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Influência do exercício físico na qualidade do sono de idosos institucionalizados

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Academic year: 2021

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Influência do Exercício Físico na Qualidade do Sono de Idosos

Institucionalizados

Relatório de Estágio de Mestrado em Gerontologia: Atividade Física e Saúde no

Idoso

Sílvia Isabel Cardoso Santana

Prof.ª Doutora Maria Paula Gonçalves da Mota

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Influência do Exercício Físico na Qualidade do Sono de Idosos

Institucionalizados

Relatório de Estágio de Mestrado em Gerontologia: Atividade Física e Saúde no

Idoso

Sílvia Isabel Cardoso Santana

Prof.ª Doutora Maria Paula Gonçalves da Mota

Composição do Júri:

José Carlos Gomes de Carvalho Leitão Maria Paula Gonçalves da Mota

Maria Dolores Alves Ferreira Monteiro

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Relatório de estágio apresentado à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, como requisito para a obtenção do grau de Mestre em Gerontologia: Atividade Física e Saúde no Idoso, sob a orientação da Professora Doutora Maria Paula Gonçalves da Mota.

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Aos meus pais

À minha avó

Ao meu namorado

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Agradecimentos

À professora doutora Maria Paula Gonçalves da Mota, pelas críticas e conselhos, pelo incentivo na concretização deste estágio e, sobretudo, pela paciência ao longo de todo este tempo. À orientadora da instituição, Elizabete Couto, e ao gerontólogo Marco Pinheiro, por toda a ajuda e apoio prestados na realização deste estágio.

À Santa Casa da Misericórdia de Tarouca, em particular a todos os idosos da instituição, por me terem acolhido e participado na execução deste estágio.

Aos meus pais, Joaquim e Eugénia, meus verdadeiros mestres e inspiração de vida. Por terem acreditado e nunca desistirem de mim. Pela paciência, compreensão, carinho e palavras de conforto nos momentos mais difíceis. A eles uma palavra de reconhecimento pelo amor incondicional e pela forma como, até hoje, souberam ajudar-me.

À minha avó, Cidalina, pela infância tão feliz e pela força que ainda me transmite. Um exemplo de vida.

Ao meu namorado, Carlos Gomes, melhor amigo e companheiro de todas as horas, por suportar comigo os momentos de fraqueza e partilhar os momentos de alegria. Pelo amor e carinho, por lutar comigo e nunca me deixar desistir. Por me ouvir e compreender. Por fazer parte da minha família e me fazer acreditar que sou especial.

A toda a minha família, pelo apoio incondicional.

À Vanessa Sousa, pela paciência e tempo que perdeu a ouvir as minhas lamentações. Pela amizade e força que me transmitiu para seguir em frente.

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Índice Geral

Índice de Tabelas ... vii

Índice de Figuras ... vii

Lista de Abreviaturas ... viii

TEMA I ... Enquadramento Geral ... 1 1. Introdução ... 2 2. Enquadramento Institucional ... 5 2.1 Breve História ... 5 2.2 Valências e Utentes ... 7

2.3 Recursos Materiais Para a Prática de Exercício Físico ... 8

2.4 Atividades Desenvolvidas Pela Instituição ... 8

3. Plano de Estágio ...10

3.1 Identificação do Local de Estágio ...10

3.2 Período de Duração e Carga Horária ...10

3.3 Objetivos de Estágio ...10

3.3.1 Objetivo Geral ...10

3.3.2 Objetivos Específicos ...11

3.4 Planificação das Atividades...11

3.5 Cronograma ...12

3.6 Descrição das Atividades Desenvolvidas ...12

Referências ...15

TEMA II ... Influência do Exercício Físico na Qualidade do Sono de Idosos Institucionalizados ...17

Resumo ...18 Abstract ...20 1. Introdução ...22 2. Metodologia ...23 2.1 Amostra...23 2.2 Procedimentos ...23

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vi 2.2.1 Instrumentos de Avaliação ...24 3. Procedimentos Estatísticos ...26 4. Resultados ...26 5. Discussão ...29 6. Conclusão ...31 Referências ...31 ANEXOS ...33

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Índice de Tabelas

Tabela 1 – Valências e respetivo número de utentes da instiruição………...……8 Tabela 2 – Cronograma de tarefas………...……… 12 Tabela 3 – Média (e respetivo Desvio Padrão) e mediana nas componentes do IB……….…26 Tabela 4 – Média (e respetivo Desvio Padrão) e mediana das componentes do MQS………27 Tabela 5 – Diferenças entre grupos em relação à idade, IB, MMSE e MQS…...………28

Índice de Figuras

Figura 1 – Variação da qualidade do sono dos GE e GC ao longo das 23 semanas de

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Lista de Abreviaturas

INE – Instituto Nacional de Estatística MMSE – Mini Mental State Examination MQS – Mini Questionário do Sono IB – Índice de Barthel

GE – Grupo de exercício GC – Grupo controlo

IRI – Idosos residentes na instituição ICD – Idosos em centro de dia

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TEMA I

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1. Introdução

O presente documento foi desenvolvido no decorrer do estágio curricular do Mestrado em Gerontologia: Atividade Física e Saúde no Idoso, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Na finalização deste ciclo académico surgiu a oportunidade de realização de um estágio curricular, que teve como objetivo a confirmação de todo o processo de ensino-aprendizagem, passando para a prática todos os conhecimentos adquiridos, de modo a desenvolver competências e habilidades na área em estudo.

O estágio curricular foi realizado na Santa Casa da Misericórdia de Tarouca, localizada na cidade de Tarouca, pertencente ao distrito de Viseu. Teve a duração de 30 semanas letivas, com uma carga horária de 20 horas semanais. Ao longo deste período foi desenvolvido um estudo centrado nos benefícios de um programa de exercício físico na qualidade do sono dos idosos institucionalizados, que será apresentado no final deste relatório.

O primeiro desafio começou por ser a integração à instituição, aos seus funcionários e utentes, de modo a que o trabalho futuro fosse executado e aceite por todos da melhor forma possível. Após visualização das tarefas realizadas pelos técnicos da instituição, procedeu-se ao enquadramento do estagiário nas mesmas, com respetiva adaptação dos horários para realização das tarefas de estágio pretendidas.

A população alvo é uma população característica do interior do país, trabalhadora do campo, com baixos níveis de escolaridade e muito envelhecida. Diferentes autores referem-se ao envelhecimento como sendo um processo natural e universal, caracterizado por um conjunto complexo de fatores psicológicos, fisiológicos e sociais, específicos de cada indivíduo, e influenciado por fatores internos (genéticos) e externos (ambientais) (Mazzeo et al., 1998; Finkel et al., 2003). Segundo Brissos (1990), são os fatores intrínsecos que fazem com que o envelhecimento difira de sujeito para sujeito.

Como afirma Fonseca (2006), o envelhecimento consiste numa sequência de alterações que vão ocorrendo no organismo ao longo do tempo; com o passar dos anos, existe um acumular de acontecimentos que ocorrem na vida dos indivíduos e que são irreversíveis na estrutura e funcionamento dos organismos.

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Segundo o Instituto Nacional de Estatística – INE (2014), o aumento da esperança média de vida está a fazer com que a proporção de pessoas com mais de 60 anos aumente mais rapidamente do que qualquer outra faixa etária. Em Portugal, no ano 2011, a população com 65 ou mais anos era de 19%; este valor é bem superior aos 8% verificados em 1960, bem como aos 16% registados na década anterior (INE, 2014). Segundo a mesma fonte, entre 2012 e 2060 o índice de envelhecimento humano irá aumentar de 131 para 307 idosos por cada 100 jovens, sendo que a população com 65 ou mais anos, residente em Portugal, aumentará de 2 033 para 3 043 milhares de pessoas, no mesmo período.

Todos os fatores mencionados fazem com que a institucionalização dos idosos seja um processo inevitável nas sociedades atuais e futuras. Entende-se por idoso institucionalizado aquele que permanece na instituição todo ou parte do dia, sendo que os residentes permanecem vinte e quatro horas na mesma, estando aos cuidados dos funcionários e não da família (Jacob, 2001). Apesar de, no geral, não serem bem aceites pelos idosos, as instituições que prestam cuidados formais são, na maior parte das vezes, a melhor forma de acompanhamento do idoso (Vieira, 2003). É nelas que muitas vezes as famílias encontram o apoio e os cuidados auxiliares mais adequados, fornecidos a tempo inteiro, para os familiares de mais idade.

Em relação ao ambiente institucional, Winnicott (2002) refere que o mesmo deve ser adaptado às necessidades emocionais da pessoa idosa, para que esta possa demonstrar a sua própria personalidade e usufruir de uma base segura no seu novo lar. Assim, na institucionalização de um idoso, é importante fornecer-lhe um ambiente equivalente ao que vivia na sociedade, enquanto cidadão ativo, para que o mesmo encare o processo de envelhecimento como natural e não como o término da sua vida.

Neste sentido, é importante definir soluções para uma melhor qualidade de vida da população idosa, a qual deve estar intimamente ligada à manutenção da autonomia dos indivíduos durante o normal processo de envelhecimento (Amaral & Vicente, 2001).

Assim, a implementação de atividades que vão ao encontro dos sujeitos e da rotina dos mesmos até à data da institucionalização é fulcral, evitando possíveis sentimentos de tristeza, angústia e sofrimento. O exercício físico é uma das atividades que pode ser implementada junto da população idosa, criando uma ligação entre a vida quotidiana de cada sujeito e o processo de institucionalização.

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De acordo com o Surgeon General Report (CDC, 1996), a prática de exercício físico regular por parte da população idosa produz efeitos positivos no sistema músculo-esquelético, cardiovascular, respiratório e endócrino, além de reduzir os níveis de depressão e ansiedade e promover a boa disposição, bem-estar e capacidade de desempenhar as tarefas do dia-a-dia. Astrand (1992) e Chodzko-Zajko (2006), reforçam a mesma ideia referindo que um programa de exercício físico, adequado a cada sujeito e às suas capacidades, promove melhorias a nível físico e fisiológico: possibilita o desenvolvimento de capacidades motoras como força, resistência, e flexibilidade, permitindo aos idosos realizar as mais diversas atividades com mais eficiência e sem fadiga, melhorando a sua qualidade de vida e mantendo-os ativos por mais anos.

Spirduso (1995), refere que, apesar de notórios os benefícios da prática de exercício físico por parte desta população, é importante que a sua prática seja supervisionada, devendo ser prescrita tendo em conta o quadro clínico de cada indivíduo, a sua condição física e psíquica, bem como a sua relação com o exercício físico.

Em idosos institucionalizados, a preocupação com estes fatores deve ser redobrada, visto que os mesmos passaram a estar inseridos num ambiente diferente do que era o seu quotidiano. Assim, as instituições devem proporcionar atividades diversas aos seus idosos, das quais o exercício físico deve fazer parte, de modo a integrá-lo melhor no ambiente institucional e dando-lhe a possibilidade de desenvolver as suas capacidades e vivenciar novas experiências. Além disso, os idosos devem ser informados dos benefícios físicos, psicológicos e sociais da prática regular de exercício físico, bem como da importância de manter um estilo de vida saudável para promoção do seu próprio bem-estar físico, saúde e qualidade de vida (Faria & Marinho, 2004).

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2. Enquadramento Institucional

2.1 Breve História

A Santa Casa da Misericórdia de Tarouca, também intitulada de Santa Casa da Misericórdia de Nossa Senhora do Socorro, foi erigida a 15 de Agosto de 1683.

É uma associação de Fieis integrada na ordem jurídica canónica, tendo como objetivo praticar atos de culto católico e satisfazer carências sociais; é, por isso, reconhecida como Instituição Particular de Solidariedade Social. Toda a história relatada de seguida foi baseada no livro de Gonçalves e Silva (2010).

Além da sua cultura institucional, a Misericórdia tem como princípios gerais os da dignidade humana, da família como peça fundamental da sociedade, a corresponsabilidade, a entreajuda e participação, a igualdade e solidariedade, a inserção, a economia e igualdade sociais e a tolerância. Estes princípios assentam nas Catorze Obras da Misericórdia, sempre relembradas com o objetivo de ajudar o próximo.

Uma das primeiras preocupações dos membros da misericórdia foi a construção de um hospital na cidade de Tarouca. Surtos de epidemia e varíola eram frequentes na cidade e nas suas freguesias, sendo fundamental a construção de uma unidade de saúde de apoio aos doentes. A projeção do centro hospitalar teve início nos anos 40 do século XX; no entanto, e por motivos vários, a sua construção só foi possível em 1958. Depois de muitos esforços, a Misericórdia de Tarouca abriu portas ao tão desejado hospital em agosto do mesmo ano, conseguindo dar resposta a situações de saúde emergentes.

No entanto, após a construção do centro hospitalar, a Misericórdia passou por várias épocas conturbadas, sobretudo após o 25 de Abril de 1974. O hospital passou a fazer parte do Serviço Nacional de Saúde, entretanto criado, pelo que a Misericórdia foi afastada dos objetivos a que se havia proposto. Ainda assim, nos anos 80 a Instituição seguiu os passos de muitas outras e ultrapassou a velha noção de caridade, transitando do setor da saúde para o da assistência social. Desde então, a Misericórdia de Tarouca não parou de crescer, adaptando a própria instituição e os serviços prestados às necessidades da população, garantindo uma resposta social adequada às necessidades da mesma.

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Esta nova fase ficou marcada pelo início da atividade de assistência ao idoso: os membros da Misericórdia tiveram como ideia inicial criar um centro de dia para a terceira idade; no entanto, esta ideia foi posta de parte por não ir ao encontro dos anseios da população. Assim, o projeto de centro de dia foi transformado em Lar a tempo inteiro, com capacidade para 16 utentes internos. A abertura do Lar de Idosos acabou por acontecer em Novembro de 1986.

Ainda no mesmo ano, e a pensar na melhoria da qualidade de vida dos idosos, a ideia inicial acabou por se concretizar, abrindo portas o Centro de Dia. Os objetivos passavam por manter os idosos no seu meio sociofamiliar, satisfazer as suas necessidades básicas, prestar apoio psicossocial, fomentar as relações interpessoais e evitar o isolamento. Com o aumento da procura, a Misericórdia viu-se obrigada a iniciar obras para um novo Lar de Idosos, em 1990, que mais não viria a ser do que a ampliação do já existente.

Dar resposta a todas as necessidades sentidas pela população é uma prioridade da Santa Casa da Misericórdia de Tarouca. Assim, em 1994 foi criado o Serviço de Apoio Domiciliário, com vista a assegurar ao Idoso cuidados de assistência na alimentação, higiene e saúde na sua própria habitação.

O serviço de Teleassistência, também adotado pela Misericórdia, surgiu no decorrer das necessidades verificadas pelos utentes mais incapacitados, nos serviços de Apoio Domiciliário e Centro de Dia. A sua missão é fazer com que os utentes mantenham a sua autonomia e vivam a sua vida normalmente, sem receios do isolamento no seu lar e desfrutando da comunidade social. A instituição dispõe de quatro centrais telefónicas, disponíveis 24 horas por dia.

No que diz respeito à criança e ao jovem, a Misericórdia de Tarouca também não se manteve indiferente. Tendo em conta que no concelho não existia qualquer serviço de apoio a crianças entre os 3 meses e os 3 anos, a instituição começou por criar, em 1990, a Creche “Nova Esperança”. Com o passar dos anos, a procura deste serviço foi aumentando, pelo que a Administração da Santa Casa decidiu avançar com a criação de uma nova creche, gerada de raiz, de modo a satisfazer as necessidades da população. O novo espaço abriu portas em Janeiro de 2011 com capacidade para 66 crianças, com melhores condições de funcionamento e qualidade de serviço prestado.

Em 1993 abriu portas o Jardim de Infância, para crianças dos 3 aos 6 anos, localizado no antigo edifício do lar de idosos. Só desta forma foi possível acompanhar as crianças provenientes da creche, mantendo os mesmos processos de ensino/aprendizagem. Mais tarde,

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no ano de 1996, entrou em funcionamento o CATL (Centro de Atividades de Tempos Livres), dedicando-se à ocupação dos tempos livres de crianças com idades entre os 6 e os 12 anos. Assim, a Misericórdia de Tarouca viu completa toda a assistência à criança e ao jovem, nos seus primeiros anos de crescimento e aprendizagem.

Sem esquecer que a primeira obra fundada pela Misericórdia foi na base da prestação de cuidados de saúde à população (o hospital), a Instituição viu-se, mais uma vez, obrigada a abrir portas a um novo serviço na mesma área. O novo espaço, gerado no que teria sido inicialmente o hospital da Misericórdia, acomoda utentes na área dos Cuidados Continuados e Reabilitação. Após reconstrução e remodelação do antigo espaço, abriu portas a Unidade de Cuidados Continuados e de Convalescença, em Agosto de 2005, com capacidade para 22 utentes. Tendo em conta todo o processo de assistência à população, a prestação de serviços não ficaria completa sem que algo se fizesse junto das pessoas portadoras de deficiência. Neste sentido, a Misericórdia de Tarouca abriu um espaço dedicado às mesmas, designado por Lar Residencial para Pessoas com Deficiência, com capacidade para 10 utentes em regime interno; dispõe de um centro ocupacional, onde os indivíduos, devidamente acompanhados, exercitam atividades como ginástica, trabalhos manuais, culinária e iniciação à pintura.

Também em 2005 foi criada a Clínica de Fisioterapia e Reabilitação da Santa Casa da Misericórdia de Tarouca. Tem como objetivo avaliar, diagnosticar e tratar os utentes com disfunções funcionais, proporcionando-lhes mais saúde e melhor qualidade de vida. Além de servir todos os utentes da Misericórdia, a clínica abriu também com o intuito de servir toda a população que necessite dos serviços nela prestados, pelo que todos os técnicos recebem qualquer pessoa, de qualquer idade e localidade, sem qualquer impedimento.

2.2 Valências e Utentes

A Santa Casa da Misericórdia de Tarouca, como já referido anteriormente, dispõe de um conjunto de serviços de apoio à comunidade, os quais integram a estrutura produtiva da Misericórdia e asseguram um conjunto de funções essenciais para o seu bom funcionamento. As diferentes valências apresentam-se na Tabela 1, bem como o número de utentes existentes em cada serviço até à data 23/01/2015.

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Tabela 1 - Valências e respetivo número de utentes da instituição

Valência N.º de Utentes Lar de idosos 65 Centro de dia 18 Apoio domiciliário 39 Teleassistência 26 Creche 49 Jardim-de-infância 45

Atividades de Tempos Livres (ATL) 44 Lar residencial para deficientes 10 Cuidados continuados de saúde

Unidade de convalescença

20 camas 15 camas (protocolo) Clínica de fisioterapia e reabilitação Variável

Banco local de voluntariado 31 voluntários inscritos 13 voluntários ativos

2.3 Recursos Materiais Para a Prática de Exercício Físico

A Instituição não dispõe de grande quantidade de material para a prática de exercício físico. Ainda assim, o pouco material existente encontra-se em boas condições e adaptado à população em estudo. Os materiais existentes são: 10 halteres de 1Kg e 10 halteres de 2Kg, 3 arcos, 4 plataformas de equilíbrio, 1 bola de fitness, kit boccia e degraus em madeira, com 15 cm de altura.

2.4 Atividades Desenvolvidas Pela Instituição

A Santa Casa da Misericórdia de Tarouca tem uma equipa com competência técnica em diversas áreas, nomeadamente na área social, cultura, animação, educação e saúde, para dar resposta às mais diversas necessidades e carências da comunidade. Através destes serviços, pretende a

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instituição assegurar a proteção da população na velhice, na doença e invalidez, na juventude e na infância.

Alem dos serviços gerais prestados (alimentação, higiene pessoal e habitacional, tratamento de roupas, cuidados de saúde e assistência religiosa), a Misericórdia apresenta uma série de atividades, conferidas diariamente por técnicos especializados nas diversas áreas de intervenção. Neste campo, fala-se do acompanhamento sociopsicológico, animação sociocultural, gerontomotricidade e terapias recreativas, que permitem manter a população ativa no seu dia-a-dia. O respetivo horário das atividades realizadas diariamente na instituição encontra-se em anexo, bem como o horário da estagiária enquanto interveniente na mesma. (ANEXO I)

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3. Plano de Estágio

3.1 Identificação do Local de Estágio

O presente plano de estágio insere-se no âmbito do estágio curricular do Mestrado em Gerontologia: Atividade Física e Saúde no Idoso da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Foi realizado no ano letivo de 2014/2015 na Santa Casa da Misericórdia de Tarouca, mais propriamente no Lar Nossa Senhora do Socorro, concelho de Tarouca e distrito de Viseu, localizado na rua São Miguel, 3610-143 Tarouca.

3.2 Período de Duração e Carga Horária

De acordo com o Regulamento de Estágio do Ciclo de Estudos conducente ao Grau de Mestre da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, o estágio é uma unidade curricular anual, de 30 semanas letivas, com uma carga horária de 20 horas por semana. Deste modo, o estágio curricular definiu-se pelo seguinte horário: segunda a sexta-feira, das 10h00 às 16h00.

3.3 Objetivos de Estágio

3.3.1 Objetivo Geral

O estágio curricular tem como objetivo primordial a aplicação, na prática, dos conteúdos teórico-práticos adquiridos no decorrer do mestrado. Visa contribuir para a aquisição de competências profissionais através do contacto com contextos de exercício da profissão, favorecendo a passagem à prática profissional autónoma e a integração no meio profissional.

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3.3.2 Objetivos Específicos

No âmbito da formação profissional, pretende-se que se desempenhem funções inerentes ao mestrado em questão, bem como às atividades desenvolvidas pela instituição, nomeadamente:

 Avaliação dos componentes estado cognitivo, atividades de vida diárias e qualidade do sono da população idosa;

 Elaboração e aplicação de um programa de exercício físico;

 Intervenção individual e em grupo;

 Colaboração e participação em eventos institucionais.

3.4 Planificação das Atividades

Face aos objetivos supramencionados, tornou-se essencial fazer uma planificação das atividades a realizar, por forma a poder atingi-los. Assim, acompanhou-se, inicialmente, o trabalho de intervenção realizado pela equipa de técnicos da instituição, nomeadamente na área gerontológica e exercício físico, visando aprender como atuar junto da população idosa. Após observação atenta da atuação dos técnicos nos contextos referidos e uma adaptação dos idosos ao estagiário (e vice-versa), começou-se a intervir de forma mais autónoma, tendo sido capaz de realizar atividades com a população referida, quer em grupo quer individualmente. Foram, ainda, aplicados questionários relativos aos objetivos de estágio, com a sua posterior análise, e elaborado um programa de exercício físico, cujos efeitos serão analisados na parte final deste relatório.

3.4.1 Programa de Exercício

As sessões de exercício eram compostas por aquecimento (5-7min), seguido de exercício de força, aeróbio e de flexibilidade (30min.), terminando com retorno à calma (5-7min.). No que diz respeito ao exercício aeróbio, foram realizadas caminhadas, com duração inicial de 10 minutos, progredindo ao longo do programa de treino até perfazer os 30 minutos. O exercício

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de força contemplava a mobilização de membros superiores e inferiores, tendo sido iniciado com o peso do próprio corpo e contrações voluntárias, introduzindo de forma progressiva pesos adicionais de 1kg e 2kg, de modo a manter a progressão da carga. Foram realizados exercícios de flexibilidade nos membros superiores e inferiores, sobretudo na realização de movimentos que contemplam a execução de atividades diárias como vestir, pentear, subir/descer escadas, alimentar-se, ultrapassar obstáculos, entre outros.

3.5 Cronograma

A cronologia das tarefas desenvolvidas ao longo do estágio pode ser observada na Tabela 2.

Tabela 2 - Cronograma de tarefas

2014 2015

Tarefa Set. Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abril Maio Jun.

Pesquisa bibliográfica/documental Adaptação ao local de estágio Reuniões de orientação e supervisão Recolha dos dados

Conceção do programa Tratamento dos dados Redação do relatório Conclusão do relatório

3.6 Descrição das Atividades Desenvolvidas

As duas primeiras semanas, enquanto estagiária, passaram pelo conhecimento de toda a instituição, valências, utentes, funcionários e técnicos, para que todos se ambientassem a uma nova presença e para que eu me sentisse integrada na mesma. Durante esses dias foi possível contactar com realidades diferentes: desde crianças a jovens com deficiência, bebés ainda de berço, idosos totalmente ativos e independentes, mas também idosos acamados, em fase final

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de vida. Acompanhei os técnicos, das mais variadas áreas, em diferentes atividades da sua profissão e, desse modo, foi-me possível encarar a realidade da população idosa e habituar-me ao que seriam os meus dias na instituição. Ao longo de todo o estágio, participei em todas as atividades propostas pela mesma e colaborei sempre com os técnicos, ajudando na realização de diversos trabalhos e preparação de atividades.

Como já referido, a instituição tinha o seu horário de atividades programas, o qual teve de ser ajustado para que eu pudesse intervir com as minhas atividades de estágio, propostas à instituição (ANEXO I). Deste modo, a minha intervenção passou a ser feita, impreterivelmente, todas as segundas, quartas e quintas-feiras de cada semana, durante a manhã (ANEXO I). A partir da 3ª semana do mês de novembro iniciei o programa de exercício, após ter aplicado os respetivos questionários aos idosos, de forma individual, e ter conseguido uma amostra de indivíduos para o estudo a realizar.

As atividades descritas de seguida são todas aquelas que realizei fora da minha área de estágio, ou seja, todas as semanas apliquei o programa de treino proposto (conforme o meu horário), enquanto no restante tempo participei nas atividades mencionadas no horário da instituição, colaborando com os respetivos técnicos e fazendo o que me era proposto.

No mês de novembro realizou-se a festa de São Martinho, onde não faltaram as castanhas e a música de baile. No decorrer do mesmo mês, foram iniciados os preparativos para a festa de Natal, com a execução de trabalhos para enfeitar a instituição, bem como roupas e cenários para a realização da festa. O tema escolhido para a mesma foi o circo, o que tornou os dias de preparação e a própria festa num ambiente colorido e divertido.

Já num ambiente natalício, o mês de dezembro mostrou ser bastante agitado na instituição, facto devido ao stress dos ensaios e ao aproximar da festa de Natal, que deixou todos muito nervosos. No dia 19 desse mês realizou-se a festa, com a apresentação de diferentes teatros, danças e números de circo, sem faltar o típico presépio de Natal a encerrar.

Seguiu-se o dia de Reis, a 6 de janeiro, que fez muitos utentes saírem à rua a pedir os tradicionais “reis”, não deixando de mostrar à população que embora idosos, os utentes são ativos e assim querem permanecer na sociedade. Ainda no mesmo mês, foi possível acompanhar os idosos numa visita à escola básica e secundária do concelho, onde participaram no dia escolar da não-violência e da paz, sempre com uma voz ativa.

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Seguiram-se os preparativos para o desfile de carnaval, com a elaboração de roupas e adereços segundo o tema “luz e energia”. Os idosos da instituição foram, no cortejo, apetrechados com adornos que mostravam as gambiarras e as velas antigas, usadas pelos próprios como única luz durante muitos anos. No mês de fevereiro, ainda acompanhei os idosos numa pequena peregrinação, para participação nas novenas de São Brás, enquanto na instituição ia sempre trabalhando com os mesmos em trabalhos manuais e acompanhamento gerontológico individual. Ainda neste mês, a instituição recebeu a visita de estudantes das universidades do Porto, numa missão designada “Missão País”, onde puderam realizar diversas atividades com os idosos, trabalhando sempre em conjunto com os técnicos.

No mês de março, iniciaram-se trabalhos para realização de lembranças, a oferecer no dia do pai a todos os pais e homens da Misericórdia, num ambiente sempre muito alegre de recordações e histórias antigas. Foi-me ainda permitido acompanhar o Lar Residencial (utentes com deficiência) num torneio de boccia, do qual trouxemos sobretudo o convívio entre outras instituições e utentes, mas também um 3º lugar que deixou todos muito contentes. Ainda no campo do boccia e também no mesmo mês, acompanhei três idosos da instituição igualmente a um torneio, mas do qual foram eliminados na fase de grupos.

No decorrer dos dias, viu-se aproximar a Páscoa como próxima época festiva. Iniciaram-se então os trabalhos para decoração da instituição, bem como os ensaios regulares para a realização da “Via-Sacra”. Seguiram-se uns dias mais calmos após esta época festiva, mas logo depois foi preciso trabalhar nas recordações para oferecer no dia da mãe. Mais uma vez os idosos executaram trabalhos manuais, sempre acompanhados e ajudados pelos técnicos, para que a data não passasse despercebida.

Os poucos dias de maio foram calmos: terminei o meu estágio na instituição, já com alguma saudade e muitos sentimentos à mistura. Todos os dias acompanhava todos os utentes em tudo o que necessitassem; não esqueci nunca os acamados, que precisam tanto de nós como qualquer ser humano ativo, bem como os dementes, com os quais gostei muito de trabalhar.

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Referências

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TEMA II

Influência do Exercício Físico na Qualidade do

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Resumo

O processo de envelhecimento é comum a todos os indivíduos, manifestando-se de forma diferente de pessoa para pessoa. Com o avançar da idade, verifica-se que a qualidade do sono tende a diminuir, o que faz com que certas capacidades físicas e cognitivas, como capacidade de reação e atenção, sofram um declínio. O exercício físico tem sido considerado um importante recurso na manutenção da qualidade de vida da população idosa, sendo capaz de atenuar o declínio de diversos fatores associados ao normal processo de envelhecimento. Porém, são escassos os estudos que avaliam a influência do exercício físico na qualidade do sono, na população idosa. Assim, o presente estudo tem como objetivo verificar o impacto de um programa de exercício físico na qualidade do sono de idosos institucionalizados.

A amostra foi constituída por 29 indivíduos da Santa Casa da Misericórdia de Tarouca, divididos por um grupo exercício (n=16), submetidos a um programa de exercício, e grupo controlo (n=13), sem qualquer intervenção. A implementação do programa de exercício físico teve a duração de 5 meses, com realização de caminhadas, treino de força e flexibilidade 3 vezes por semana, 45 minutos por sessão. A qualidade do sono foi avaliada através do Mini Questionário do Sono (MQS), antes da intervenção e após a 1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 7ª, 9ª, 11ª, 13ª, 17ª, 21ª e 23ª semanas, de modo a obter um perfil de alteração da qualidade do sono. Foi ainda avaliada a independência funcional, através do Índice de Barthel (IB), e a função cognitiva, através do Mini Mental State Examination (MMSE), antes da intervenção, para verificar se existe alguma associação entre estas variáveis e a qualidade do sono. Foi realizada uma ANOVA de medidas repetidas para analisar a variação da qualidade do sono ao longo das semanas e uma correlação de Pearson entre os scores totais das variáveis estudadas. O nível de significância foi estabelecido em 0,05.

Os resultados obtidos evidenciam diferenças significativas na variação da qualidade do sono, demonstrada pelos dois grupos estudados (F=35,713; p=0,000). O grupo de exercício apresentou melhorias significativas, com diminuição acentuada dos valores da qualidade do sono, sobretudo nas 3 primeiras semanas de prática de exercício. A correlação entre as variáveis IB, MQS e MMSE revelou uma associação significativa entre o MMSE e o MQS (r=-0,421; p=0,023), ou seja, quanto melhor a qualidade do sono, melhor a função cognitiva.

Este estudo permite concluir que uma prática regular de exercício físico, por parte da população idosa, leva a uma melhoria da qualidade do sono. Permite ainda concluir que existe uma

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associação significativa entre o MMSE e o MQS, pois demonstra que quanto melhor a qualidade do sono, melhor a função cognitiva.

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Abstract

The aging process is common to all individuals, manifesting itself differently from person to person. With the advance of age, it appears that the quality of sleep tends to decrease, which causes that certain physical and cognitive abilities, as the capacity of reaction and attention, suffer a deterioration. The physical exercise has been considered an important resource in maintaining the quality of life of the older population, being able to mitigate the deterioration of several factors associated with the normal aging process. However, there are few studies evaluating the influence of physical exercise on sleep quality in the elderly population. Thus, the present study aims to verify the impact of a physical exercise program on the quality of sleep of institutionalized elderly.

The sample was composed of 29 individuals of the Santa Casa da Misericórdia de Tarouca, divided by an exercise group (n= 16), subjected to an exercise program, and control group (n= 13), without any intervention. The implementation of the program of physical exercises had a duration of 5 months, with walking, strength training and flexibility 3 times per week, 45 minutes per session. Sleep quality was assessed using the Mini Quiz Sleep (MQS), before the intervention and after the 1st, 2nd, 3rd, 4th, 7th, 9th, 11th, 13th, 17th, 21th-and 23th weeks, in order to obtain a profile of change in quality of sleep. It was also evaluated the functional independence, through the Barthel Index (BI), and the cognitive function, using the Mini Mental State Examination (MMSE), before the intervention, to check whether there is any association between variables and the quality of sleep. It was performed an ANOVA of repeated measures to analyze the variation in quality of sleep throughout the weeks and the Pearson's correlation between the total scores of the variables studied. The level of significance was set at 0,05. The results showed significant differences in the change in the quality of sleep, as demonstrated by the two groups (F= 35,713; p= 0.000). The group of exercise showed significant improvements, with a marked reduction of the values of the quality of sleep, especially in the first 3 weeks of exercise. The correlation between the variables IB, MQS and MMSE showed a significant association between the MMSE and the MQS (r= 0.421; p= 0.023), in other words, the better the quality of sleep, better cognitive function.

This study allows us to conclude that a regular practice of physical exercise on the part of the elderly population, leads to an improvement in the quality of sleep. We can also conclude that

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there is a significant association between the MMSE and the MQS, because it shows that the better the quality of sleep, better cognitive function.

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1. Introdução

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE, 2014), o aumento da esperança média de vida está a fazer com que a proporção de pessoas com mais de 60 anos aumente mais rapidamente do que qualquer outra faixa etária. A mesma fonte refere ainda que, entre 2012 e 2060, o índice de envelhecimento humano irá aumentar de 131 para 307 idosos por cada 100 jovens, sendo que a população com 65 ou mais anos, residente em Portugal, aumentará de 2 033 para mais de 3 milhares de pessoas, no mesmo período.

O processo de envelhecimento é um fenómeno multidimensional, que varia entre indivíduos da mesma espécie e entre órgãos e sistemas do mesmo indivíduo, podendo ser definido como a perda gradual da capacidade de adaptação do organismo às condições instáveis do meio ambiente, levando a um aumento da vulnerabilidade do organismo e ao aparecimento de doenças associadas, ou não, ao envelhecimento (Geib et al., 2003; Oliveira, 2005; Quinhones & Gomes, 2011).

De entre muitas outras alterações, a perda da qualidade do sono é uma das consequências do avançar da idade. Geib et al (2003) e Oliveira et al. (2010) afirmam que o processo de envelhecimento provoca mudanças na quantidade e na qualidade do sono, as quais afetam mais de metade dos adultos acima dos 65 anos de idade, que vivem em casa, e 70% dos institucionalizados. Araújo e Ceolim (2010) reforçam a mesma ideia, dizendo que as alterações estão presentes com maior frequência e gravidade nos idosos residentes em instituições, quando comparados aos residentes na comunidade. As principais mudanças verificadas incidem sobre o aumento do período de tempo para adormecer, dificuldade em voltar a adormecer durante a noite, maior fadiga ao acordar e maior sonolência diurna (Quinhones & Gomes, 2011; Costa, Ceolim & Neri, 2011).

As principais causas da alteração da qualidade do sono com a idade incidem sobre as mudanças fisiológicas e sociais, que estão articuladas ao normal processo de envelhecimento: a diminuição da interação social, a falta de uma ocupação profissional e a inatividade física aumentam a sonolência diurna e, consequentemente, existe redução do sono noturno (Oliveira, Motta & Sá, 2007). Segundo Araújo e Ceolim (2010), o sono de má qualidade prejudica a saúde e o quotidiano da população idosa: aumenta a dificuldade em manter a atenção, diminui a velocidade de resposta e prejudica a memória, a concentração e o desempenho. Assim, é

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importante que a população idosa não se mantenha na solidão, mas sim que procure atividades que possam ocupar o seu dia de forma a atenuar o decréscimo da qualidade do sono, independência funcional, função cognitiva e, consequentemente, da sua qualidade de vida. Embora pareça consensual que a prática de exercício físico é benéfica para a melhoria da qualidade do sono, são escassos os estudos feitos na população idosa e, sobretudo, nos institucionalizados. Assim, o presente estudo teve como objetivo analisar de que forma a prática de exercício físico influencia a qualidade do sono de idosos institucionalizados.

2. Metodologia

2.1 Amostra

A amostra foi constituída por 29 indivíduos, 7 homens e 22 mulheres, com média de 77,31 anos (± 9,63) de idade. Do total de sujeitos, 19 encontravam-se residentes na instituição (IRI) e 10 frequentavam centro de dia (ICD). Do grupo de exercício (GE) fizeram parte 16 utentes, enquanto os restantes 13 completaram o grupo de controlo (GC). Foram considerados os seguintes critérios de inclusão na amostra: utentes em regime de residência e/ou em centro de dia, que não apresentassem qualquer problema de saúde que os impedisse de realizar os exercícios propostos e não submissão a qualquer tipo de intervenção com exercício físico nos últimos 12 meses. Como critérios de exclusão definiram-se a presença de demência e pessoas acamadas. Todos os indivíduos aceitaram participar voluntariamente no estudo realizado.

2.2 Procedimentos

Após terem sido esclarecidos sobre os objetivos do estudo, os selecionados realizaram uma entrevista individual para preenchimento dos questionários sociodemográfico, IB, MMSE e MQS, com a ajuda do investigador. O protocolo do estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da UTAD (Parecer 98-CIDESD-2014).

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2.2.1 Instrumentos de Avaliação

2.2.1.1 Dados Sociodemográficos

Para uma análise geral da população em estudo, foi aplicado um questionário sociodemográfico (ANEXO II), cujas questões recaíram sobre sexo, idade, habilitações literárias, condição no lar e motivo da institucionalização de cada indivíduo.

2.2.1.2 Estado Cognitivo

Foi realizada uma avaliação do estado cognitivo da população em estudo, através da aplicação do Mini Mental State Examination (MMSE), proposto por Folstein et al. (1975) e adaptado por Guerreiro (1993) (ANEXO II). O teste fornece informações sobre várias funções cognitivas, como orientação temporal e espacial, retenção, atenção e cálculo, evocação, linguagem e habilidade construtiva. Para avaliar a função cognitiva foi utilizado o score total do MMSE, que pode variar entre os 0 e 30 pontos: valores iguais ou inferiores a 15 indicam analfabetismo; valores iguais ou inferiores a 22 representam escolaridade entre 1 a 11 anos; valores iguais ou inferiores a 27 indicam escolaridade superior a 11 anos; valores superiores a 27 indicam a ausência de défice cognitivo.

2.2.1.3 Estado Funcional e Atividades de Vida Diária

Para a avaliação da independência funcional dos sujeitos, aplicou-se o Índice de Barthel (IB), proposto por Malhoney e Barthel (1965) (ANEXO II). Este teste permite medir o grau de dependência em diferentes atividades diárias, como higiene pessoal, alimentação, capacidade de se vestir, controlo da bexiga e intestino, uso da casa de banho, subir e descer escadas, deambulação, banho e transferência cadeira/cama. A pontuação varia entre zero, cinco, dez e quinze em cada questão a avaliar, pelo que quanto mais elevado for o valor, mais independente é o sujeito. A pontuação máxima do teste é de 100 pontos, o que revela independência do

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sujeito; 60-99 dependência leve; 40-55 dependência moderada; 20-35 dependência grave e pontuação inferior a 20 demonstra dependência total.

2.2.1.4 Qualidade do Sono

Para avaliar a qualidade do sono, foi utilizado o Mini Questionário do Sono (MQS), proposto por Zomer et al. (1985) e ajustado por Alameddine et al. (2000) (ANEXO II). O teste é composto por 10 questões que permitem verificar a frequência com que os eventos questionados ocorrem na vida do indivíduo e, consequentemente, analisar a qualidade do seu sono. A pontuação final pode variar entre 10 e 70 pontos, sendo que quanto mais elevada for, menor é a qualidade do sono; foram utilizados os pontos de corte 10-24 sono bom; 25-27 sono levemente alterado; 28-30 sono moderadamente alterado e valores superiores a 30 sono muito alterado. Foram realizadas várias avaliações da qualidade do sono da população em estudo, uma no pré-teste e as restantes no decorrer do programa de treino: após a 1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 7ª, 9ª, 11ª, 13ª, 17ª, 21ª e 23ª semana. Tendo em conta o elevado grau de analfabetismo da população em estudo, o questionário foi aplicado por meio de entrevista, de forma individual, a cada utente por um técnico treinado.

2.2.2 Programa de Exercício

As sessões de exercício eram compostas por aquecimento (5-7min), seguido de exercício de força, aeróbio e de flexibilidade (30min.), terminando com retorno à calma (5-7min.). No que diz respeito ao exercício aeróbio, foram realizadas caminhadas, com duração inicial de 10 minutos, progredindo ao longo do programa de treino até perfazer os 30 minutos. O exercício de força contemplava a mobilização de membros superiores e inferiores, tendo sido iniciado com o peso do próprio corpo e contrações voluntárias, introduzindo de forma progressiva pesos adicionais de 1kg e 2kg, de modo a manter a progressão da carga. Foram realizados exercícios de flexibilidade nos membros superiores e inferiores, sobretudo na realização de movimentos que contemplam a execução de atividades diárias como vestir, pentear, subir/descer escadas, alimentar-se, ultrapassar obstáculos, entre outros.

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2.2.3 Procedimentos Estatísticos

Os dados foram analisados com recurso ao programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 23.0.

A análise exploratória dos dados obtidos nas diferentes variáveis foi efetuada recorrendo aos métodos gráficos da caixa de bigodes (Box-and-Whiskers) e do caule e folhas (Steam & Leaf) para identificação e expurgo dos outliers. A apreciação da simetria e achatamento das curvas de distribuição foi efetuada através dos valores de Skewness e Kurtosis, respetivamente. A normalidade das distribuições confirmou-se através do teste não paramétrico de Kolmogorov-Smirnov, com correção de Lilliefors. Recorreu-se à estatística descritiva, para calcular a média e o desvio padrão das diferentes variáveis. Foi utilizada uma ANOVA de medidas repetidas para comparar a variação da qualidade do sono ao longo das 23 semanas (11 momentos) nos dois grupos estudados (GC e GE). Foi realizada uma correlação de Pearson entre o score total do MMSE, do IB, do MQS e a idade. O nível de significância foi estabelecido em 0,05.

3. Resultados

A amostra apresentou maior prevalência de indivíduos do sexo feminino (75,9%), bem como maior presença de IRI (65,5%). Do total da amostra, as mulheres apresentaram uma média de idades de 76,9 (±10,6) anos e os homens 78,6 (±6,0) anos, sendo que os IRI apresentam idades superiores aos ICD, com média de 78,3 (±9,9) anos, nos primeiros, e 75,4 (±9,3), nos segundos. No que diz respeito às habilitações literárias, 48,3% da população em estudo é analfabeta, sendo que das 22 mulheres, 50,0% são analfabetas e apenas 40,9% sabem ler e escrever. Em relação aos homens, existe uma frequência igual de 42,9% de idosos que são analfabetos e que sabem ler e escrever.

Em relação ao estado funcional, a Tabela 3 apresenta a média e mediana das respostas dadas, por cada questão do IB, do total da amostra.

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Tabela 3 – Média (e respetivo Desvio Padrão) e mediana nas componentes do IB

Variável Média Desvio padrão Mediana

Higiene pessoal 4,14 1,92 5 Evacuar 7,07 3,14 5 Urinar 6,55 2,35 5 Uso sanitário 7,59 4,36 10 Alimentar-se 9,66 1,29 10 Transferências 11,21 5,92 15 Mobilidade 11,03 6,46 15 Vestir-se 6,21 3,93 5 Escadas 6,38 4,41 10 Banho 0,69 1,76 0 TOTAL 70,52 28,83

No que se refere ao sexo, as mulheres apresentam uma média de resultados no IB de 64,09 (±30,22), número bem inferior ao apresentado pelos homens, 90,71 (±7,32). Em relação à condição no lar, os IRI apresentam média de 61,58 (±31,97), enquanto os ICD apresentam média de 87,50 (±7,17).

Os dados obtidos no score total do questionário MMSE permitem constatar que a amostra em estudo não apresenta défice cognitivo, quer no grupo que tem entre 1 a 11 anos de escolaridade (22,47 ± 4,61) quer no grupo analfabeto (17,29 ± 4,16). No mesmo questionário, as mulheres apresentam uma média de resultados de 19,64 (±5,36), enquanto os homens 21,00 (±4,16); os IRI apresentam média de valores superiores aos ICD: 20,53 (±5,48) em relação aos primeiros e 18,90 (±4,20) em relação aos segundos.

No que se refere ao MQS, são apresentados na Tabela 4 os valores da média e mediana obtidos por cada questão aplicada, do total da amostra.

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Tabela 4 - Média (e respetivo Desvio Padrão) e mediana das componentes do MQS

Variável Média Desvio padrão Mediana

Dificuldade em adormecer à noite 4,90 0,98 5

Toma de medicação para dormir 5,45 2,10 6

Acorda de madrugada e não volta a

adormecer 4,59 1,18 5

Dorme durante o dia 3,31 1,65 3

Sente-se cansado ao acordar de

manhã 4,24 1,38 4

Ressona durante a noite 4,21 1,42 4

Acorda durante a noite 4,83 1,04 5

Acorda com dores de cabeça 4,66 1,54 5

Sente-se cansado sem motivo aparente 3,48 1,41 4

Tem sono agitado 4,00 1,63 4

TOTAL 43,45 6,53

A amostra apresenta, em média, um sono muito alterado e, por isso, de má qualidade.

O sexo feminino apresentou uma média de 43,96 (±6,60), enquanto os homens tiveram média de 41,86 (±6,52) no questionário referido. Os IRI apresentaram uma média de valores de 43,05 (±6,89), enquanto os ICD uma média de 44,20 (±6,05).

No que diz respeito às diferenças entre os GC e GE, a Tabela 5 evidencia a média dos resultados obtidos na idade e nos valores totais dos questionários IB, MMSE e MQS, antes da intervenção.

Tabela 5 – Diferenças entre grupos em relação à idade, IB, MMSE e MQS

GC GE Média DP Média DP Idade 78,69 12,51 76,19 6,70 IB 66,54 31,58 73,75 26,99 MMSE 20,85 6,56 19,25 3,49 MQS 41,46 6,59 45,06 6,21

(38)

29

Antes da intervenção não foram observadas diferenças significativas entre os grupos na idade, IB, MMSE, MQS.

No final do programa de exercício, e após a aplicação do MQS ao longo das 23 semanas, foi possível constatar diferenças significativas na variação da qualidade do sono, evidenciada pelos dois grupos estudados (F=35,713; p=0,000) (Figura 1).

A correlação entre o IB, MQS e MMSE revelou uma associação significativa entre o MMSE e o MQS (r=-0,421; p=0,023), ou seja, quanto melhor a qualidade do sono, melhor a função cognitiva.

4. Discussão

O presente estudo permitiu comparar a qualidade do sono de idosos institucionalizados sujeitos a um programa de exercício físico, com outros sem qualquer intervenção, durante um período de 23 semanas. Os resultados obtidos mostram que uma prática regular de exercício físico por parte dos idosos institucionalizados permite uma melhoria da qualidade do sono dos mesmos. É possível verificar que os idosos em centro de dia são mais independentes quando comparados aos residentes na instituição, assim como os homens demostram maior grau de autonomia em relação às mulheres. Do total da amostra, os idosos apresentam um grau de dependência leve (IB 70,5), sendo que a questão onde apresentam mais dificuldade é no banho, onde o total de

Figura 1 – Variação da qualidade do sono dos GE e GC ao longo das 23

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30

sujeitos é dependente. Esta total dependência resulta, muitas vezes, da preocupação institucional com cuidados de segurança dos utentes, sendo o banho uma situação que propicia a ocorrência de quedas dos idosos.

Em relação ao estado cognitivo, verifica-se que os idosos em regime de residência apresentam melhores valores quando comparados aos de centro de dia. Ainda neste aspeto, foi possível verificar que os homens apresentam ligeiramente mais capacidades em relação às mulheres, do total da amostra, sendo este ponto apoiado pela literatura (Oliveira et al., 2008).

Em relação ao sono dos idosos, o estudo permitiu verificar que a população tem, na maior parte dos casos, a necessidade de recorrer a medicação para poder dormir/adormecer. Apesar disso, muitos dos indivíduos têm, frequentemente, dificuldade em adormecer à noite e acordam de madrugada, sem conseguir voltar a adormecer. Do total da amostra, verifica-se que os idosos têm o sono muito alterado, apresentando as mulheres valores superiores, bem como os idosos de centro de dia.

No GC, os valores do estado cognitivo são ligeiramente superiores em relação ao GE, mas o mesmo não se pode dizer da qualidade do sono: os idosos que fazem parte do GE têm o sono mais alterado do que os idosos do GC, antes da intervenção. Com a prática de exercício físico ao longo das 23 semanas foi possível verificar que o GE melhorou a qualidade do seu sono: nas primeiras três semanas, os valores tiveram um decréscimo acentuado, mantendo depois os níveis ao longo do restante tempo de prática de exercício. Em relação ao GC, verifica-se que os valores da qualidade do sono tendem a aumentar ligeiramente no decorrer das 23 semanas, levando a um piorar da qualidade do sono dos idosos que fazem parte do grupo.

Os resultados obtidos são confirmados por vários autores, tais como, Guimarães (2007), que realizou um estudo onde foram selecionadas idosas sedentárias sem sintomas de insónia ou qualquer outro transtorno do sono, a quem foi aplicado um programa de caminhada em grupo. No final do programa verificou-se que, no geral, as horas de sono aumentaram e a qualidade do sono melhorou. Também Montgomery e Dennis (2002) avaliaram a influência do exercício físico em 43 idosos acima dos 60 anos, com problemas de insónia, sem sintomas de depressão e/ou demência. No final, verificaram uma melhoria significativa da qualidade do sono dos idosos, com diminuição do período para início do sono e aumento da duração total do sono. Segundo Youngested et al. (1997), o exercício físico é, provavelmente, o comportamento mais importante na promoção de uma boa qualidade do sono, facto comprovado pelo nosso estudo e

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por Singh (1997), que mostrou que um programa de força muscular com idosos depressivos, durante 10 semanas, teve um efeito positivo nos níveis de depressão, força muscular, qualidade do sono e qualidade de vida.

5. Conclusão

O estudo realizado permitiu concluir que uma prática regular de exercício físico permite melhorar a qualidade do sono da população idosa: o GE apresentou melhorias significativas na qualidade do seu sono, com um decréscimo mais acentuado dos valores nas 3 primeiras semanas de exercício. Foi ainda possível concluir que existe uma associação significativa entre o MMSE e o MQS, o que significa que quanto melhor a qualidade do sono, melhor a função cognitiva.

Referências

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Geib, L., Neto, A., Wainberg, R., Nunes, M. (2003). Sono e envelhecimento. Revista de psiquiatria do Rio Grande do Sul, 25 (3), Porto Alegre.

Guimaraes, L. (2007). Idosas fisicamente ativas dormem mais e melhor que idosas sedentárias. Tese de Mestrado, Universidade Federal de São Paulo. São Paulo.

Instituto Nacional de Estatística (2014). Projeções de população residente 2012-2060. Destaque: Informação à Comunidade Social.

Montgomery P., Dennis J. (2002). Physical exercise for sleep problems in adults aged 60+. Cochrane Database of Systematic Reviews. (4), CD003404.

(41)

32

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Oliveira, F., Motta, L., Sá, R., (2007). Insónia: Prevalência e fatores de Risco Relacionados em população de Idosos acompanhados em ambulatório. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 10 (2), Rio de Janeiro.

Mugeiro, M. (2011). Qualidade do sono nos idosos. Tese de mestrado, Escola superior de saúde de Viseu.

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Oliveira, B. et al. (2010) Relações entre padrão do sono, saúde percebida e variáveis socioeconómicas em uma amostra de idosos residentes na comunidade: Estudo PENSA. Ciência & Saúde Coletiva, 15 (3), p. 851-860, Rio de Janeiro.

Quinhones, M., Gomes, M. (2011). Sono no envelhecimento normal e patológico: aspetos clínicos e fisiopatológicos. Revista Brasileira de Neurologia, 47 (1), p. 31-42, Rio de Janeiro. Singh, N. Clements, K. Fiatarone, M. (1997). Sleep, sleep deprivation, and daytime activities: a randomized controlled trial of the effect of exercise on sleep. Sleep, 20 (2), p. 95-101. Youngested, S. O`Connor, P. Dishman R. (1997). The effects of acute exercise on sleep: a quantitative synthesis. Sleep, 20 (3), p. 203-214.

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33

(43)

34

ANEXO I

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(45)

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Horário da Instituição

2ª Feira 3ª Feira 4ª Feira 5ª Feira 6ª Feira

Manhã Terapia Recreativa Trabalhos Manuais Gerontomotricidade Caminhada Boccia Estimulação Cognitiva Acompanhamento Psicológico Gerontomotricidade Terapia Recreativa Trabalhos Manuais Boccia Estimulação Cognitiva Gerontomotricidade Acompanhamento Psicológico Almoço Tarde Acompanhamento Psicológico Terapia Recreativa Acompanhamento individual de gerontomotricidade Terapia Recreativa Caminhada Acompanhamento individual de gerontomotricidade Trabalhos Manuais Tarde Livre Acompanhamento individual de gerontomotricidade Terapia Recreativa

(46)

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Horário da estagiária

2ª Feira 3ª Feira 4ª Feira 5ª Feira 6ª Feira

Manhã PROGRAMA TREINO

Caminhada Boccia

PROGRAMA TREINO PROGRAMA TREINO

Estimulação Cognitiva Gerontomotricidade Acompanhamento Psicológico Almoço Tarde Acompanhamento Psicológico Terapia Recreativa Acompanhamento individual de gerontomotricidade Terapia Recreativa Caminhada Acompanhamento individual de gerontomotricidade Trabalhos Manuais Tarde Livre Acompanhamento individual de gerontomotricidade Terapia Recreativa

(47)

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ANEXO II

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Questionário Sociodemográfico

Código:____

1- Sexo: Feminino

Masculino

2- Idade: _________ 3- Habilitações Literárias: Analfabeto

Sabe ler e escrever

1º ciclo (4º ano)

2º ciclo (6ºano)

3º ciclo (9ºano)

Secundário

Curso profissional

Ensino superior

4- Condição no lar: Institucionalizado

Centro de dia

5- Motivo da institucionalização/centro de dia:

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Mini Mental State Examination (MMSE)

(Folstein et al., 1975; Guerreiro, 1993)

Código____

1. Orientação (1 ponto por cada resposta correta)

Em que ano estamos? _____ Em que mês estamos? _____ Em que dia do mês estamos? _____ Em que dia da semana estamos? _____ Em que estação do ano estamos? _____

Nota:____

Em que país estamos? _____ Em que distrito vive? _____ Em que terra vive? _____ Em que casa estamos? _____ Em que andar estamos? _____

Nota:____ 2. Retenção (contar 1 ponto por cada palavra corretamente repetida)

"Vou dizer três palavras; queria que as repetisse, mas só depois de eu as dizer todas; procure ficar a sabê-las de cor".

Pera _____ Gato _____ Bola _____

Nota:____ 3. Atenção e Cálculo (1 ponto por cada resposta correta. Se der uma errada mas depois continuar

a subtrair bem, consideram-se as seguintes como corretas. Parar ao fim de 5 respostas).

"Agora peco-lhe que me diga quantos são 30 menos 3 e depois ao número encontrado volta a tirar 3 e repete assim até eu lhe dizer para parar".

27_ 24_ 21 _ 18_ 15_

Nota:____ 4. Evocação (1 ponto por cada resposta correta.)

"Veja se consegue dizer as três palavras que pedi há pouco para decorar". Pera ______

Gato ______ Bola ______

Nota:____ 5. Linguagem (1 ponto por cada resposta correta)

a. "Como se chama isto? Mostrar os objetos: Relógio ____

(50)

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b. "Repita a frase que eu vou dizer: O RATO ROEU A ROLHA"

Nota:____

c. "Quando eu lhe der esta folha de papel, pegue nela com a mão direita, dobre-a ao meio e ponha sobre a mesa"; dar a folha segurando com as duas mãos.

Pega com a mão direita____ Dobra ao meio ____

Coloca onde deve____

Nota:____

d. "Leia o que está neste cartão e faça o que lá diz". Mostrar um cartão com a frase bem legível, "FECHE OS OLHOS"; sendo analfabeto lê-se a frase.

Fechou os olhos____

Nota:____

e. "Escreva uma frase inteira aqui". Deve ter sujeito e verbo e fazer sentido; os erros gramaticais não prejudicam a pontuação.

Frase:

Nota:____ 6. Habilidade Construtiva (1 ponto pela cópia correta.)

Deve copiar um desenho. Dois pentágonos parcialmente sobrepostos; cada um deve ficar com 5 lados, dois dos quais intersectados. Não valorizar tremor ou rotação.

Cópia:

Nota:____ TOTAL (Máximo 30 pontos):____

Considera-se com defeito cognitivo: – analfabetos ≤ 15 pontos – 1 a 11 anos de escolaridade ≤ 22 – escolaridade superior a 11 anos ≤ 27

(51)

42

Índice de Barthel – Avaliação do Estado Funcional

Atividades da Vida Diária

(Malhoney FI, Bartel DW,1965)

Código:____

Indique a situação que melhor define o estado funcional do idoso, para cada um dos 10 itens que se seguem.

1. Higiene pessoal

0 = Necessita de ajuda com o cuidado pessoal

5 = Independente no barbear, dentes, rosto e cabelo (utensílios fornecidos)

_______

2. Evacuar

0 = Incontinente (ou necessita que lhe sejam aplicados clisteres) 5 = Episódios ocasionais de incontinência (uma vez por semana) 10 = Continente (não apresenta episódios de incontinência)

_______

3. Urinar

0 = Incontinente ou algaliado

5 = Episódios ocasionais de incontinência (máximo uma vez em 24 horas) 10 = Continente (por mais de 7 dias)

_______

4. Ir à casa de banho (uso de sanitário) 0 = Dependente

5 = Necessita de ajuda mas consegue fazer algumas coisas sozinho 10 = Independente (senta-se, levanta-se, limpa-se e veste-se sem ajuda)

(52)

43

5. Alimentar-se 0 = Incapaz

5 = Necessita de ajuda para cortar, barrar manteiga, etc. 10 = Independente (a comida é providenciada)

_______

6. Transferências (cadeira /cama)

0 = Incapaz - não tem equilíbrio ao sentar-se

5 = Grande ajuda (uma ou duas pessoas) física, consegue sentar-se 10 = Pequena ajuda (verbal ou física)

15 = Independente (não necessita qualquer ajuda, mesmo que utilize cadeira de rodas)

_______

7. Mobilidade (deambulação) 0 = Imobilizado

5 = Independente na cadeira de rodas incluindo cantos, etc. 10 = Anda com ajuda de uma pessoa (verbal ou física)

15 = Independente (mas pode usar qualquer auxiliar, ex.: bengala)

_______

8. Vestir-se 0 = Dependente

5 = Necessita de ajuda, mas faz cerca de metade sem ajuda 10 = Independente (incluindo botões, fechos e atacadores)

_______

9. Escadas 0 = Incapaz

5 = Necessita de ajuda (verbal, física, transporte dos auxiliares de marcha) ou supervisão 10 = Independente (subir / descer escadas, com apoio do corrimão ou dispositivos ex.: muletas ou bengala

(53)

44

10. Banho 0 = Dependente

5= Independente (lava-se no chuveiro/ banho de emersão/ usa a esponja por todo o corpo sem ajuda)

_______

Total (0-100) __________

Grau de dependência:___________________________

Resultado da Escala Grau de Dependência <20 Totalmente dependente

20 - 35 Grave

40 - 55 Moderado

60 - 99 Leve

(54)

45

Mini Questionário do Sono

Código____

Assinale o número que melhor descreve a sua resposta

Nunca Muito raramente

Raramente Às vezes Frequentemente Muito frequente-mente

Sempre

1. Tem dificuldade em adormecer à noite? 1 2 3 4 5 6 7

2. Toma calmantes ou medicação para

dormir? 1 2 3 4 5 6 7

3. Acorda de madrugada e não consegue

voltar a adormecer? 1 2 3 4 5 6 7

4. Dorme durante o dia? 1 2 3 4 5 6 7

5. Ao acordar, de manhã, sente-se cansado? 1 2 3 4 5 6 7

6. Ressona durante a noite? 1 2 3 4 5 6 7

7. Acorda durante a noite? 1 2 3 4 5 6 7

8. Acorda com dores de cabeça? 1 2 3 4 5 6 7

9. Sente-se cansado sem nenhum motivo

aparente? 1 2 3 4 5 6 7

10. Tem o sono agitado? 1 2 3 4 5 6 7

Score total: 10-24 = Sono bom

25-27 = Sono levemente alterado 28-30 = Sono moderadamente alterado >30 = Sono muito alterado

Imagem

Tabela 2 - Cronograma de tarefas
Tabela 5 – Diferenças entre grupos em relação à idade, IB, MMSE e MQS
Figura 1 – Variação da qualidade do sono dos GE e GC ao longo das 23  semanas de intervenção com exercício físico

Referências

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