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Anais do Conic-Semesp. Volume 1, 2013 - Faculdade Anhanguera de Campinas - Unidade 3. ISSN 2357-8904

TÍTULO: DESIGN DE LIVRO-OBJETO INFANTIL: O PAPEL DA EXPERIMENTAÇÃO GRÁFICA E DE ELEMENTOS LÚDICOS E INTERATIVOS NA EXPERIÊNCIA DE LEITURA

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO

CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

ÁREA:

SUBÁREA: DESIGN

SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): KARINA DOS SANTOS OLIVEIRA

AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): ZULEICA SCHINCARIOL

ORIENTADOR(ES):

COLABORADOR(ES): PIBIC MACKENZIE

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1. RESUMO

Esta pesquisa visa compreender as possibilidades de comunicações estabelecidas por meio da experimentação gráfica e de elementos lúdicos e interativos nos livros-objeto infantis, de que modo esses recursos atuam na experiência de leitura e como o design gráfico está envolvido nessas questões. Para atingir esses objetivos, foram realizados levantamento e revisão bibliográficos sobre o tema e em seguida pesquisa de campo, que consistiu na escolha de projetos de livros-objeto infantis presentes no mercado editorial para posterior análise, em entrevistas com especialistas e profissionais do campo do design editorial e da literatura infanto-juvenil e na visita a livrarias e bibliotecas. Os resultados demonstram que o livro-objeto é capaz de estimular a manipulação e a participação ativa do leitor na narrativa, bem como abrir espaço para múltiplas interpretações e para a leitura compartilhada. Um projeto gráfico bem elaborado e a presença bem aplicada dos recursos de experimentações gráficas e de elementos lúdicos e interativos, podem enriquecer a experiência de leitura, colaborar para o desenvolvimento sensorial e cognitivo da criança, ajudando a despertar sua imaginação e curiosidade, além de contribuir para a formação do hábito da leitura.

Palavras-chave: livro-objeto infantil, design gráfico editorial, experiência de leitura. 2. INTRODUÇÃO

A presente pesquisa aborda as comunicações estabelecidas por meio da experimentação gráfica e de elementos lúdicos e interativos nos livros-objeto infantis. Romani (2011) expõe que esses recursos possibilitam a manipulação e a participação ativa do leitor na narrativa, o que permite à criança uma progressiva familiarização com diferentes códigos e estímulos presentes em seu cotidiano. De acordo com a autora, a diferença entre um livro tradicional e um livro-objeto é a forma como se aplicam os fundamentos de design, o que para esta pesquisa implicou em entender e discutir como o design gráfico, na elaboração e articulação desses recursos diferencias do livro-objeto infantil, pode contribuir para despertar o interesse do leitor e estimular sua participação ativa na narrativa, bem como tornar o livro um objeto atraente e cativante, capaz de colaborar para o desenvolvimento sensorial e cognitivo das crianças.

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3. OBJETIVOS

Pretende-se identificar e compreender quais as modalidades dos componentes experimentais, lúdicos e interativos presentes no livro-objeto infantil, como eles atuam na comunicação com o leitor, quais suas potencialidades na experiência da leitura e como o design gráfico está envolvido nessas questões. Visto que as pesquisas acerca do livro-objeto infantil e suas especificidades ainda carecem de estudos, esta pesquisa busca compilar o posicionamento de diferentes autores sobre o assunto, ampliar e discutir referências bibliográficas e projetuais, bem como contribuir para a reflexão do papel do design na elaboração e articulação dos elementos que compõe este tipo especial de publicação, identificando parâmetros a serem considerados na elaboração e análise de projetos de livro-objeto para o leitor infantil.

4. METODOLOGIA

Considerando as características desta pesquisa, escolheu-se a abordagem metodológica qualitativa, guiada primeiramente por um levantamento e revisão bibliográficos, tendo o livro-objeto infantil como principal foco. Essa etapa foi importante para orientar a pesquisa de campo, que consistiu na escolha de projetos de livros-objeto infantis presentes no mercado editorial para posterior análise; em entrevistas com especialistas e profissionais do campo do design editorial e da literatura infanto-juvenil e na visita a livrarias e bibliotecas. Nas análises dos livros e nas entrevistas com especialistas, buscou-se sobretudo abordar e entender como os componentes experimentais, lúdicos e interativos do livro-objeto infantil se relacionam ao conteúdo e à narrativa, como eles influenciam na experiência de leitura e como o design está envolvido nessas questões. Nas visitas a livrarias e bibliotecas, o principal objetivo foi estudar por meio da observação, o comportamento das crianças, como elas escolhem os livros, o modo como reagem a leitura e a interação entre elas e os adultos. Após esse estudo, buscou-se também uma comunicação oral com os pais e crianças.

5. DESENVOLVIMENTO

A definição de livro-objeto infantil não é exata e possui muitas divergências entre diferentes autores. Compilando-se estudos de autores como Linden (2011), Munari (2008), Paiva (2001), Romani (2011) e Silveira (2008), para a presente pesquisa,

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considerou-se como livro-objeto infantil um tipo especial de publicação, capaz de comunicar expressivamente por meio de seu aspecto físico e material, ou seja, por meio dos elementos que constituem o próprio objeto livro. Silveira (2008) expõe que o livro-objeto apresenta-se como uma obra aberta, recheada de significados e mensagens ocultas em seus diversos elementos, que desafia o imaginário do leitor e exige dele um olhar pleno, ativo e explorador para ser desvendada. Romani (2011) enfatiza que a participação ativa do leitor na manipulação do livro e construção dos significados é imprescindível nessa categoria de livro. Essa manipulação ocorre por meio das experimentações gráficas e dos elementos lúdicos e interativos. O modo como aplicam-se esses recursos influencia a experiência do leitor com o livro e a forma como a mensagem é transmitida a ele.

As experimentações gráficas podem envolver todos os elementos que compõem o livro infantil desde sua concepção até a fase final de produção. De acordo com Linden (2011), textos e imagens podem trabalhar em conjunto com o suporte em função da materialidade do livro, de sua textura, diagramação, uso de diferentes materiais, para expressar noções de tempo e espaço, mexer com os cinco sentidos e com a percepção do leitor. Os elementos lúdicos e interativos também possuem grande diversidade: pop-ups, abas, bolsos, mecanismos de puxar, facas especiais, etc., dão ao livro-objeto infantil um caráter tridimensional, enriquecendo a experiência sensorial e espacial da criança. Segundo Haslam (2006), a elaboração desses dispositivos, em especial o pop-up, exige um planejamento conjunto entre os profissionais que atuam na criação do livro, a fim de que seja alcançado um balanço sensível entre texto, imagem e pop-up, de modo que todos os elementos da página trabalhem em harmonia. Deve haver também um balanço entre criatividade e possibilidades de produção e custos.

O autor e designer Bruno Munari é uma referência indispensável no estudo de livros-objeto infantis. Suas obras tais como o projeto experimental dos Livros ilegíveis e os chamados Pré-livros, mostram a importância de tratar os livros como objetos de design, valorizando todos os aspectos que envolvem sua concepção. As experiências de Munari, partiam do princípio de que o livro como objeto, independentemente das palavras impressas, é capaz de comunicar em termos táteis e visuais. Os projetos de livros desse autor buscam estimular os sentidos das crianças.

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01, 02 e 03. Projetos de livros infantis de Bruno Munari: os Pré-livros, um dos Livros ilegíveis e Na noite escura respectivamente

Conforme apresentado, as comunicações estabelecidas entre o livro-objeto e o leitor estão fortemente relacionadas com seu aspecto físico e material e as qualidades expressivas de ambos, o que confere atenção especial para a área do design e das artes visuais.

De acordo com Moraes (in Oliveira, 2008), o projeto gráfico de um livro propõe seus espaços e constrói um ambiente a ser percorrido, nos indicando uma ideia de ler, ou seja, uma ideia de um tempo para se olhar cada página, de um ritmo de leitura, de um equilíbrio entre os elementos e de como todos esses fatores juntos compõe e conduzem a narrativa. Dessa forma, o design é mediador da leitura. Necyk (2007) afirma que o designer é capaz de unir a abstração da história de um livro à materialidade do mesmo em papel, ou seja o designer é capaz de materializar o abstrato, o subjetivo, o simbólico, o sensorial. "O design do livro, além do acabamento gráfico, é conversor dos significados em consonância com a narrativa (...)." (NECYK, 2007, p.157).

A análise e comparação dos pontos e ideias defendidas por diferentes autores, permitiu a elaboração de critérios e parâmetros a serem considerados na elaboração e análise de projetos de livro-objeto para o leitor infantil. Estabeleceu-se como critérios para a escolha dos livros:

A presença de experimentações gráficas e/ou elementos lúdicos e interativos que possibilitem ao leitor a participação ativa e a manipulação, bem como a presença de um projeto gráfico bem elaborado - adequado à proposta literária, à narrativa e às necessidades do leitor - que enriquece os aspectos de interação entre o livro e o leitor e agrega novos sentidos à narrativa, permitindo assim o surgimento de novas leituras e interpretações. Buscou-se livros em que imagem e texto não sejam redundantes e trabalhem juntos para a construção dos sentidos e mensagens e cuja forma e conteúdo funcionam como entidades inseparáveis, de modo que o próprio

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objeto livro comunica por meio do seu aspecto físico e material, proporcionando ao leitor uma experiência multissensorial e mexendo com sua percepção. Salienta-se que não foi estabelecida uma faixa etária específica de público leitor para a escolha dos livros. Os projetos foram selecionados, preferencialmente, a partir da década de 1950, quando foram publicados os livros de Bruno Munari. Apresento a seguir, o levantamento de livros-objeto infantis:

Livros Autor Editora

Abra este pequeno livro Jesse Klausmeier e Susy Lee Cosac Naify, 2013

A grande viagem da senhorita

Prudência Charlotte Gastaut Ática, 2011

A incrível fuga da cebola Sara Fanelli Ática, 2012

Bili com limão verde na mão Décio Pignatari e Daniel Bueno Cosac Naify, 2009

Cabeças Matthew Fleet Globinho, 2011

Coleção da ratinha Ninoca Lucy Cousins Ática

Coleção Kokeshi Annelore Parot Companhia das letrinhas

Diário de bordo interestelar da pequena

cadete espacial Sônia Holleyman Melhoramentos, 1996

Ismália Alphonsus de Guimaraens e Odilon

Moraes Cosac Naify, 2006

Jogo da meia-noite Kveta Pacovská Ática, 1993

Lampião & Lancelote Fernando Vilela Cosac Naify, 2006

Na floresta do bicho preguiça Anouck Boisrobert e Louis Rigaud Cosac Naify, 2011

Na noite escura Bruno Munari Cosac Naify, 2008

Tinha uma velhinha que engoliu uma

mosca Jeremy Holmes Amarylis, 2010

A partir desse levantamento, foram selecionados três projetos para a análise: Diário de bordo interestelar da pequena cadete espacial, Ismália e Jogo da meia-noite. 6. RESULTADOS

Análises de projetos de livro-objeto infantil

Devido ao espaço estipulado para este artigo, optou-se por apresentar a análise de somente um livro: HOLLEYMAN, Sônia. Diário de bordo interestelar da pequena cadete espacial. São Paulo: Melhoramentos, 1996.

Durante a pesquisa e escolha dos livros, pude perceber que muitas vezes os recursos interativos são utilizados de forma exagerada, para chamar atenção das crianças e dos pais e fazer o livro se assemelhar a um brinquedo, não havendo a

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preocupação central com um propósito narrativo e literário. Este livro foi escolhido especialmente por ter como característica marcante a interatividade em consonância com a narrativa. Todos os elementos presentes nele são bem integrados e valorizam a experiência de leitura, envolvendo o leitor e fazendo-o se sentir como um personagem na história.

O livro nos traz as aventuras de Alina, cadete espacial supersônica e seu companheiro "astrogato" Minhoc. Sua missão é ganhar o concurso de fantasia para o carnaval de sua escola, cujo tema é "o espaço". A história é narrada pela própria garota sendo o livro seu diário de bordo. Temos a presença de um fecho especial, preso à capa por um pedaço de velcro, que remete a um diário e uma alça para carrega-lo junto ao corpo. O formato do livro (15,5 X 21,5 cm fechado) permite que ele seja carregado facilmente.

São vários elementos que ajudam a despertar nossa curiosidade e imaginação: peças soltas como óculos, relógio, anel e também bilhetes dentro de envelopes, mapas, entre outros, incentivam a manipulação do livro, contribuem para prender a atenção e tornam a leitura bastante descontraída. Logo na primeira página, há um cartão de identificação onde o leitor pode colocar sua foto, o que é uma maneira de estabelecer um laço afetivo com o livro. Há também o uso bem aplicado e integrado de diferentes materiais: temos a presença de acetatos, módulos espaciais ligados por barbantes, papel jornal, entre outros.

Textos e imagens se articulam nas páginas em uma composição geral, de modo que as mensagens são apreendidas de forma conjunta, o que segundo Linden (2011) caracteriza uma diagramação de conjunção. As ilustrações possuem cores muito vivas e cintilantes que atraem o olhar e cada página dupla apresenta um tipo 04, 05 e 06. A direita temos a capa com acabamento almofadado; as outras duas imagens mostram em detalhe

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diferente de tratamento gráfico, tornando cada virada uma surpresa. Há uma grande quantidade de textos escritos de forma irregular, parecendo confusa, com letras que remetem à caligrafia, características que reforçam ainda mais o aspecto de um diário pessoal. Dessa forma, priorizou-se o caráter expressivo da tipografia.

Entrevistas

Feitas via e-mail, as entrevistas foram realizadas com as seguintes profissionais: Elizabeth Romani: embora não trabalhe profissionalmente com livros infantis, Romani diz ser apaixonada por livros. Seu mestrado em Design e Arquitetura intitulado "Design do livro-objeto infantil", foi referência relevante para a elaboração deste artigo; Maíra Lacerda: filha de escritora de livros para crianças e jovens, Lacerda se formou em Design e defendeu seu mestrado na área com a dissertação intitulada "Design na Leitura: uma possibilidade de mediação entre o jovem e a leitura literária". Atualmente trabalha na área de design de livros infanto-juvenis; Vanessa Gonçalves: editora de livros infanto-juvenis da Cosac Naify. Recentemente, em março de 2013, a Cosac Naify foi eleita a melhor editora infanto-juvenil da América Latina pela Feira de Bolonha, considerada a mais importante na área.

As perguntas foram guiadas pelo direcionamento descrito na Metodologia e pelos critérios estabelecidos para a escolha dos projetos de livros. Apresento uma compilação com as minhas palavras do que considerei mais relevante nas respostas das entrevistas para os objetivos desta pesquisa. Foi observado um consenso entre as três entrevistadas de que os recursos de experimentação gráfica e de elementos lúdicos e interativos precisam estar integrados com a narrativa. Gonçalves afirma que usar um papel diferenciado, uma faca especial ou qualquer outro recurso gráfico gratuitamente está fora de cogitação na Cosac Naify e que a editora sempre busca

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um projeto gráfico que dialoga com o conteúdo do livro. Romani e Lacerda consideram um livro com qualidade quando todas as partes são bem elaboradas: o texto, a imagem e o design. O projeto gráfico constrói a relação entre o leitor e o objeto livro e o designer é capaz de conceituar o livro e compreender como os recursos experimentais, lúdicos e interativos podem ser utilizados de forma expressiva, a fim de potencializar as mensagens do livro e enriquecer a experiência de leitura. As três entrevistadas enfatizam a importância da atuação do designer, porém, afirmam que é necessário o trabalho integrado entre todos os profissionais que participam da construção do livro, para que o resultado final possa ser apreendido pelo leitor como uma unidade coesa, na qual todos os elementos e linguagens trabalham de forma conjunta em prol da narrativa e da experiência de leitura e não como fragmentos produzidos separadamente.

Visitas a livrarias e bibliotecas

Realizei visitas à Biblioteca Monteiro Lobato, especializada em literatura infanto-juvenil e localizada no bairro da Vila Buarque em São Paulo e também às livrarias Cultura (Conjunto Nacional) e Saraiva (Shopping Center Norte). Pude perceber nesses três locais visitados que as crianças se sentem bastante atraídas por livros que possuem algo diferente do formato convencional de livro. Os elementos interativos e os pop-ups por exemplo fazem bastante sucesso, despertando a curiosidade e surpreendendo os pequenos, que querem mexer, puxar, ver como funciona. Nos livros com jogos de adivinhação, que costumam utilizar o recurso de abas para esconder as respostas, pude observar a mediação do adulto para despertar o interesse das crianças em desvendar os enigmas, eles gesticulam, dão dicas, palpites, o que torna a experiência de leitura prazerosa para ambos. Quando as crianças leem juntas esse tipo de livro, percebi uma colaboração e diálogo entre elas, especialmente quando uma criança mais velha interage com uma mais nova. Com base em todo o material presente neste artigo científico, podemos fazer as seguintes considerações:

Apesar dos pop-ups, texturas, abas, facas especiais, entre outros, atraírem a atenção das crianças e despertarem sua curiosidade, analisando-se com um olhar crítico relacionado ao projeto gráfico, muitos livros que apresentam esses recursos carecem de atenção nesse aspecto, bem como de uma integração entre as diferentes linguagens e elementos que os compõem. Os recursos de

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experimentação gráfica e de elementos interativos e lúdicos do livro-objeto infantil precisam ser pensados de maneira consciente, considerando-se um equilíbrio entre inventividade e possibilidades reais de produção e custo, bem como a atenção à narrativa e ao que realmente pode ser útil ao desenvolvimento das crianças. Caso contrário, esses recursos serão apenas meros chamarizes que encarecem o produto, e não um estímulo a experiência sensorial, lúdica, afetiva e cognitiva da criança ao interagir com o livro.

Viu-se que livros-objeto infantis com qualidade literária, poética e artística, bem elaborados e integrados em termos de texto, ilustração e design, cujas experimentações gráficas e elementos lúdicos e interativos se relacionam à proposta literária e à narrativa, ainda parecem ser infelizmente raros, possuindo uma tiragem baixa e um custo mais elevado. Hunt (2010) expõe que apesar de toda a evidência do excelente material gráfico em comparação aos tradicionais, os livros que se valem da forma para comunicar, continuam a ser minoria.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode-se afirmar que esta pesquisa cumpriu com todos os objetivos estabelecidos no item 3. Por meio de seus aspectos diferenciais, o livro-objeto é capaz de estimular a manipulação e a participação ativa do leitor na narrativa, bem como abrir espaço para múltiplas interpretações e para a leitura compartilhada. Um projeto gráfico bem elaborado e a presença bem aplicada dos recursos de experimentações gráficas e de elementos lúdicos e interativos, podem enriquecer a experiência de leitura e possibilitar a comunicação com a criança, colaborando para seu desenvolvimento sensorial e cognitivo, ajudando a despertar sua imaginação e curiosidade. Esses recursos também podem tornar a experiência de leitura agradável e descontraída. Dessa forma, a criança pode associar a leitura do livro a um momento prazeroso e divertido, o que pode contribuir para a formação desse hábito.

Independentemente das escolhas projetuais e dos recursos de produção utilizados, deve-se buscar equilíbrio, coerência e integração entre todos os elementos e linguagens que compõem o livro-objeto infantil, e a adequação dos mesmos à proposta literária, à narrativa e às necessidades do leitor. Para que isso ocorra, as diferentes partes que atuam na elaboração desse tipo de publicação, que normalmente envolvem a atuação do autor, do editor, do ilustrador, do designer, do engenheiro de papel e do produtor gráfico, precisam trabalhar em conjunto,

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pensando no livro como um todo e respeitando a capacidade de percepção e entendimento das crianças e demais leitores.

8. FONTES CONSULTADAS Bibliográficas:

HASLAM, Andrew. O livro e o designer II: como criar e produzir livros. Tradução de Juliana A. Saad e Sérgio Rossi Filho. 2. ed. São Paulo: Rosari, 2006.

HUNT, Peter. Crítica, teoria e literatura infantil. São Paulo: Cosac Naify, 2010. LINDEN, Sophie Van der. Para ler o livro ilustrado. São Paulo: Cosac Naify, 2011. MUNARI, Bruno. Das coisas nascem coisas. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

NECYK, B. Texto e imagem: um olhar sobre o livro infantil contemporâneo.167f. Dissertação (Mestrado em Design) - Departamento de Artes & Design, Pontifícia Universidade Católica, Rio de Janeiro. 2007.

OLIVEIRA, Ieda de. O que é qualidade em ilustração no livro infantil e juvenil: com a palavra o ilustrador. São Paulo: DCL, 2008.

PAIVA, Ana Mathias de. A aventura do livro experimental. Belo Horizonte: Autêntica; São Paulo: Edusp, 2010.

ROMANI, E. Design do livro-objeto infantil. 2011. 144f. Dissertação ( Mestrado em Design e Arquitetura) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo. 2011.

SILVEIRA, Paulo. A página violada: da ternura à injúria na construção do livro de artista. 2.ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2008.

Imagéticas:

01. <http://www.tsuru.pt/blog/uploaded_images/munari1-799008.jpg>

02. <http://momosanshop.bigcartel.com/product/libro-illeggibile-mn-1-bruno-munari> 03. <http://www.planetazorp.com/2013/04/na-noite-escura.html>

* As demais imagens presentes no trabalho são fotografias do livro analisado, produzidas pela autora do artigo.

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