Geração Hidrelétrica de Energia
Fundamentos Básicos
Arlan Alves Fraga
Engenheiro Eletricista Prof. IFBA Campus Paulo Afonso
Objetivos
• Apresentar os fundamentos básicos da geração hidrelétrica de energia
• Apresentar os principais componentes de uma usina hidrelétrica e suas respectivas funções
Conteúdo
• Introdução
• Energia: Conceitos Básicos, Estágios e Formas
• Princípios da Conversão de Energia
• Conversão Eletromagnética de Energia
• Fundamentos
• Indução Eletromagnética - Lei de Faraday
• Usina Hidrelétrica: Componentes Básicos e Funções
• Indicadores de Desempenho
Energia - Conceitos e Conservação
Conceitos
• Aristóteles (384 - 322 a.C.) : “Capacidade de realizar movimento ”
• James Clerk Maxwell (1831 - 1879) : “Capacidade que permite uma mudança na configuração de um sistema”
• Física (século XIX) : É a medida da capacidade de realizar trabalho
• Lei da Conservação da Energia ( primeiro princípio da termodinâmica )
A energia não pode ser criada nem destruída, apenas transformada.
• Lei da Dissipação da Energia ( segundo princípio da termodinâmica )
Em qualquer processo de conversão de energia, sempre existirá uma
parcela de energia térmica como produto.
Energia - Estágios e Formas
Formas de Energia Estágios
Primária : Energia fornecida pela natureza.
(petróleo, carvão mineral, gás natural, lenha, cana-de-açucar, eólica, solar, urânio,
hidráulica, ...)
Secundária : Energia resultante de processos de conversão, no âmbito do setor energético (usinas hidrelétrica, refinarias de petróleo, destilarias de álcool, ...)
(exemplos : elétrica, gasolina, óleo diesel, álcool, gás butano ...)
Mecânica Elétrica Química
Conversão de Energia
Energia - Conversão Fotossíntese Painel Fotovoltáico Bateria Eletrólise Resistência Termopilha Quimioluminescência Reator Motores à combustão Processo Endotérmico Lâmpadas Coletor Solar Motor Gerador Atrito Turbina a vapor Energia Luminosa Energia Nuclear Energia Elétrica Energia Química Energia Térmica Energia Mecânica
Energia - Conversão Conversão de Energia Energia Secundária Conversão de Energia Uso Final Energia Primária rio petróleo usina refinaria elétrica elétrica lâmpada iluminação deslocamento Trabalho mecânico combustível fotovoltaico automóvel
Geração Hidrelétrica de Energia
Energia - Geração Hidrelétrica Descobertas Fundamentais
1820 - Hans Cristian Oersted (físico e químico - Dinamarca)
Observou que as correntes elétricas produziam campos magnéticos. Verificou os efeitos magnéticos da corrente elétrica
(experiência com a bússola)
1831 - Michael Faraday (físico e químico - Inglaterra)
Observou que campos magnéticos variáveis produziam correntes elétricas em circuitos fechados.
1845 - Franz Ernst Neumann (físico e matemático - Alemanha)
Energia - Geração Hidrelétrica
Indução Eletromagnética - Lei de Faraday
E
m= N t
A corrente elétrica induzida em um circuito fechado, por um fluxo magnético variável, é proporcional a taxa de variação desse fluxo.E.dl =
∂t
∂
E:
Campo elétrico
:
Fluxo magnético
dl:
Elemento infinitesimal do circuito
E
m:
Tensão induzida média
Geração Hidrelétrica de Energia - Fundamentos
Potência Hidráulica de uma Queda
E
h= m .
g
.
h
=
m . g .
t
h
P
h=
t
. g .
h
P
.
h
V
.E = P . t
m = . V
=
P
.
h
Q . g .
h
.h
m
P
h:
Potência hidráulica (W)
(*)
Q:
Vazão (m3/s):
Massa específica (kg /m
3)
h:
Queda efetiva (m)
g:
Aceleração da gravidade (m/s
2)
Energia - Geração Hidrelétrica Perdas 1 Perdas 2 Energia Elétrica Energia Mecânica Turbina Gerador Energia Mecânica água
Neste processo de conversão existem perdas por:
• Correntes de Foucault
• Efeito Joule
• Histerese magnética
• Distorções harmônicas
• Dispersão de fluxo magnético
• Atrito, ...
Energia Mecânica
água
Usina Hidrelétrica
Usinas Hidrelétricas
Usina Hidrelétrica - Componentes básicos e funções
Componente Associados Função
Usina Acumulação Possuem reservatório de grande capacidade
Fio d’água Utilizam a vazão proporcionada diretamente pelo rio
Componente Função
Usina Hidrelétrica - Componentes básicos e funções
Componente Associados Função
Adução
Comportas Permitir ou não a entrada de água para turbina
Grades Retenção Proteger a turbina contra material flutuante
Stop Logs Permitir a manutenção das comportas
Dreno de Areia Permitir a limpeza da soleira da barragem
Conduto Forçado Conduzir a água até a caixa espiral
Pórtico Limpeza das grades de retenção e instalação dos
stop logs
Componente Associados Função
Prédio Casa de Máquinas Abrigar os geradores e equipamentos associados Sala de Comando Abrigar os controles e sinalizações da Usina
Usina Hidrelétrica - Componentes básicos e funções
Componente Associados Função
Turbina
Caixa Espiral Manter vazão constante na entrada do
pré-distribuidor
Pré-Distribuidor Direcionar a água para o distribuidor (fixo)
Tampa Isolar a parte úmida e suportar o distribuidor
Distribuidor
Controlar o fluxo de água para o rotor da turbina através dos movimentos de suas pás móveis, acionadas por servomotores
Aro de Regulação Movimentar, de forma sincronizada, através de
bielas e manivelas, as pás do distribuidor
Rotor
Receber a água liberada pelo distribuidor e, por está solidário ao rotor do gerador através do eixo, girar juntamente com ele
Eixo / Mancais Acoplamento mecânico entre os rotores do
Usina Hidrelétrica - Componentes básicos e funções
Componente Associados Função
Gerador
Estator Gerar tensão elétrica em seus enrolamentos (carcaça, núcleo magnético e enrolamentos) Rotor Produzir o fluxo magnético
(aranha, anel magnético e pólos)
Anéis Coletores Permitir a conexão elétrica entre a fonte DC e as
bobinas de campo (parte girante)
Escovas
Eixo / Mancais Acoplamento mecânico entre os rotores do
gerador e turbina / Suporte mecânico máquina
• Lâminas (aço silicio)
• Dutos de ventilação (aço inox)
• Tirantes (aço carbono)
• Placas de pressão (aço carbono)
• Dedos de pressão (aço inox)
Usina Hidrelétrica - Componentes básicos e funções
Componente Associados Função
Sistema de Excitação
Transformador Reduzir a tensão gerada para alimentação dos
dispositivos do sistema de excitação
Conversor AC/DC
Converter a tensão AC para DC para alimentar o circuito de campo do gerador
Disjuntor de Campo Permitir o desligamento do circuito de campo
Regulador de Tensão Controlar a tensão gerada (Eg) e a potência
reativa da máquina
Crow Bar e Resistor Suprimir sobretensões e redução da excitação
Anéis Coletores Permitir a conexão elétrica entre a fonte DC e as bobinas de campo
Usina Hidrelétrica - Componentes básicos e funções
Componente Associados Função
Regulador de Velocidade
Reservatório de Óleo Fornecer o óleo para o balão ar-óleo
Balão Ar-Óleo Absorver as oscilações de pressão do
sistema
Servomotores
Acionar as pás do distribuidor, através do movimento do aro de regulação, controlando assim o fluxo de água para o rotor da turbina
Bombas Fornecer óleo para o sistema
Usina Hidrelétrica - Componentes básicos e funções
Componente Associados
Auxiliares
Fonte de Tensão AC (transformador)
Fonte de Tensão DC (retificadores e baterias)
Dispositivos de Proteção, Medição e Sinalização (sensores e relés) Sistema de Lubrificação
Sistema de Refrigeração
Sistema de Drenagem e Esgotamento
Componente Associados Função
Restituição
Canal Escoamento da água turbinada para o rio
Comportas Permitir a manutenção da turbina
Usina Hidrelétrica - Componentes básicos e funções
Componente Associados Função
Vertedouro
Comportas Permitir ou não a saída de água para restituição
Stop Log Permitir a manutenção das comportas
Pórtico Instalação dos stop logs
Escoamento da água não utilizada na geração de energia elétrica quando existir um volume excedente de água.
• Controle do nível do reservatório
• Controle das enchentes
Adutor da Máquina II - Usina Paulo Afonso III
Caixa Espiral
≤
Caixa Espiral
• É uma câmara metálica instalada em volta do rotor, cuja seção transversal diminui progressivamente, permitindo uma distribuição uniforme de vazão para o rotor da turbina.
A
1A
2=
A
1Q
1V
=
=
=
...
A
2Q
2A
3Q
3A
1Q
1>
A
2>
Q
2A
3Q
3>
>
Pré-distribuidor
≤
Caixa Espiral - Usina Paulo Afonso III
Casa de Máquinas - Usina Paulo Afonso III
Caixa Espiral - Usina Paulo Afonso III
Flange - Usina Paulo Afonso III
Rotor do Gerador - Usina Paulo Afonso III
52 polos
Colocação do Rotor no Gerador - Usina Paulo Afonso III
52 polos
Cubo do Rotor e Enrolamentos Estatóricos - Usina Paulo Afonso III
Sapatas do Mancal Guia da Turbina - Usina Paulo Afonso III
Poço da Turbina - Usina Paulo Afonso III
Poço da Turbina - Servomotor
Produção de Energia Elétrica
Fonte: Balanço Energético Nacional 2010 - Empresa de Pesquisa Energética/MME
• A capacidade hidráulica inclui a parcela brasileira da usina hidrelétrica Itaipu e os produtores independentes de energia elétrica
Capacidade de Geração de Energia Elétrica - Brasil
Potência Instalada
• A capacidade térmica inclui a biomassa e os derivados de petróleo
Capacidade de Geração de Energia Elétrica - Brasil
Potência Instalada - Chesf & Brasil
Chesf : 10.615,13 MW
Brasil : 106.215 MW
Fonte : Eletrobrás 2010
Companhia Hidro Elétrica do São Francisco - Chesf
Companhia de Geração Térmica de Energuia Elétrica - CGTEE Centro de Pesquisas de Energia Elétrica - CEPEL
Centrais Elétricas do Norte - Eletronorte
Eletrosul Centrais Elétricas
Eletronuclear Furnas
Usinas N° Geradores Potências (kW) Rio
Paulo Afonso I (USU) 03 180.001
São Francisco
Paulo Afonso II (USD) 06 443.000
Paulo Afonso III (UST) 04 794.200
Paulo Afonso IV (USQ) 06 2.462.400
Apolônio Sales (UAS) 04 400.000
Luiz Gonzaga (ULG) 06 1.479.600
Xingó (UXG) 06 3.162.000
Piloto (UPL) 01 2.000
Sobradinho (USB) 06 1.050.300
Boa Esperança (UBE) 04 237.300 Parnaíba
Funil (UFL) 03 30.000
Contas
Pedra (UPE) 01 20.007
Araras (UAR) 02 4.000 Acaraú
Curemas (UCR) 02 3.520 Piancó
Camaçari (UTC) 05 346.803
Capacidade de Geração de Energia Elétrica - Chesf
Potência Instalada - Composição
Fonte : Companhia Hidro Elétrica do São Francisco - Chesf
Usina Térmica de Camaçari - UTC
Rio Parnaíba - UBE
Rio Piancó - UCR
Rio Acaraú - UAR
M
W
Capacidade de Geração de Energia Elétrica - Chesf
Potência Instalada - Usinas
UCR UBE UXG USU USD UST USQ UPL UAR UFL UPE UTC
Localização das Usinas - Âmbito Gerencial
Paulo Afonso I (USU)
GRP Paulo Afonso II (USD)
Paulo Afonso III (UST) Paulo Afonso IV (USQ) Apolônio Sales (UAS) Luiz Gonzaga (ULG) Xingó (UXG)
Piloto (UPL)
Sobradinho (USB) GRB Boa Esperança (UBE) GRO Funil (UFL) GRS Pedra (UPE) Araras (UAR) GRN Curemas (UCR) Camaçari (UTC) GRS ULG UAS USB
Usinas - Rio São Francisco Três Marias CEMIG USB UXG USQ USU UST Sobradinho 1.050 MW Xingó 3.162 MW Apolônio Sales 400 MW Luiz Gonzaga 1.480 MW Paulo Afonso IV 2.462 MW
USD Paulo Afonso III
794 MW Paulo Afonso II 443 MW Paulo Afonso I 180 MW Foz: Piaçabuçu - AL
Brejo Grande - SE (Cabeço) Nascente: São Roque de Minas - MG
ULG UAS
UFL Rio de Contas UPE Pedra 20 MW Funil 30 MW Rio de Acaraú Araras 4 MW UAR Rio de Piancó Coremas 3,52 MW UCR Rio Parnaíba Boa Esperança 237 MW UBE GRO GRS GRN GRN 2,7% Chesf
Usinas - Rio de Contas, Acaraú, Piancó e Parnaíba
Capacidade de Geração de Energia Elétrica - Chesf
Quadro Comparativo
Maiores Usinas Hidrelétricas do Brasil
Fonte : Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL
Usinas Hidrelétricas Potência (MW) Rio Local Situação
1° - Itaipu 14.000 Paraná PR Funcionamento
2° - Belo Monte 11.233 Xingu PA Licitada 3° - São Luiz do Tapajós 8.381 Tapajós PA Projetada
4° - Tucuruí 8.370 Tocantins PA Funcionamento
5° - Jirau 3.450 Madeira RO Construção
6° - Ilha Solteira 3.444 Paraná SP/MS Funcionamento
7° - Xingó 3.162 São Francisco AL/SE Funcionamento
8° - Santo Antônio 3.150 Madeira RO Construção
Indicadores de Desempenho - UHE
Disponibilidade das Usinas - DLAP
NHP
u
NHD
P
u:
Potência nominal da unidade geradorau
:
Número de Horas do Período considerado ( últimos 12 meses ):
Número de Horas de Disponibilidade da unidade geradorau
DLAP
=
P
u u)
.
P
.
NHP
NHD
(
u.
100
Disponibilidade das Usinas - DLAP
Exemplo - Determinar a Disponibilidade( DLAP ) de uma unidade geradora que, por conveniência operacional, ficou sincronizada apenas no mês de janeiro de um determinado ano, período no qual verificou-se 03 desligamentos automáticos da referida unidade, todos com duração de 01 hora.
DLAP
=
( 8760-3 )
8760
.
=
99,96 %
P
u.
P
u.
100
Período considerado : 365 dias/ano x 24 horas/dia = 8.760 horas/ano
Taxa de Falha das Usinas - TF (desligamento automático)
u
TF
=
NF
u uNHS
.
NHP
NHP
:
Número de Horas do Período considerado ( acumuladas até o mês )NF
:
Número de Falhas da unidade geradorau
( desligamento automático ):
Número de Horas de Serviço da unidade geradorau
u
NHS
Taxas de Falha : Desligamento automático, Desligamento Forçado, Falha na Partida e Global
Taxa de Falha das Usinas - TF (desligamento automático)
TF
=
8760
( 744-3 )
.
3
=
35,46
falhas
Exemplo - Determinar a Taxa de Falha( TF ) de uma unidade geradora que, por conveniência operacional, ficou sincronizada apenas no mês de janeiro de um determinado ano, período no qual verificou-se 03 desligamentos automáticos da referida unidade, todos com duração de 01 hora.
Usinas Produtividade Nominal (MW/m3/s)
Paulo Afonso IV (USQ) 1,07
Xingó (UXG) 1,05
Paulo Afonso III (UST) 0,75
Paulo Afonso I (USU) 0,71
Paulo Afonso II (USD) 0,61
Luiz Gonzaga (ULG) 0,45
Piloto (UPL) 0,43
Sobradinho (USB) 0,25
Apolônio Sales (UAS) 0,18
Indicadores de Desempenho - Usinas Chesf
• Mudança na configuração operacional para melhor utilização do recurso energético pela Chesf devido ao racionamento de energia elétrica em 2001
urânio Energia Nuclear Energia Mecânica Usina I Usina II Usina III Usina Apolônio Sales Usina Xingó Usina Luiz Gonzaga Usina IV
Configuração Operacional Normal
• Usinas Apolônio Sales + Usinas I, II e III 0,88 MW/m3/s
• Usina IV 1,07 MW/m3/s
• Mudança na configuração operacional para melhor utilização do recurso energético pela Chesf devido ao racionamento de energia elétrica em 2001
• Usinas Apolônio Sales + Usinas I, II e III 0,88 MW/m3/s
• Usina IV 1,07 MW/m3/s urânio Energia Nuclear Energia Mecânica Usina I Usina II Usina III Usina Apolônio Sales Usina IV Usina Luiz Gonzaga Usina Xingó
Configuração Operacional Especial
vazão 1050 m3/s
(novembro/2001)
Meio Ambiente Legislação Ambiental
Política Nacional do Meio Ambiente - PNMA (criada pela Lei 6.938/1981)
Art 2º - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação,
melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da
segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana
Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA (instituído pela Lei 6.938/1981)
Art 6º - Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, constituirão o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA
Meio Ambiente (conceito para fins previstos na Lei 6.938/1981)
Art 3º - é o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas
Meio Ambiente Legislação Ambiental
Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA (instituído pela Lei 6.938/1981)
• Órgão consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA • Estabelece normas, resoluções e padrões a serem obedecidos pelos Estados. A resolução CONAMA N° 001, 23 de janeiro de 1986 define quais as atividades estão sujeitas à elaboração do EIA e o respectivo RIMA, quando é solicitado o licenciamento ambiental para a construção do empreendimento
A exigência do estudo de impacto ambiental foi mencionada pelo artigo 225. § 1º, IV da Constituição Federal de 1988
IBAMA (criado pela Lei 7.735/1989)
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
Autarquia federal vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, responsável por formular, coordenar, fiscalizar, executar e executar a Política Nacional de Meio Ambiente sob os auspícios do MMA.
• A incompatibilidade total ou parcial, aparente ou evidente do projeto, deverá ser claramente exposta pelo EIA.
• O Relatório de Impacto Ambiental-RIMA refletirá as conclusões do EIA, ficando claro que o EIA precede o RIMA e é sua base de natureza imprescindível.
• O EIA e o RIMA são utilizados como base para nos processos de licenciamento ambiental.
EIA Licenciamento Ambiental
Estudo de Viabilidade
Meio Ambiente Legislação Ambiental
Meio Ambiente Legislação Ambiental
A legislação ambiental possui exigências relativas aos aspectos de proteção e
conservação da fauna aquática dos reservatórios, que deverão ser cumpridas pelas empresas do setor elétrico.
Decreto Lei n° 794/38, em seu Artigo 68 : “As represas dos rios, ribeirões ou córregos devem ter como complemento obrigatório obras que permitam a conservação da fauna fluvial, seja facilitando a passagem dos peixes, seja instalando Estações de Piscicultura”
• Políticas e diretrizes governamentais
• Estudos de viabilidade (ecomômico-financeira - social - ambiental) • Estudos de localização
• Estudos dos Impactos Ambientais (EIA e RIMA) • Levantamento topográfico
• Alternativas para escoamento da energia gerada • Responsabilidade social
Aspectos Gerais sobre Construção de Usinas Hidrelétricas Meio Ambiente
M
W
/
km
2
Capacidade de Geração de Energia Elétrica - Chesf
Índice de Inundação (MW / km2)
Geração Hidrelétrica de Energia
Fundamentos Básicos
Arlan Alves Fraga
Engenheiro Eletricista Prof. IFBA Campus Paulo Afonso
Usina Hidrelétrica - Componentes básicos e funções Sistema de Excitação
Excitatriz
TR Excitação
Sistema
Elétrico
V
refRegulador
de Tensão
Tensão
Externa
Disjuntor
Exc. Inicial
Disjuntor
de Campo
Sistema de Excitação
Relação Tensão x Frequência x Fluxo nas Máquinas de Corrente Alternada
E
m=
2 .
N
. . f
. k
f:
Frequência
:
Fluxo magnético
k:
Constante de enrolamento (
k
p xk
d)
N:
Número de espiras envolvidas pelo fluxo
E
m:
Tensão induzida média
.
f:
Frequência da tensão gerada (Hz)
:
Velocidade síncrona (rpm)
P:
Número de polos do rotor
Sistema de Regulação de Velocidade
= 120 . f
. P
Relação Velocidade x Frequência x Polos nas Máquinas Síncronas
Como regular a velocidade da máquina ? aumentando / reduzindoa potência hidráulica
Paulo Afonso I (USU) 200 36
Paulo Afonso II (USD) 200 36
Paulo Afonso III (UST) 138,5 52
Paulo Afonso IV (USQ) 120 60
Apolônio Sales (UAS) 80 90
Luiz Gonzaga (ULG) 81,8 88
Xingó (UXG) 109,1 66
Piloto (UPL) 600 12
Sobradinho (USB) 75 96
Boa Esperança (UBE) 120 60
Funil (UFL) 257 28
Pedra (UPE) 200 36
Araras (UAR) 600 12
Curemas (UCR) 514 14
Camaçari (UTC) 3600 2
f:
Frequência da tensão gerada (Hz)
:
Velocidade síncrona (rpm)
P:
Número de polos do rotor
= 120 . f
. P
Sistema de Regulação de Velocidade
Sistema de Regulação de Velocidade
Nas máquinas síncronas existem 02 campos magnéticos girantes
T
m:
Torque mecânico (consequente da energia cinética - água)T
e:
Torque elétrico (consequente da energia elétrica - carga)T
r =T
m -T
eTorque resultante
T
m=
T
eCondição desejada
Regulador de Velocidade - Detectar alterações na velocidade da máquina e, de acordo com os valores e sentidos dessas variações, agir sobre
T
m nosentido de torná-lo igual a
T
eT
m=
T
eMecânica de Rotação
T
r= J .
dt
d
Mecânica de TranslaçãoF
r=
m
.
a
T
m=
T
e Quando=
0
dt
d
=
ConstanteT
m>
T
e Quando>
0
dt
d
>
ndt
d
T
m<
T
e Quando=
0
<
n Caso II : Caso I : Caso III : (Swing Equation)Usina Hidrelétrica de Xingó - Chesf
20 máquinas de 700 MW = 14.000 MW
Usina Hidrelétrica de Itaipu - Itaipu Binacional / Eletrosul
• Potência Hidráulica - Ph : Potência cedida à turbina
• Potência Mecânica - Pm : Potência fornecida pelo eixo da turbina ao gerador • Potência Nominal - Pn : Potência fornecida pela turbina sob queda nominal (Hn) e velocidade angular nominal (
n), para as quais a turbina foi projetada• As turbinas hidráulicas em geral são designadas pela potência máxima e não pela potência nominal
• Na definição das turbinas hidráulicas são considerados os valores especificados de queda (H), vazão (Q) e a velocidade angular (
) do gerador que irá acionar • As turbinas hidráulicas devem operar com os valores de queda (H) e vazão (Q) correspondentes ao melhor rendimento possível• Os rendimentos das turbinas normalmente situam-se entre 85 a 96 %
Usina Hidrelétrica - Aplicações das Turbinas 0 m
H
Pelton
• 01 jato • 02 jatos • 04 jatos • 06 jatosFrancis
• rápida • normal • lenta USB (27 m) UAR (27 m) UAS (22 m) UXG (118 m) USQ (112,5 m) UST (87,5 m) USU (82,5 m) USD (82,5 m) UAS (46,3 m) UBE (46 m) UPE (45 m) UFL (40 m) UCR (32,5 m)Bulbo
(axiais)Kaplan
(pás móveis) 40 m 20 m 200 m . . . . .Turbina Francis - Rotor
• Possui distribuidor com um conjunto de pás dispostas em volta do rotor,
comandadas por servomotores de forma que, para cada valor de descarga, o ângulo mais conveniente de entrada da água no receptor, reduzindo assim as perdas hidráulicas
• Possui um canal ou tubo de sucção com a função de manter a continuidade da massa líquida em escoamento, desde a saída do receptor até a restituição, conseguindo-se assim um acréscimo na queda hidráulica e, consequentemente, um aumento da
potência da turbina
Turbina Francis - Acoplamento Turbina x Gerador
• Possui um canal ou tubo de sucção com a função de manter a continuidade da massa líquida em escoamento, desde a saída do receptor até a restituição, conseguindo-se assim um acréscimo na queda hidráulica e, consequentemente, um aumento da potência da turbina
• A água entra radialmente no rotor e sai axialmente
Turbina Francis - Rotor da Máquina III da Usina I (Chesf)
Turbina Kaplan
• Pás ajustáveis transformando a
energia cinética em trabalho mecânico
• Possui um mecanismo que permite variações do ângulo de inclinação das pás, conforme a descarga, sem variações consideráveis de seu rendimento
• A água entra no rotor no sentido axial
Victor Kaplan (1876 - 1934) - Engenheiro austríaco Turbina Kaplan Pás do Distribuidor Pás do Rotor Entrada de Água Cubo Ogiva Saída de Água Eixo
Turbina Pelton - Rotor
• O jato de água atua nas conchas, no sentido tangencial, transformando a energia cinética em trabalho mecânico
• Elevada velocidade de rotação
• Recomendadas para elevadas quedas • Possuem 01, 02, 04 ou 06 jatos
(depende da potência)
• Efeito abrasivo provocada pela areia em
suspensão na água
UHE Santo Antônio - 44 turbinas Bulbo de eixo horizontal - Rio Madeira (RO)
Turbina Bulbo
UHE Belo Monte - 07 turbinas Bulbo de eixo horizontal - Rio Xingu (PA)
Turbina Pelton - Rotor, Bocais e Caixa
Reservatório Comporta Configuração Operacional Vão dos Stop Logs Vedação de Soleira Conduto Forçado
Configuração de Intervenção Reservatório Comporta Stop Logs 1 2 3 4 Vedação de Soleira Conduto Forçado
Fonte : BEM - EPE/MME 2009
Inclui a parcela brasileira da usina Itaipu e os produtores independentes Produção de Energia Primária - Brasil
Estrutura a Política Ambiental e cria o Departamento de Meio Ambiente
Foram apresentadas as diretrizes para tratamento das questões ambientais, desde o planejamento até a operação dos empreendimentos de geração e transmissão de energia elétrica.
Equipe multidisciplinar de 65 técnicos (janeiro/2011)
• Capacitação de pescadores
• Colocação de alevinos de espécies nativas em reservatórios da região • Monitoramento da fauna e flora
• Monitoramento de processos erosivos
• Plano de uso e conservação do entorno dos reservatórios • Inventário dos ecossistemas aquáticos dos reservatórios • Incentivo ao cooperativismo para pescadores
• Recuperação de áreas degradadas
Atividades
Meio Ambiente e Responsabilidade Social - Chesf Atividades da Estação de Piscicultura de Paulo Afonso - EPPA
• Produção de alevinos (curimatá, niquim, piau, surubim, dourado, piaba, etc) • Distribuição dos alevinos nos reservatórios (média anual de 2.000.000)
• Seleção de reprodutores (principalmente os nativos do rio e os raros) • Controle de pragas (bactérias e parasitas)
• Doação de peixes
Entidades Beneficiadas com Peixes (doações periódicas)
• Lar da criança Vicentina • FUNDAME
• APAE
• Vicentinos
• Espaço Social Sete de Setembro • Creche Irmã Regina
• Creche Menino Jesus • Creche Luiz Casulo
Capacidade de Geração de Energia Elétrica
Potência Instalada - Chesf & Regional Paulo Afonso
Gerência Regional Paulo Afonso - GRP
Gerência Regional Leste - GRL
Gerência Regional Oeste - GRO
Gerência Regional Norte - GRN
Gerência Regional Sul - GRS
Gerência Regional Sobradinho - GRB