Programa de PósGraduação em Matemáti a
CICLOS LIMITES EM SISTEMAS LINEARES POR
PARTES COM DUAS ZONAS NO PLANO
Programa de PósGraduação em Matemáti a
CICLOS LIMITES EM SISTEMAS LINEARES POR
PARTES COM DUAS ZONAS NO PLANO
Luiz Fernando Gonçalves
Orientador: Prof. Dr. Luis Fernando de Osório Mello
DissertaçãosubmetidaaoProgramade PósGraduaçãoem
Matemáti a omo parte dos requisitos para obtenção do
Título de Mestre em Ciên iasemMatemáti a
Área de Con entração: Equações Diferen iais
Durante odesenvolvimentodeste trabalhoo autor re ebeu auxílionan eiro daCAPES
Programa de PósGraduação em Matemáti a
CICLOS LIMITES EM SISTEMAS LINEARES POR
PARTES COM DUAS ZONAS NO PLANO
Luiz Fernando Gonçalves
Dissertaçãoaprovadaporban aexaminadoraem16defevereirode
2016, onferindo ao autor o título de Mestre em Ciên ias em
Matemáti a.
Ban a Examinadora:
Prof. LuisFernando de OsórioMello(Orientador)
Prof. Fabio S al o Dias (Co-orientador)
Prof. Tiago de Carvalho
Prof. Lu as Ruiz dos Santos.
Aos meus amados pais José e Ilma;
Aos meus grandes amigos;
A Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), emespe ial aoInstituto de Matemáti a e
Computação (IMC), pela oportunidadee realização deste trabalho.
Aosprofessores doIMC,pelaamizade,ensinamentos e onselhos queforammuito
impor-tantes paraminha formação.
Ameuorientador,LuisFernandode OsórioMello,pelograndeexemploprossional,
om-petên ia,dedi ação earte de ensinar.
A meus olegas doMestrado emMatemáti a daUNIFEI.
A minha amadamãe que sempre meapoiou e en orajou nesta aminhada.
A meu amado pai, pelo exemplode vida,força, in entivo e dedi ação.
Aos meus grandes amigose familiares pelo arinho eapoio.
O objetivo desta dissertação é abordar aspe tos qualitativos da teoria dos Sistemas
Diferen iaisSuavesporPartes,também onhe idos omoSistemasDes ontínuos.
Primei-ramenteapresentamos osobjetos fundamentaise propriedades gerais desta teoria,assim
omo umaversão daApli açãodePoin aréparasistemassuavesporpartes. Emseguida,
apresentamos o Método da Regularização de ampos vetoriais suaves por partes om o
propósito de investigar a regularização de poli-trajetórias fe hadas elementares.
Poste-riormente, partimos ao estudo de i los limites em ampos vetoriais suaves por partes
lineares.
The aim of this work is to dis uss qualitative features of the theory of Pie ewise
Dierential Systems, also known as dis ontinuous systems. First we present the main
obje ts and general properties of this theory, and a version of the Poin aré map for
pie ewise dierentialsystems. Thereafter wepresent the RegularizationMethodin order
toinvestigatetheregularizationofelementary losedpolytraje tories. Lastly,westarted
the study of limit y les in pie ewise linear dierentialsystems.
Agrade imentos ii
Resumo iv
Abstra t v
Índi e vi
Lista de Figuras viii
Lista de Tabelas x
Introdução 1
1 Fundamentos da Teoria Qualitativa 3
1.1 Resultados Clássi os . . . 3
2 Introdução aos Sistemas Suaves por Partes 13
2.1 Sistemassuaves porpartes . . . 13
2.2 Apli açãode Poin aré . . . 26
3 Regularização de ampos vetoriais suaves por partes 32
3.1 O métododa regularização . . . 32
4 Ci los limites em ampos vetoriais lineares por partes no plano 65
4.1 Resultados preliminares . . . 66
4.2 Ci los Limites . . . 79
Con lusões 99
1.1 Apli açãode Poin aré. . . 9 2.1 Ar ode ostura. . . 15 2.2 Ar ode es ape. . . 15 2.3 Ar ode deslize. . . 15 2.4 Campo de Filippov. . . 17 2.5 Sela de Filippov. . . 19 2.6 Sela de Filippov. . . 19 2.7 Nó de Filippov. . . 20 2.8 Nó de Filippov. . . 20
2.9 Exemplo de poli-trajetória. . . 21
2.10 Exemplo de poli-trajetóriafe hada dotipo I. . . 22
2.11 Exemplo de poli-trajetóriafe hada dotipo II. . . 22
2.12 Exemplo de poli-trajetóriafe hada dotipo III. . . 22
2.13 Retrato de fase do ampo
Z
1
dado em(2.6). . . 242.14 Retrato de fase do ampo
Z
2
dado em(2.7). . . 242.15 Retrato de fase do ampo
Z
3
dado em(2.8). . . 252.16 Retrato de fase do ampo
Z
4
dado em(2.9). . . 252.17 Divisão de uma poli-trajetóriafe hada
γ
. . . 313.1 Grá ode uma função de transição. . . 33
3.2 Faixade regularização . . . 34
3.4 Regularizaçãode uma
Σ
-dobra. . . 383.5 Interseção entre
ϕ
ε
eg
. . . 403.6 Regularizaçãode um ponto singularhiperbóli o do ampode Filippov. . . 42
3.7 Poli-trajetória
γ
. . . 443.8 Seção transversal
Σ
0
. . . 453.9 Anel
B
ontendoγ
. . . 453.10 Órbitaperiódi a
γ
ε
. . . 483.11 ÓrbitaPeriódi a
γ = Σ
. . . 513.12 Poli-trajetóriado tipoIII. . . 58
3.13 Anel ontendo
γ
. . . 593.14 Órbitade
Z
ε
entre asseções transversais. . . 613.15 Grá oda função
ψ
. . . 614.1 Involução
ψ
. . . 694.2 Função
∆
. . . 724.3 Ci lo limite estável. . . 76
4.4 Ci lo limite instável. . . 76
4.5 Órbitaperiódi a
γ
. . . 774.6 Solução
γ
e seus pontos de interse ção om areta de separaçãoΣ
. . . 814.7 Retrato de fase de
X
+
no aso (i).. . . 83 4.8 Retrato de fase deX
+
no aso (ii). . . 84 4.9 Retrato de fase deX
+
no aso (iii). . . 85 4.10 Retrato de fase deX
+
no aso (iv). . . 87 4.11 Retrato de fase deX
+
no aso (v). . . 884.12 Teorema de Rollepara urvasintegrais. . . 90
4.13 Curvas
C
f
eC
F
om dois pontosde interseção emS
. . . 924.14 Curvas
C
f
,C
F
eC
f
2
. . . 944.1 Tabela om expressões de
f
1
,λ
eδ
. . . 95 4.2 Tabela om expressões paraf
1
,f
2
,λ
eδ
. . . 96 4.3 Expressões paraf
1
,λ
eδ
. . . 97AsEquações Diferen iaisOrdinárias são a linguagem preferidados matemáti os para
investigar fenmenos da natureza. Todavia, sabemos que muitas delas não admitem
soluçõesexplí itas eisso motivougrandes matemáti osa bus ardiferentes alternativas.
Consequentemente, aforma omoasEquaçõesDiferen iaisOrdináriaseramestudadas
mudou drasti amente nonal dosé ulo
XIX
. Tal fato se deve a Henri Poin aré após a publi açãodeseutrabalhoMémoiresurles ourbes déniespar uneéquationdiérentielleem que Poin aréintroduz uma té ni ainovadora paraoestudo das EDO'sque foiabase
do quehoje hamamosde Teoria Qualitativadas Equações Diferen iais Ordinárias.
Esta teorianos dáimportantes esigni ativosresultados eferramentasparao estudo
do omportamentodasórbitasdaequaçãodiferen ialeaanálisedeseuretratodefase,sem
onhe er as soluções explí itas da mesma, através de aspe tos geométri os, topológi os,
analíti os,dentre outros.
Atualmente, diversos modelos utilizados em problemas rela ionados à engenharia,
omo teoria de ontrole e ir uitos elétri os, e biologia são sistemas diferen iais não
di-feren iáveis em sua totalidade, mas em diferentes partes. Tais sistemas onsistem de
diferentes ampos vetoriais denidos em regiões distintas separados por uma urva de
des ontinuidade e são onhe idos omo sistemas suaves por partes ou sistemas
des ontí-nuos.
Estudos pioneiros ini iados por Andronov [1℄ e Filippov [5℄ onduziram a uma
fun-damentação teóri a para este tipo de problema e desenvolveram ertas onvenções para
a transição das órbitas entre as diferentes regiões, visando denir os objetos bási os da
Esta dissertação se baseia no estudo de ampos vetoriais suaves por partes no plano
om duas zonas e está organizada daseguintemaneira.
No Capítulo 1 re ordamos alguns teoremas fundamentais da Teoria Qualitativa das
EquaçõesDiferen iaisOrdinárias. Emseguida,noCapítulo2,partimosàdeniçãodeum
ampovetorial suave por partese de seus objetos fundamentais. OMétodo da
Regulari-zação de ampos vetoriais des ontínuos, introduzidoem[16℄ porSotomayor e Teixeira, é
apresentado no Capítulo 3. Tal método onsiste na aproximação de um ampo vetorial
suaveporpartes poruma famíliaaum parâmetro de amposvetoriaissuaves, donde
po-demosapli arateoria lássi a etentarobterinformaçõessobreo ampodes ontínuo. No
Capítulo4,partimosaoestudo dauni idadede i loslimitesem amposvetoriaissuaves
Fundamentos da Teoria Qualitativa
Neste apítuloapresentaremosalguns on eitosbási oseresultados lássi osdaTeoria
Qualitativadas EquaçõesDiferen iais queserão de grandeimportân ianode orrerdeste
trabalho. Este apítuloé baseado em [18℄.
1.1 Resultados Clássi os
Um ampovetorialde lasse
C
r
,r
≥ 1
,denidoemumabertoU
∈ R
n
éumaapli ação de lasseC
r
,F : U
−→ R
n
aqual podemos asso iar uma equação diferen ial
x
′
= F (x).
Denição 1.1.1. Um ponto
x
0
∈ R
n
é dito ponto singular do ampo
F
seF (x
0
) = 0
. SeF (x
0
)
6= 0
então dizemos quex
0
é ponto regular deF
.As soluções desta equação diferen ialsão funções diferen iáveis
ϕ : I
∈ R −→ U
que satisfazemd
dt
ϕ(t) = F (ϕ(t)),
para todo
t
∈ I
.Essas soluções, dada uma ondição ini ial, são hamadas de trajetórias, urvas
ampo
F
podemosestudarimportantesaspe tosqualitativossobreoretratode fasedeste sistema, sem ne essariamenteen ontrar asolução explí ita daequação diferen ial.Denição 1.1.2. Uma apli ação
f : Ω
⊂ R × R
n
−→ R
n
é dita Lips hitziana em
Ω
om relação a segunda variável, se existe uma onstanteK > 0
tal que|f(t, x) − f(t, y)| ≤ K|x − y|,
para todo
(t, x), (t, y)
∈ Ω
.Teorema1.1.1(Existên iaeUni idadedePi ard). Seja
f : Ω
⊂ R×R
n
−→ R
n
ontínua
e Lips hitziana om relaçãoà segunda variávelem
Ω = I
a
× B
b
omI
a
=
{t : |t − t
0
| ≤ a}
eB
b
=
{x : |x − x
0
| ≤ b}
. Se|f| ≤ M
emΩ
, existe uma úni a solução de
x
′
= f (t, x)
x(t
0
) = x
0
denida em
I
α
, omα = min
{a, b/M}
.Demonstração: A demonstração pode ser en ontrada em[18℄.
Denição 1.1.3. Uma solução
ϕ : I
−→ R
n
de
x
′
= f (t, x)
é dita solução máxima se
nãoadmitenenhumaextensãoquetambémsejaumasolução,ou seja,dadaqualqueroutra
solução
ψ : J
−→ R
n
tal que
I
⊂ J
eϕ = ψ
|
I
entãoI = J
. Dadoum sistema den
equações diferen iais
x
′
1
= a
11
(t)x
1
+
· · · + a
1n
(t)x
n
+ b
1
(t)
. . . . . .x
′
n
= a
n1
(t)x
1
+
· · · + a
nn
(t)x
n
+ b
n
(t)
(1.1)om
a
ij
eb
i
,i, j = 1, . . . , n
funções ontínuas a valores reais ou omplexos denidas em um intervaloI
, podemos rela ionáloa uma equação vetorialX
′
= A(t)X + B(t),
(1.2)emque
X = (x
1
, . . . , x
n
)
,A(t) = (a
ij
(t))
éa matrizde ordemn
ujoselementossãoa
ij
eB(t) = (b
i
(t))
é ovetor oluna ujos elementos sãob
i
(t)
, daseguinteforma: UmafamíliaDenição 1.1.4. Uma matriz
φ(t)
de ordemn
é dita seruma matriz fundamental deX
′
= A(t)X
(1.3)se suas olunas formam uma base do espaço de soluções de (1.3).
Proposição 1.1.1 (Fórmula de Liouville). Seja
φ(t)
uma matriz fundamental de (1.3). Então, para todot
∈ I
et
0
∈ I
xado,det φ(t) = det(φ(t
0
))exp
Z
t
t
0
tr(A(s))ds
(1.4)
em que
tr(A)
é o traço da matrizA
.Demonstração: A demonstração pode ser en ontrada em[18℄.
Denição 1.1.5. Uma apli ação
ϕ : R
× R
n
−→ R
n
de lasse
C
1
é dita umuxo se:
(i)
ϕ(0, x) = x
;(ii)
ϕ(t + s, x) = ϕ(t, ϕ(s, x))
, para todox
∈ R
n
e
t, s
∈ R
.Opróximo teorema nos garante queas soluções de uma equação diferen ial possuem
a mesma lasse de diferen iabilidadedo ampovetorial quea dene.
Teorema 1.1.2. Seja
∆
aberto deR
n
. ConsidereF : ∆
−→ R
n
um ampo vetorial de lasseC
r
,r
≥ 1
e a equação diferen ialX
′
= F (X).
(1.5) Então,(i) Para ada
x
∈ ∆
existe um intervalo abertoI
x
onde está denida a úni a solução máximaϕ
x
de (1.5) tal queϕ
x
(0) = x
.(ii) Se
y = ϕ
x
(s)
oms
∈ I
x
, entãoI
y
=
{r − s : r ∈ I
x
}
,ϕ
y
(0) = y
eϕ
y
(t) = ϕ
x
(t + s)
, para todot
∈ I
y
.(iii) O onjunto
D =
{(t, x) : x ∈ ∆, t ∈ I
x
}
é aberto emR
× R
n
e a apli açãoϕ(t, x) =
ϕ
x
(t)
é de lasseC
r
. Além disso,D
1
D
2
ϕ(t, x) = DF (ϕ(t, x))D
2
ϕ(t, x),
para todo(t, x)
∈ D
.Demonstração: A demonstração pode ser en ontrada em[18℄.
Denição 1.1.6. A apli ação
ϕ :
D
−→ ∆
(t, x)
7−→ ϕ(t, x) = ϕ
x
(t)
é hamadauxo gerado ou uxo lo al.
Denição 1.1.7. Uma órbita
γ
p
=
{ϕ(t, p) : t ∈ I
p
}
, não reduzida a um ponto, é dita fe hada ou periódi a se para todox
∈ γ
p
existet
0
> 0
tal queϕ(t, x) = ϕ(t + t
0
, x).
Noteque, paraequações diferen iaisdenidas atravésde ampos vetoriais
diferen iá-veis, temos uni idade de soluções. Neste aso, dadas duas órbitas
γ
p
eγ
q
, então elas oin idem ou são disjuntas. De fato,seq
∈ γ
p
então pelapropriedade de grupopodemos es reverq = ϕ(t
0
, p)
elogoϕ(t, q) = ϕ(t, ϕ(t
0
, p)) = ϕ(t + t
0
, p)
e assimγ
p
= γ
q
.Denição 1.1.8. Considere
∆
1
e∆
2
abertos deR
n
e os ampos vetoriais
F
1
: ∆
1
−→ R
n
e
F
2
: ∆
2
−→ R
n
asso iados respe tivamente às equações diferen iais
X
′
= F
1
(X)
eX
′
= F
2
(X)
. Sejamϕ
1
: D
1
−→ R
n
eϕ
2
: D
2
−→ R
n
os uxos gerados pelos ampos
F
1
eF
2
, respe tivamente. Dizemos queF
1
é topologi amente onjugado aF
2
quando existe um homeomorsmoh : ∆
1
−→ ∆
2
tal queh(ϕ
1
(t, x)) = ϕ
2
(t, h(x)),
para todo
(t, x)
∈ D
1
.inva-Proposição 1.1.2. Considere os ampos vetoriais
F
1
: ∆
1
−→ R
n
eF
2
: ∆
2
−→ R
n
de lasseC
r
eseja
h : ∆
1
−→ ∆
2
umdifeomorsmode lasseC
r
. Então
h
éuma onjugação entreF
1
eF
2
se, e somente se,Dh(p)F
1
(p) = F
2
(h(p)),
para todo
p
∈ ∆
1
.Demonstração: A demonstração pode ser en ontrada em[18℄.
Partiremos agora para a denição de seção transversal e para o teorema do uxo
tubularquenosgarantequepodemosolharasórbitasdeumaequaçãodiferen ial,denida
através de um ampo vetorial diferen iável, lo almente omo um ampo onstante na
vizinhança de um pontoregular.
Denição 1.1.9. Sejam
∆
⊂ R
n
aberto,
F : ∆
−→ R
n
um ampo vetorial de lasse
C
r
,
r
≥ 1
, e o abertoA
⊂ R
n−1
. Uma apli ação
f : A
−→ ∆
de lasseC
r
é hamada de
seção transversal lo al de
F
, quando, para todoa
∈ A
,Df (a)
· R
n−1
e
F (f (a))
geram o espaçoR
n
.
Seja
Σ = f (A)
munido da topologia induzida por∆
. Sef : A
−→ Σ
for um home o-morsmo, dizemos queΣ
é uma seção transversal deF
.Teorema 1.1.3 (TeoremadoFluxoTubular). Seja
p
umpontoregular do ampovetorialF : ∆
−→ R
n
de lasse
C
r
e onsidere
f : A
−→ Σ
uma seção transversal lo aldeF
omf (0) = p
. Então existe uma vizinhançaV
dep
em∆
e umdifeomorsmoh : V
−→ (−ε, ε) × B
de lasse
C
r
, om
ε > 0
eB
uma bolaaberta emR
n−1
entrada na origem, tal que
(i)
h(Σ
∩ V ) = {0} × B
; (ii)h
éumaC
r
onjugaçãoentre
F
|
V
eo ampo onstanteY : (
−ε, ε)×B −→ R
n
dado
por
Y
≡ (1, 0, 0, . . . , 0) ∈ R
n
Demonstração: A demonstração pode ser en ontrada em[18℄.
O teorema do uxo tubular nos garante um bom onhe imento da dinâmi a de um
ampovetorialnavizinhançade um pontoregular. Já paravizinhanças de pontos
singu-lares, ou pontosde equilíbrio,temos uma grandevariedade de onjugações.
Denição 1.1.10. Dizemos que um pontode equilíbrio
p
de um ampo vetorialF :
∆
⊂ R
n
−→ R
n
x = (x
1
, . . . , x
n
)
7−→ F (x) = (F
1
(x), . . . , F
n
(x))
de lasse
C
r
,
r
≥ 1
, é hiperbóli o se todos os autovalores da matriz de linearizaçãoDF (p) =
∂F
1
(p)
∂x
1
· · ·
∂F
1
(p)
∂x
n
. . . . . . . . .∂F
n
(p)
∂x
1
· · ·
∂F
n
(p)
∂x
n
possuem partes reais diferentes de zero.
Veremos agora o teorema de HartmanGrobman que garante que a dinâmi a na
vi-zinhança de um ponto singular hiperbóli o é topologi amente onjugada à do sistema
linearizado naquele ponto.
Teorema 1.1.4 (Teoremade HartmanGrobman). Sejam
F : ∆
⊂ R
n
−→ R
n
um ampo
vetorialde lasse
C
r
,
r
≥ 1
,ep
umpontosingularhiperbóli o. Então,existemvizinhançasW
dep
em∆
eV
da origem doR
n
tais que o ampo
F
|
W
é topologi amente onjugado aDF (p)
|
V
.Demonstração: A demonstração pode ser en ontrada em[17℄.
Partiremosagoraparaadenição datransformaçãode Poin aré,outransformaçãode
primeiroretorno, num ampovetorialdiferen iável,aqualserá muitoútilnestetrabalho.
Esta apli açãodes reveo omportamentodeum ampovetorialnuma vizinhançadeuma
órbita fe hada.
Considere um ampo vetorial
F : ∆
⊂ R
2
−→ R
2
de lasse
C
r
,
r
≥ 1
, e uma órbita periódi aγ
de períodoτ
0
. SejaΣ
uma seção transversal deF
emp
∈ γ
. A ontinuidade douxoϕ
deF
garantequeparatodopontoq
su ientementepróximodep
,atrajetóriaϕ
q
(t)
permane e próxima deγ
, parat
perten ente a um intervalo ompa to. Então, tomandoΣ
0
⊂ Σ
su ientemente pequeno, podemos denirπ : Σ
0
⊂ Σ −→ Σ
x
7−→ π(x)
em que
π(x)
é a primeira interseção deϕ
x
(t)
omΣ
parat > 0
. Note quep
∈ Σ
0
eπ(p) = p
. PSfrag repla ementsΣ
x π(x)
p
γ
Figura 1.1: Apli açãode Poin aré.
Proposição 1.1.3. Seja
ϕ
um uxo de lasseC
r
,
r
≥ 1
. Então a transformação de Poin aréπ : Σ
0
−→ π(Σ
0
)
é um difeomorsmo de lasseC
r
.
Demonstração: A demonstração pode ser en ontrada em[17℄.
Denição 1.1.11. Dizemos que uma órbitafe hada
γ
é estável quandolim
t→∞
d(ϕ(t, q), γ) = 0,
para todo
q
numa vizinhança deγ
, omd(ϕ(t, q), γ) = inf
{|ϕ(t, q) − r| : r ∈ γ}
. Denição 1.1.12. Considere um ampo vetorialF : ∆
⊂ R
2
−→ R
2
de lasse
C
r
,
r
≥ 1
, e uma órbita periódi aγ
. Seγ
é uma órbita periódi a isolada, isto é, existe uma vizinhançaV
deγ
tal queγ
é a úni a órbitaperiódi a, dizemos queγ
é um i lo limite. Proposição1.1.4. Considereum ampovetorialF : ∆
⊂ R
2
−→ R
2
de lasse
C
r
,
r
≥ 1
, e um i lo limiteγ
. Então temos somente os seguintes tipos de i los limites:(i) Estável, isto é, quando
lim
t→∞
d(ϕ(t, q), γ) = 0,
para todo
q
numa vizinhançaV
deγ
; (ii) Instável, quandolim
t→−∞
d(ϕ(t, q), γ) = 0,
para todo
q
∈ V
; (iii) Semi-estável, quandolim
t→∞
d(ϕ(t, q), γ) = 0,
para todo
q
∈ V ∩ Extγ
elim
t→−∞
d(ϕ(t, q), γ) = 0,
para todo
q
∈ V ∩ Intγ
; ou vi e-versa.Demonstração: A demonstração pode ser en ontrada em[18℄.
Podemos observarqueos i loslimitesrepresentam ospontosxosisoladosda
apli a-ção de Poin aré
π
.Opróximoteoremaestabele eumaexpressãoparaaderivadadaapli açãodePoin aré
e ondições para que uma órbita periódi a
γ
seja um i lo limite hiperbóli o, ou seja, quandoπ
′
(p)
6= 1
, paraalgum
p
∈ γ
.Teorema 1.1.5. Considere um ampo vetorial
F = (F
1
, F
2
) : ∆
⊂ R
2
−→ R
2
de lasse
C
1
euma órbitaperiódi a
γ
deF
deperíodot
0
. SejamΣ
umaseção transversal emp
∈ γ
eπ : Σ
0
−→ Σ
a apli ação de Poin aré. Então a derivada da apli ação de Poin aré é dada porπ
′
(p) = exp
Z
t
0
0
divF (γ(t))dt
,
(1.6) em quedivF (x) = D
1
F
1
(x) + D
2
F
2
(x)
. Em parti ular, seR
t
0
0
divF (γ(t))dt < 0
entãoγ
é estável e seR
t
0
0
divF (γ(t))dt > 0
Demonstração: A demonstração pode ser en ontrada em[18℄.
Partiremos agora à denição dos onjuntos limites das órbitas de um ampo vetorial
a m de estudaro omportamentoassintóti o das órbitas de amposvetoriais noplano.
Denição 1.1.13. Sejam
∆
⊂ R
n
um aberto eF : ∆
−→ R
n
um ampo vetorial de lasseC
r
,
r
≥ 1
. Considereϕ(t, p)
a órbita deF
passando pelo pontop
denida em seu intervalo máximoI
p
= (I
−
(p), I
+
(p))
. SeI
+
(p) =
∞
dene-se o onjuntoω(p) =
{q ∈ ∆ : ∃{t
n
}
omt
n
→ ∞
eϕ(t
n
)
→ q,
quandon
→ ∞}.
Analogamente, se
I
−
(p) =
−∞
podemos denirα(p) =
{q ∈ ∆ : ∃{t
n
}
omt
n
→ −∞
eϕ(t
n
)
→ q,
quandon
→ ∞}.
Os onjuntos
ω(p)
eα(p)
são hamados,respe tivamente,de onjuntoω
limitee onjuntoα
limitedep
.Teorema 1.1.6. Sejam
∆
⊂ R
n
um aberto e
F : ∆
−→ R
n
um ampo vetorial de lasse
C
r
,
r
≥ 1
. Considere a semiórbita positivaγ
+
(p) =
{ϕ(t, p) : t ≥ 0}
do ampo
F
pelo pontop
. Seγ
+
(p)
está ontida num sub onjunto ompa to
K
⊂ ∆
, então: (a)ω(p)
6= ∅
;(b)
ω(p)
é ompa to;( )
ω(p)
é invariante porF
, isto é, seq
∈ ω(p)
então a urva integral deF
porq
está ontida emω(p)
;(d)
ω(p)
é onexo.Demonstração: A demonstração pode ser en ontrada em[18℄.
Teorema 1.1.7 (Teorema de Poin aréBendixson). Sejam
∆
⊂ R
2
um onjunto aberto
e
F : ∆
−→ R
2
um ampo vetorial de lasse
C
r
,
r
≥ 1
. Sejaϕ(t, p)
uma órbita deF
denida para todot
≥ 0
e suponha que a semiórbita positivaγ
+
(p)
esteja ontida num
sub onjunto ompa to
K
⊂ ∆
. Ainda, suponha que o ampoF
possui um número nito de singularidadesemω(p)
. Então tem-se as seguintes possibilidades:(a) Se
ω(p)
ontém somente pontos regulares, entãoω(p)
é umaórbita periódi a; (b) Seω(p)
ontémpontosregulares esingulares,entãoω(p)
onsistedeum onjunto deórbitas, ada uma das quais tende a um desses pontos singulares quando
t
→ ±∞
. ( ) Seω(p)
não ontém pontos regulares,entãoω(p)
é um ponto singular.Introdução aos Sistemas Suaves por
Partes
Neste apítuloapresentaremosas noçõesbási as dos sistemassuavesporpartes edos
amposvetoriaisdes ontínuos. Partiremosini ialmenteadeniçãodosobjetos
fundamen-tais dateoria lássi a, omo trajetórias e singularidades,tendo omo pontode partida a
teoria lássi a das equaçõesdiferen iaise as onvençõesde Filippov.
2.1 Sistemas suaves por partes
Uma família de sistemas diferen iais que tem hamado a atenção atualmente são os
sistemasdiferen iaissuavesporpartes. Emparti ular,podemosdenirumsistemasuave
por partes no plano om duas zonas, o qual será o prin ipal objeto de estudo deste
trabalho.
Considere
X
eY
amposvetoriaissuaves, istoé,de lasseC
r
,
r
≥ 1
,denidos emum aberto onexoM
⊂ R
2
ontendo aorigemeseja
f : M
⊂ R
2
−→ R
uma funçãosuavetal
que
0
é valorregular. Suponha que o onjuntoΣ = f
−1
(0)
∩ M
é onexo e divide
M
em duas omponentes onexas dadas porΣ
+
=
{(x, y) ∈ M : f(x, y) > 0};
Denição 2.1.1. Dados
X
eY
ampos vetoriais suaves denidos emM
⊂ R
2
e dada
f : M
⊂ R
2
−→ R
omo a ima, dene-seum ampo vetorial suavepor partes
Z
omoZ(x, y) =
X(x, y), f (x, y)
≥ 0;
Y (x, y), f (x, y)
≤ 0.
(2.1)Denotaremos
Z = (X, Y )
am de es lare eras omponentes do ampovetoriale porΩ
r
(M, f )
o onjunto dos ampos vetoriais suaves por partes om duas zonas no plano
denidos em
M
om o auxílio da funçãof
. Note que não há problema em onsiderar as regiõesΣ
+
e
Σ
−
om fronteira omum
Σ
, noqualZ
pode ser onsiderado bi-valuado. O onjuntoΣ =
{(x, y) ∈ M : f(x, y) = 0}
é hamado urva de separação ou urva de des ontinuidade.A m de estabele er uma denição para as trajetórias de um sistema suave por
par-tes no plano om duas zonas e estudar sua dinâmi a, pre isamos de um ritério para a
transição de órbitasentre
Σ
+
e
Σ
−
através da urvade separação
Σ
. Nas regiõesΣ
+
e
Σ
−
a trajetória lo al de um ponto
p
é dada pela trajetória usual dos amposvetoriais suavesX
ouY
. Assim, restaestender adenição de trajetóriapara pontosemΣ
. Para isso, pre isaremos das onvenções de Filippov.Dadoum ponto
p
∈ R
2
eum ampo vetorial suave
X :
R
2
−→ R
2
(x, y)
7−→ X(x, y) = (X
1
(x, y), X
2
(x, y))
denotaremos porXf (p) =
hX(p), ∇f(p)i = X
1
(p)
∂f (p)
∂x
+ X
2
(p)
∂f (p)
∂y
(2.2)aderivadadire ionalde
f
aolongodo ampovetorialX
,também onhe ida omoderivada de Lie. Analogamente,X
2
f (p) =
hX(p), ∇Xf(p)i = X
1
(p)
∂Xf (p)
∂x
+ X
2
(p)
∂Xf (p)
∂y
.
(2.3) Denição 2.1.2. SejaZ = (X, Y )
∈ Ω
r
(M, f )
. Então, a) Um onjuntoΣ
C
⊂ Σ
é dito ser de ostura se, para todo
p
∈ Σ
C
Xf (p)Y f (p) > 0
. Veja Figura 2.1. PSfrag repla ementsΣ
+
Σ
Σ
−
Figura 2.1: Ar ode ostura.
b) Um onjunto
Σ
E
⊂ Σ
éditoserdees apese,paratodo
p
∈ Σ
E
, tivermosXf (p) > 0
eY f (p) < 0
. Veja Figura 2.2. PSfrag repla ementsΣ
+
Σ
Σ
−
Figura2.2: Ar o de es ape.
) Um onjunto
Σ
D
⊂ Σ
édito serdedeslizese,paratodo
p
∈ Σ
D
, tivermosXf (p) < 0
eY f (p) > 0
. Veja gura 2.3. PSfrag repla ementsΣ
+
Σ
Σ
−
Note que os ar os de ostura, es ape e deslize denem abertos em
Σ
. Essa denição ex lui os pontosp
∈ Σ
tais queXf (p) = 0
ouY f (p) = 0
. Tais pontos são hamados pontos de tangên ia. Note que seXf (p) = 0
eX(p)
6= 0
então a trajetória que passa porp
é tangente aΣ
. Além disso, ex lui os pontos deΣ
que são singularidades deX
ou deY
. Tais pontos o orrem nas fronteiras∂Σ
C
,∂Σ
E
e∂Σ
D
dos ar osΣ
C
,Σ
E
eΣ
D
, respe tivamente. Denição 2.1.3. SejaZ = (X, Y )
∈ Ω
r
(M, f )
. O ampo vetorial suave
X
possui uma dobra ou tangên ia quadráti a omΣ
emp
∈ Σ
seXf (p) = 0
eX
2
f (p)
6= 0
. Dizemos
que
p
é uma dobra:a) invisível de
Z
seXf (p) = 0
eX
2
f (p) < 0
. Denimos analogamente uma dobra
invisível de
Z
que seja tangên ia quadráti a deY
omΣ
. b) visíveldeZ
seXf (p) = 0
eX
2
f (p) > 0
. Denimosanalogamenteumadobravisível
de
Z
que seja tangên ia quadráti a deY
omΣ
.Um ponto
p
∈ Σ
é dito umaΣ
-dobra de Z se forponto de tangên ia quadráti a apenas do ampoX
, ou apenas do ampoY
, omΣ
.Denição 2.1.4. Um ampo vetorial suave
X
possui uma tangên ia úbi a omΣ
emp
∈ Σ
seXf (p) = X
2
f (p) = 0
eX
3
f (p)
6= 0
. Denição 2.1.5. SejaZ = (X, Y )
∈ Ω
r
(M, f )
. Dizemos que uma singularidade
p
deX
é real sep
∈ Σ
+
. Dizemos queuma singularidade
p
deX
é virtual sep
∈ Σ
−
.
Para denirmos astrajetóriaspassando porum pontode ostura, omoos ampos
X
eY
apontam namesma direção,é su iente justapor astrajetórias deX
eY
poraquele ponto. Já nos ar os de deslize e es ape pre isamos denir um ampo vetorial auxiliaronhe ido omo ampo de Filippov ou ampo deslizante.
Considere o ampo vetorial
F
Z
em que ada pontop
∈ Σ
E
∪ Σ
D
é dado por uma
ombinaçãolinear onvexade
X(p)
eY (p)
demodoqueF
Z
(p)
sejatangenteaΣ
,ouseja,PSfrag repla ements
p
F
Z
(p)
Σ
+
Σ
Σ
−
X(p)
Y (p)
Figura 2.4: Campo de Filippov.
Deste modo,
F
Z
(p) = (1
− α(p))X(p) + α(p)Y (p)
em que
α(p) =
Xf (p)
Xf (p)
− Y f(p)
.
Logo temos que
F
Z
é dado porF
Z
(p) =
Y f (p)X(p)
− Xf(p)Y (p)
Y f (p)
− Xf(p)
.
(2.4)Para veri ar que
F
Z
é tangente aΣ
basta mostrar queF
Z
(p)
é ortogonal a∇f(p)
. De fato,hF
Z
(p),
∇f(p)i =
(1
− α(p))X(p) + α(p)Y (p),
∂f (p)
∂x
,
∂f (p)
∂y
=
(1
− α(p))(X
1
(p), X
2
(p)) + α(p)(Y
1
(p), Y
2
, (p))
,
∂f (p)
∂x
,
∂f (p)
∂y
= Xf (p)
− α(p)Xf(p) + α(p)Y f(p)
=
Xf (p) (Xf (p)
− Y f(p)) − Xf(p)Xf(p) + Xf(p)Y f(p)
Xf (p)
− Y f(p)
= 0.
Podemoses revero ampodeFilippovde outraforma. Lo almente,numavizinhança
de
p
∈ Σ
E
∪ Σ
D
, podemos onsiderar oordenadas lo ais de forma que
Σ =
{y = 0}
,(c(x, y), d(x, y))
, temosque o ampo de Filippov édado porF
Z
(p) =
a(p)d(p)
− b(p)c(p)
d(p)
− b(p)
, 0
.
(2.5)De fato, suponha, sem perda de generalidade,que
p
∈ Σ
E
. Considere a reta
r
que passa por(a(p), b(p))
e(c(p), d(p))
, istoé,r : y =
d(p)
− b(p)
c(p)
− a(p)
(x
− a(p)) + b(p).
Como a urva de separação oin ide lo almente om o eixo
x
temos queF
Z
(p) = (x
0
, 0)
om(x
0
, 0)
∈ r
. Logo, basta en ontrar o ponto de interseção entrer
e oeixox
. Assim,y =
d(p)
− b(p)
c(p)
− a(p)
(x
− a(p)) + b(p) = 0
impli a quex =
a(p)d(p)
− b(p)c(p)
d(p)
− b(p)
.
Denição 2.1.6. Um pontop
∈ Σ
E
∪ Σ
D
é ponto singular do ampo de Filippov
F
Z
seF
Z
(p) = 0
, ou seja,a(p)d(p)
− b(p)c(p) = 0
.Ospontossingulares do ampode Filippovsão hamadosde pseudo-equilíbrios. Note
que
a(p)d(p)
− b(p)c(p) =
a(p) b(p)
c(p) d(p)
= det(X, Y )(p).
Denição 2.1.7. SejaZ = (X, Y )
∈ Ω
r
(M, f )
e
F
Z
o ampo de Filippov gerado porZ
. Sejap
∈ Σ
E
∪ Σ
D
um ponto singular de
F
Z
, isto é,F
Z
(p) = 0
. O pontop
é dito ser um ponto singular hiperbóli o seF
′
Z
6= 0
, ou seja,d (det(X, Y )
|
Σ
) (p)
6= 0
.Denição 2.1.8. Seja
Z = (X, Y )
∈ Ω
r
(M, f )
e
F
Z
o ampo de Filippov gerado porZ
. Sejap
um ponto singular hiperbóli o deF
Z
. Então,a)
p
é uma sela de Filippov se: i)p
∈ Σ
D
e é uma singularidade repulsora de
F
Z
, isto é,F
′
Z
> 0
. Veja Figura 2.5. PSfrag repla ementsp
Σ
+
Σ
Σ
−
Figura 2.5: Sela de Filippov.
ii)
p
∈ Σ
E
eé uma singularidadeatratora de
F
Z
, isto é,F
′
Z
< 0
. VejaFigura 2.6. PSfrag repla ementsp
Σ
+
Σ
Σ
−
Figura 2.6: Sela de Filippov.
b)
p
é um nó de Filippov se: i)p
∈ Σ
D
e é umasingularidade atratora de
F
Z
, isto é,F
′
PSfrag repla ements
p
Σ
+
Σ
Σ
−
Figura2.7: Nó de Filippov. ii)p
∈ Σ
E
e é uma singularidade repulsora de
F
Z
, isto é,F
′
Z
> 0
. Veja Figura 2.8. PSfrag repla ementsp
Σ
+
Σ
Σ
−
Figura2.8: Nó de Filippov.Denição 2.1.9. Um ponto
p
é ditoΣ
regular deZ
se:• p
é pontode ostura;• p ∈ Σ
E
∪ Σ
D
não é ponto singular do ampo de Filippov, isto é,
F
Z
(p)
6= 0
. Denição 2.1.10. Um pontop
é dito ser umaΣ
-singularidade elementar deZ
se:• p
é umaΣ
dobra deZ
;• p
é pontosingular hiperbóli o deF
Z
.Denição 2.1.11. Seja
γ
uma urva emR
2
omposta por ar os regulares de trajetórias
de
X
emΣ
+
, e/ou
Y
emΣ
−
, e/ou trajetórias de
F
Z
emΣ
. Nessas ondições, dizemos queγ
é uma poli-trajetória deZ
se:i)
γ
ontém ar os de trajetória de pelo menos dois entre os amposX
,Y
eF
Z
, ou é formado por um ar o deF
Z
;ii) A transiçãode ar osde trajetória de
X
paraar os de trajetóriadeY
é feitaatravés de pontos de ostura;iii) A transição de ar os de trajetória de
X
, ou deY
, para ar os de trajetória deF
Z
é feita através de tangên ias ou pontos regulares do ar o de es ape, ou do ar odeslizante, respeitando-seo sentido dos ar os de trajetória.
Note que não temos uni idade de soluções, pois os ar os de trajetória do ampo de
Filippovpodemperten erainnitaspoli-trajetórias. AFigura2.9apresentaum exemplo
de poli-trajetória. PSfrag repla ements
γ
Σ
+
Σ
Σ
−
Figura 2.9: Exemplo de poli-trajetória.
Partiremosagoraa ara terizaçãodasórbitasfe hadasde umsistemasuaveporpartes
om duas zonas no plano.
Denição 2.1.12. Seja
γ
uma poli-trajetória fe hada deZ = (X, Y )
∈ Ω
r
(M, f )
Dize-a)
γ
é uma poli-trajetória fe hada do tipo I seγ
en ontraΣ
somente em pontos de ostura. Veja Figura 2.10.PSfrag repla ements
γ
Σ
Σ
−
Σ
+
Figura2.10: Exemplo de poli-trajetóriafe hada dotipo I.
b)
γ
é uma poli-trajetória fe hada do tipo II seγ = Σ
. Veja Figura 2.11.PSfrag repla ements
γ = Σ
Σ
−
Σ
+
Figura 2.11: Exemplode poli-trajetóriafe hada do tipoII.
)
γ
é uma poli-trajetória fe hada do tipo IIIseγ
ontém pelo menosumaΣ
dobra deZ
. VejaFigura 2.12. PSfrag repla ementsγ
Σ
Σ
−
Σ
+
Daremos agoraalguns exemplos para ilustraras deniçõesa ima.
Exemplo 2.1.1. Considere o sistema asso iado ao ampo vetorial
Z
1
= (X
1
, Y
1
)
∈
Ω
r
(R
2
, f )
dado porZ
1
(x, y) =
X
1
(x, y) = (1, x
2
), y
≥ 0;
Y
1
(x, y) = (1, 1),
y
≤ 0.
(2.6)Considere o ponto
p = (0, 0)
. Podemos observar que: a)Σ =
{(x, y) ∈ R
2
: y = 0
}
;
b)
p
não é singularidade deX
1
ouY
1
;)
p
é pontode tangên ia úbi a deX
1
omΣ
. Com efeito, temos queX
1
f (x, y) =
hX
1
(x, y),
∇f(x, y)i = h(1, x
2
), (0, 1)
i = x
2
e logo
X
1
f (p) = 0
. Além disso,X
1
2
f (x, y) =
hX
1
(x, y),
∇X
1
f (x, y)
i = h(1, x
2
), (2x, 0)
i = 2x
e assimX
2
1
f (p) = 0
. Também,X
1
3
f (x, y) =
hX
1
(x, y),
∇X
1
2
f (x, y)
i = h(1, x
2
), (2, 0)
i = 2
e portantoX
3
1
f (p)
6= 0
.d)
p
é o úni o ponto de tangên ia emΣ
e todo ponto(x, 0)
∈ Σ
omx
6= 0
é ponto de ostura, ou seja,p
∈ ∂Σ
C
.
Na Figura 2.13 apresentamos o retrato de fase do sistema asso iado ao ampo
Z
1
e a órbitaϕ(t, p)
passando pelo pontop
.p
Σ
Σ
−
Σ
+
Figura 2.13: Retrato de fase do ampo
Z
1
dadoem (2.6).Note que em alguns asos é possível falar em tempo passado e tempo futuro devido a
uni idade de soluções. Mas em geral, isso não é possível.
Exemplo 2.1.2. Considere o sistema asso iado ao ampo vetorial
Z
2
= (X
2
, Y
2
)
dado porZ
2
(x, y) =
X
2
(x, y) = (1, 2x),
y
≥ 0;
Y
2
(x, y) = (
−2, −7x), y ≤ 0.
(2.7)Considere o ponto
p = (0, 0)
. Podemos observar quep
não é singularidade deX
2
ouY
2
, masp
é ponto de tangên ia quadráti a deΣ
omX
2
e omY
2
. Veja Figura 2.14. PSfrag repla ementsΣ
Σ
−
Σ
+
Figura 2.14: Retrato de fase do ampo
Z
2
dadoem (2.7).Noteque, neste aso,
Σ
E
=
{(x, y) ∈ R
2
: y = 0
e
x > 0
}
eΣ
D
=
{(x, y) ∈ R
2
: y = 0
e
x < 0
}
. Assim, parataispontos, podemos al ularexpli itamenteo ampode Filippov asso iado aZ
2
, oqual édado porF
Z
2
(q) =
1
3
, 0
.
Exemplo 2.1.3. Considere o sistema asso iado ao ampo vetorial
Z
3
= (X
3
, Y
3
)
dado porZ
3
(x, y) =
X
3
(x, y) = (1,
−2x),
y
≥ 0;
Y
3
(x, y) = (
−1, −x + x
2
), y
≤ 0.
(2.8)Considere os pontos
p = (0, 0)
eq = (1, 0)
. Podemos observar quep
eq
não são singularidades deX
3
ouY
3
, mas temos quep
é ponto de tangên ia quadráti a omX
3
eY
3
, e queq
é ponto de tangên ia quadráti a omY
3
. VejaFigura 2.15. PSfrag repla ementsΣ
Σ
−
Σ
+
p
q
Figura 2.15: Retrato de fase do ampo
Z
3
dadoem (2.8). Podemosobservar que, neste aso,Σ
D
=
{(x, y) ∈ R
2
: y = 0
e
x > 1
}
Σ
C
=
{(x, y) ∈ R
2
: y = 0, x < 1
ex
6= p}.
Note que
ϕ(t, p) =
{p}
e que não temos uni idade de soluções emq
.Exemplo 2.1.4. Considere o sistema asso iado ao ampo vetorial
Z
4
= (X
4
, Y
4
)
dado porZ
4
(x, y) =
X
4
(x, y) = (1, x),
y
≥ 0;
Y
4
(x, y) = (
−1, x), y ≤ 0.
(2.9)Considere o ponto
p = (0, 0)
. Podemos observar quep
não é singularidade deX
4
ouY
4
, masp
é ponto de tangên ia quadráti a omX
4
e omY
4
. VejaFigura 2.16. PSfrag repla ementsp
Σ
Σ
−
Σ
+
Figura 2.16: Retrato de fase do ampo
Z
4
dadoem (2.9).Podemos observar que, neste aso, não é possível falar em tempo passado ou tempo
2.2 Apli ação de Poin aré
Caminharemos agora na direção da denição da Apli ação de Poin aré ou apli ação
de primeiroretornoem um sistemasuave porpartes om duas zonasno plano.
Dadosdois vetores
u, v
∈ R
n
, denotaremospor(u
|v) =
u
1
v
1
. . . . . .u
n
v
n
a matriz ujas olunassão osvetores
u
ev
.Teorema 2.2.1. Sejam
X
um ampo vetorial de lasseC
1
emR
2
,p
0
∈ R
2
eϕ(t, p
0
)
a órbita deX
tal queϕ(0, p
0
) = p
0
. Suponha um pontop
1
∈ R
2
e
t
0
∈ R
tais quep
1
= ϕ(t
0
, p
0
)
. SejamΣ
0
eΣ
1
seções transversais deX
passando pelospontosp
0
ep
1
res-pe tivamente. Seσ
0
: I
0
−→ R
2
e
σ
1
: I
1
−→ R
2
são respe tivamente as parametrizações
de
Σ
0
eΣ
1
omσ
0
(s
0
) = p
0
eσ
1
(s
1
) = p
1
, então existe uma vizinhançaU
dep
0
e duas funções diferen iáveisτ : U
−→ R
eρ : U
−→ I
1
tais queτ (p
0
) = t
0
,ρ(p
0
) = s
1
eϕ(τ (p), p) = σ
1
(ρ(p)),
para todop
∈ U
. Demonstração: Denaf : D
× I
1
⊂ R
4
−→ R
2
dada porf (t, p, s) = ϕ(t, p)
− σ
1
(s)
. ComoX
é de lasseC
1
então, pelo teoremada dependên ia ontínua,
ϕ
é de lasseC
1
.
Ainda, omo
Σ
1
éuma seção transversal entãof
é uma função diferen iável. Notequef (p
0
, t
0
, s
1
) = ϕ(t
0
, p
0
)
− σ
1
(s
1
) = p
1
− p
1
= 0;
∂
∂t
f (p
0
, t
0
, s
1
) =
∂
∂t
ϕ(t
0
, p
0
) = X(ϕ(t
0
, p
0
)) = X(p
1
);
∂
∂s
f (p
0
, t
0
, s
1
) =
−σ
′
1
(s
1
).
Ainda, temos que amatriz
D
(t,s)
f (p
0
, t
0
, s
1
) =
∂
∂t
f (p
0
, t
0
, s
1
)
∂s
∂
f (p
0
, t
0
, s
1
)
é não singular, ou seja, det
D
(t,s)
f (p
0
, t
0
, s
1
)
6= 0
, poisΣ
1
é uma seção transversal deX
. Logo, pelo teorema da função implí ita, existem uma vizinhançaU
dep
0
e funções diferen iáveisτ : U
−→ R
eρ : U
−→ I
1
tais queτ (p
0
) = t
0
,ρ(p
0
) = s
1
ef (p, τ (p), ρ(p)) = 0,
para todo
p
∈ U
. Portanto,ϕ(τ (p), p) = σ
1
(ρ(p)),
para todo
p
∈ U
.Notequeouxo de
X
levapontospróximosdep
0
empontosdaseçãotransversalΣ
1
. Assim, nas ondiçõesa ima, podemosdenirπ : Σ
0
∩ U −→ Σ
1
p
7−→ π(p) = ϕ(τ(p), p) = σ
1
(ρ(p))
(2.10)
a apli açãode transição do ampode vetores
X
entre as seções transversaisΣ
0
eΣ
1
. Deniremostambéma função˜
τ : Σ
0
∩ U −→ R
p
7−→ ˜τ(p) = τ(p)
(2.11)
aqualexprimeotempone essárioparaqueum pontode
Σ
0
hegueaΣ
1
atravésdouxo deX
pela primeira vez. Note que ambas as apli ações são diferen iáveis devido ao fato de todas as funçõesenvolvidas o serem.A m de obter a derivada da apli ação de transição, onsidere
W
0
⊂ I
0
eW
1
⊂ I
1
vizinhanças dos pontoss
0
es
1
respe tivamente. Então podemosdenirΠ : W
0
⊂ I
0
−→ W
1
⊂ I
1
s
7−→ Π(s) = σ
1
−1
(π(σ
0
(s))) = ρ(σ
0
(s)).
(2.12)
Logo, podemosestabele er oseguintediagrama
Σ
0
∩ U
π
−→
Σ
1
σ
0
x
σ
1
x
W
0
⊂ I
0
Π
−→ W
1
⊂ I
1
Como
Π
é diferen iável,temos queΠ
′
(s) =
d
ds
Π(s) =
∇ρ(σ
0
(s))σ
′
0
(s).
(2.13)Analogamente, podemosdenir a apli açãodiferen iável
T : W
0
−→ R
s
7−→ T (s) = ˜τ(σ
0
(s))
(2.14) e logoT
′
(s) =
d
ds
T (s) =
∇˜τ(σ
0
(s))σ
′
0
(s).
(2.15) Dena asmatrizesM
Σ
0
=
X(p
0
)
− σ
0
′
(s
0
)
,
M
Σ
1
=
X(p
1
)
− σ
1
′
(s
1
)
.
Lema 2.2.1. Nas ondições do Teorema
2.2.1
, seA =
1 T
′
(s
0
)
0 Π
′
(s
0
)
entãoM
Σ
1
A = D
p
ϕ(t
0
, p
0
)M
Σ
0
.Demonstração: Pelo Teorema2.2.1 e por (2.11)temos que
ϕ(˜
τ (p), p) = σ
1
(ρ(p)),
(2.16)para todo
p
∈ U
. Derivando (2.16) om respeito ap
, pelaregra da adeia,temos∂
∂t
ϕ(˜
τ (p), p)
∇˜τ(p) + D
p
ϕ(˜
τ (p), p) = σ
′
1
(ρ(p))
∇ρ(p).
Assim, omo∂
∂t
ϕ(˜
τ (p), p) = X(ϕ(˜
τ (p), p)),
tomando
p = p
0
temosqueou seja,
X(p
1
)
∇˜τ(p
0
) + D
p
ϕ(t
0
, p
0
) = σ
1
′
(ρ(p
0
))
∇ρ(p
0
),
(2.17)já que
τ (p
˜
0
) = t
0
eϕ(t
0
, p
0
) = p
1
. Multipli ando ambos os lados de (2.17) porσ
′
0
(s
0
)
temos queX(p
1
)
∇˜τ(p
0
)σ
0
′
(s
0
) + D
p
ϕ(t
0
, p
0
)σ
0
′
(s
0
) = σ
1
′
(ρ(p
0
))
∇ρ(p
0
)σ
0
′
(s
0
).
De (2.13) e (2.15)vemqueX(p
1
)T
′
(s
0
) + D
p
ϕ(t
0
, p
0
)σ
0
′
(s
0
) = σ
1
′
(s
1
)Π
′
(s
0
).
Logo, temos que
M
Σ
1
A =
X(p
1
)
− σ
1
′
(s
1
)
1 T
′
(s
0
)
0 Π
′
(s
0
)
=
X(p
1
)
X(p
1
)T
′
(s
0
)
− σ
1
′
(s
1
)Π
′
(s
0
)
=
X(p
1
)
− D
p
ϕ(t
0
, p
0
)σ
0
′
(s
0
)
.
Utilizando aigualdadeX(p
1
) = D
p
ϕ(t
0
, p
0
)X(p
0
),
segue queM
Σ
1
A =
D
p
ϕ(t
0
, p
0
)X(p
0
)
− D
p
ϕ(t
0
, p
0
)σ
0
′
(s
0
)
= D
p
ϕ(t
0
, p
0
)
X(p
0
)
− σ
0
′
(s
0
)
= D
p
ϕ(t
0
, p
0
)M
Σ
0
omo queríamos demonstrar.
Teorema 2.2.2. Sejam
X
um ampo vetorial de lasseC
1
emR
2
,p
0
∈ R
2
eϕ(t, p
0
)
a órbita deX
tal queϕ(0, p
0
) = p
0
. Suponha um pontop
1
∈ R
2
e
t
0
∈ R
tais quep
1
= ϕ(t
0
, p
0
)
. SejamΣ
0
eΣ
1
seções transversais deX
passando pelospontosp
0
ep
1
res-pe tivamente. Seσ
0
: I
0
−→ R
2
e
σ
1
: I
1
−→ R
2
de
Σ
0
eΣ
1
omσ
0
(s
0
) = p
0
eσ
1
(s
1
) = p
1
, então a derivada da apli ação de transiçãoπ : Σ
0
−→ Σ
1
, no pontop
0
, denida pelo uxo deX
, é dada porπ
′
(p
0
) =
det
X(p
0
)
σ
′
0
(s
0
)
det
X(p
1
)
σ
′
1
(s
1
)
exp
Z
t
0
0
divX(ϕ(t, p
0
))dt
.
(2.18)Demonstração: Pelo Lema 2.2.1 temosque
X(p
1
)
− σ
′
1
(s
1
)
1 T
′
(s
0
)
0 Π
′
(s
0
)
= D
p
ϕ(t
0
, p
0
)
X(p
0
)
− σ
′
0
(s
0
)
.
Cal ulando o determinanteem ambosos lados dessa igualdade, temos
det
X(p
1
)
− σ
1
′
(s
1
)
Π
′
(s
0
) = det(D
p
ϕ(t
0
, p
0
)) det
X(p
0
)
− σ
0
′
(s
0
)
.
Note que
D
p
ϕ(t, p
0
)
é uma matrizfundamental dosistema
X
′
= DX(ϕ(t, p
0
))X
D
p
ϕ(0, p
0
) = Id.
Logo, pela Fórmulade Liouville,
det(D
p
ϕ(t
0
, p
0
)) = exp
Z
t
0
0
tr(DX(ϕ(t, p
0
)))dt
= exp
Z
t
0
0
divX(ϕ(t, p
0
))dt
.
Ainda, omo
Σ
1
éuma seção transversal, a matrizM
Σ
1
é não singular. Portanto,π
′
(p
0
) = Π
′
(s
0
) =
det
X(p
0
)
− σ
0
′
(s
0
)
det
X(p
1
)
− σ
1
′
(s
1
)
exp
Z
t
0
0
divX(ϕ(t, p
0
))dt
=
det
X(p
0
)
σ
0
′
(s
0
)
det
X(p
1
)
σ
1
′
(s
1
)
exp
Z
t
0
0
divX(ϕ(t, p
0
))dt
.
omo queríamos demonstrar.
Sejaγ
uma poli-trajetóriafe hada dotipo I deZ = (X, Y )
∈ Ω
r
(M, f )
talque
γ = γ
0
∪ γ
1
∪ · · · ∪ γ
n
om
γ
2j
sendo ar os de trajetórias deX
emΣ
+
e
γ
2j+1
sendo ar os de trajetórias deY
emΣ
−
, para
j = 0, 1,
· · · , (n − 1)/2
. Para adaj = 0, 1,
· · · , n
sejaγ
j
∩ Σ = {p
j
, p
j+1
}
omp
0
= p
n+1
. Assim, podemos deniruma oleção de apli açõesde transição emp
j
π
j
: (Σ, p
j
)
−→ (Σ, p
j+1
)
tal quea apli açãode primeiroretorno asso iada aórbita
γ
é dada porπ = π
n
◦ π
n−1
◦ · · · ◦ π
0
omπ(p
0
) = p
0
. Veja Figura 2.17. PSfrag repla ementsΣ
Σ
−
Σ
+
p
0
p
3
p
1
γ
1
p
2
γ
2
γ
3
γ
0
Regularização de ampos vetoriais
suaves por partes
Neste apítuloiremosapresentar ométododaregularizaçãode amposvetoriaissuaves
por partes, o qual foi introduzido por Sotomayor e Teixeira em [16℄. Este método
on-siste na aproximaçãode um ampo vetorialsuave porpartes por uma famíliade ampos
vetoriais suaves, àqual pode-se apli ar a teoria lássi a.
3.1 O método da regularização
O método da regularização onsiste na aproximação de sistemas suaves por partes
asso iados a amposvetoriais suaves por partes daforma
Z(x, y) =
X(x, y), f (x, y)
≥ 0;
Y (x, y), f (x, y)
≤ 0,
(3.1)porumafamíliaaumparâmetrode sistemassuaves, denida omoauxíliode umafunção
de transição.
Denição 3.1.1. Uma função de lasse