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Representações de adolescentes através de práticas educativas acerca das IST/AIDS.

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Academic year: 2021

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Felipe de Castro Felicio

REPRESENTAÇÕES DE ADOLESCENTES ATRAVÉS DE

PRÁTICAS EDUCATIVAS ACERCA DAS IST’S/AIDS.

Rio de Janeiro 2017 Tuberculose

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REPRESENTAÇÕES DE ADOLESCENTES ATRAVÉS DE

PRÁTICAS EDUCATIVAS ACERCA DAS IST’S/AIDS.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito para obtenção do título de especialista em Gestão das Políticas de IST’S, Aids, hepatites Virais e Tuberculose, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Orientador: Prof Dr Kenio Costa de Lima

Rio de Janeiro 2017

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Janeiro, para atuarem como multiplicadores territoriais para prevenção das infecção sexualmente transmissíveis (IST’s)e AIDS, disseminando informações sobre os agravos. Com a justificativa que As Infecção sexualmente transmissíveis, o HIV e a Aids constituem significativos problemas de saúde pública no Brasil e no mundo, sendo no Brasil, a estimativa é de que 630 mil indivíduos de 15 a 49 anos vivem com o HIV/Aids. O trabalho com adolescentes dentro do espaço escolar, constitui uma importante linha de atuação, visto que a escola é um local democrático com compartilhamento de saberes, estabelecendo enriquecidos espaços de discussões do cotidiano comunitário. Constitui um projeto de intervenção com metodologia de construção de conceitos onde sensibiliza-se jovens e adolescentes quanto a problemática das IST’S’s e Aids, formando-os disseminadores, estabelecendo assim a educação entre pares.

Descritores: Infecção sexualmente transmissíveis, Saúde Escolar, Promoção Da Saúde, Participação Social.

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1 INTRODUÇÃO ... 5 Situação-problema...5 2. OBJETIVOS...8 Objetivo Geral:...8 Objetivos Específicos:...8 3. REVISÃO DE LITERATURA...9 4. METODOLOGIA...14

Público-alvo e Cenário da Operação...14

Elementos do plano de intervenção...14

Fragilidades e Oportunidades...15

Processo de Avaliação...15

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS:...16

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1. INTRODUÇÃO

A organização do Sistema Único de Saúde (SUS) é norteada por alguns princípios, como a universalização do acesso, a descentralização das ações, a equidade e a integralidade na atenção às necessidades de saúde. Nesse arranjo, insere-se o controle e a prevenção da tuberculose, que este trabalho aborda (PINHEIRO et. al., 2013).

As ações de promoção, prevenção, cura e reabilitação da saúde, com ênfase nos dois primeiros são realizadas pela Atenção Primária à Saúde (APS), que possui resolutividade de até 85% dos problemas de saúde da comunidade. A APS é responsável por coordenar, organizar e racionalizar o uso de todos os recursos do sistema de saúde, tanto básicos como especializados (OLIVEIRA et. al., 2011).

Para a reorganização da APS, temos a Estratégia Saúde da Família (ESF), que funciona como a principal porta de entrada para a utilização dos serviços de saúde, com o intuito de cumprir uma importante tarefa na melhoria dos indicadores de saúde. Nesse contexto, cabe destacar a importância do monitoramento de indicadores epidemiológicos de doenças negligenciadas (PILLER, 2012).

Este trabalho de conclusão de curso da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) foi produzido a partir da observação da situação epidemiológica das infecções sexualmente transmissíveis no município onde atuo como Responsável Técnico em uma Unidade de Atenção Primária à Saúde e da preocupação diante das altas taxas de transmissibilidade, bem como a partir da reflexão sobre o modo como os profissionais de saúde da família e comunidade em geral enfrentam este problema.

Situação-problema

Um projeto de intervenção foi proposto a partir da observação do crescente número de casos de infecções sexualmente transmissíveis e AIDS no município do Rio de Janeiro, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde RJ.

Justificativa:

As Infecção sexualmente transmissíveis, o HIV e a Aids constituem significativos problemas de saúde pública no Brasil e no mundo. De acordo com o relatório do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids, estima-se que existam, no mundo, aproximadamente 34 milhões de pessoas vivendo com HIV/Aids (UNAIDS, 2011).

No Brasil, a estimativa é de que 630 mil indivíduos de 15 a 49 anos vivem com o HIV/Aids, sendo que de 1980 a junho de 2011, 608.230 casos de Aids foram notificados

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(BRASIL, 2010; BRASIL, 2012a). Somando-se a isso, diferenças regionais são observadas, como o declínio da taxa de incidência na região Sudeste e o aumento nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul, no período de 1998 a 2010 (BRASIL, 2012a).

Adolescentes e jovens estão sendo infectados e afetados pelo HIV mais do que qualquer outro grupo populacional, sendo que mais da metade das novas infecções que ocorrem na atualidade afeta jovens de 15 a 24 anos de idade (BRASIL, 2006a). Desde o início da epidemia, a taxa de incidência de casos de Aids em jovens de 15 a 24 anos tem aumentado progressivamente, sendo 66.698 dos casos de Aids identificados entre jovens na faixa etária entre 15 e 24 anos até junho de 2011 (BRASIL, 2012a).

Martini e Bandeira (2003) destacam a vulnerabilidade de jovens e adolescentes às IST’S/HIV/Aids, ressaltando ainda que o aumento desta incidência entre os jovens vem crescendo significativamente em nosso país. No Brasil, a cada ano, quatro milhões de jovens tornam-se sexualmente ativos e estima-se que ocorra cerca de 12 milhões de IST’S ao ano, das quais um terço ocorre em indivíduos com menos de 25 anos (BRASIL, 2006a).

Estudos demonstram que a iniciação sexual precoce, a multiplicidade de parceiros, a não adesão a métodos contraceptivos e as medidas de prevenção para a não aquisição das IST’S, influenciados por um sistema de gênero que se pauta na dominação masculina, pela curiosidade pelas drogas, bem como pela necessidade de afirmação grupal, tornam os adolescentes susceptíveis à aquisição de IST’S/Aids, sendo imprescindível que a prevenção, neste grupo, mereça enfoque prioritário (TAQUETTE; VILHENA; PAULA, 2004; SOUZA et al., 2007; DIAS et al., 2010).

Ao considerar tal problemática e população, o Ministério da Saúde, em parceria com o Ministério da Educação, lançou, em 2003, o projeto Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE), tendo como objetivo central a promoção da saúde sexual e reprodutiva, visando reduzir a vulnerabilidade de adolescentes e jovens às IST’S, à infecção pelo HIV, à Aids e à gravidez não planejada, por meio do desenvolvimento articulado de ações no âmbito das escolas e das unidades básicas de saúde.

Hoje, o Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE) encontra-se inserido no Programa Saúde na Escola (PSE). Criado em 2007, através do Decreto Nº. 6.286, de 5 de dezembro de 2007, é uma iniciativa dos Ministérios da Saúde e da Educação, com objetivo de oferecer um leque de ações de prevenção, promoção e atenção à saúde de crianças, adolescentes e jovens do ensino básico público, com o fortalecimento e a sustentação da articulação entre as escolas públicas e as equipes da ESF, por meio da realização de ações dirigidas aos alunos (BRASIL, 2009a).

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A enfermagem tem papel fundamental na promoção da saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes. Pela sua magnitude, transcendência, vulnerabilidade e factibilidade de controle, as IST’S/Aids devem ser priorizadas enquanto agravos em saúde pública, devendo os profissionais atuarem, sobretudo, na interrupção da cadeia de transmissão e na prevenção de novos casos, por meio de atividades educativas que priorizem a percepção de risco, as mudanças no comportamento sexual e a promoção e adoção de medidas preventivas com ênfase na utilização adequada do preservativo (BRASIL, 2005a).

É imprescindível, deste modo, que o enfermeiro utilize o espaço privilegiado do PSE para realizar ações que visem à prevenção de IST’S/Aids em adolescentes, principalmente através de ações de Educação em Saúde, buscando promover a sensibilização destes a respeito dos riscos de manter relações sexuais inseguras, ou seja, sem o uso da camisinha, reduzindo vulnerabilidades e constituindo, assim, uma oportunidade excepcional para promoção da reflexão e sensibilização sobre riscos e proteção à saúde.

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2. OBJETIVOS Objetivo Geral:

Qualificar alunos de escolas estaduais do Rio de Janeiro, para atuarem como multiplicadores territoriais para prevenção das infecção sexualmente transmissíveis e AIDS e disseminar informações sobre os agravos.

Objetivos Específicos:

 Trabalhar o tema AIDS, construindo coletivamente conceitos, através de um processo que permite reconhecer o saber de um grupo;

 Capacitar os alunos do ensino médio, nas escolas estaduais, para o reconhecimento das infecção sexualmente transmissíveis e prevenção;

 Estabelecer vínculo entre a unidade de saúde e a escola, estimulando a reflexão, discussão e orientação sobre o tema;

 Orientar os alunos a promoverem, em outras escolas, espaços de discussão sobre as IST’S’s /AIDS, disseminando informações e desconstruindo o estigma da doença.

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3. REVISÃO DE LITERATURA Promoção Da Saúde

A Promoção da Saúde tem representado uma nova estratégia dentro da saúde e do campo social, envolvendo e fomentando a responsabilidade dos diferentes setores de governo, na condução de processos voltados para o “empoderamento” e a autonomia das comunidades e dos indivíduos e a atuação sobre os determinantes sociais da saúde (ARANTES et al., 2008).

A ideia da promoção envolve a de fortalecimento da capacidade individual e coletiva para lidar com a multiplicidade dos condicionantes de saúde. Entretanto, promoção e prevenção podem ser usadas de maneira complementar e não excludentes e a população pode se beneficiar com as ações propostas em ambos os campos (BUSS, 2009).

Segundo a Carta de Otawa (1986), termo de referência básico e fundamental no desenvolvimento das ideias de Promoção da Saúde em todo o mundo, Promoção da Saúde pode ser definida como o processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo maior participação no controle desse processo (SILVA et al., 2011) e está associada a um conjunto de valores, como: paz, habitação, educação, alimentação, renda, ecossistema estável, recursos sustentáveis, justiça social e equidade (BRASIL, 2001a).

Tornando-se então um dos componentes que constitui o Programa de Saúde na Escola. Ela vem se estruturando como um suporte para várias propostas no sentido da mudança do modelo de atenção e a reorientação das práticas de saúde. Conforme a Carta de Ottawa de 1986, a promoção da saúde é definida como o processo de capacitação e transformação dos comportamentos da comunidade, em geral, atuando na melhoria de sua qualidade de vida e saúde, assim como sua maior participação no controle desse processo (BRASIL, 2006a).

A concepção da promoção da saúde parte do conceito amplo de processo saúde-doença e de seus determinantes, propondo a articulação dos saberes técnicos e populares, e a mobilização de recursos institucionais e comunitários, públicos e privados, para o enfrentamento e resolução de problemas. Pode ser compreendida como um conjunto de ações de cunho educativo, político, legislativo e/ou organizacional, em concordância com os hábitos de vida e condições que favoreçam a saúde dos indivíduos, grupos ou coletivos, isto é, uma responsabilização múltipla. A promoção da saúde visa à qualidade de vida, orientada pelos princípios da equidade, paz e justiça social e suas estratégias envolvem a intersetoralidade,

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mobilização social, sustentabilidade e defesa pública da saúde (CAMPOS, G.W.et. al, 2004; ACIOLI, S, 2008).

Promoção da Saúde, portanto, tem representado uma nova estratégia dentro da saúde e do campo social, envolvendo e fomentando a responsabilidade dos diferentes setores de governo, na condução de processos voltados para o “empoderamento” e a autonomia das comunidades e dos indivíduos e a atuação sobre os determinantes sociais da saúde (ARANTES et al., 2008).

Programa Saúde Na Escola

Nesse contexto, durante os anos de 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou o conceito e iniciativa das Escolas Promotoras de Saúde. Gomes (2009) destaca que uma Escola Promotora de Saúde é caracterizada como uma instituição que procura constantemente um estilo de vida, de aprendizagem e trabalho propício ao desenvolvimento da saúde, sendo que sua principal finalidade é contribuir para o desenvolvimento da saúde e da educação dos alunos e da comunidade onde se inserem. Procura fortalecer a capacidade do setor saúde e de educação para promover a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida de meninos, meninas, adolescentes, pais, professores e outros membros da comunidade, por meio de suas atividades, incentivando o compromisso dos membros da comunidade com ações dirigidas para melhorar a saúde, a qualidade de vida e o desenvolvimento local (BRASIL, 2006b).

Conforme Goulart (2006), a constituição da Escola Promotora de Saúde foi uma das mais significativas consequências da introdução do conceito de Promoção da Saúde na saúde coletiva, entendendo-se que é a escola que tem uma visão integral do ser humano, que considera as pessoas, em especial as crianças e adolescentes, dentro dos seus ambientes familiares, comunitários e sociais, promovendo a autonomia, a criatividade e a participação dos alunos, bem como de toda a comunidade escolar.

A escola é espaço de grande relevância para Promoção da Saúde, pois exerce papel fundamental na formação do cidadão crítico, estimulando a autonomia, o exercício de direitos e deveres, o controle das condições de saúde e qualidade de vida, com opção por atitudes mais saudáveis. Distinguimos das demais instituições por ser aquela que oferece a possibilidade de educar por meio da construção de conhecimentos resultantes do confronto dos diferentes saberes: aqueles contidos nos conhecimentos científicos repassados nas diferentes disciplinas; aqueles trazidos pelos alunos e seus familiares e que expressam crenças e valores culturais próprios; os divulgados pelos meios de comunicação, muitas vezes fragmentados e

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desconexos, mas que devem ser considerados por exercerem considerável influência sociocultural; e aqueles trazidos pelos professores, constituídos ao longo de sua experiência e resultante de vivências pessoais e profissionais, envolvendo crenças e se expressando em atitudes e comportamentos (BRASIL, 2009a).

O Programa de Saúde na Escola é uma política intersetorial que visa à integração e articulação permanente da educação e da saúde, proporcionando a melhoria da qualidade de vida da população brasileira. Foi instituído em 2007 pelo decreto presidencial nº 6286 e tem como objetivo contribuir para a formação integral dos estudantes por meio de ações de promoção, prevenção e atenção à saúde, com vistas ao enfrentamento das vulnerabilidades que comprometem o pleno desenvolvimento de crianças e jovens da rede pública de ensino (BRASIL, 2007b).

As atividades de educação e saúde ocorrem nos territórios definidos segundo a área de abrangência da Estratégia Saúde da Família (Ministério da Saúde), tornando possível o exercício de criação de núcleos e ligações entre os equipamentos públicos da saúde e da educação (escolas, centros de saúde, áreas de lazer como praças e ginásios esportivos, etc). A criação dos territórios locais é elaborada a partir das estratégias firmadas entre a escola, a partir de seu projeto político-pedagógico e a unidade básica de saúde. O planejamento destas ações do PSE considera: o contexto escolar e social, o diagnóstico local em saúde do escolar e a capacidade operativa em saúde do escolar (MEC, 2011).

Para o alcance dos objetivos e sucesso do PSE é de fundamental importância compreender a Educação Integral como um conceito que compreende a proteção, a atenção e o pleno desenvolvimento da comunidade escolar. Na esfera da saúde, as práticas das equipes de Saúde da Família, incluem prevenção, promoção, recuperação e manutenção da saúde dos indivíduos e coletivos humanos (MEC, 2011).

Papel Do Enfermeiro Na Educação Em Saúde

Educação em Saúde, conceito associado ao de Promoção da Saúde, assume, então, o aspecto de uma educação crítica e transformadora, cuja essência está na melhoria da qualidade de vida e promoção do homem, entendendo a pessoa como agente promotor desse tipo de aprendizagem, proporcionado por uma abordagem socioeducativa que assegure conhecimento, habilidades e formação da consciência crítica para tomar uma decisão pessoal com responsabilidade social (BARROSO; VIEIRA; VARELA, 2003).

De acordo com Acioli (2008), as práticas educativas desenvolvidas no campo da saúde têm sido nomeadas de formas diversas, as quais estão relacionadas à história da Educação e

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Saúde e a forma como essas práticas têm sido apropriadas. Para Granada (2004), a educação em saúde está inserida na história das políticas de saúde no Brasil e teve início ainda no século XX, quando refletiu especialmente a atuação especializada do profissional “educador sanitário”.

Considerando que todo processo educativo é também um processo político, cujos métodos e técnicas devam favorecer a transformação e a emancipação dos sujeitos envolvidos, a Educação em Saúde não deve ser exclusivamente informativa, todavia deve levar os usuários a refletirem sobre as bases sociais de sua vida, passando a perceber a saúde não mais como uma concessão, e sim como um direito social (ALVES; NUNES, 2006).

Com isso evidenciamos que a educação em saúde deve ser baseada na reflexão crítica do grupo quanto aos problemas e às ações necessárias à melhoria da qualidade de vida. A educação em saúde visa então promover a melhoria da qualidade da saúde e da qualidade de vida para a população, como uma prática fundamentada em conhecimento de todos os atores envolvidos, capaz de estabelecer uma relação direta entre a ação de saúde, o pensar e o fazer no cotidiano da população e não somente uma ação de repasse de informações que pouco contribuirá para mudar uma realidade aparente (VASCONCELOS, 2001).

É nesse sentido, que ações de educação em saúde e mobilização social são estratégias para promover a saúde de coletivos e controlar doenças negligenciadas.

Assim, o trabalho a ser realizado com os adolescentes no âmbito escolar precisa ser baseado em uma nova perspectiva da Educação em Saúde, substituindo o enfoque repressor pelo de orientação aos jovens e, ainda, criando espaços para discussões que envolva os pais, bem como todo o pessoal da escola, a fim de que escola e família, juntas, encontrem meios para ajudar as crianças e os adolescentes (LOPES et al., 2007; STEWART-BROWN, 2007).

De acordo com Lopes et al. (2007), o trabalho do enfermeiro na escola se reveste da maior importância, uma vez que a parceria da escola com os enfermeiros, por meio de métodos diversificados, interativos e construtivos, pode auxiliar na identificação precoce de fatores de risco, minimizar repercussões negativas na qualidade de vida dos estudantes, bem como promover o desenvolvimento saudável destes, traduzindo-se em resultados promissores para este grupo.

Dias et al. (2010), em estudo sobre riscos e vulnerabilidades relacionados à sexualidade na adolescência, destaca a relevância da união de ações e ideias de profissionais de saúde e da escola. Para estes, a escola é um ambiente favorável para prática de Educação em Saúde com adolescentes e a parceria entre escola e profissionais de saúde, notadamente o enfermeiro, pode contribuir para o “empoderamento” desses indivíduos na realização de

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medidas preventivas e, consequentemente, na efetivação de ações que possibilitem a redução da vulnerabilidade desses adolescentes às IST’S e à gravidez não planejada.

Com isso, a atuação do enfermeiro enquanto agente promotor de ações de saúde no cenário escolar assume papel preponderante, já que a enfermagem, cujo campo de ação vem sendo ampliado dia após dia, historicamente tem desenvolvido ações de Promoção da Saúde, de prevenção de riscos, de educação, de reabilitação social, tanto nas instituições de saúde, de educação, e na própria comunidade (LOPES et al., 2007).

Sousa et al. (2007), em relato de experiência acerca de programa educativo sobre sexualidade e IST’S realizado com um grupo de adolescentes, destacam como ponto facilitador para a operacionalização das oficinas realizadas com este grupo e o alcance dos objetivos propostos o fato do envolvimento contínuo de educadoras e enfermeiros, além do conhecimento sobre os temas específicos, gerando credibilidade por parte dos adolescentes ao trabalho realizado por estas.

Monteiro et al. (2011), em estudo com adolescentes, também enfatizam a importância do trabalho do enfermeiro na promoção da saúde, com ênfase nas ações de Educação em Saúde, destacando que este é capaz de propiciar ações para o “empoderamento” dos sujeitos, bem como para o exercício de uma cidadania solidária.

Fica evidente, portanto, que o enfermeiro desenvolve importante papel para o fortalecimento da Promoção da Saúde, ao realizar ações intersetoriais, sobretudo através da parceria entre saúde e educação. Logo, é notória a relevância deste profissional no desenvolvimento de ações de prevenção de doenças e agravos e de Educação em Saúde com crianças, adolescentes e jovens no contexto escolar, reduzindo riscos e vulnerabilidades o mais precocemente possível, gerando bem-estar individual e coletivo e promovendo a qualidade de vida e saúde deste grupo.

Qualquer pessoa sexualmente ativa pode adquirir IST’S/Aids. Entretanto, o adolescente é considerado sujeito bastante vulnerável, tendo em vista que a adolescência é uma etapa da vida repleta de conflitos, pessoais e interpessoais, e em que influências culturais, de familiares, da mídia, dos amigos e da sociedade repercutem diretamente nos comportamentos e atitudes, influenciando e determinando a saúde presente e futura (TORRES; BESERRA; BARROSO, 2007).

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4. METODOLOGIA

Público-alvo e Cenário da Operação

Estudantes do ensino médio de uma escola estadual localizada no território de atuação da Clínica da Família Nilda Campos de Lima no município do Rio de Janeiro – RJ.

Elementos do plano de intervenção

Trata-se de um Projeto de intervenção local com o objetivo de compartilhar conceitos a partir da representação e entendimento dos adolescentes acerca das IST’S e AIDS. O plano será desenvolvido em uma Escola Estadual do Território aIST’srito da Clínica da Família Nilda Campos de Lima. O período da atividade será definido junto à Direção da Escola e pela Gerência da Unidade de Saúde, em conformidade das agendas.

A partir do trabalho coletivo, é possível aprofundar conhecimentos e discutir com o grupo o tema e o processo utilizado.

O material a ser utilizado serão 4 folhas de papel 40 kg, caixa de caneta pilot e fita crepe. O moderador irá dividir as pessoas em 4 grupos, entregando uma folha de papel 40 kg e caneta pilot para cada grupo. Ele solicita que os papéis sejam divididos em duas colunas com os dizeres “sei” e “não sei”, disponibiliza de 10 a 15 minutos para que os grupos trabalhem. Um grupo vai trabalhar com “o que é AIDS”, o segundo grupo “formas de transmissão” e o terceiro trabalhará com “formas de prevenção e tratamento”.

1. Pedir ao grupo 1 que coloque na parte de cima da folha com letras grandes: O QUE É AIDS e seguidamente coloquem embaixo do lado esquerdo O QUE SEI e do lado direito O QUE NÃO SEI;

2. Pedir ao grupo 2 que coloquem na parte de cima da folha com letras grandes COMO SE TRANSMITE A AIDS e também dividam a folha embaixo e, do lado direito colocar O QUE SEI e do lado esquerdo O QUE NÃO SEI;

3. Pedir ao grupo 3 que coloquem na parte de cima da folha com letras grandes COMO SE PREVINE E COMO SE TRATA A AIDS e dividam a folha, do lado esquerdo com os dizeres O QUE SEI e do lado direito O QUE NÃO SEI.

Após transcorrido o tempo estabelecido, a folha passa para o grupo da direita, que terá 5 minutos para pensar e acrescentar coisas ao que foi colocado. Haverá mais uma troca, até que o papel volte para o grupo de origem.

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Ao final as 3 folhas são coladas na frente da sala de forma visível para todos e um representante de cada grupo apresenta a produção do grupo e as dúvidas. A moderação discute as dúvidas com o grande grupo, corrige e acrescenta informações com a participação de todos. Formando então conceitos coletivo sobre as IST’S/Aids.

Os recursos necessários para realizar a ação são papel 40 kg, hidrocores, lápis, canetas, revistas e materiais informativos relacionados à IST’S/AIDS. A fonte de financiamento será a Clínica da Família Nilda Campos de Lima

CUSTEIO QUANTIDADE VALOR

INDIVIDUAL TOTAL

Lápis 20 R$0,50 R$10,00

Caneta esferográfica 20 R$1,50 R$30,00 Lanche (Pão, mortadela,

queijo, requeijão, sucos, bolo) 40 R$4,00 R$160,00

Papel 40kg 10 R$0,80 R$8,00

Papel ofício 1 resma R$6,90 R$6,90 Materiais sobre IST’S/AIDS 60 0 0

TOTAL R$214,90

Fragilidades e Oportunidades

Espera-se, com esse trabalho, contribuir para uma maior participação social no controle e divulgação das IST’S/AIDS no município do Rio de Janeiro, em parceria com os profissionais de saúde, fortalecendo o vínculo entre os setores da saúde e educação e destes com a comunidade, além de incentivar os alunos a darem continuidades aos seus estudos, e o fortalecimento da importância do seu papel na sociedade. A fragilidade pode se dar por parte dos representantes da Secretaria Municipal de Educação e pais de alunos entenderem que este trabalho tem por objetivo a informação e não o incentivo as práticas sexuais.

Processo de Avaliação

Para a avaliação do plano de intervenção, será utilizado o relato de experiência do próprio público-alvo, que darão elementos à percepção dos objetivos alcançados.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Considera-se importante a sensibilização da sociedade quanto a importância da prevenção das infecção sexualmente transmissíveis, para o controle dos agravos e complicações que

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possam surgir. Nesse sentido, é fundamental que os profissionais de saúde, particularmente da Atenção Básica, estejam qualificados para tal trabalho e que haja espaço para a mobilização social, trabalho com parceiros locais e articuladores de territórios principalmente os jovens e adolescentes.

O trabalho com o Programa Saúde na Escola, e a Unidade de Atenção Primária à Saúde, quando bem articulados, podem formar grandes potências na divulgação e educação em saúde. Visto que o espaço escolar de caráter formativo em todas as faixas etárias, englobando a maioria da população, estudantes ou não, sendo a clínica da família com o seu olhar clínico-epidemiológico de tais agravos, formulando estratégias e planejamentos para o seu controle.

No trabalho do protagonismo juvenil, os jovens são pessoas que estão sendo preparadas na fase adultas, passando por todas aquelas questões e dúvidas da juventude. Quando os mesmo obtêm autonomia de suas vidas, podemos formá-los mais responsáveis, provando assim a sua importância na sociedade. Uma das metodologias que usamos no âmbito do PSE é a educação entre pares, que consiste no diálogo e na informação de jovens para jovens, pois assim acredita-se que um possa dar mais atenção no que o outro tem a dizer.

Conclui-se a importância de se trabalhar com a promoção da saúde, protagonismo juvenil e a prevenção das infecção sexualmente transmissíveis, visando à formação de jovens engajados e promotores territoriais, mostrando a sua importância na sociedade, que sabe usar os recursos que ela oferece, como unidades de saúde, esporte, espaços para reuniões e articulações diversas e, fazendo de sua comunidade um local melhor de se viver.

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Referências

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