Atenção, estresse e satisfação com a vida: estudo exploratório em instrutores de salto duplo no paraquedismo

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

ATENÇÃO, ESTRESSE E SATISFAÇÃO COM A VIDA

ESTUDO EXPLORATÓRIO EM INSTRUTORES DE

SALTO DUPLO NO PARAQUEDISMO

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM CIÊNCIAS DO DESPORTO COM ESPECIALIZAÇÃO EM AVALIAÇÃO E PRESCRIÇÃO DE ATIVIDADE FÍSICA

RAMON MORAIS E MEDEIROS

Orientadorer: Prof. Doutor José Carlos Leitão Prof.ª Doutora Mª. Do Socorro Cirilo

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ATENÇÃO, ESTRESSE E SATISFAÇÃO COM A VIDA

ESTUDO EXPLORATÓRIO EM INSTRUTORES DE

SALTO DUPLO NO PARAQUEDISMO

RAMON MORAIS E MEDEIROS

Orientadorer: Prof. Doutor José Carlos Leitão Prof.ª Doutora Mª. Do Socorro Cirilo

UTAD Vila Real – 2013

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FICHA CATALOGRÁFICA

Medeiros, Ramon Morais e.

Atenção, estresse e satisfação com a vida – Estudo explratório em instrutores de salto duplo no paraquedismo. Vila real: [s.n], 2013.

Orientadores: Prof. Doutor José Carlos Leitão Prof.ª Doutora Mª. Do Socorro Cirilo

Dissertação (Mestrado) Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

PALAVRAS-CHAVE: Atenção concentrada; estresse profissional; qualidade de vida; paraquedismo; salto duplo.

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Esta dissertação foi expressamente elaborada com vista à obtenção do grau de Mestre em Ciências do Desporto na área de especialização em Avaliação e Prescrição nas Atividades Físicas Desportivas, pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

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Deus não escolhe os capacitados, capacita os escolhidos. Fazer ou não fazer é algo que só depende de nossa vontade e perseverança.

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AGRADECIMENTOS

A Deus primeiramente por me proporcionar a oportunidade e me dado motivação para continuar e enfrentar os problemas que surgiram no decorrer.

Aos meus pais Raul Morais dos Santos Junior (in memorium) e Maria Elza Morais de Medeiros pela base solida e caráter, em especial para minha mãe, pois sem seu apoio e suporte sempre presentes, certamente se não fosse por ela eu não teria concretizado essa etapa.

A minha esposa Patrícia Franklin da Silva pelo suporte, paciência e boa vontade, pela força transmitida e demonstrada nos momentos difíceis em que precisei me ausentar.

Ao meu orientador Professor Doutor Jose Carlos Leitão por ter aceitado o desafio de me orientar em um tema tão delicado, e por toda a paciência e conhecimento compartilhado, muito obrigado.

A minha orientadora Professora Doutora Maria do Socorro Cirilo por ter tido paciência e dedicação, o meu muito obrigado.

Aos meus filhos Kevin e Livia pelos momentos de alegria, carinho e amor, são verdadeiros tesouros.

As minhas irmãs Rossandra Morais e Medeiros e Rafaela Medeiros de Morais que sempre me apoiaram e ajudaram nos momentos em que minha família precisou por ocasião da minha ausência.

Aos meus sogros José Maria e Maria Franklin que não se negaram a prestar o suporte necessário e ao carinho com as crianças.

Aos meus cunhados e José Maria Júnior e Tibério Max e suas digníssimas esposas pelos momentos de descontração e apoio a minha família.

Ao meu amigo e mentor Professor Mestre Francisco Leão Neto quem me guiou para iniciar essa missão e me colocou no caminho certo, sem contar nas quantidades de horas de conselhos e orientações baseadas somente na amizade.

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Aos meus amigos e colegas de mestrado e companheiros de alojamento que foram fundamentais nos momentos de solidão longe da família e suporte nos momentos de dificuldades.

Aos psicólogos André Ferraz e Clarissa Grechi pela destreza e profissionalismo.

A todos os instrutores voluntários e donos de escola do CNP pela ajuda e disponibilidade para a aplicação dos questionários.

E a todos que de alguma forma, direta ou indiretamente contribuíram e participaram, mesmo que de uma forma muito sucinta, meu muito obrigado, pois a menor das sugestões pode ter aberto uma brecha que se tornou uma janela e tornou-se importante na iluminação dessa escuridão literária.

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ÍNDICE GERAL

FICHA CATALOGRÁFICA ... III AGRADECIMENTOS ... VI ÍNDICE GERAL ... VIII ÍNDICE DE TABELAS ... X ÍNDICE DE FIGURAS ... XI RESUMO ... III ABSTRACT ... IV 1. INTRODUÇÃO ... 1 1.1. APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA ... 3 1.2. OBJETIVOS ... 4 1.3. HIPÓTESES ... 5 2. REVISÃO DA LITERATURA ... 6 2.1. SISTEMA CARDIOVASCULAR ... 9

2.2. SISTEMA HORMONAL E ATIVIDADE FÍSICA ... 10

2.3. ESTRESSE ... 13

2.4. SATISFAÇÃO COM A VIDA ... 14

2.5. ATENÇÃO ... 15

3. METODOLOGIA ... 18

3.1. AMOSTRA ... 19

3.1.1. CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA ... 19

3.2. INSTRUMENTOS E FICHAS DE AVALIAÇÃO ... 21

3.3. VARIÁVEIS ... 23

3.4. PROCEDIMENTOS ... 23

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4.1. ANÁLISE COMPARATIVA DAS VARIÁVEIS EM ESTUDO ... 27

4.1.1. ESTRESSE PROFISSIONAL ... 27

4.1.2. ESCALA DE SATISFAÇÃO COM A VIDA ... 28

4.1.3. ATENÇÃO CONCENTRADA ... 31

4.2. ANÁLISE CORRELACIONAL ENTRE AS VARIÁVEIS DO ESTUDO ... 33

5. DISCUSSÃO ... 35

6. CONCLUSÕES ... 40

6.1. LIMITAÇÕES ... 42

6.2. PROPOSTAS DE INVESTIGAÇÕES FUTURAS ... 43

7. BIBLIOGRAFIA ... 44

8. ANEXOS ... 50 ANEXO I - TABELAS

ANEXO II – QUESTIONÁRIO DEMOGRÁFICO

ANEXO III – QUESTIONÁRIO STRESS PROFISSIONAL ANEXO IV – ESV (SWLS)

ANEXO V – CARTA DE AUTORIZAÇÃO

ANEXO VI – CARTA DE APRESENTAÇÃO ÀS ORGANIZAÇÕES ANEXO VII - TCLE

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Características demográficas dos instrutores tandem (salto duplo) 20 Tabela 2 - Característica profissional dos instrutores tandem (salto duplo) ... 21 Tabela 3 - Análise comparativa dos valores da escala de Estresse ... 27 Tabela 4 - Distribuição de frequência da escala de Estresse nos momentos da

avaliação ... 28

Tabela 5 - Frequência dos agentes causadores de tensão e pressão ... 28 Tabela 6 - Fidelidade da aplicação da escala de satisfação com a vida ... 29 Tabela 7 - Medidas descritivas dos pontos obtidos na escala de satisfação com

a vida ... 30

Tabela 8 - Comparação da variável atenção concentrada nos momentos 1 e 2

... 31

Tabela 9 - Análise de correlação de Spearman entre os resultados do TEACO,

ESV e SP ... 33

Tabela 10 - Análise de correlação de Spearman entre os resultados do ESV e

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Escala de satisfação com a vida ... 30 Figura 2 - Pontos do testes TEACO momentos 1 e 2 ... 32 Figura 3 - Normaltização principal da variavel ... 33

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LISTA DE ABREVIATURAS E TERMOS

AV Átrio Ventricular

CNP Centro Nacional de Pára-quedismo

Briefing Instruções, reunião

CBPq Ou CBP - Confederação Brasileira de Pára-quedismo

Harness Aparelho, arreios, armaduras.

Nomenclatura dada à parte que os paraquedistas vestem e ajustam

Jump Salto, pulo

N Efetivo de uma população, de um universo alvo do estudo

n Efetivo do grupo observado; Amostra

Nor Noradrenalina

USPA United States Parachute Association

Associação de Pára-quedismo dos Estados Unidos

RSL Reserve Static Line – sistema de abertura

semiautomático do reserva

SPSS Programa da IBM para análise estatística

Student Aluno, estudante

Tandem Duplo em fila

Passageiro Pessoa que vai como espectador, conectado ao

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RESUMO

É o mecanismo do estresse que prepara o homem para uma situação de “fugir ou lutar”, ele age no nosso organismo fornecendo mais força e energia para agir o mais rápido possível, porém, se este mecanismo é disparado consecutivamente, pode envenenar o organismo. Neste caso existe a possibilidade de ocorrer o estresse laboral, onde as atividades cotidianas podem interferir no desempenho profissional, esta situação aliada à qualidade de vida talvez interferirá nas atividades laborais, e se o individuo já se encontra estressado e insatisfeito com a própria vida, pode ser determinante quando adicionado às atividades profissionais aumentando o nível de estresse, o que poderia comprometer o desempenho profissional. Os objetivos deste estudo foram analisar e comparar essas variáveis em dois momentos, antes e depois em uma jornada diária de trabalho, com os profissionais que trabalham como instrutor de salto duplo. O paraquedismo por si só é uma atividade estressante, pois a cada salto o individuo se expõe ao risco de lesão ou até mesmo a morte, esse estresse aumenta quando é adicionada uma pessoa leiga como passageira, conectada a frente do profissional, aumenta o estresse por causa da responsabilidade com a integridade física e a vida de outrem. A pesquisa foi realizada com 30 instrutores que atuam na cidade de Boituva em São Paulo, considerada o centro nacional do esporte, a amostra representa 46,9% da população estadual e 23,3% do universo estudado que foi instrutores de salto duplo. Utilizando-se dos instrumentos SP para avaliar o estresse profissional, o ASV para a satisfação com a vida e o TEACO-FF para a atenção concentrada, onde avaliamos a amostra antes e depois da jornada diária de trabalho. A conclusão foi que o grupo se mostrou satisfeito com a própria vida; nível de estresse profissional de “moderado” para “pouco”, não alterando entre os dois momentos e, apresentou uma atenção concentrada considerada normal no início e encerrando o dia melhorando, com nível considerado “médio superior”. Constatou-se que para a qualidade de vida e para o estresse profissional existiu uma forte correlação entre os dois momentos, o que indica uma tendência de encerrar o dia da mesma forma que iniciou, o mesmo não aconteceu com a atenção concentrada.

Palavras-chave: Atenção concentrada, estresse profissional, qualidade

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ABSTRACT

It is the stress mechanism that prepares the man to a state of "flee or fight"; it acts in the body providing more strength and energy to act as quickly as possible, but if it is activated repeatedly can poison the body. In this situation we may have labor stress, where everyday activities can interfere with professional performance, this combined with the quality of life can interfere with work activities, and if the person is already stressed and dissatisfied with their lives, can be decisive when added to his professional activities, increasing the level of stress, which can compromised performance. The goal of this study is to compare these variables in two periods with the professional who work as a tandem jump instructor. The skydive itself is a stressful activity, since in each jump the person is exposed to the risk of injury or even death, this stress increases when it is added a passenger without knowledge of the sport in front of the instructor, responsibility with the physical integrity and life of others. We choose 30 instructors that operate in the city of Boituva in São Paulo, considered national center of the sport, the sample represents 46.9% of the state population and 23.3% of the universe studied that was the tandem jump instructors. Using the instruments, SP to evaluate labor stress, ASV for life satisfaction and TEACO-FF for concentrated attention, where we evaluate the sample before and after the workday. The result was, the group was satisfied with his life, labor stress level from “moderate” to “little”, not changing between the two collects, and showed a concentrated attention considered normal and ending the day better, with level considered average-higher. It was found that the quality of life and professional stress there was a strong correlation between the two moments, which indicates a tendency to finish the day the same way they started, the same does not happen with the concentrated attention.

Keywords: Concentrated attention, professional stress, quality of life,

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1. INTRODUÇÃO

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INTRODUÇÃO

ATENÇÃO, ESTRESSE E SATISFAÇÃO COM A VIDA

ESTUDO EXPLORATÓRIO EM INSTRUTORES DE SALTO DUPLO NO PARAQUEDISMO

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1. INTRODUÇÃO

1. INTRODUÇÃO

A atividade profissional assume grande importância na vida de um indivíduo, representando grande parte da sua existência. Na atualidade dá-se importância ao impacto causado pelo stress na saúde física e mental dos mesmos, o que minimiza bastante as possibilidades de crescimento e desenvolvimento do ser humano nas diversas esferas da sua vida. Todos esses itens tem sido de extrema influência nos problemas de insatisfação pessoal, desinteresse, falta de motivação e exaustão física e emocional, que, de um modo geral, podem dar condução a problemas tanto em relação aos indivíduos, como as instituições, gerando com isso uma menor qualidade do trabalho (Ribeiro, 2010).

A modernidade e as exigências profissionais fazem com que as pessoas aos poucos, venham a desenvolver algum tipo de patologia psicológica. Também contribuem para esse quadro a não disponibilidade para o lazer, a falta de descanso e o sono entre outros fatores que acabam influenciando negativamente a qualidade de vida das pessoas, com isso, prejudicando a saúde e desencadeando situações de stress, que pode ser associado com o nível de satisfação pessoal e com a vida (Silva, Nunez, 2009). Atualmente existe uma grande procura por atividades de aventura extrema e, proporcionalmente aumentam também as preocupações relacionadas à segurança dos praticantes e também dos instrutores. Existem diversos tipos de esporte de aventura praticado em ambientes naturais distintos, alguns exemplos, o aéreo, o aquático e o terrestre; agrupam elementos potencialmente extraordinários, como aqueles ligados ao fator risco. Para além do ambiente natural, onde estão configuradas as modalidades, o fator risco e a procura por desafios apresentam-se como uma condição indispensável para a realização dessas práticas desportivas (Elmes & Barry, 1999; Loewenstein, 1999).

O desporto extremo/radical é caracterizado pelo conjunto de modalidades esportivas não formais e formais, controladas e vivenciadas a partir de percepções e de emoções sob condições de incerteza de informações e de risco calculado, exigindo esforço intenso e autocontrole emocional do

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1. INTRODUÇÃO

praticante, tentando atingir ou superar os próprios limites, que podem ser emocionais, de desempenho e/ou de desafio extremo (Brasil, 2007; Pereira, 2008).

As publicações mais atuais são da associação de paraquedismo dos Estados Unidos, United States Parachute Association (USPA), por meio de boletins direcionados aos instrutores e responsáveis técnicos e periódicos especializados. Esta é uma entidade reguladora e mantém um controle, e armazenamento, sobre todas as informações desta comunidade, principalmente com estatísticas sobre acidentes e incidentes. A Confederação Brasileira de Pára-quedismo – CBPq, organização máxima no controle e regulamentação dos profissionais e atletas no Brasil, ainda esta iniciando nesse sentido, não mantendo dados estatísticos fidedignos sobre acidentes e incidentes nesse esporte, por esse motivo a principal fonte de informações sobre os dados que mostram as tendências de risco é a USPA.

Existem atividades esportivas que oferecem certo grau de risco aos praticantes, ou aventuras extremas que expõem os seus participantes a fortes emoções. No entanto, com a era tecnológica direcionada ao entretenimento, uma pessoa pode simular ou atingir quase as mesmas coisas, de forma controlada e segura. Portanto, cair com um elevador, saltar de pontes, simular vôos, provar velocidades vertiginosas, experimentar exercícios que astronautas realizam estão ao alcance de qualquer pessoa. Utilizando a aventura, o risco e as fortes emoções como centro das diferentes modalidades de esporte de aventura, a realidade demonstra que somente dominar a técnica não é suficiente para que os acidentes sejam evitados. Trata-se de uma vertente esportiva que exige do praticante prudência e habilidade de manter a atenção constante no transcorrer da prática (Le Breton, 2004; Morgan & Fluker, 2006; Ryan, 2003; Spink, 2001).

1.1. APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA

Com profissionalização, visando o lucro, o salto duplo ou salto tandem, como é conhecido no meio, tem se tornado a principal renda das áreas de saltos e de alguns instrutores. Entretanto a necessidade de realizar todas os saltos agendados e mais os que eventualmente que apareçam durante o dia, a

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1. INTRODUÇÃO

pressa e o estresse tornaram-se constante, a atividade aumentou a exposição de riscos para o instrutor e, consequentemente, ao passageiro, transformando a produção neste setor. Isso pode implicar em uma mecanização dos movimentos, que na rotina constante pode reduzir os níveis de atenção na realização do salto, diminuindo a prudência e atenuando o nível de segurança. Nesta perspectiva, aspectos psicológicos, a saber: atenção, estresse e satisfação pessoal são desencadeadores no processo e suscitam a pesquisa no preenchimento de lacunas do conhecimento que sugiram a interferência destes na atuação profissional no paraquedismo. Considerando que a rotina de um instrutor de saltos requer cuidados minuciosos para o desempenho da atividade, além da repetição de ações de segurança, também pelo envolvimento de uma segunda pessoa. Desta forma, as questões de investigação deste estudo são: será que os componentes psicológicos se alteram entre o início e final da jornada de um dia de saltos? O estresse profissional e a satisfação com a vida interferem na atenção concentrada dos instrutores de salto duplo? Integrantes de entidades reguladoras, ao exemplo da CBPq no Brasil, têm se mostrado preocupados com os índices de acidentes e incidentes envolvendo os saltos com passageiros. Neste contexto, o estudo aqui realizado busca abordar os aspectos psicológicos da profissão relacionada com o instrutor de salto duplo, uma vez que a razão pelo qual os incidentes acontecem, podem estar relacionados com os níveis de atenção e estresse provocados pelo risco de exposição dos profissionais durante a execução de suas tarefas diárias.

1.2. OBJETIVOS Geral

Q Analisar os componentes psicológicos da atenção, estresse e satisfação com a vida, em duas etapas em uma jornada de um dia de saltos.

Específicos

Q Verificar os níveis de atenção, estresse e satisfação pessoal em dois momentos da jornada de trabalho diário: momento 1 no inicio e momento 2 no final;

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1. INTRODUÇÃO

Q Identificar características profissionais inerentes à atividade de risco;

Q Comparar e correlacionar os aspectos psicológicos com a jornada diária e exposição ao risco para a segurança.

1.3. HIPÓTESES

1. Não existem diferenças significativas entre os componentes psicológicos da atenção, estresse e satisfação com a vida, antes e depois da jornada diária de saltos.

2. O estresse profissional não influencia na atenção concentrada do instrutor de salto duplo no decorrer da jornada de saltos diária. 3. A satisfação com a vida não influencia na atenção concentrada do

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2. REVISÃO DA LITERATURA

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REVISÃO DA LITERATURA

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2. REVISÃO DA LITERATURA

Esportes de aventura são adotados como uma opção de ócio ativo nos momentos de tempo livre, sobretudo entre a população adolescente e adulto-jovem das grandes cidades. Para o sistema de saúde pública essa prática é um elemento contraditório, uma vez que muitos praticantes são vítimas de sérios acidentes, muitas vezes fatais quando não atuam dentro das normas e/ou técnicas de segurança, mas, contudo, essa aventura é empregada como uma forma lúdica de controlar o estresse e de diversos fatores de risco para diferentes consternações. Assim, a prática de esportes de aventura pode ser arriscada e/ou lesivo, e ao mesmo tempo uma forma de adaptação com as ameaças da vida cotidiana (Pimentel, 2008).

Giddens (2002) alega que uma das características presente nos sujeitos que se lançam em situações de risco são as emoções que podem ser atingidas na vivência do risco cultivado. Elas dependem de uma exposição deliberada à incerteza, permitindo que a experiência se destaque do cotidiano. A sensação do risco cultivado se nutre de uma coragem sentida de forma socialmente positiva. O indivíduo passa a cortejar e a vivenciar riscos sem nenhuma obrigação; vive pelo prazer de arriscar-se e de dominar o risco. Quanto mais arriscada e radical é a atividade, mais regras de segurança são necessárias. Segurança, portanto, é a palavra chave, inclusive alvo de preocupação para todos os praticantes, principalmente para as pessoas que procuram essas atividades para ter uma experiência única, sem necessariamente tornarem-se praticantes assíduos das mesmas.

As sensações que levam a fortes emoções, tais como vertigem, risco, adrenalina e a superação de limites passaram integrar a linguagem habitual daqueles que aderem à aventura e ao risco calculado, características estas que motivam essas práticas. Os praticantes dessa tendência esportiva se manifestam apresentando discursos com sentidos de exploração dos diferentes ambientes naturais: terrestre, aquático e aéreo. O fator risco os provoca, acirra o medo e, simultaneamente, proporciona um prazer inigualável que é atribuído

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ao elemento radical no esporte de aventura junto à natureza (Paixão et al, 2011).

Este trabalho enquadra-se no âmbito da psicologia desportiva, atividade física e do desporto de aventura extremo, por se tratar de um esporte que envolve emoção e risco de injúria ao praticante. Neste estudo, a proposta é realizar uma pesquisa com um desporto radical: o paraquedismo. Na atualidade, há uma procura muito grande pelo salto duplo, mundialmente conhecido como “tandem jump” ou simplesmente “tandem” no meio dos praticantes, em que uma pessoa não praticante (passageiro/aluno) do esporte tenta sentir a emoção do salto de paraquedas saltando conectada, utilizando um equipamento (harness) específico para a finalidade, ao um instrutor qualificado para realizar saltos duplos, o passageiro não tem nenhuma responsabilidade técnica com o salto, mas sim o instrutor que tem a responsabilidade de aplicar toda a técnica e experiência para proporcionar ao passageiro uma aventura segura e prazerosa que não termina ao pousar, mas sim ao desequipar na área determinada. Entidades reguladores, ao exemplo da USPA e CBPq, estão se mostrando cada vez mais, através dos dirigentes, preocupadas com a quantidade de incidentes e fatores indicativos de risco envolvendo saltos duplo, relatados através dos relatórios específicos de comunicação de acidentes (USPA, 2011).

O Desporto Radical, também conhecido como extremo, é caracterizado pelo conjunto de modalidades esportivas formais e informais, controladas e vivenciadas a partir de percepções e de emoções em situações de dúvida, de informações incertas e de risco calculado, exigindo esforço intenso do organismo e autocontrole emocional do individuo que o pratica, tentando atingir e/ou superar os próprios limites, sendo eles emocionais, de desempenho e/ou de desafio extremo (Brasil, 2007; Pereira; Armbrust; Ricardo, 2008). Indo além do espaço natural, no qual se configuram as modalidades de esporte de aventura, o risco corrido e a constante busca por desafios apresentam-se como uma condição indispensável para a realização dessas práticas esportivas (Elmes; Barry, 1999; Loewenstein, 1999; Paixão et al, 2011).

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2.1. SISTEMA CARDIOVASCULAR

O coração humano apresenta quatro cavidades: duas superiores, denominadas átrios, ou aurículas e, duas inferiores, denominadas ventrículos (Gray´s, 2000; Guyton, 2006). O átrio direito tem comunicação com o ventrículo por meio da válvula tricúspide. O átrio esquerdo se comunica com o ventrículo através da válvula bicúspide ou mitral. As válvulas cardíacas tem a função de garantir que o sangue siga uma única direção, sempre dos átrios para os ventrículos (Gray´s, 2000; Guyton, 2006).

Ainda que o coração possua seus próprios sistemas intrínsecos de controle e possa permanecer a atuar, a eficácia da ação do coração pode ser muito alterada pelos impulsos reguladores do sistema nervoso central. A conexão do sistema nervoso com o coração é feito através de dois grupos diferentes de nervos, o sistema simpático e o parassimpático. A estimulação dos nervos parassimpáticos causa os seguintes efeitos sobre o coração: diminuição da frequência dos batimentos cardíacos; diminuição da força de contração do músculo atrial; diminuição na velocidade de condução dos impulsos através do nódulo AV (atrioventricular), aumentando o período de retardo entre a contração atrial e a ventricular e diminuição do fluxo sanguíneo através dos vasos coronários que mantêm a nutrição do próprio músculo cardíaco. Todos esses efeitos podem ser resumidos, dizendo-se que a estimulação parassimpática diminui todas as atividades do coração. Usualmente, a função cardíaca é reduzida pelo parassimpático durante o período de repouso, juntamente com o restante do corpo. Isso talvez ajude a preservar os recursos do coração; pois, durante os períodos de repouso, indubitavelmente há um menor desgaste do órgão.

A estimulação dos nervos simpáticos apresenta efeitos exatamente opostos sobre o coração: aumento da frequência cardíaca, aumento da força de contração e aumento do fluxo sanguíneo através dos vasos coronários visando a suprir o aumento da nutrição do músculo cardíaco (Charmandari, 2005). Esses efeitos podem ser resumidos, dizendo-se que a estimulação simpática aumenta a atividade cardíaca como bomba, algumas vezes aumentando a capacidade de bombear sangue em até 100 por cento. Esse efeito é necessário quando um indivíduo é submetido a situações de estresse,

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tais como exercício, doença, calor excessivo, medo ou outras condições que exigem um rápido fluxo sanguíneo através do sistema circulatório. Por conseguinte, os efeitos simpáticos sobre o coração constituem o mecanismo de auxílio utilizado numa emergência, tornando mais forte o batimento cardíaco quando necessário (Charmandari, 2005).

Os neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso simpático secretam principalmente noradrenalina, razão pela qual são denominados neurônios adrenérgicos (Santos, 2008). A estimulação simpática do cérebro também promove a secreção de adrenalina pelas glândulas adrenais ou suprarrenais. A adrenalina é responsável pela taquicardia (batimento cardíaco acelerado), aumento da pressão arterial e da frequência respiratória, aumento da secreção do suor, da glicose sanguínea e da atividade mental, além da constrição dos vasos sanguíneos da pele. O neurotransmissor secretado pelos neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso parassimpático é a acetilcolina, razão pela qual são denominados colinérgicos, geralmente com efeitos antagônicos aos neurônios adrenérgicos. Dessa forma, a estimulação parassimpática do cérebro promove bradicardia (redução dos batimentos cardíacos), diminuição da pressão arterial e da frequência respiratória, relaxamento muscular e outros efeitos antagônicos aos da adrenalina.

2.2. SISTEMA HORMONAL E ATIVIDADE FÍSICA

A adrenalina ou epinefrina é um hormônio secretado pelas glândulas suprarrenais, assim chamadas por estarem acima dos rins (Gray´s, 2000), determina reações rápidas de vários órgãos, diante de situações de alerta e emergência. Em momentos de "stress", junto com a noradrenalina, prepara o organismo para reagir ou fugir, similar ao efeito do sistema nervoso simpático (Oberbeck, 2006; Charmandari, 2005). Portanto, aumenta a frequência cardíaca, a respiratória, o fluxo sanguíneo para a maioria dos músculos esqueléticos e a concentração de glicose no sangue. Elas diminuem o fluxo sanguíneo para os órgãos da digestão e diminuem a maioria dos processos digestivos (Guyton, 2006). Quando lançada na corrente sanguínea, devido a quaisquer condições do meio ambiente que ameacem a integridade física do corpo, fisicamente ou psicologicamente, a adrenalina aumenta a frequência dos

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batimentos cardíacos e o volume de sangue por batimento cardíaco, eleva o nível de açúcar no sangue (hiperglicemiante), minimiza o fluxo sanguíneo nos vasos e no sistema intestinal enquanto maximiza o tal fluxo para os músculos voluntários nas pernas e nos braços e "queima" gordura contida nas células adiposas. Isto faz com que o corpo esteja preparado para uma reação, como reagir agressivamente ou fugir, por exemplo, (Oberbeck, 2006; Charmandari, 2005).

A maioria dos efeitos da adrenalina é no sistema cardiovascular. Aumentando a força de contração cardíaca – efeito inotrópico positivo: ação beta-1 – e aumenta a frequência cardíaca – efeito cronotrópico positivo: ação beta-1. Estes efeitos levam a uma demanda maior de oxigênio no miocárdio. Faz constrição das arteríolas da pele, das mucosas, e vísceras (efeitos alfa-1) e dilata os vasos que irrigam o fígado e a musculatura esquelética – efeitos beta-2. O fluxo sanguíneo renal é diminuído. Ocorre um aumento na pressão sistólica e uma pequena diminuição na pressão diastólica (Charmandari, 2005; Oberbeck, 2006). Os dois estímulos principais gerados pela adrenalina para o coração são o aumento dos batimentos cardíacos e da tensão arterial. Visam um desempenho acelerado no suprimento sanguíneo ao cérebro e aos outros órgãos; o sistema vascular do coração (coronárias) e o cerebral recebem uma elevação súbita da tensão (Charmandari, 2005; Oberbeck, 2006; Guyton, 2006).

A noradrenalina (Nor) é o neurotransmissor do sistema nervoso simpático. É uma molécula sintetizada no cérebro e no sistema límbico. É um dos neurotransmissores, e está relacionado com o raciocínio e emoções. Uma de suas funções, no corpo, é manter a tonicidade muscular nos vasos sanguíneos, controlando, então, a pressão sanguínea. Causa um aumento na resistência periférica devido a uma intensa vasoconstrição da maioria dos leitos vasculares, incluindo os rins. As pressões sistólicas e diastólicas são aumentadas. Em tecidos cardíacos isolados aumenta a força de contração cardíaca. Isto ocorre devido ao aumento da pressão arterial que induz o reflexo vagal através de barorreceptores. A bradicardia produzida por este mecanismo é suficiente para anular sua ação no coração (Guyton, 2006).

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A dopamina é um neurotransmissor, precursor natural da adrenalina e da noradrenalina. Tem como função a atividade estimulante do sistema nervoso central. É segregada pelo neurônio na sinapse, onde se combina com seus receptores específicos nos neurônios adjacentes. Ela é, portanto, um neurotransmissor sintetizado por certas células nervosas que age em regiões do cérebro promovendo, entre outros efeitos, a sensação de prazer e a motivação (Santos, 2008).

Depois de sintetizada, é armazenada dentro de vesículas nas sinápticas. Quando chega um impulso elétrico na sinapse, essas vesículas dirigem-se para a periferia do neurônio e liberam seu conteúdo na fenda sináptica. Uma vez libertada, atravessa essa fenda e se liga aos seus receptores específicos na membrana do próximo. O neurônio que a secreta é chamado de Neurônio Pré-Sináptico, porque a recebe antes da sinapse e o que a recebe é chamado de Neurônio Pós-Sináptico. Uma série de reações ocorre quando a Dopamina ocupa seus receptores – receptores dopaminérgicos – no neurônio pós-sináptico: alguns íons entram e saem desse neurônio e algumas enzimas são libertadas ou inibidas. Após cumprir sua função, estimular o neurônio seguinte, ela é recapturada pelo neurônio Pré-Sináptico, o mesmo que a secretou, através de proteínas chamadas de transportadores de Dopamina, localizadas neste mesmo neurônio. Estimula os receptores adrenérgicos do sistema nervoso simpático. Também atua sobre os receptores dopaminérgicos nos leitos vasculares renais, mesentéricos, coronarianos e intracerebrais, produzindo vasodilatação (Oberbeck, 2006; Santos, 2008).

A endorfina é um neurotransmissor, assim como a noradrenalina, a acetilcolina e a dopamina, é uma substância química utilizada pelos neurônios na comunicação do sistema nervoso. É um hormônio, uma substância química que, transportada pelo sangue, faz comunicação com outras células. Sua denominação se origina das palavras "endo" – interno e "morfina" – analgésico. As endorfinas foram descobertas em 1975. Encontradas 20 tipos diferentes de endorfinas no sistema nervoso, sendo a beta-endorfina a mais eficiente, pois é a que dá o efeito mais eufórico ao cérebro. A endorfina é produzida em resposta à atividade física, visando relaxar e dar prazer, despertando uma sensação de euforia e bem-estar.

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2.3. ESTRESSE

O estresse vem sendo estudado em uma variedade de contextos e é associado a inúmeras variáveis. Principalmente nas últimas quatro décadas as pesquisas com este construto vêm crescendo na literatura internacional, sendo associado com uma piora na saúde mental e maior utilização de álcool (Richman et al., 2004), com a dor lombar (Yip, 2004), mas também relacionando-o com o bem-estar psicológico (Rout, 1999), além da inteligência emocional e as estratégias de enfrentamento (Ogińska-Bulik, 2005) e absenteísmo no trabalho (Melchior et al., 2005), dentre outras. Pesquisa sobre o estresse na área laboral e fenômenos associados, exemplo burnout, também segue a mesma tendência na literatura internacional e nacional. Ao lado dessa tendência vem se observando o desenvolvimento de instrumentos nacionais validados para avaliar o estresse organizacional (Sisto et al., 2007).

Diversos são os estudos abordando estresse ocupacional, também denominado de estresse laboral ou organizacional. No entanto, a associação do estresse e/ou burnout aos fenômenos e processos básicos psicológicos não vem ganhando muita atenção na literatura (Linden et al., 2005), inclusive na literatura nacional. Sabe-se que o estresse está associado a diversas variáveis psicológicas, tais como falta de motivação, problemas com processamento de informações, falta de concentração, problemas com memória e atenção (Goldberger; Breznitz, 1982). Meewisse et al. (2005) dizem que os processos de atenção são a base do processamento de informação e pré-requisitos para um adequado funcionamento do indivíduo em sua vida organizacional, bem como para as atividades diárias. A atividade profissional assume grande importância na vida de um indivíduo, representando grande parte da sua existência. Na atualidade dá-se importância ao impacto causado pelo stress na saúde física e mental dos mesmos, o que minimiza bastante as possibilidades de crescimento e desenvolvimento do ser humano nas diversas esferas da sua vida. Todos esses itens tem sido de extrema influência nos problemas de insatisfação pessoal, desinteresse, falta de motivação e exaustão física e emocional, que, de um modo geral, podem dar condução a problemas tanto em relação aos indivíduos, como as instituições, gerando com isso uma redução na qualidade do trabalho (Ribeiro, 2010). A modernidade e as

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exigências profissionais fazem com que as pessoas aos poucos, venham a desenvolver algum tipo de patologia psicológica. Também contribuem para este quadro a não disponibilidade para o lazer, a falta de descanso e o sono entre outros fatores que acabam influenciando negativamente a qualidade de vida das pessoas, com isso, prejudicando a saúde e desencadeando situações de estresse, que pode ser associado com o nível de satisfação pessoal e com a vida (Silva; Nunez, 2009).

2.4. SATISFAÇÃO COM A VIDA

A atividade física tem trazido cada vez mais impacto na vida das pessoas e como elas se sentem. A satisfação com a vida abrange uma consciência cognitiva sobre a vida da própria pessoa em que os critérios para tal análise são intrínsecos. Tem relação com as experiência da pessoa durante toda a sua vida, relacionado as condições de como o sujeito as transpôs. Essa satisfação é uma análise pessoal de alguns aspectos na vida, como o trabalho, a saúde, a moradia e suas condições, as relações sociais e a autonomia dentre tantos outros, assim sendo, um processo de análise da própria vida segundo uma crítica pessoal. Em alguns estudos foi constatado que o individuo que não realiza exercícios e não interage com grupos e atividades físicas tendem a ter uma redução nos níveis de satisfação com a vida (Lucas et al, 2012).

Alguns autores delineiam o construto satisfação com a vida a partir de uma ligação com diferentes áreas, que podem ser: relacionamento com familiares, os filhos e a educação dos mesmos, saúde própria e dos membros da família, o próprio relacionamento conjugal ou pessoal, personalidade, recreação, desenvolvimento e conhecimento, criatividade e expressão pessoal. Por ser um conceito subjetivo, logo, é relativo a como cada sujeito está satisfeito em áreas e momentos distintos de sua vida, Assim sendo pode-se classificá-lo como um construto multidimensional (Oliveira et al, 2009).

Alguns autores propõe um modelo de satisfação com a vida baseado no campo de comparação próprio (Self Comparado), refere-se às conjeturas de comparação social, ou seja, quando os sujeitos analisam como estão as próprias vidas, são comparadas com vários modelos, que podem ter como referência condições passadas, pessoas, necessidades, aspirações ou metas a

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atingir. O modelo de metas a serem alcançadas também tem destaque na influência dessa probabilidade multidimensional de determinação do modelo de satisfação. O conceito de satisfação com a vida pode ser resposta direta da metas determinadas pelo individuo, os meios utilizados para atingi-las e os resultados decorrentes da concretização dessas metas (Segabinazi et al., 2010).

Scorsolini-Comin e Santos (2010) relata que estar satisfeito é essencial para um relacionamento interpessoal. Partindo deste ponto, pode-se presumir que quanto mais satisfeitos o indivíduo se sente em um relacionamento pessoal maior é a probabilidade do mesmo esta satisfeito com ele mesmo, sendo assim, podemos supor que apresentaria um maior nível de bem estar, fazendo assim a ligação com o construto satisfação com a vida. Esse conceito faz ligação a uma percepção cognitiva de algum setor especifico da vida do individuo, um procedimento de julgamento e análise geral inerente a si mesmo de como vive, utilizando de critérios próprios de avaliação. O resultado dessa avaliação esta ligado diretamente a confrontação entre as conjunturas da vida e um modelo de referência que pelo individuo foi escolhido.

2.5. ATENÇÃO

Os processos cognitivos que envolvem o controle executivo podem se caracterizar pela interdependência, Hutton e Towse (2001), ao defenderem que a memória de trabalho envolve os processos da atenção e concentração, da mesma forma, Hollingworth (2006), Wolfe, Reinecke e Brawn (2006) associam os processos de atenção à memória visual de curto prazo, relatando que quando um indivíduo direciona e foca a atenção á um estímulo visual, há maior probabilidade de haver a formatação e representação desse estímulo, também dependendo da acuidade dos processos sensórios do indivíduo. No entanto, em figuras repetidas rapidamente, quando alguém foca um estímulo visual específico em cada figura, pode-se perder a noção de mudança de tonalidade de cor nas figuras. Por sua vez, Vondras et al., (2005) se referem ao declínio dos processos cognitivos com o passar dos anos, referindo que a idade acaba proporcionando uma diminuição dos recursos de atenção, além do que o estresse e constantes eventos que causam irritação no cotidiano também

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se encontram negativamente associados com os processos executivos, inclusive com a memória e a atenção.

Para Sisto et al. (2006) a atenção sustentada supõe que a pessoa mantenha o foco em um estímulo, ou sequência de estímulos, por um longo período de tempo, ao mesmo tempo em que estão presentes elementos que causam distração, exigindo uma certa velocidade de processamento, uma vez que é imposto um tempo de execução. Segundo os autores, uma característica particular desse tipo de atenção é que, no caso de um teste, deve ser controlado que o tempo que o sujeito disponha para a sua realização lhe permita chegar até o final, para que dessa forma possa comprovar ou não se houve uma diminuição, uma estabilidade ou um aumento da sustentação da atenção. Por sua vez, a atenção dividida consiste na capacidade do individuo manter a atenção em estímulos diferentes com a finalidade de executar duas tarefas distintas simultaneamente. Já a atenção alternada consiste na capacidade do individuo manter o foco de atenção ora em um estímulo ora em outro.

Em relação à atenção concentrada, segundo Cambraia (2003), ela pode ser definida como a capacidade de selecionar apenas uma fonte de informação dentre várias disponíveis num tempo pré-determinado. Vale destacar que muitas vezes os conceitos de atenção sustentada e concentrada são tratados como similares na literatura. Porém, há diferenças nos dois tipos. O primeiro deles destaca que na atenção sustentada o foco da atenção não necessariamente deve ser mantido em apenas um estímulo, enquanto que na atenção concentrada isso é necessário. O segundo destaca que para avaliar a sustentação devem ser criadas condições para que o sujeito consiga chegar até o final do teste, o qual pode ser feito de diferentes maneiras, enquanto que na atenção concentrada é dado um tempo pré-estabelecido, independentemente se o sujeito consegue chegar até o final do teste ou não.

Scheufele (2000) desenvolveu uma pesquisa por intermédio de um delineamento quase-experimental, avaliando a atenção em 67 homens, sem problemas psiquiátricos, em diversas situações diferentes, tais como relaxamento progressivo, relaxamento por música clássica e grupos com controle de atenção (ouvir histórias por vídeo-tape e lembrar dos detalhes em

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seguir) e silêncio, com controle de inoculação de estresse. Os grupos que ouviram música clássica e que passaram por controle de atenção relataram maior distração após o período experimental (inoculação de estresse). No entanto, todos os grupos se mostraram equivalentes estatisticamente para as medidas de atenção, sendo que, de forma geral, as medidas de atenção aumentaram após o relaxamento.

Problemas com a atenção também estão relacionados a desordens que possuem o estresse organizacional como principal elemento, tal como o

burnout. Nesse sentido, Linden et al. (2005) avaliaram a atenção em três

grupos de profissionais, sendo o primeiro de 13 indivíduos diagnosticados com

burnout que buscaram tratamento profissional, 16 professores de um instituto

de treinamento vocacional que relataram altos níveis de burnout e continuavam trabalhando e, por fim, 14 professores do mesmo instituto que não relataram os sintomas. Apesar do número baixo amostral, observou-se que o grupo diagnosticado com burnout apresentou um número significativo maior de falhas cognitivas (falta de atenção e esquecimento) quando comparados ao grupo com sintomas de alto nível de burnout, que por sua vez apresentou maiores escores quando comparado com o grupo sem sintomas. Os autores levantaram a hipótese de que a exposição excessiva ao estresse laboral poderia influenciar, não só nos processos motivacionais e nas atividades diárias do trabalhador, mas também nos processos gerais de informação. Linden et al. (2005) destacam que problemas com a atenção concentrada tornariam muito difíceis e fatigantes o desempenho de um trabalhador que tem que se manter, por oito horas diárias, atento a atividades específicas, além do que, muitas funções exigem planejamento e solucionamento de problemas complexos, funções estas que dependem de um controle executivo intacto, sendo que a atenção seria parte fundamental de tal conjunto de processos cognitivos.

Alguns autores relatam na literatura que na demanda cognitiva das pessoas ao realizarem uma tarefa, muitos elementos seriam reunidos e analisadas em um curto período de tempo, assim sendo, determinadas tarefas são trabalhos para especialistas e deveria existir uma preparação especial para assumir tal tarefa (Lima, 2010).

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3. METODOLOGIA

3

METODOLOGIA

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3. METODOLOGIA

3. METODOLOGIA

3.1. AMOSTRA

Os sujeitos que compõe a amostra são instrutores de salto duplo escolhidos de forma acidental. Todos os instrutores atuam no Centro Nacional de Pará-quedismo (CNP), localizado na cidade de Boituva, no interior do estado de São Paulo, onde existe a maior concentração de escolas trabalhando em uma mesma área de salto.

Foram selecionados 30 (n) instrutores de salto duplo, com uma média de idade de 38,16 (DP=6,55), de uma população estadual de 64 (N) instrutores devidamente registrados e em dia com a CBPq. A amostra representa 46,9% da população estadual de instrutores de salto duplo. No Brasil existem 129 instrutores cadastrados e aptos a realizar salto duplo.

Os critérios de inclusão dos sujeitos no estudo foram:

Q Ser instrutor de salto duplo (piloto tandem) devidamente registrado;

Q Estar em dia com a CBPq, regularizado como instrutor de salto duplo e;

Q Ser voluntário na pesquisa.

3.1.1. CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

A amostra é composta por 29 indivíduos do sexo masculino e 1 do sexo feminino, que não foi descartada devido a importância de informações, considerando que nesta profissão o universo feminino é muito escasso, tanto a nível nacional quanto internacional, especificamente no salto duplo. A tabela 1 apresenta as características demográficas da amostra, salto duplo (tandem). Observa-se que com relação ao estado civil 46,67% são casados, 16,67% são divorciados, 30% são solteiros e 6,67% não declaram; 21% têm filhos, 40% tem o paraquedismo como profissão e única renda, 60% tem outra profissão e não possuem o esporte como única fonte provedora. Com relação à escolaridade percebeu-se que a maioria terminou o ensino médio representando 36,67% da amostra, seguido por superior e médio incompleto com 33,33%, 16,67% é a

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3. METODOLOGIA

representatividade com nível superior incompleto, profissionais com pós-graduação são 6,67% e 3,33% não declararam. E complementando do total dos indivíduos voluntários 63,33% não tem no esporte sua única fonte de renda restando 36,67% como dependentes diretos da atividade de instrutor e, 60% possuem outra fonte de renda adicional e 40% não possuem.

As tabelas 1 e 2 apresentam com maiores detalhes os dados relativos às características demográficas da amostra que participou voluntariamente deste estudo.

Tabela 1 - Características demográficas dos instrutores tandem (salto duplo)

Variável n % Sexo Masc. 29 96,67 Fem. 1 3,33 Estado civil Casado 14 46,67 Divorciado 5 16,67 Solteiro 9 30,00 N/D 2 6,67 Filhos Sim 21 70 Não 9 30 Profissão Pqdt 12 40 Outros 18 60 Escolaridade Pós-graduado 2 6,67 Superior 10 33,33 Sup. Incomp. 5 16,67 Médio 11 36,67 Médio incomp. 10 33,33 n/d 1 3,33

Única fonte de renda

Sim 11 36,67

Não 19 63,33

Outra fonte de renda

Sim 18 60

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3. METODOLOGIA

Analisando os instrutores (tabela 2) observa-se: tempo de prática de esporte variando de 4 a 28 anos (15,28; ±7,05); e quantidade de saltos na faixa de 650 a 10.000 saltos (3.782,42; ±2.583,12); realizando uma quantidade de saltos entre 0 e 15 saltos por dia (8,10; ±3,51) e com um total de saltos duplo variando de 0 a 6.000 saltos duplo (2163,20; ±1777,71).

Tabela 2 - Característica profissional dos instrutores tandem (salto duplo)

Atividade Média DP Mínimo Máximo

Tempo de esporte (anos) 17,07 7,05 4 28 Saltos por dia 8,10 3,51 0 15 Total de saltos 4664,73 2583,12 650 10000 Saltos Tandem 2163,20 1777,71 0 6000

3.2. INSTRUMENTOS E FICHAS DE AVALIAÇÃO

O apêndice do conjunto de instrumentos utilizados para a coleta dos dados inicia-se com um questionário demográfico, que foi idealizado para obter o máximo de informações possíveis sobre o histórico do instrutor no esporte, que além de recolher dados como gênero, idade, estado civil, filhos, profissão e escolaridade; também coletará dados qualitativos, do tipo tempo de experiência no esporte, tempo de experiência como instrutor de saltos duplo, quantidade de saltos geral, quantidades de saltos duplo, média de saltos por dia de atividade de saltos. Os instrumentos utilizados para a coleta dos dados foram:

O SP – Stress Profissional, instrumento adaptado por Gomes (2006), que avalia como o indivíduo sente-se na sua atividade profissional em relação ao estresse. O instrumento é composto por duas partes distintas, a primeira composta por uma questão fechada com escala de 0 a 4, onde 0 corresponde a nenhum estresse e 4 corresponde a muito estresse, onde é calculada a diferença percentual do antes e depois, determinando assim a variação do nível de estresse. A segunda parte com quatro questões abertas, onde ocorre o agrupamento das respostas por classes, de acordo com a frequência e importância. Tem a finalidade de identificar os fatores, momento,

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3. METODOLOGIA

consequências para ele mesmo e familiares e a amigos, reflexo para a carreira e ações de solução do fator causador do estresse.

O ESV – Escala de Satisfação com a Vida, com objetivo de avaliar a satisfação com a vida cognitivamente, julgamento pessoal acerca da vida. O instrumento foi traduzido e adaptado por Neto (1993, 1999) a partir dos trabalhos de Diener, Emmons, Larsen e Griffin (1985). Assumindo-se que é mais relevante solicitar à pessoa uma análise global da própria vida que efetuar uma avaliação da satisfação em domínio específicos da vida, e segundo Albuquerque, Souza e Martins (2010) foi validada para estudantes universitários por meio de uma análise fatorial dos eixos principais (PAF – Principal Axis Factoring), onde obteve Alfa de Cronbach de 0,87, explicando 66% da variância total do construto. Vem sendo empregada em grupos com faixas etárias diferentes, com bons resultados psicométricos (Neto, Barros & Barros, 1990; Simões, 1992). O instrumento é composto por cinco itens, requerendo às pessoas que avaliem a sua vida de uma forma geral, numa escala tipo “Likert” de sete pontos, onde 1=Totalmente em desacordo a 7=Totalmente em acordo. O resultado final é calculado através da soma dos valores, possibilitando variar entre 5 que é o mínimo e representa “baixa satisfação” e, 35 como o máximo de pontos, representando “alta satisfação”. Depois de somado os pontos das respostas, e calculadas a média e moda, determinando assim a colocação do individuo dentro da escala.

E por último o TEACO-FF, Teste de Atenção Concentrada – FF (Rueda & Sisto, 2007). Ele avalia a capacidade de uma pessoa em selecionar apenas uma fonte de informação diante de vários estímulos distratores em um tempo pré-determinado, a medida de Atenção Concentrada corresponde à soma de itens que eram para serem assinalados (tarefa solicitada) menos os erros e as omissões cometidas pelo sujeito. Nas instruções é mostrado ao avaliado um estímulo que ele deverá assinalar cada vez que um deles aparecer na folha de resposta do instrumento. O teste possui 500 estímulos distribuídos em 25 linhas com 20 estímulos cada. Em cada coluna possui 9 alvos e 16 estímulos distratores, total de 320 distratores. Dessa forma, a pontuação máxima possível é de 180 pontos. No topo da folha de resposta se encontra o modelo do estímulo para ser assinalado, o tempo de aplicação é de 4 minutos, Para se

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3. METODOLOGIA

chegar nesse valor, o instrumento foi aplicado sem tempo limite em 80 indivíduos, obtendo-se como tempo médio de realização 5’ 22’’, determinando finalmente os quatro minutos, como uma forma de evitar um possível “efeito teto”. Para os índices de precisão do TEACO-FF, os valores obtidos podem ser considerados excelentes de acordo com o Conselho Federal de Psicologia (2003), que considera satisfatórios índices a partir de 0,60. Sendo que os valores do estudo que validou o teste variaram de 0,89 a 0,99, pode-se dizer que os mesmos foram excelentes (Rueda, 2009). Na análise de pontuação do resultado, o profissional calcula os acertos, erros e omissões contando até o último estímulo marcado no momento que o tempo esgotou, ignorando os estímulos adiante, a pontuação é lançada em software especifico que calcula e baseado no resultado emite o parecer, e posiciona o individuo estudado em uma classificação de percentil de 0-19 inferior; 20-39 médio inferior; 40-69 médio; 70-89 médio superior; 90-100 superior, classificando assim o nível de atenção concentrada.

3.3. VARIÁVEIS

Q Variáveis independentes: momentos de avaliação do estudo. Q Variáveis dependentes: atenção concentrada, estresse

profissional e satisfação com a vida.

3.4. PROCEDIMENTOS

O método de pesquisa utilizado foi o descritivo-exploratório que tem como característica registrar, analisar, descrever e correlacionar fatos ou fenômenos sem manipulá-los. Como um estudo exploratório, teve a finalidade de familiarizar-se com o fenômeno e obter uma nova percepção ao seu respeito, descobrindo assim, novas ideias em relação aos temas do estudo (Mattos, Rossetto, Blecher, 2004), foram coletados dados de atenção concentrada, estresse profissional e satisfação com a vida em dois momentos distintos, momento 1 – antes do início; e momento 2 – depois das atividades de saltos em um dia de trabalho. Os dados pessoais e específicos foram coletados de forma objetiva através de um questionário demográfico especifico para esse

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3. METODOLOGIA

estudo e protocolos validados, amplamente utilizados em publicações, e foram preenchidos de próprio punho pelos instrutores.

A coleta foi realizada por um psicólogo, e uma estagiária. Devido ao instrumento TEACO-FF é de uso especifico de psicólogos, os mesmos tiveram acesso às escolas que os paraquedistas atuam como instrutores de salto duplo. Por esse motivo os riscos de constrangimento ou danos psicológicos são minimizados, podendo ainda assim existir desconfortos psicológico-emocionais ou moral por parte dos indivíduos estudados, porém, serão profissionalmente resolvidos pelos psicólogos. O voluntário tem o direito de solicitar esclarecimentos a respeito da pesquisa a qualquer momento, antes, durante e após o período de coleta dos dados da pesquisa. Bem como solicitar a suspensão ou cancelamento da participação na pesquisa.

Foram explicados aos instrutores todos os procedimentos da pesquisa, finalidade e benefícios. Os dados foram coletados de manhã cedo, antes de começar as atividades que normalmente inicia-se as 8:00hr, e no final do dia imediatamente após a última decolagem de saltos. Os instrutores foram reunidos, após a explanação sobre o projeto, os procedimentos, técnicas utilizadas e sobre os instrumentos, foram aplicados os formulários e questionários. E ao final do dia, após o último salto de cada instrutor, foi realizada uma nova coleta de dados, com o objetivo de comparar as informações entre os momentos.

Este projeto foi submetido à aprovação do comitê de ética da Fundação Francisco Mascarenhas e teve sua aprovação à pesquisa sob o registro 058/2012. Após explicação do processo de coleta, foram distribuídos com os instrutores os termos de livre consentimento e esclarecido. Em seguida o formulário de dados pessoais e os instrumentos de análise psicológica.

Para realizar a análise dos dados foram aplicados procedimentos estatísticos descritivos (média, desvio padrão e percentagens) e inferenciais (teste-t para amostras independentes, teste de Wilcoxon e correlação Spearman). Para observar a normalidade foi utilizado o teste Shapiro-Wilk. O nível de significância estabelecido para os resultados dos testes estatísticos foi de p≤0,05. Foi utilizado para a pesquisa das fontes o programa Thomson

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3. METODOLOGIA

Medline, com o provedor de informações ISI para ambos e para a análise dos

dados foram utilizados os programas IBM SPSS Statistics versão 20 e Microsoft Excel; para a digitação do trabalho o processador de textos Microsoft

Word. Estes dois últimos software fazendo parte do pacote Office Home and Student, versão 2007.

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4. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

4

APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

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4. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

4.1. ANÁLISE COMPARATIVA DAS VARIÁVEIS EM ESTUDO

4.1.1. ESTRESSE PROFISSIONAL

Na escala de autopercepção de estresse (tabela 4) observou-se um nível de estresse moderado na avaliação realizada no momento 1, não se alterando no momento 2.

Segundo o teste de Wilcoxon (z=0,00; p=0,99), para a comparação do estresse no momento 1 e no momento 2 avaliada em uma escala de 0 a 4, não há diferença significativa no estresse apresentado no momento 1 e no momento 2.

Tabela 3 - Análise comparativa dos valores da escala de Estresse

Medidas Média D P Wilcoxon

Momento 1 1,33 0,88

z=0,00 (p=0,99)

Momento 2 1,33 0,80

É possível observar nas tabelas 4 e 5 uma forma mais detalhada, as estatísticas descritivas dos agentes causadores de estresse mencionados pelos instrutores, agrupados por classe. Evidencia-se na Tabela 4 diferenças na ocorrência dos níveis da escala de estresse (ver anexos, tabelas 11 e 12).

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Tabela 4 - Distribuição de frequência da escala de Estresse nos momentos da avaliação

Nível de estresse Momento 1 Momento 2 n % n % Nenhum 7 23,33 5 16,67 Pouco 7 23,33 11 36,67 Moderado 15 50,00 13 43,33 Bastante 1 3,33 1 3,33 Total 30 100,00 30 100,00

Tabela 5 - Frequência dos agentes causadores de tensão e pressão

Fontes de tensão e pressão?

Momento 1 Momento 2 Salto 21 23 Administrativo 10 11 Aeronave 5 6 Outros 1 1

Não tem / não respondeu 4 3

4.1.2. ESCALA DE SATISFAÇÃO COM A VIDA

Com relação à satisfação com a vida, observou-se que todos os profissionais estavam satisfeitos com a própria vida. Apesar de um dia inteiro de trabalho, a maioria dos indivíduos estudados mantiveram os mesmos níveis de satisfação com vida e em alguns casos constatou-se uma melhoria no momento 2, relatando que modificaria algum item. Pode-se entender melhor essa variação na tabela 15 em anexo, onde esta descriminada em

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porcentagem, com o devido destaque a predominância das classes 6 e 5 que tiveram maior frequência.

Os resultados apresentados na tabela 6 são favoráveis à validação interna da escala de satisfação com a vida, aplicado aos instrutores nos momentos de avaliação deste estudo. As duas aplicações apresentam separadamente fidelidade pela medida Alpha de Cronbach respectivamente 0,70 e 0,85, valores estes que estão acima de 0,70. Pela fórmula de Spearman-Bown a fidelidade do teste completo – momento 1 e momento 2 - é 0,97, valor este considerado muito satisfatório para a validação interna de um teste.

Tabela 6 - Fidelidade da aplicação da escala de satisfação com a vida

Aplicação do teste Itens Fidelidade Teste-reteste

Excluindo item Todos os itens

Momento 1 Q1 0,89 0,70 Q2 0,88 Q3 0,89 Q4 0,89 Q5 0,91 Momento 2 Q1 0,88 0,85 Q2 0,88 Q3 0,88 Q5 0,87 Q5 0,89 Spearman – Bown 0,97

Coeficiente de Gutman (Split-Half) 0,96

Observa-se na tabela 7 que os resultados da escala de satisfação momento 1 e 2, apesar de ser mais elevado no momento 1, não apresentam diferença estatisticamente significativa, segundo o teste-t emparelhado (t=0,63; p=0,53). Demonstrando uma probabilidade de que os níveis de satisfação não se alteram durante a jornada de um dia de trabalho.

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Tabela 7 - Medidas descritivas dos pontos obtidos na escala de satisfação com a vida

Medidas descritivas Média D P Test-t

Momento 1 27,17 4,29

t=0,63 (p=0,53)

Momento 2 26,97 5,00

É possível observar no diagrama (figura 1) a representação gráfica dos resultados das avaliações nos momentos 1 e 2, dos níveis de satisfação com a vida.

Legenda: Santes= momento 1 Sdepois= momento 2

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4.1.3. ATENÇÃO CONCENTRADA

Na análise dos dados do teste de atenção, observa-se uma melhoria no nível de atenção concentrada depois de um dia inteiro de trabalho. Como se pode verificar na tabela 8, os resultados do teste TEACO, nos momentos 1 e 2, apresentam diferenças estatisticamente significativa, segundo o teste t emparelhado (t= -7,08; p≤0,00). Portanto os pontos médios no momento 2 apresentam resultados maiores. É possível interpretar este resultado como um ganho da atenção à medida que o indivíduo executa suas atividades.

Tabela 8 - Comparação da variável atenção concentrada nos momentos 1 e 2

Medidas descritivas Média D P Teste-t

Momento 1 121,13 21,94

t= -7,08 (p≤0,00)*

Momento 2 142,43 19,43

Legenda: *p≤0,05

Na figura 2 é evidente a elevação dos pontos do teste TEACO quando aplicados no momento 2. Esta percepção é válida para os valores observados na amostra, é confirmada para a população através do teste-t emparelhado realizado anteriormente.

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Legenda: Pontos antes= momento 1 Pontos depois= momento 2

Figura 2 - Pontos do testes TEACO momentos 1 e 2

Pode-se observar na figura 3 que os resultados dos testes aplicados nos momento 1 e 2, TEACO, Satisfação e Estresse, apresentam uma característica comum aos instrutores: estresse momento 1 e 2 se mantendo com nível reduzido; muita atenção concentrada; muita satisfação no momento 1 e 2, mesmo ocorrendo uma leve redução no nível da satisfação no resultado da coleta realizada no momento 2.

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Figura 3 - Normaltização principal da variavel

4.2. ANÁLISE CORRELACIONAL ENTRE AS VARIÁVEIS DO ESTUDO

Observa-se (tabela 9) as correlações entre os resultados do teste de atenção concentrada, das escalas de satisfação com a vida e estresse profissional. É possível perceber uma correlação negativa e não significativa, entre os níveis de satisfação com a vida e estresse profissional com a variável atenção concentrada dos indivíduos estudados neste trabalho, no momento 1 (SP: r= -0,10; p=0,57 e ESV: r= -0,10; p=0,571) e no momento 2 (SP: r= -0,25; p=0,17 e ESV: r= -0,07; p=0,69).

Tabela 9 - Análise de correlação de Spearman entre os resultados do TEACO, ESV e SP Medidas de correlação Estresse

momento 1 Sat. Vida momento 1 Estresse momento 2 Sat. Vida momento 2 Atenção Concentrada r= -0,10 (p=0,57) r= -0,10 (p=0,571) r= -0,25 (p=0,17) r= -0,07 (p=0,69)

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Analisando somente a correlação entre a satisfação com a vida e estresse profissional, observa-se na tabela 10 uma correlação baixa não significativa (quase nula) na coleta realizada no momento 1 (r=-0,03; p=0,86) e momento 2 (r=-0,33; p=0,06), porém, destacando a proximidade com o valor do nível de significância estatística (p≤0,05).

Tabela 10 - Análise de correlação de Spearman entre os resultados do ESV e SP

Medidas de correlação Estresse momento 1 Estresse momento 2

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5. DISCUSSÃO