Universidade
de
Evora
Comportamento p6s-colheita
da
ameixa
'Rainha Cl6udia
Verde'
Prunus domestica L.
-
Efeitos
do
c6lcio
na
maturag[o
Tese apresentada para a obtengdo do Grau de Doutor em Agronomia
Ana
Elisa
de
Mendonga
Rato
Barroso
Orientador:
Professora Doutora Ana Cristina PintoAgulheiro
SantosCo-orientador:
Doutor Fernando Riquelme'Esta tese ndo inclui as crfticas e sugestdes feitas pelo
jriri'
Universidade
de
Evora
Comportamento p6s-colheita
da
ameixa 'Rainha Cl6udia Verde'
Prunus domestica
L.
-
Efeitos do c6lcio
na
maturaqdo
Teseapresentadaparaaobteng5odoGraudeDoutoremAgronomiaw
Ana Elisa
de
Mendonga Rato Barroso
)[8
lu
c
Orientador:
Professora Doutora Ana Cristina PintoAgulheiro
SantosCo-orientador:
Doutor Fernando Riquelme'Esta tese ndo inclui as criticas e sugest6es feitas pelojriri'
Agradecimentos
Gostaria
de
expressaro
meu mais
sincero agradecimentods
instituigdes quepermitiram
arcalizagdo deste trabalho: ao Instituto de Ci6ncias Agriirias Mediterrdnicas,d
Universidadede Evora,
i
Universidadede
Aveiro, e
ao
Minist6rio
da Agricultura
Portugu6s pelo financiamento de parte deste trabalho atrav6s do programa
AGRO,
e atodos aqueles que nelas
facilitaram
a execugio de muitas das tarefas realizadas para aconcretizag6o desta tese.
Aos
meus orientadores Prof.uAna
CristinaAgulheiro
eDr.
Femando Riquelmepela disponibilidade demonstrada durante toda a execug6o deste trabalho e pela leitura minuciosa e
criticas
apresentadas.Em particular
gostaria de agradeceri
minha
amigaAna
Cristinapela
arrrizade e confianga que sempre demonstrou, e que permitiram levaresta tarefa at6 ao
fim.
Ao
Professor ManuelAnt6nio
Coimbra da Universidade deAveiro,
pela formacomo
sempreme
recebeuno
seulaborat6rio,
pela preciosaajuda
na
discussEo dosresultados,
e a
quem devoa
frase: 'Escreverum
doutoramento tamb6m6
contar umahist6ria',
que tentei ter sempre presente na redac96o deste documento.As
EngenheirasAgricolas
HelenaMarreiros e C6lia
Venturapela
colaboragiodurante os primeiros passos deste trabalho.
A
todos
os
colegas
e
amigos
do
Laborat6rio
de
Quimica Alimentar
daUniversidade de
Aveiro
pela simpatia sempre presente nas minhas curtas estadias nestaUniversidade. Em particular d Cl6udia Nunes pela forma paciente com que sempre me
ouviu e pela ajuda na interpretagdo de muitos dos resultados.
Ao
Eng.oMarino
Martins, d sua esposa efilha
e ao Eng.o Jer6nimo Cavaco pelafacilidade que sempre me concederam na recolha das amostras dos pomares.
A
empresaFruteco
Lda. pela
disponibilidade
demonstradae
facilidade
narecolha das amostras
e
muito
particularmenteao
EngoVictor
Gameiro que enquantot6cnico
desta empresa,permitiu a
concretizagdo,no
campo, destee
demuitos
outrosprojectos como este...
Ao
Jo6o, aoMiguel
ao Luis e aoAnt6nio
pelo tempo que ndo passei com eles.iNorcn
Abstract
Resumol.Introdugiio
1.1
-
A ameixa'Rainha
Cl6udia
Verde'
1 .1.1 - Breve hist6ria da cultura e indristria
1.1.2 - Alteragdes que ocorrem nesta variedade durante a maturag6o
1.1.3
-
CaracterizagSo dospomiles
e do material vegetal 1.1.4 - Objectivos gerais e dmbito do trabalho1.2
-
A
mafuragflo
dosfrutos
1.3
-
Bibtiografia
2. Ensaios efectuados 2.2.1 - Enquadramento do ensaio 2.2.2 -Artigo
2 9 t1 l3 t5 1.2.1 - Definig5o deconceitos
17 1.2.2 - Produgdo deetileno
181.2.3
-
O crescimento do fruto e a mobilizag6o das subst6ncias dereserva
241.2.4 - Alterag6es da
textura
271.2.5 - Factores culturais que afectam a qualidade dos
frutos
422.1-
Colheita
e
anfilisedo
etileno produzido
-
desenvolvimentode
umm6todo para a ameixa'Rainha Cl6udia Verde'
2.1.1 - Enquadramento do
ensaio
632.|.2-Artigo
1
os2.2- Efeito do
solo e
porta-enxertona
composig6omineral
dosfrutos
daameixa 'Rainha Cl6udia
Verde'
(PrunusdomesticaL.)
68 71
2.3-
lnflu0ncia
da
composigdo
quimica
do
solo
na
alteragdo
daspropriedades
fisicas
da
ameixa 'Rainha
ClSudia
Verde'
(Prunusdomestica
L.)
dwante a maturagSo.2.3.1 - Enquadramento do
ensaio
772.3.2-Artigo3
n
2.4- Efeito
do frio
na
conservaqdoda
ameixa'Rainha
Cl6udiaVerde'
(Prunus domesticaL.).2.4.1 - Enquadramento do ensaio
2.4.2
-
Artigo
495 97
2.5
-
Influ0ncia
do
c6lcio
das
paredes celularesna
frmeza dos
frutosdurante
a
maturagio da
ameixa
'Rainha
Cl6udia
Verde'
(Prunus domesticaL.).2.5.1 - Enquadramento do ensaio
2.5.2-
Artigo
53.Considerag6es
finais
etrabalhos
futuros
t02
103
Abstract
'Rainha Claudia
Verde'
is
an
old
variety
of
Prunus
domesticawhich is well
adapted to arestrict
zoneof
Alto
Alentejo in
the south regionof
Portugal.
This variety is much appreciated either as a freshfruit
or as a sweet candy.The
candying
processis
a
widespreadtechnique
in
this region
with
much empirical knowledge. There are practical evidences which indicate that fruitsorigin
may influence theboiling
process. Somefruits
producedin
specific areasin
this
region hadan
inadequatebehaviour
during
boiling,
becoming
to
soft and
improper
to
use in
canding.
More
recently
it
has beenalso
observedthat
thesespecific
areas producedfruits
with
a poor postharvest behaviour.During
storage thesefruits
loose texture veryquickly
and became improper to commercialize.Many
pre and postharvest factors may contributeto
differencesin fruit
quality.Calcium
is
one
of
most important
nutrientswhich
havea major
effect
on cell
wall
structure and membrane
integrity.
Studieson
therole of
calcium
in fruits
indicate its involvement in delaying changes associatedwith
softening.Two
orchardswere
selected becauseof their
history
of
producing
fruits with
different
characteristics either asa
freshor
as a processedfruit,
and because induced different calcium levels in the leaves. The main focus of this researchwork
was to studythe
influence
of
the
production
region
in
fruit
postharvestbehaviour, specially
the influenceof
calcium
in fruit
texture. The aims were:(l)
to
compare the rootstock andthe soil
influence
on calcium
fruit
content,
(2)
to
selecta
method
to
measure the productionof
ethylenein
fruits
of
'Rainha ClaudiaVerde'
(3)to
evaluate the effectsof
different
calciumfruit
contentin
the postharvest behaviourof
fruits (4) to
evaluate thecell wall
calcium
content andits
influencein fruit
firmness,(5)
andto
select the best cold storage temperatures to this variety.It
was found that 'Rainha ClaudiaVerde'
is a climacteric variety and the studies onfruit
firmness revealed a significant lossof fruit
texture during ripening on oroff
thetree.
During
storage, fruits had a different behaviour depending onfruits origin.
Usuallyfruits, which traditionally do not
resist
to
boiling
process,also
exhibited
an
early softening, when comparedto
otherfruits
producedin
adequate regions. The excessivefruit
softening after harvest occurredin
fruits
with
lower
calcium content. However, atother factors besides calcium should be implicated
in fruit
firmness at harvest.In
spiteof
a
better
postharvestbehaviour
of
fruits
with
higher calcium content,
it
was
notevident the calcium influence in the climacteric rise.
The
increaseof
calcium
fruit
content can be achievedwith
a proper rootstockselection.
The
rootstocks
investigatedin
this
study, induced
different
calcium
fruit
content, apparently vigorous rootstocks contributed to thedilution of
calciumfruit
level. The soilwith
higher calcium content induced alower
calciumfruit
content,which
maybe
dueto the
excessof
potassiumin
this soil;
in
fact fruits with
higher
CalK
ratioreached higher firmness values.
It
is
also
proposeda
method
to
evaluatethe calcium
content
in
the fruit
independentlyoffruitmass.
The
calcium
fruit
content
is
usually
expressedas
apercentage
of
dry
mass, howeverduring the
courseof fruit
development there are ahuge increment
of fruit
weight
becauseof
water and sugarmobilization into
thefruit.
Most of the
total
calciumin
the plants is associatedwith
the cellwall
which means thatcalcium
fruit
content expressed asa
percentageof cell wall
fraction
is
a
much more reliable method. Orchardswith
an excess of potassiumin
the soil produced fruitswith
asignificant
lower
calcium
fruit
content.
However
it
was
not
possibleto
prove
the gradually firmness decrease during the harvest period as a consequenceof
calciumfruit
loss.In
fact,
it
wasnot
evident a gradual decreaseof
calcium
fruit
content during the harvest dates thusit
was impossibleto
find
at harvest, a good correlation betweenfruit
firmness and calciumfruit
content.The
analysisof cell wall
polysaccharides evaluatedduring ripening
in
the treeshowed a slight increase
of
more branched polysaccharides as ripening went. The smallchanges
in
pectic polysaccharides during the harvest season arein
accordancewith
thesmall decrease in tissue firmness during this period.
In
this
variety the usual storage periodis
aboutof
3-4weekswith
a temperatureof
l-z'C
and 90o/oof
relative humidity.
However upon rewarmingfruits held at 7'C,
during
14 days, produced more ethyleneat
20'C
and exhibited also a higher firmness thanfruits
held
at
loC. The
reductionof
ethylene production andfruit
firmness uponrewarming,
afterfruits
being held
at
lower
temperatures,may
suggest somechilling
inju.y
in this variety.Resumo
'Rainha
Cl6udiaVerde'
6 uma antiga variedade da ameixeira europeia Prunusdomestica
L.
que se encontra bem adaptada a uma zona restrita doAlto
Alentejo.
Estavariedade 6 utilizada para o consumo em fresco e na dogaria regional, onde se emprega
na
confecgSo das famosas'Ameixas
D'Elvas'.
A
confitagem6 a
t6cnica lutilizada naconfecgio
deste produto com denomicagdo de origem protegida, e quefaz
parte de umsaber tradicional muito divulgado na regi6o. As informag6es que resultam de evid6ncias
pr6ticas mostram que nem todos os frutos reagem da mesma forma d fase da cozedura.
Existem
zonas especificas que produzemfrutos
quen6o
se adequamao
processo daconfitagem, apresentando uma textura impr6pria ap6s a cozedura. Recentemente, e com
o
aumento das iireas produtoras,verificou-se
queos frutos
destas regiOes especificaspara al6m
de
inadequadospara
a
cozedtxa,
tamb6m
apresentavamuma
menorcapacidade de conservagdo em fresco. Assim durante a conservagdo estes frutos, quando
comparados com os das outras regi6es, apresentavam uma perda de
ftmezamais nipida
tornando-se mais dificeis de comercializar.
Entre
os
factoresculturais que
contribuem paraa
qualidade p6s-colheita dosfrutos,
o
teor
decdlcio
presenteno
soloe
nosfrutos
apresenta-se comoum
dos maisimportantes.
O
crilcio
6 um
dos
nutrientesque
mais
frequentemente6
associado dmanuteng6o
da
estrutura
das
paredes
celulares
das plantas,
estando
envolvidodirectamente na redugdo das perdas de textura dos frutos.
Tendo
em
consideragSo os aspectos anteriormente referidos,foi
delineado umtrabalho que teve
inicio
com a
selecgso de dois pomares geograficamente distantes, eque tradicionalmente produziam frutos com diferentes comportamentos quer durante a
conservagdo quer durante a confitagem. Associada ao conhecimento empirico,
a
pr6viaindicag6o
de
que
estes pomares
apresentavam concentrag6esde
c6lcio
foliar
significativamente diferentes, contribuiu tamb6m para a sua selecgdo.
O objectivo geral desta tese
foi
o de investigar o comportamento p6s-colheita da'Rainha Cl6udia
Verde'
particularmentea
influ6ncia
do
c6lcio
natextura
dos frutos. Definiram-se os seguintes objectivos especificos:(l)
determinar ainflu6ncia
doporta-enxerto e do solo na concentrag6o de c6lcio dos frutos e as respectivas consequ6ncias no
seu comportamento p6s-colheita;
(2)
seleccionarum
m6todo que permitisseavaliar
aprodugdo de etileno dos frutos e consequentemente a atribuigdo da designagdo de
fruto
conservagao,
de
diferentesnfveis
de
c61cionos
frutos; (4)
quantificar nos
frutos
osniveis
de cSlcio da parede celulare
avaliara
suainflu6ncia na
ftmeza
dosfrutos;
(5)seleccionar as melhores temperaturas de conservagdo para os frutos desta variedade.
Os resultados apresentados nesta tese indicam que a variedade 'Rainha Cl6udia
Verde'
6 uma variedade de frutos climat6ricos que apresentam uma acentuada perda detextura
ap6s
a
colheita. Durante
a
conservagEofrigorifica os frutos
apresentaramcomportamentos diferentes,
de
acordocom
a
suaorigem. Os
frutos
com origem
nopomar que tradicionalmente ndo
produz frutos
aptosa
serem confitados, apresentamsimultaneamente uma mais r6pida perda
de
ftmeza
quando comparados com os frutosdos
outros
pomares. Sendoque
o
menor
teor de c6lcio nos frutos leva
a
que
a diminuigdoda ftmeza
da polpaocora
mais rapidamente.No
entanto d colheita n6o seobservaram diferengas significativas
da ftmeza
dapolpa
dosfrutos.
Esta informagSoparece
indicar
que outros factores, al6mdo
nivel
de c6lcio
dosfrutos,
poderdo estarimplicados
na
frr:meza reveladad
colheita.
Por outro lado os frutos com
epidermerevelaram diferengas de
ftmeza
nos testes efectuados d colheita.O
efeito da epidermenaftmezados
frutos d colheita parece indicar que outros factores tais como o estado dehidratagdo dos frutos poderSo contribuir para o aumento desta caracteristica dos frutos.
Apesar
do teor de c5lcio
dosfrutos
melhoraro
seu compor0amento durante aconservagdo, a sua influ6ncia na emiss6o de etileno n6o
foi
evidente. O aumento do teorde c6lcio nos frutos pode
conseguir-se atrav6sde uma
selec96o adequadado
porta-enxerto.Os
porta-enxertos estudadosinduziram
quantidades diferentesde
ciilcio
nos frutos, aparentemente contribuindo ovigor
do porta-enxerto para um efeito de diluigSo do c6lcio na iirvore. O estudo da influOncia do solo no teor do c6lcio dos frutos revelouque os frutos com menor capacidade de conservag6o provinham de solos com maiores
teores de
c6lcio, e
quena
sua constituigSo apresentavam uma menor concentragdo dec6lcio na polpa. Apresenta-se ainda a hip6tese de que
o
excessode
pot6ssio presentenestes solos possa ter contribuido para um menor teor de c6lcio nos frutos. De facto os
frutos com uma ruzdo
CalK
superior apresentaram tamb6m uma firmeza superior.Sendo
um
dos objectivos do trabalho a adequagdo de mdtodos, 6 proposto umm6todo para
a
avaliagdo do teor de c6lcio dos frutos. De um modo geral, o teor de c6lcio dos frutos 6 expresso em fungdo quer damatlria
seca quer da mat6ria fresca.No
entantodurante
o
desenvolvimentodos
frutos h6 um
aumentomuito
acentuado destes doisdeterminag6o
na
fracgio
das
paredescelulares, revelou-se
ser uma
tdcnica
mais rigorosa. Com base neste m6todofoi
possivel observar que os frutos provenientes dosdois
pomares apresentavam teoresde cdlcio
significativamente diferentes, estando osfrutos com menores teores de c6lcio associados ao solo com maiores nfveis de potassio.
No
entantoa
perda gradual
de firmeza
verificada
nos frutos
ao longo
das
vilriascolheitas n6o apresentou uma boa correlagSo
com
osniveis
dec6lcio
nosfrutos.
De facto, ao longo dasviirias
datas de colheita analisadas n6ofoi
evidente a exist6ncia deum decr6scimo acentuado na concentragdo neste nutriente na polpa dos frutos . Pelo que
n6o
foi
possivel correlacionar nos frutos dcolheita, ftmeza
e teor de c6lcio.A
an6lise dos polissacarfdeos das paredes celulares efectuada durante a 6poca decolheita mostrou um aumento pouco expressivo na sua percentagem de ramificag6o.
No
entanto estes resultados est6o
de
acordocom
a
evolugdoda frmeza
dosfrutos
que,durante o periodo em questSo, n6o apresentou alterag6es acentuadas.
A
conservagSo desta variedade decorre habitualmente durante3
a4
semanasi
temperatura
de
l-2oC e comHR
de 90Yo. Os trabalhos de conservagflo efectuados nestavariedade demonstraram que ap6s
a
safda da cdmara e a uma temperatura de 20oC osfrutos que foram conservados d temperatura de 7oC apresentaram uma perda de
frmeza
menos acentuada que os frutos que foram conservados
a
loC. De igual modo a emissdode etileno
a
20oCfoi
menor,nos
frutos
que
foram
submetidosa
temperaturas mais baixas de conservagdo. Estes resultados parecem sugerir a exist6ncia nesta variedade dealguma reacgdo adversa d utilizagSo de baixas temperaturas de conservag6o.
Palavras Chave: firmeza dos frutos, c6lcio, pot6ssio, etileno, temperatura de conservagdo,
l.l
--.\
anlr:i\a'llainha
('lriutlia
Verdc'
.:..,t:r,.lrJ
1.1
-
A
ameixa'Rainha Ckiudia Verde'
1.1.1
-
Brevehist6ria
dacultura
eindristria
Embora
muito
antiga,a
expansdoda cultura da
ameixeira
'Rainha
Cl6udiaVerde'
noAlto
Alentejo
teveo
seu grande impulso apartir
da d6cada de 90. Referidamuitas
vezescomo uma
variedade autoest6ril,foi
com
a
resolugdodo
problema da polinizagdo, nosfinais
da d6cada de 80 que a cultura desta variedade se tornou vi6velnesta regido (Barroso,
1990). At6
aqui, esta variedade aparecia dispersa um pouco portodo o
pais, sobretudo em hortas ejardins
onde,por
vezes, nunca chegava a produzir frutos.Condicionada pelas exig6ncias
em
frio
duranteo
inverno,
e
pelas temperaturaselevadas durante
a
maturagdodos frutos,
esta variedade encontrouno
Alto
Alentejointerior
as condig6es ideais paraa
sua cultura quer, n6o s6,pelo
tipo
declima
comotamb6mpelotipodesolo(Barroso,1990).
Actualmente
a
6reade pomar
estende-sepelos conselhos de Borba, Estremoz,
Vila
Vigosa, CampoMaior,
Sousel e Elvas, sendonos solos bem drenados e de boa fertilidade onde os frutos atingem melhor qualidade.
Embora n6o seja possfvel calcular
a
data de introdugdo no nosso pais, n6o restamdrividas quanto d origem Francesa desta variedade (Pereira,1970; Moraes, 1986). Com
efeito os nomes 'Reine Claude'
ou
'Apricot vert' v6m
referidosno 'Trait6
des ArbresFruti6res'
de Duhamel du Monceau (1768) como sendo umtipo
de 'RainhaClaudia'
defrutos grandes e redondos cuja maturagdo ocorre no
inico
de Agosto e com boa aptiddo quer para o consumo em fresco quer para compota.Actualmente
a
'Rainha
ClSudiaVerde'
d
comercializadaem
fresco
(fig.l)
na forma de passas e de frutos confitados(fig.2).
Todos estes produtos apresentam-se sob acertificagSo
'Ameixa
D'Elvas',
com
Denominagdo deorigem
Protegida(DOp)
desde1999.
A
gestSo da marca 6 efectuada por um agrupamento de produtores que se dedica irconcentragdo
da
produgdo
e
comercializagdo
do
produto
em
fresco,
estando
acertificagSo
a
cargo
de
uma
entidade
privada
de
certificagdo. Quanto
aos
frutosconfitados
e
passadosexistem
na regido
algumas empresasde
transformagdo quel.l
-
A
ameixa'l{ninha
('liudia
Vcrdc'
I I I I ir L'r r: ll.iili'iii ti;t .'trltttt.lr t irtilttttt ilrA
Denominagao de Origem Protegida(DOP)
obriga ao cumprimento de v6riasregras desde
a
produgSoe
embalagemdos frutos em fresco at6
ir
transformagSo. eembalagem dos frutos confitados e em passa. Para
a
obtengSodas
AmeixasD'Elvas,
s6o utilizados apenas os frutos frescos, colhidos no
inicio
da campanha, que sdo sujeitosa
uma
cozeduralenta,
e
posteriormente colocadosnuma
caldade
aqricarque
se vaiconcentrando
at6
atingir os
74oBrix
(confitagempassiva).
A
cozeduratem
comoobjectivo
permitir a
posterior
entradado
agricarna polpa
e
pretende-seque
ap6s a cozedtraos frutos permanegam inteiros e com a epiderme ligeiramente fendilhada.Fig. 2 - Ameixas D'Elvas confitadas - a) ameixas escorridas; b) ameixas em calda
b)
t.l -
Al
amei\a 'Rainha
Cl:{udia
Vertle'
i i
ljrri,,
lti.lirri:r rlir errlturit c intltr'tritrA
ameixa 'Rainha Cl6udiaVerde'
propagada anivel
regional adquiriu ao longo dotempo nesta regiSo uma especificidade pr6pria resultante das condigdes ecol6gicas, que
a
tornam
hoje em dia um
produto
de alta
qualidade, mostrando-se assimuma
boa alternativa para a diversificagSo da produgio agricola e dos produtos regionais.1.1.2 - Alterag6es que
ocorrem
nestavariedade durante
amaturaqflo
A
'Rainha
Clludia
verde' 6
uma ameixeirado
grupo
Europeu que pertencei
esp6cie Prunus domestica
L..O fruto
desta esp6cie denomina-se drupa porque prov6mde um
pistilo
monocarpelar
e
uniovulado.
As
drupas
possuem
um
epicarpomembran6ceo, que nesta variedade 6 revestido de pruina, destacando-se aqui a epiderme
e o coldnquima sub-epid6rmico, mesocarpo carnudo e endocarpo esclerificado
(fig.3)
Fig. 3 - Drupa da ameixa'Rainha Ckludia Verde' sendo visivel epicarpo membraniceo, o mesocarpo e o
endocarpo
Comparativamente aos frutos das ameixeiras Japonesas, esta variedade, tem um
periodo de conservagdo p6s-colheita mais reduzido e apresenta na maturagdo coloraqio
verde
escura,
forma
esferica
ligeiramente
achatadanos
p6los,
com
um
pesoLl -
A
ittneira 'l{ainha ('lauclia
Verde ' L! , ;[rCif \ .,].,. ,,.;'r'r'arr r,r..i.i ',i.I'ir'il.irii rlr;r:]i'l1r' l rllilttll':)Cirlm6dio de 30g. Os frutos
sio
bastante docese
arom6ticos,e
apesarde
n6o
havermudangas de coloragdo
muito
evidentes, durante a maturagdo 6 frequente observar-se oaparecimento de tonalidades avermelhadas em algumas zonas dos
fruto.
Com o decorrerda
maturagao torna-sevisivel
d
superficie
dos frutos uma
fina
camadade
pruina(Barroso,
1990).
SegundoRibeiro
(2006) v6rios
sdoos
par6metros quepodem
serutilizados na 'Rainha Cl6udia
Verde'
para avaliar o seu estado de maturagEo tais como:os SST (S6lidos
Solfveis
Totais),a
acidez,afrmeza
da polpa e a cor. Efectivamente noAlentejo
a colheita comercial teminicio
quando os frutos apresentamum
teor de SSTde 17-18% SST e
o
mesocarpo se destaca facilmente do endocarpo(fig.3).
No final
da6poca de colheita os SST podem chegar aos23-25o/o SST.
A
acidez apresenta, noinicio
da
campanha, valores aproximadamentede
l,l0
meq 6cido m6lico.
A
adstring6ncia,tamb6m elevada
no inicio da
colheita,
torna-se quaseimperceptivel
no
decorrer damaturagflo. S5o estas caracteristicas organol6pticas t5o particulares que fazem com que
a aceitag6o desta variedade no mercado seja bastante boa, apesar do seu pequeno calibre
e reduzido poder de conservagdo.
O
reduzido intervalo
de
tempo
em
que
decorrem
a
comercializagdoe
aconservagdo, aproximadamente de
3
semanasa
1
m6s, deve-se aofacto
destes frutosapresentarem, ap6s a colheita, uma perda de consist6ncia da polpa muito acentuada bem
como um engelhamento caracteristico da epiderme (fig.a).
Fig. 4 - Ameixa 'Rainha Cl6udia Verde'- porTnenor do engelhamento dos frutos com 20 dias de
Ll
"*.\
arnei\a
'ltainha
(
laurlia Verde'
:. .,t ! r ' ' ,, rr .i:| tillrllf.ll
As temperaturas de conservagAo aconselhadas pelo INRA-Frangapara a 'Rainha
Cliiudia'
situam-se nos 2oC,e
segundo Westercamp (1996) a conservagdofrigoriftca
atemperaturas inferiores, reduz
a
capacidadede
conservagSo desta variedade uma yezregressados os frutos d temperatura ambiente, pelo que se evitam as temperaturas abaixo
dos 2oC.
1.1.3
-
Caracterizagflo dos pomares e domaterial
vegetalO
material
vegetal
utilizado
neste trabalho
teve origem
em
dois
pomareslocalizados nas regi6es
de
Vila
Vigosa
e
Cano, concelhosde
Vila
Vigosa
e
Souselrespectivamente. Os pomares de
Vila
Vigosa e Cano foram plantadoshe
15 anos, comum
compasso de6mX4m
amboscom
sistema de rega gota-a-gota.Em
Vila
Vigosa osolo
6 origindrio
deXisto (Sr+Vx),
de
texturaligeira a
medianatal
como nos Solos Argiluviados.No
pomar do Cano o solo 6 deorigem
calcixta(Vcm)
com abundAncia decarbonatos, com textura pesada ( franco-argiloso).
Os dois porta-enxertos inter-especificos em estudo neste trabalho: Mariana
GF8-I
e
MarianaGFl0-2,
foram
fornecidospelo INRA-Bordeaux e
enxertadoscom
clonePUE
1l
de
'Rainha Cl6udia
Verde'
(Prunus domestica
L.)
seleccionado
naUniversidade
de Evora.
Esteclone
apresentaum
bom
vigor
com
ramificagSo m6diasendo resistente
i
moniliose.A
floragSo ocorre, neste clone e nesta regiSo, entre 20 e 25de Margo e a maturagfio dos frutos entre 8 e 15 de Julho (Barroso, 1990).
Segundo (Okei,
1987)os
porta-enxertosMariana GF8-1
e
Mariana
GF10-2foram
obtidos apartir do
cruzamento entre Prunus cerasifera e Prunus munsoniana eposteriormente seleccionados pelo
INRA
na'station
de la GrandeFerrade'.
Ambos osporta-enxertos apresentam boa afinidade com
a
'Rainha Cl6udiaVerde',
encontram-sebem
adaptadosa
diversostipos de solo
conferindo
bom vigor
ds
6rvores.O
vigor
avaliado com
basena
irea
seccionaldo
tronco
localizada20 cm
acima da
zona deenxertia apresentou o porta-enxerto Mariana GF8-1, como o mais vigoroso, de entre os
dois, observando-se no porta-enxerto Mariana GF10-2 uma
redugio
mddia devigor
de30o/o
(Barroso,
1994). Segundoo
mesmoautor ndo
existem diferengas significativasl.l
--A
&rnei\a'ltainha ('laudia Vertle'
I t....r: i!i."r:iit.::" i.]{; rr11;1,,':rlii tf :rl,.i
entre estes porta-enxertos no calibre induzido aos frutos, bem como na produgao m6dia
verificada.
O
pomar
do
Cano
insere-senuma regiAo
em que
o
nfmero de
horas
comtemperaturas abaixo dos
7,2'C
se situa aproximadamente entre as 500 e 400 (indicado avermelho na
figura
6) horas enquanto que no pomar deVila
Vigosa se registam valorespr6ximos
das600h (indicado
a
verde
na figura 6). As
necessidadesem
frio
6
umacaracteristica gendtica de cada variedade que vai condicionar a quebra de dormOncia dos
gomos e a entrada no novo ciclo.
Fig. 5 - Isopletas da mediana e 2o decil do valor acumulado de horas de frio, ocorrido entre
I
Outubro e30 de Margo referente ao periodo de
l94l
a1966
(Mediana_;2'
Decil- -
J
(adapt. deBarroso,l990).
No
grupo das ameixeiras, a 'Rainha Cl6udiaVerde',
6 referida como tendo umanecessidade m6dia
de
800
horasde
frio. Da
observagdoda
fig.6
verifica-se que
emnenhum
dos
pomaresem
estudo,
as
necessidadesde
frio
desta
variedade, ficamcompletamente preenchidas
na
maioria
dos
anos.
Relativamente
a
esta
variSvelclim6tica, o pomar do Cano 6 aquele em que esta variedade se encontra menos adaptada, verificando-se,
por
estemotivo, um
desfasamento fenol6gico entre os dois pomares del.l
-
A
ameixa'Rainha
Claudia Verde'
l.l "l
( )hicrtir r)\ruiti\
c linthito do tlaballroL.1.4
-
Objectivos
gerais eimbito
dotrabalho
Inserida
numa regiao
heterogdneaem
termos edafo-clim6ticos,
a
variedade regional 'Rainha CkiudiaVerde'
desde sempre despertou algumas drividas at{cnicos
eagricultores, relativamente
d
definigSo
da data da colheita
comercial.
Sendo umavariedade
que estii
associadaa um
doce conventuale
que
faz
parteda
gastronomiaregional, h6 muita informagdo dispersa, sendo a maior parte
de
carlcter empirico. Entreoutras particularidades 6
do
conhecimento de quem produzo
doce'Ameixa
D'Elvas',
que nem todos
os frutos
se
comportamde igual
modo
quandosujeitos
d
cozedura(fig.5),
epila
os mais experientes, esta 6 uma caracteristica que seidentifica
nos frutos logo d colheita.Fig. 6 - Processo de cozedura industrial dos frutos
l.l -
A
ameixa'Rainha
Claudia Verde'
I
I-l
t )trje*ir 1r., sci list
anrtrito do trabalhoDe acordo com o conhecimento empirico da regi6o , a falta de aptiddo dos frutos
para
a
cozeduraencontra-se
associadaa
determinadas zonas produtoras. Estes frutosquando cozidos, perdem a estrutura e desfazem-se ficando assim impr6prios para serem
processados.
A
grande variabilidade gen6tica desta populagdo regional nunca permitiu estudaro
problema de umaforma
sistemiitica.Com
a
selecaSo clonal efectuada na d6cada de80
e
a posterior
expansaoda cultura, ficaram
reunidas as condig6es que permitiramestudar
qual a
verdadeirainflu6ncia
da
localizaqdodo
pomarno
comportamento dosfrutos durante
a
cozedura e posteriorconfitagem.
Com aintensificagio
da cultura e oaumento
da
oferta surge,
associadoao
problema
da
cozedura,
o
problema
daconservag6o
dos frutos.
Da
mesmaforma
que
a
localizaqdodo
pomar influencia
ocomportamento
dos
frutos
face
ao
processoindustrial,
tamb6mse
verificou
que
osfrutos em
fresco
t6m,
ap6s
a
colheita,
comportamentos diferentes consoantea
suaorigem.
Isto
6, os frutos produzidos em determinadas zonas t6m uma conservagdop6s-colheita
inferior,
apresentando rapidamente uma perda de consist6ncia dos tecidos dapolpa e um engelhamento superficial da epiderme. Estes sintomas que s6o normalmente
visiveis
na generalidade dosfrutos
ap6s a colheita, s6o mais intensose
ocorrem maisrapidamente em frutos de determinados pomares.
Este trabalho surgiu assim, da necessidade de conhecer melhorar alguns aspectos
da colheita
e
conservaqEoda
ameixa
'Rainha Cl6udia Verde' tendo em conta
alocalizagdo
do
pomar. Os aspectos relacionadoscom
o
processamento n6o ser6o aquiabordados, sendo
objecto
de
estudode um
trabalho
de
doutoramentorealizado
na1.2
-
A
maturaqeo dos l'rutos:.1
I
Definig0o de conceilos1.2
-
A
maturageo
dosfrutos
1.2.1-
Definigflo
de conceitosHabitualmente
o
termo
maturagdoutiliza-se
para
designarum
conjunto
dereac96es
fisiol6gicas que
ocorremnos
frutos ou
noutros orgeosediveis
tornando-osaptos
a
serem consumidos(Giovannoni,
2001).No
entanto,sio
as expectativas dosconsumidores face a um determinado produto que ditam as regras do seu consumo.
No
mercado
da
abunddnciamuitas das
exig6ncias impostaspara
a
qualidade,ou
v6mexplorar h6bitos de consumo ou criar novos hilbitos, obrigando a uma diversificagEo da
oferta.
A
qualidade atribuida
pelos
consumidoresestii muito
dependentedos
seush6bitos de consumo, pelo que 6
dificil
uniformizar pardmetros que permitam apresentaruma definigdo objectiva de maturugdo.
O
termo
de
maturagEocomercial surgiu
assim
para definir
um
estado dedesenvolvimento
do
orgSo comestivel d colheita, tendo em consideragEo as exig6nciasespecificas
de
cada mercadobem como
o fim
a
que
se destina. Fisiologicamente amaturag6o do
fruto
designao
estado de desenvolvimento da semente apartir
do qual 6possivel
dar origem
a
um novo individuo, n6o
se
considerando nestadefinig6o
aperspectiva do consumidor.
Na
nomenclatura anglo-sax6nicao
termo
'ripe'
que
designaalgo que
estiipronto,
deu origem ao conceito de'fruit
ripening'.
Associado aos frutos carnudos, esteconceito,
designaum
conjunto
de
reac96es metab6licasque tornam
os frutos
mais atractivos e apeteciveis, facilitando assim a sua dispersdo atrav6s de outros organismos(Giovannoni, 2001).
A
designag6o adoptadaem
portuguCs quemelhor
se adapta aoconceito
de'fruit
ripening'
6 a de'maturagEoorganol6ptica',rra
medida em que ap6sesta
fase
os frutos, ou
qualquer
outro
org6o
edivel,
estSomais
apeteciveispara
oconsumidor.
Na
aus6ncia deum
termo em Portugu6s que se aplique exclusivamente afrutos,
6
frequente
em
trabalhos
de
p6s-colheita
de
frutos
utilizar-se
o
termo 'maturag6o', como sin6nimo de'fruit
ripening'.
Nos frutos
a
maturaq6o assinalao inicio
da
senesc6ncia n6o se identificandonma sepilagSo nitida entre estas duas fases (Grierson, 1987). As alteragdes que ocorrem
nos
frutos
durantea
maturagdo sdo,no
geral,muito
semelhantes entre espdcies, noentanto h6 aspectos particulares da
fisiologia
da maturag6o que ir6o condicionar toda at.2
*
A
maturaseo
dos l'ruJos1.2.1
l)eliriq:iio de conceitoslogistica
p6s-colheita.
A
produgeo
de
etileno,
o
crescimento
dos
frutos,
amobilizagio de
reservas
para
o
fruto,
e
as
alteragdesda textura
dos
frutos
s6oalguns dos
processosfisiol6gicas
associadosd
maturag6oque
mais
condicionam
a colheita e a conservagio dos frutos.1.2.2
-
Produgflo de etilenoMdtodos utilizados
para
a captagdo e detecAdo do etilenoA
primeira
constatagio da exist6nciado
etilenofoi
feita por
Dimitry
Neljubow
em
1901 queverificou
que plantas que se desenvolviam anornalmente na presenga dog5s libertado pelos candeeiros de iluminaqdo (Tiaz e Ziegeg 2006). 56 mais tarde com a
utilizagdo
da
cromatografia
foi
possfvel
quantificar
o
etileno
e
reconhecera
suaimport6ncia enquanto hormona reguladora do crescimento nas plantas (Burg e Thimann,
rese).
Sendo
um
g6sque
seliberta
facilmente dos tecidos
vegetais,a
captagdo doetileno
libertado para
posterior
quantificagdoexigiu
desde semprea
utilizaqdo
daimaginagdo na obtengSo de dispositivos especificos palra cada
tipo
de material. Assimpara
a
captagdodo
etileno libertado pelos
frutos
pode
optar-sepor dois tipos
desistemas: sistemas abertos ou dindmicos e sistemas fechados ou est6ticos, em ambos os
sistemas a colheita da amostra faz-se do interior do contentor atrav6s de um septo.
O
sistema fechado consiste numa cdmara estanque provida deum
septo que ir6conter durante um tempo
limitado
a amostra.A
utilizagEo destetipo
de sistemaimplica
um
conhecimentopr6vio
da evolugdo da taxa de produg6o de etileno para a variedadeestudada, na medida em que a amostragem 6 efectuada imediatamente antes da sua fase
de acr6scimos decrescentes, caso
contr6rio
ataxa poderii ter umvalor
estimadoinferior
ao real. Este
tipo
de sistema que seutiliza
em muitas esp6cies (Candan et a1.,2008; Leli6vre etal.,
1995;Lippert
and Blanke,2004;
Sekse, 1989; Tian etaI.,2002;
Wild
etal.,
2005;
Zhouet a1.,2001), 6 mais
f6cil
de
instalare
exige menosmaterial
que os1.2
-
A
maturageo dos l'rutos 1.2.3 - Produgdo de Etilerrogrande tamanho, como
no
casodo
meldo (Pech, comunicagdo pessoal),ou
quando sepretende quantiflicar a produgdo de etileno em frutos ainda na drvore
(Abdi
et a1.,1997).Com este m6todo, apenas uma zona do
fruto
6 isolada do meio exterior atrav6s de umapequena cdmara
provida
deum
septo.Ou
ainda, como 6 tamb6m habitual em mag6s,utiliza-se a cavidade
interior
das sementespila
se efectuar a colheita da amostra (Whaleet
al.,
2008).
A
quantidade
de
etileno
vem
expressahabitualmente
em
pl
deetileno.hl.gle calcula-se a partir da express6o:
pl de C2Ha.h-'
.g'
:
pl de C2Hax
Vol. do cont. (pl) / [peso da amostra (S) x t. de colh. (h)JOs
sistemas abertoss6o constituidos
por uma
c6maraonde
os frutos
estSosujeitos a uma contfnua
renovaglo
da atmosferainterior
atravds da utilizag6o de umabomba.
Este
sistema causauma
desidratagdomais
intensa
dos frutos pelo que
6frequente a humidificagEo do ar circulante
(Abdi
etal.,
1997). Os valores dosfluxos
dear terSo que ser previamente conhecidos e a quantidade de etileno calcula-se atrav6s da
expressSo:
pl de C2Ha.h-'
.g'
:
pl de C2HaxJtwo (pl/h) /peso da amostra (g)Os
sistemas abertos apresentamuma
avaliagdomais natural da
produgEo deetileno pelos frutos, na medida em que estes nunca est6o sujeitos d aus6ncia de oxig6nio
e
podemutilizar-se em
v6riasesp6cies (Bower
et
a1.,2003; Laru
e Vendrell,
1998,2003; Larrigaudidre et a1.,1997; Lelidvre et a1.,1997).
Produgdo de etileno e respiragdo
A
produg6o
de
etileno
pode
acontecer
em
qualquer regiEo
da
planta,principalmente em zonas meristem6ticas e influenciar a abcisflo folhear e a senesc6ncia
floral.
Da mesma forma que qualquertipo
de ruptura da epiderme e situaq6es de 'stress'fisiol6gico
podem levar
d
sintesede etileno
(Tiaz
e
Ziege12006).
A
produgdo de etileno associada d maturagdo assinalano
entanto,o
inicio
de uma fase irreversivel nafisiologia
dofruto
e que termina com a senesc6ncia,por
isso 6 frequente nos trabalhos1.2
-
A
mr,lraQi{l
doslrutos
1.2.J-
I'rodugrio de Elilenode
p6s-colheita, registaro
inicio
desta mudanga cornouma
refer6nciado
estado dematuragao
do fruto.
Simultaneamented
produg6o
de etileno
6
comum
registar
aprodugflo de di6xido de carbono como indicador da actividade metab6lica do fruto.
Durante
a
ma/otragdo ocolTea
sintese de novos compostostais
como enzimaspectoliticas e compostos arom6ticos, deste
modo ataxa
respirat6ria ndo 6 constante aolongo
detodo
o
desenvolvimentodo
fruto
e
particularmente durante amaturagdo.
A
classificagdo dos
frutos em climat6ricos e n6o
climat6ricostem como
basendo
s6 aprodugSo
de
etileno, mas tamb6m
a
evolugdoda
actividade respirat6ria durante
amaturagSo
(Biale
etal.,
1954). Os frutos climat6ricos (taiscomo
tomate, p6ra abacate,maqd, ameixa, p6ssego, p6ra
e
banana)
exibemum m6ximo
nataxa
respirat6ria quepode
situar-se antesou
depoisda
fase6ptima de
consumo.Nos frutos
climat6ricossimultaneamente ao aumento da taxa respirat6ria h6
um
aumento brusco da sintese deetileno,
durantea
mattxagdo.Pelo contrario
os frutos
n6o climat6ricos
(tais
como:morango, uva e citrinos em geral) exibem, durante a maturagdo, urn decrdscimo gradual
nataxarespirat6ria e ndo se
verifica
um aumento brusco na sintese deetileno
durante amaturagSo (Tucker, 1993). Uma outra caracteristica comum aos frutos
climat6ricos
6 asintese autocatalitica de etileno, em que a presenga de pequenas concentragdes deste g6s
na
atmosfera envolventeinduz
a
sua
sintese(Burg
e
Burg,
1962).Este
aspecto 6particularmente importante durante a conservagdo
frigorifica
havendo a necessidade deventilar as cdmaras parareduzir os niveis de etileno.
Apesar de
haver
paraa maioria
das esp6cies defrutos,
unanimidade quanto dclassificagdo
de
climat6rica
ou
n6o climatdrica,
h6
situag6esem que
estadivisdo
6demasiado subjectiva. Bower et
al.
(2002) verificaram que em frutos antes da colheita, arelagSo
entre
a
aplicagSode
etileno
e
o
aumentoda
respiragdon6o
apresentava aevolugdo esperada. Tamb6m em
kiwi
Antunes e Sfakiotakis (2002a), e em pOra 'PasseCrassane'
Leli6vre
et
al.
(1997) verificaram que
a
produgSode
etileno
n6o
surgia naturalmente associada d maturagdo mas estava dependente das condig6es ambientais.De igual modo em algumas variedades de magds (Gussman et
a|.,1993),
p6ras(Abdi
eral.,
!998;
Downs etal.,l99l),
e algumas variedades de ameixas Japonesas,registaram-se baixas produgdes de etileno.
1.2
-
A
maturageo
doslrutos
1.2.3
Produgdo de htilenocaracteriza
por
baixas taNas respirat6rias e baixosniveis
de etileno produzidosno final
da
maturag6o denominadode
variedadesde climat6rico
reduzidoe
outro grupo
queapresenta caracteristicas pr6prias de frutos tipicamente climat6ricos.
O primeiro
grupoapresenta uma capacidade de conservagdo p6s-colheita superior, e os frutos mostram-se
mais sensiveis
d ac96o
dos inibidores da sintesedo
etileno(Abdi
eta1.,1998).
Estesresultados
foram
confirmados posteriormentepor Menniti et
al.
(2004)
rn
variedade'Angeleno'
(de climat6rico reduzido) onde a aplicagdodo
1-MCP(l-metilciclopropeno)
aumentou
o
perfodo de
conservagSofrigorifica
relativamentea
outras variedades declimat6rico normal.
Quanto ao grupo Europeu a informagSo disponivel relativamente
i
produgEo deetileno e
taxas respirat6rias das ameixas6
escasso. Osniveis
deetileno e di6xido
decarbono produzidos por algumas variedades de Prunus domestica
L.
permitiram a Sekse(1989)
identificar
um padr6o caracterfstico dosfrutos
climatdricos.Mais
recentementeLippert
e Blanke (2004) classificaram a variedade 'Hauszwetsche' de Prunus domesticaL.
como climat6rica.Bios s [ntes e de etileno e cons e rvag do
frigortJica
O etileno 6 um hidrocarboneto
muito
simples do grupo das olefinas, apresenta-secomo
um
g5scom uma
densidade menor quea do
ar
e 6
facilmente
libertado pelostecidos vegetais atrav6s dos espagos intercelulares (Tiaz e Zieger,2006). O processo de
biosintese do etileno s6 comegou a ser conhecido na d6cada de 60 quando Liberman et
al.
(1966) sugeriram a metionina comoo
precursor deste hidrocarboneto, e mais tardeem
1967Burg
e Clagett(Burg,
1973) identificaramo
composto S-adenosil-L-metionia(AdoMet),
sintetizado
a
partir da
metionina, como
um
composto
interm6dio
dabiosfntese
do
etileno. Posteriormente Adamse Yang
(1979) identificaramo
compostoACC
(Acido
1-carboxilico-l-aminociclopropano) como o precursor imediato do etileno.Actualmente considera-se ser esta reacgso metab6lica,
o
passolimitante
na produgdodeste composto.
Hoje
emdia
sabe-se quea
enzimaACC
sintetase(Boller
eta1.,1979)
catalisa
a
produgSo deACC
a
partir
daAdoMet
e
que,por
sua vez,EFE
(ethyleneforming
enzyme) mais tarde designada,ACC
oxidase, catalisa a produgSo de etileno apartir do composto
ACC
(Hoffman eYang,
l9S2).1.2
-
A
maturaeflo
dosliutos
1.2.J
['roduEio r"le EtilenoA
conservaglo
frigorifica
6
utilizada
com
o
objectivo
de
reduzir
as
taxasmetab6licas dos frutos
permitindo
assim uma conservagdo mais duradoura.A
redug6oda
transpiragdo
associadaa
menores
taxas
de
respirag6o contribuem
para
umadiminuigao
da
perdade
Sguae
de
substdnciasde
reservados frutos.
No
entanto atolerdncia ds baixas temperaturas n6o 6
igual
em todas as esp6cies(Wills
et a1.,1998).As
esp6ciesde
origem
tropical
e
sub-tropical
apresentamum intervalo 6ptimo
detemperaturas de conservagdo geralmente acima de 12"C. Temperaturas inferiores, ainda
que
acimado
ponto de
congelagdo dos tecidos, podemprovocar
o
aparecimento dedanos
nos frutos. Nas
esp6ciesda
regiSo
temperadaque
apresentamuma
maior sensibilidade aofrio
destacam-se os p6ssegos e nectarinas, onde se observaram danospelo
frio
em frutos
conservadosa
uma
temperatura constantede
loC
(Lill,
1985).Observou-se
tamb6m
o
aparecimento
de
danos
pelo
frio
em
pepino
(Solanummuricatum
Ait.)
conservadosa
loC
(Martinez-Romeroet al.,
2003), assimcomo
emaboborinha, designada tamb6m
por
ocourgette'((vgurbita pepoL.)
conservadas a 2,5oC(Baldariin-Quintana
et al.,
2003).Na
generalidade das esp6ciesos
danos provocadospelo
frio
s6 se tornamvisiveis
ap6sa
saida dosfrutos
paru a temperatura ambiente ecaracterizatrr-se
por um
aumento
da
permeabilidadedas
membranas celulares poralteragdo
da
sua
estruturalipidica (Lyons
e
Raison,
1970).Na
maioria dos
casosdescritos
-
tangerina (Ghasemmezhadet
al.,
2007;Lafuente
et
al.,
2003); beringela (Conc6llon eta\.,2005);kiwi
(Antunes e Sfakiotakis, 2002b), o aparecimento dos danospelo
frio
vem
associadoa um
aumentona
produgSode
etileno.
Por
estemotivo
aaplicag6o de
I-MCP
reduziu em algumas esp6cies a ocorr6ncia destetipo
de danos porminimizar
a produgSo de etileno (Koukounaras e Sfakiotakis, 2007; Manganaris et al.,2008; Singh
e
Pal, 2008).
Apesarda maioria
das refer6nciasda
bibliografia citar
oaumento da produgdo de
etileno
como uma consequ6ncia dos danos provocados pelofrio,
Zhou et
al. (2001)
verificaram
em nectarinas quea
conservagdofrigorifica
pataal6m de favorecer
o
aparecimento defrutos com
sintomasde
'lanosidade'tinha
comoconsequ6ncia uma redugio na taxa de produqdo de etileno.
Nas ameixas Japonesas e dependendo da variedade, assim se pode observar uma
incidQncia
maior
ou
menor
dos
danos provocadospelo
frio.
Candanet
al.
(2008)1.2
*
A
maturageo
dos l'rutos I.2.3'
Produgdo de [:tilenoreduzido, o que confirma a redugao deste
tipo
de danos pela"utilizagdo de inibidores dasintese de etileno. Os mesmos autores afirmam ainda que, nas variedades de climat6rico
normal,
a
incid6ncia dos danospelo
frio
poder6 estar relacionada quercom
a
rdpida activagdoda
sintesede
etileno
durantea
conservagSono
frio,
quer
com a
elevadacapacidade para sintetizar esla hormona, que se observou ap6s a safda dos
frutos
para atemperatura ambiente.
A
produgdo de etileno induzida pelofrio
tamb6m se observou emalgumas esp6cies
da
regiEo temperada sem que contudo se observasse ocorr6ncia dedanos
nos frutos. Nas
variedadesde p6ra
de
maturagdomais tardia,
tais
como,'Bartlett','D'Anjou'
e oPasse-Crassane' 6 usual a aplicagdo de um tratamento pelofrio
para que
a
maturagEoocorra
normalmente
(Agar
et
al.,
1999;
Gerasopoulos eRichardson,l99Ta;
Leli6we
etal.,
1997).Em
variedades de magds'Granny
Smith'
e'Pacific
Rose',
observou-seque
o
efeito
dos tratamentospr6vios
pelo
frio
poderiam substituir os efeitos deum
prd-tratamentopor
etileno, para que osfrutos
atingissem aconsist6ncia pretendida (Johnston et a1.,2002a;
Leli6we
et a1.,1995).A
informagdo quanto aos efeitos dofrio
na produgdo de etileno nas ameixas dogrupo
europeu6
praticamente inexistente. Guerrae
Casquero(2008),
num
habalhoefectuado
com
a
variedade'Green Gage', tamb6m
conhecidapor
'Rainha
Cl6udiaVerde',
utilizaram temperaturas de 2oC para a conservag5o dos frutos sem que contudotivessem
referido
alteragdesna
qualidadedos
frutos.
Paraa
mesma temperatura deconservagio,
Lippert
e
Blanke (2004)
na
variedade
oHauszwetsche'de
'Prunusdomestica'
observaramdanos
na
epiderme
dos frutos
ao
fim
de
3
semanas deconservagEo, n6o tendo registado qualquer alteragdo na produg6o de etileno.
Na
origem da
respostados
frutos
ao
frio
estAo as enzimas respons6veis pelasintese do etileno. Desde os
finais
da d6cada de 80 que se conheceo
efeito dofrio
emvariedades de p6ra mais tardias, no aumento da actividade das enzimas
ACC
oxidase eACC
sintetase (Blankenship e Richardson, 1985; Lara eVendrell,
1998; Leli6vre etal.,
1997). Resultados semelhantes
foram obtidos
posteriormente noutras esp6cies:kiwi,
manga,
(Antunese
Sfakiotakis, 2002b;
Ledermanet
al.,
1997).Mais
recentementeverificou-se em mag6
'Granny Smith',
que a activagdoda
erzima ACC-oxidase a 20oC,ap6s a ac96o do
frio,
induziu a produgEo de etileno e consequentemente um aumento datranscrig6o da ACC-sintetase levando ao aparecimento do climat6rico. O
frio
parece terefeitos diferentes
sobrea
actividade
destas duas enzimasainda
que continue
por1.2
*
A maturateo
dosliuJos
1.2.,1
-
Produgio de lltilenoesclarecer
qual.das enzimas, ACC-oxidaseou
ACC-sintetase 6 mais sensivel(Lara
eVendrell,
2003; Lanigaudidrc eta1.,1997;Tian
eta|.,2002;Zhou
et a1.,2001).1.2.3
-
O crescimento dofruto
e amobilizagflo
das substflncias de reservaA
produgdo de frutos de grande calibre ea
valorizageo destesno
mercado, s6oaspectos bem conhecidos dos produtores. Dentro dos limites impostos pela variedade, o
calibre
final
dos frutos pode
ser melhorado atrav6sda fiilizag6o
de
viirias
t6cnicas culturais. Para a maioria das ameixeiras, uma boa gestdo da rega e controlo do nrimero defrutos 6
suficiente para que seja atingidoum calibre
razodvel.Ndo
havendo muitainformagdo disponivel relativamente d influ6ncia que o calibre tem na conservagdo dos
frutos, principalmente na ftrmeza,6 mais ou menos aceite que para a mesma variedade,
frutos
maiores apresentamuma
durezainferior.
Este aspectotem particular
interessequando se avaliam frutos de v6rios pomares sujeitos a diferentes intensidades de rega.
O
crescimento
da
generalidade
dos frutos
segue
uma
curva
sigmoidecaracteristica, que nas esp6cies da sub-familia das prunoideas se apresenta como uma
dupla sigmoide (Faust, 1989; Ognjanov et a1.,1995;
Williamson
e Coston, 1989). Estetipo
de curva n6o 6 exclusivo das prunoideas ej6
foi
descrito noutrasesp6cies: figo,
amoras, uvas e azeitona (Coombe, 1976).
O
crescimentodo
fruto
ocorre quer pela divisEocelular
querpelo
aumento dovolume
das c61uas. Nas prunoideasa
faseinicial
correspondei
fase de multiplicagEocelular,
a
fase
interm6dia
correspondeao
periodo
de
lenhificag6odo
endocarpo ematurag6o do embri6o (semente) em que praticamente n6o h6 crescimento do
fruto,
e afase
final
correspondeao
aumentodo volume
das c6lulas. Estariltima
fase, segundoFaust (1939)
contribui em
cercade 80
a
90o/opara
o
volume
final do
fruto.
Nasprunoideas a duragdo da fase interm6dia varia consoante a esp6cie e a variedade. Assim
a
curva
de
crescimento6
praticamenteuma
sigmoide simples
em
variedades maisprecoces, e apresenta-se como uma dupla sigmoide em variedades de maturagSo mais
1.2
-
A
maturaQeo dos l'rutos 1.2.30
crescitrentcl clo fiulo e a nrobilizagio das substincias de reser!aO
tamanho
final
dos frutos
6
muito vari6vel
entre
espdcies,e
6
definidoessencialmente
por
factores gen6ticos. Dentro da mesma esp6cie a componente varietaltem de igual modo uma influ6ncia decisiva no calibre
final
dos frutos. Segundo Scorza etal.
(1991), entre variedades de calibres diferentes, o aumento do calibre resulta de ummaior
ntmero
de c6lulas dosfrutos
e n6o de cdlulas commaior volume.
Tamb6m asalterag6es
ambientais
que
acontecem
entre
ciclos
vegetativos
vdo
por
sua
vezinfluenciar o
cescimento dafl6r,
ficando assim condicionado o tamanhofinal
do fruto.Cruz-Castillo
et
al.
(2002) verificaram
em
kiwi
que
o
calibre
dos
frutos
estilparcialmente
definido
desdea
6ntese.
Faust(1989) refere
que
a
maior
parte
docrescimento
do
fruto
deve-sed
fase
de
alongamentocelular, pelo que
6
a
6gvadisponivel
no
soloo
factor que mais condicionardo
seu calibrefinal.
O
estado hfdricoda planta tem
um
efeito decisivo
no
crescimentofinal
dosfrutos.
Segundo Coombe(1976) para haver
aumentode volume da c6lula
6
necessiiriohaver, entre
outrosfactores, uma pressSo de turgescdncia acima
de
determinadovalor. Assim,
quando aplanta
se encontra em condigOesde
stresshidrico,
o
engrossamento dosfrutos
baixa rapidamente(Grange,
1996).Em
fruteiras
6
frequenteo
recursoao
stress hidrico, principalmente durante a fase interm6dia de crescimentodo fruto,
como
objectivo
de controlar o crescimento vegetativo das plantas, e com beneficios evidentes na qualidadedos frutos
nomeadamenteno teor de
s6lidos sohiveis
totais
(SST).
O
aumento daftmeza
dos frutos e do teor de SST como consequ6nciado
stresshidrico
moderadoj6
foi
constatadopor
alguns autores (Crisostoet
al.,
1994;Kilili
eral.,
1996). SegundoMpelasoka
et
al.
(2000)a
densidade dosfrutos,
sujeitosa sfess hfdrico
moderado, 6igualmente superior quando comparada com frutos sujeitos a dotagdes de rega normais.
A
contribuigflo do sistemaradical
na disponibilidade de Sgua e nutrientes para aplanta
foi
estudadopor
Williamson
e
Coston(1939) em
pessegueiro. Estes autoresconstataram,
ao
comparar 6rvorescom e
semfrutos,
que
a
presenga destes reduziasignificativamente o crescimento radical, que ocorre simultaneamente ao engrossamento
do
fruto. Isto
limitar6
n6o s6o
engrossamento mas tamb6m a acumulag6o de reservas importantes para o crescimento da 6rvore no ano seguinte.Simultaneamente
ao
aumentodo
volume das
c6lulas,ocorre nos
frutos
umadegradagSo dos compostos p6cticos da parede
e
como consequ6nciaum
aumento dosespagos intercelulares. Nas pomoideas os espagos intercelulares d6o uma contribuigEo