamente destruídas. Estudos clínicos devem ser incentivados para comprovação do que foi sugerido nesse estudo laboratorial.

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VII REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Referências

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