V. EQUAÇÕES DO
MOVIMENTO PLANO
Equações do Movimento Plano
V
⃗⃗ = 𝑢𝑒
𝑥+ 𝑤𝑒
𝑧,
𝑑𝑢
𝑑𝑡
= 𝜔𝜃̇ +
𝑇
𝑥𝑀
+ 𝑔
𝑥+
𝑋
𝑎𝑀
𝑑𝜔
𝑑𝑡
= −𝑢𝜃̇ +
𝑇
𝑧𝑀
+ 𝑔
𝑧+
𝑍
𝑎𝑀
𝐼𝑦𝑦𝜃̈ = −𝜃̇ (𝑑𝐼𝑦𝑦 𝑑𝑡 + 𝑚𝑥𝑒2) + 𝑥𝑒𝑇𝑧 − 𝑧𝑒𝑇𝑥 − 𝑀′ 𝑀 = 𝑀0 − ∫ 𝑚 𝑑𝑡 𝑡 0
sendo
𝑀
0a massa do foguete no instante do
lançamento.
𝑔𝑥 = −𝑔𝑐𝑜𝑠 𝜎𝑉 𝑔𝑧 = 𝑔 sin 𝜎𝑉 𝑋𝑎 = −𝑇𝑎 𝑌𝑎 = −𝑁 𝑇𝑥 = 𝑇 cos 𝜎 𝑇𝑧 = 𝑇 sin 𝜎 Substituindo nas equações do movimento anteriores: 𝑑𝑢 𝑑𝑡 = 𝜔𝜃̇ + 𝑇 𝑀cos 𝜎 − 𝑇𝑎 𝑀 − 𝑔 cos 𝜎𝑉 𝑑𝑤 𝑑𝑡 = −𝑢𝜃̇ + 𝑇 𝑀sin 𝜎 − 𝑁 𝑀 + 𝑔 sin 𝜎𝑉 𝐼𝑌𝑌𝜃̈ = −𝜃̇ (𝑑𝐼𝑦𝑦 𝑑𝑡 + 𝑚𝑥𝑒2) + 𝑥𝑒𝑇𝑧 − 𝑧𝑒𝑇𝑥 − 𝑀′
𝑀 = 𝑀0 − ∫ 𝑚 𝑑𝑡 tan 𝛼 = 𝑤
𝑢
Para 𝜎 = 0 tem-se 𝑇
𝑧= 0 e 𝑧
𝑒= 0
Desprezando
forças
aerodinâmicas,
com
resultados superestimados em 10%:
𝑑𝑢 𝑑𝑡 = 𝑤𝜃̇ + 𝑇 𝑀 − 𝑔 cos 𝜎𝑉 𝑑𝑤 𝑑𝑡 = −𝑢𝜃̇ + 𝑔 𝑠𝑒𝑛 𝜎𝑉 𝐼𝑦𝑦𝜃̈ = −𝜃̇ (𝑑𝐼𝑦𝑦 𝑑𝑡 + 𝑚 𝑥𝑒2) 𝑀 = 𝑀0 − ∫ 𝑚 𝑑𝑡 𝑡 0 tan 𝛼 = 𝑤 𝑢 , 𝑞 = 𝜃̇Equações do Movimento no Espaço Livre
Movimento do foguete não está sujeito às forças aerodinâmicas e gravitacionais.
Como estamos considerando o voo no vácuo, a atração é dada por:
𝑇 = 𝑚𝑉𝑒 + 𝑃𝑒𝐴𝑒
E podemos adotar uma expressão mais simples para a tração:
𝑇 = 𝑚𝑔0𝐼𝑠𝑝
𝑚 – fluxo de massa através do bocal da tubeira, ou
seja consumo de massa de combustível do foguete,
𝐼𝑠𝑝 - impulso específico, considerado constante, 𝑔0 – aceleração da gravidade na superfície da Terra, Sendo que: 𝒄 = 𝒈𝟎𝑰𝒔𝒑 é chamado de velocidade de escape efetiva. E T= mc
Consideraremos, 𝜃̇ = 0 , o que é válido para a
Pelas equações do movimento 𝑑𝑢 𝑑𝑡 = 𝑤𝜃̇ + 𝑇 𝑀 − 𝑔 cos 𝜎𝑉 𝑑𝑤 𝑑𝑡 = −𝑢𝜃̇ + 𝑔 𝑠𝑒𝑛 𝜎𝑉 𝐼𝑦𝑦𝜃̈ = −𝜃̇ (𝑑𝐼𝑦𝑦 𝑑𝑡 + 𝑚 𝑥𝑒2) Tem se: 𝑑𝑢 𝑑𝑡 = 𝑚𝑐 𝑀 (∗) 𝑚 = −𝑑𝑀 𝑑𝑡 (∗∗) Substituindo (**) em (*) temos: 𝑑𝑢 𝑑𝑡 = − 𝑐 𝑀 𝑑𝑀 𝑑𝑡
Com as condições iniciais: 𝑡 = 0 , 𝑢(0) = 𝑢0 , 𝑀(0) = 𝑀0:
𝑑𝑢 = −𝑐𝑑𝑀 𝑀
𝑢 − 𝑢0 = 𝑐 ln𝑀0 𝑀
∆𝑢 = 𝑐 ln𝑀0
𝑀 (∗∗∗)
A equação (***) é chamada de equação de
TSIOLKOVSKY, (1857-1935) sendo que 𝑀(𝑡) é dada:
𝑀(𝑡) = 𝑀0 − ∫ 𝑚 𝑑𝑡𝑡
0
Portanto temos a velocidade e a massa do foguete dependendo do tempo e do consumo de combustível.
Se:
𝑴𝒄 - massa de combustível total consumida pelo foguete a
𝑴𝒃 − massa no fim da queima (burnout):
𝑀𝑏 = 𝑀0 − 𝑀𝑐 O tempo de fim de queima
t
b é determinado por:𝑀𝑐 = ∫ 𝑚 𝑑𝑡𝑡𝑏
0
Definindo a razão de massa, 𝜆, por: 𝜆 = 𝑀0
O incremento de velocidade no instante de fim de
queima, 𝑡 = 𝑡𝑏, pode ser obtido por:
Δ𝑢𝑖𝑑 = 𝑔0𝐼𝑠𝑝ln 𝜆
chamado de velocidade ideal do foguete, observa
se que para um mesmo 𝐼𝑠𝑝, quanto maior a razão de massa maior o incremento de velocidade obtido.
No gráfico Δ𝑢𝑖𝑑 vs 𝜆, para vários valores do impulso específico.
Quanto maior o impulso específico, menor a razão de massa para se obter um mesmo incremento de velocidade.
Mas é importante salientar que o impulso específico
geralmente não ultrapassa 300 seg, sendo que para certos
combustíveis líquidos pode-se obter um impulso
𝚫𝒖
𝒊𝒅= 𝒈
𝟎𝑰
𝒔𝒑𝐥𝐧 𝝀
Aumento
de
𝝀
nos
leva
à
correspondentes
pequenos aumentos na
velocidade.
No entanto, a
razão
𝝀 = 𝟏𝟎
é o limite
prático para veículos de um só estágio,
sendo que para valores de
𝝀 > 𝟏𝟎 deve-se
Ascensão Vertical
Neste caso temos 𝜃̇ = 0, ou seja, 𝜃 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
Ou seja:
A direção da velocidade coincide com a direção do eixo longitudinal do foguete, portanto o ângulo de ataque é nulo (𝛼 = 0).
A força aerodinâmica atua apenas na direção oposta à velocidade, tal que a força tangencial coincide com a força de arrasto, não havendo o aparecimento de momento aerodinâmico.
A tração e a força de gravidade, também atuam na direção do eixo longitudinal do foguete, isto é 𝜎 = 𝜎𝑣 = 0.
Para efeito de integração analítica, faremos ainda as seguintes considerações:
O Arrasto atmosférico será desprezado;
A aceleração da gravidade será admitida constante, o que é válido até altitudes não muito grande (aproximadamente 150 km), ou quando a fase de propulsão não envolve grandes variações de altitude;
A tração será constante, tal que o consumo de massa de combustível é constante, e a massa do foguete à cada instante é dada por:
𝑀(𝑡) = 𝑀0− ∫ 𝑚 𝑑𝑡𝑡
0
𝑑𝑢 𝑑𝑡 = 𝑤𝜃̇ + 𝑇 𝑀 − 𝑔 cos 𝜎𝑉 𝑑𝑤 𝑑𝑡 = −𝑢𝜃̇ + 𝑔 𝑠𝑒𝑛 𝜎𝑉 𝐼𝑦𝑦𝜃̈ = −𝜃̇ (𝑑𝐼𝑦𝑦 𝑑𝑡 + 𝑚 𝑥𝑒2) tan 𝛼 = 𝑤 𝑢
Com estas considerações temos que as equações do movimento se reduzem à: 𝑑𝑢 𝑑𝑡 = 𝑇 𝑀0 − 𝑚𝑡 − 𝑔 𝑑𝑤 𝑑𝑡 = 0 , 𝑤 = 0 𝑑𝜃 𝑑𝑡 = 0 , 𝜃 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝛼 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
Integrando com 𝑢(0) = 0, temos: 𝑢 = 𝑇 ∫ 𝑑𝑡 𝑀0 − 𝑚𝑡 𝑡 0 − 𝑔𝑡 𝑢 = 𝑇 𝑚ln 𝑀0 𝑀0 − 𝑚𝑡 − 𝑔𝑡
QUE FORNECE a velocidade do CM do foguete com relação ao sistema inercial, expressa no
sistema do veículo, sendo que 𝑢 nos determina a
variação da altitude ℎ com o tempo.
Considerando: 𝑉𝐶𝑀 = 𝑋̇𝑒 𝑋 + 𝑍̇𝑒 𝑍 e utilizando a matriz de transformação 𝐿𝑃𝐼: 𝐿𝑃𝐼 = [ cos 𝜃0 0 sin 𝜃1 0 − sin 𝜃 0 cos 𝜃 ] 𝑋̇ = (𝑇 𝑚ln 𝑀0 𝑀0 − 𝑚𝑡 − 𝑔𝑡) cos 𝜃 𝑌̇ = 0 𝑍̇ = (𝑇 𝑚ln 𝑀0 𝑀0 − 𝑚𝑡 − 𝑔𝑡) sin 𝜃
A posição do veículo com relação ao sistema inercial é obtida integrando as equações ANTERIORES, COM 𝜃 constante: 𝑋 − 𝑋0 = 𝑚𝑇 cos 𝜃 ∫ ln 𝑀0 𝑀0−𝑚𝑡𝑑𝑡 𝑡 0 − 𝑔 𝑡2 2 cos 𝜃 𝑌 = 0 𝑍 − 𝑍0 = 𝑇 sin 𝜃 𝑚 ∫ ln 𝑀0 𝑀0 − 𝑚𝑡𝑑𝑡 𝑡 0 − 𝑔 sin 𝜃𝑡2 2
Fazendo uma integração por partes da parcela
∫ ln
𝑀𝑀0 0−𝑚𝑡𝑑𝑡
𝑡 0temos:
𝑢 = ln
𝑀
0𝑀
0− 𝑚𝑡
𝑑𝑣 = 𝑑𝑡
Tal que:
∫ ln
𝑀
0𝑀
0− 𝑚𝑡
𝑑𝑡
𝑡 0= ∫ 𝑢 𝑑𝑣
𝑡 0= 𝑢𝑣|
0𝑡− ∫ 𝑣 𝑑𝑢
𝑡 0Mas:
𝑑(ln 𝐴) =
1
𝐴
𝑑𝐴
∫
𝑥 𝑑𝑥
𝑎𝑥 + 𝑏
= −
𝑏
𝑎
2ln(𝑎𝑥 + 𝑏) +
𝑥
𝑎
Então: 𝑑𝑢 = 𝑀 𝑚 0−𝑚𝑡𝑑𝑡 ∫ 𝑣 𝑑𝑢𝑡 0 = + ∫ 𝑡𝑚 𝑀0 − 𝑚𝑡 𝑑𝑡 𝑡 0 ∫ 𝑣 𝑑𝑢 = 𝑡 0 + 𝑀0 𝑚 ln 𝑀0 𝑀0 − 𝑚𝑡 − 𝑡 𝑢𝑣|0𝑡 = 𝑡 ln 𝑀0 𝑀0 − 𝑚𝑡 Portanto: ∫ ln 𝑀0 𝑀0 − 𝑚𝑡 𝑑𝑡 𝑡 0 = 𝑡 + (𝑡 − 𝑀0 𝑚 ) ln 𝑀0 𝑀0 − 𝑚𝑡 (23) Substituindo (23) em (22) temos a posição do CM do veículo com relação ao sistema inercial dado por:𝑋 = 𝑋0 + 𝑇 𝑚cos 𝜃 {𝑡 + (𝑡 − 𝑀0 𝑚) ln 𝑀0 𝑀0 − 𝑚𝑡} − 𝑔𝑡2 2 cos 𝜃 (24. 𝑎) 𝑌 = 0 (24. 𝑏) 𝑍 = 𝑍0 + 𝑇 sin 𝜃 𝑚 {𝑡 + (𝑡 − 𝑀0 𝑚) ln 𝑀0 𝑀0 − 𝑚𝑡} − 𝑔𝑡 2 2 sin 𝜃 (24. 𝑐)
A posição inicial no instante de lançamento do foguete, 𝑡 = 0, com o foguete na superfície da Terra será:
𝑋0 = 𝑅0 cos 𝜃 𝑍0 = 𝑅0 sin 𝜃 Onde 𝑅0 é o raio da Terra esférica.
Neste caso, para simplificar um pouco mais poderíamos ter escolhido um sistema inercial tal que o eixo 𝑋 coincidissee com a posição da base de lançamento do foguete, o eixo Z no plano do horizonte apontado para o leste, tal que 𝜃 = 0. Deste modo teríamos:
𝑋 = 𝑅0 + 𝑇 𝑚{𝑡 + (𝑡 − 𝑀0 𝑚) ln 𝑀0 𝑀0𝑚} − 𝑔 𝑡2 2 𝑌 = 0 𝑍 = 0
Sendo que 𝑑𝑋𝑑𝑡 nos daria a variação da altura (ℎ) com o tempo, pois 𝑋 = 𝑅0 + ℎ.
As soluções apresentadas são superestimadas
devido as hipóteses adotadas, sendo da ordem de
10% à 15% do comportamento real dos foguetes.
As equações até aqui desenvolvidas, nos determinam a velocidade e altitude como função do tempo e da massa do foguete. A velocidade e altitude no final da queima (𝑡𝑏), que para um consumo de massa constante é dado por:
𝑡𝑏 = 𝑀𝑐
𝑚 Sendo, 𝑀𝑐 a massa de combustível consumida.
A aceleração, velocidade e altitude no fim de queima, podem também ser obtidos em termos de fatores estruturais e do consumo de massa do combustível.
Seja:
𝑀0 = 𝑀𝑐 + 𝑀𝑠 + 𝑀𝑝 𝑀𝑠 = 𝑀𝑠𝑜 + 𝐵𝑀𝑐
Onde:
𝑀𝑠 - Massa estrutural
𝑀
𝑝- Massa da carga útil
𝑀
𝑠𝑜- Massa estrutural propriamente dita
𝐵 - Fator de massa do tanque de combustível,
que corresponde à fração de combustível que não é
queimado e permanece como peso morto no tanque,
é da ordem de 0,01 à 0,02.
No instante de decolagem a equação do
movimento, considerando 𝜃 = 0, é escrita como:
𝑋̈0 = 𝑇
𝑀0 − 𝑔0
e
Ou
𝑀𝑐 = [ 𝑇
𝑋0̈ + 𝑔0 − 𝑀𝑝 − 𝑀𝑠𝑜] 1
1 + 𝐵
Como a tração pode ser dada por 𝑇 = 𝑚𝑔
0𝐼
𝑠𝑝,
temos que:
𝑀𝑐 = [𝑚𝑔0𝐼𝑠𝑝
𝑋̈0 + 𝑔0 − 𝑀𝑝 − 𝑀𝑠𝑜] 1
1 + 𝐵
E o tempo de fim de queima:
𝑡𝑏 = [𝑚𝑔0𝐼𝑠𝑝
𝑋̈ + 𝑔0 − 𝑀𝑝 − 𝑀𝑠𝑜]
1
(1 + 𝐵)𝑚