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COMPARAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA ENTRE IDOSOS QUE PRATICAM O MÉTODO PILATES E IDOSOS FISICAMENTE ATIVOS

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COMPARAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA ENTRE IDOSOS QUE

PRATICAM O MÉTODO PILATES E IDOSOS FISICAMENTE ATIVOS

Araújo, Thaynara Beatriz Cadima1, Carvalho, Caio Augusto Mendes de2

1 Acadêmica do curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Triângulo UNITRI-MG,

Brasil. (thaynara_araujo@live.com)

2 Orientador e professor do curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Triângulo

UNITRI-MG, Brasil. (caio@labsforfit.com.br)

RESUMO

Introdução: O envelhecimento é um processo involuntário e inevitável que causa perda estrutural e funcional progressiva no organismo. Para se obter um envelhecimento saudável, é de suma importância a realização de atividades físicas. Objetivo: Comparar a qualidade de vida entre idosos que praticam o método Pilates e idosos fisicamente ativos na cidade de Uberlândia-MG através da aplicação do questionário SF-36 de análise da qualidade de vida. Resultados: Não foram encontradas diferenças significativas nas pontuações totais e nas pontuações obtidas nas diferentes dimensões do Questionário SF36 entre participantes que praticam ou não o Pilates. Entretanto, foram constatadas correlações significativas entre a idade e a dimensão “limitações por aspectos emocionais” e entre o tempo de prática de atividade física com a dimensão “vitalidade”. Conclusão: Conclui-se que não existe uma diferença significativa dos resultados dos diversos exercícios quando comparados em relação à qualidade de vida.

Palavras-chaves: Pilates, Idosos, Qualidade de Vida.

INTRODUÇÃO

O envelhecimento é um processo involuntário e inevitável que causa perda estrutural e funcional progressiva no organismo, entre essas perdas, podemos citar as deteriorações da capacidade funcional, perda da massa e força muscular decorrente principalmente da sarcopenia, perda da massa óssea e da produção hormonal e lentidão no tempo de reação, sendo estes, fatores de risco que aumentam os riscos de queda e causam perda da autonomia.1

A política nacional do idoso (PNI), Lei nº8. 842, de 4 de janeiro de 1994, e o estatuto do Idoso, Lei nº 10.741,de 1º de outubro de 2003, define Idoso pessoas com 60 anos ou mais.2

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Para a manutenção da qualidade de vida dos idosos, é essencial que levem a vida de maneira independente e autônoma, sendo capazes de realizar suas tarefas diárias básicas. Para alcançar essa autonomia é necessário que o idoso mantenha sua aptidão física. Uma das estratégias para manutenção da autonomia, melhora da capacidade funcional e diminuição dos riscos de queda, melhorando consequentemente a qualidade de vida, é a prática de atividade física.1

Segundo a Organização Mundial da Saúde (2015), é uma prioridade política propiciar um envelhecimento saudável, tentando gerenciar o crescimento substancial dos custos do sistema de saúde que são destinados ao envelhecimento populacional. Para se obter um envelhecimento saudável, é de suma importância a realização de atividades físicas, sendo o treino de força capaz de proporcionar melhores condições para a realização de atividades de vida diária, explicando sua inclusão nas recomendações das diretrizes de atividade física para idosos da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2011: “As atividades de fortalecimento muscular, envolvendo grandes grupos musculares, devem ser realizadas em dois ou mais dias por semana”.3

Poucos idosos cumprem com a diretriz geral de atividade física de realizar no mínimo 150 minutos de atividade física com intensidade moderada por semana (World Health Organization, 2011) e menos ainda em alcançar o recomendado de duas sessões semanais de treinamento de força. Segundo Hagströmer, Oja, & Sjöström4, a prática da atividade física

tende a diminuir com o aumento da idade.

As atividades físicas passaram a ser vistas como uma possível solução para os diversos problemas de saúde, já que proporcionam estilos de vida ativos. A correlação entre envelhecimento, saúde e exercício é bastante comum, sendo assim encontrados vários efeitos associados ao treinamento de resistência, como o aumento de força, prevenção contra doenças cardiovasculares, aumento da densidade mineral óssea e bom funcionamento físico geral em idosos.5

Embora a prática regular da atividade física proporcione uma infinidade de benefícios a saúde, estudos comprovam que apenas os níveis mais altos de atividade física estão relacionados com um maior desenvolvimento ósseo.6

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD 2015) sobre a Prática de Esporte e Atividade Física no País que foi realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estima-se que cerca de 9,2 milhões de idosos praticaram esportes ou atividade física em 2015 no Brasil.

Os efeitos benéficos que a inclusão da atividade física de resistência muscular e aeróbica apresenta na rotina dos idosos são apontados por diversos estudos. O método Pilates

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se tornou uma modalidade popular nos últimos anos dentre as várias possibilidades de atividade física, por meio de um sistema de exercícios que possibilita trabalhar o corpo como um todo, corrigindo a postura, promovendo realinhamento da musculatura e desenvolvendo a estabilidade corporal necessária para uma vida mais saudável.1

Joseph Pilates postulou que o método pode fornecer uma valiosa ferramenta para cada indivíduo. Trata-se de um sistema de exercício descrito como de baixa a moderada intensidade, que aborda estabilidade, força muscular, flexibilidade, respiração e postura.7

O método é constituído por seis princípios fundamentais: concentração, centralização, fluidez e respiração. Os exercícios são estruturados em três níveis de dificuldade, sendo o básico constituído por exercícios mais estáveis envolvendo menores grupos musculares, podendo evoluir para intermediário e avançado de acordo com a progressão do paciente, exigindo assim maior força e trabalhando maiores grupos musculares, gerando melhor equilíbrio e estabilidade.8

O objetivo deste trabalho é comparar a qualidade de vida entre idosos que praticam o método Pilates e idosos fisicamente ativos na cidade de Uberlândia-MG.

METODOLOGIA

Tratou-se de uma pesquisa prática, aplicada em estúdios de Pilates e casas de repouso da cidade de Uberlândia-MG, pelo procedimento de levantamento social, de caráter analítico e observacional com delineamento transversal, abordagem quantitativa e qualitativa, com objetivos exploratórios e com área de ciência metodológica. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) sob o parecer número 2.829.167.

Essa pesquisa teve uma amostra de 60 participantes de ambos os sexos, com mais de 60 anos de idade, divididos em dois grupos, sendo o grupo 1 composto por 30 idosos que praticavam o método Pilates e o grupo 2 por 30 idosos fisicamente ativos (praticavam 30 minutos ou mais de atividades moderadas e/ou vigorosas por dia).9

Dentre os critérios de inclusão do grupo 1, os participantes deveriam apresentar mais que 60 anos de idade, podendo ser de ambos os sexos, praticar somente o método Pilates e concordar em participar e assinar o TCLE. Já no grupo 2, deveriam apresentar mais que 60 anos de idade, podendo ser de ambos os sexos, não praticar o método Pilates, serem fisicamente ativos e concordar em participar e assinar o TCLE. Os critérios de exclusão de ambos os grupos foram não compreender o questionário e não preencher o mesmo corretamente.

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A coleta de dados foi realizada nos meses de Agosto e Setembro de 2018. Foi aplicada uma ficha de avaliação contendo perguntas como nome, data de nascimento, sexo, e estado civil, e questões relacionadas a pratica de exercício físico como frequência e presença de dor.

Para avaliar a qualidade de vida foi utilizado o questionário SF-36, que analisa sua saúde em atividades de vida diária, dividido em 8 domínios, sendo eles capacidade funcional, limitação por aspectos físicos, dor, estado geral de saúde, vitalidade, aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde mental. Ao final do teste, todas as alternativas marcadas foram somadas e classificadas. Os escores variam de 0 (zero) a 100 (obtido por meio de cálculo do Raw Scale), onde o 0 corresponde ao pior estado geral de saúde e o 100 corresponde ao melhor estado de saúde. Foi feita a leitura do questionário para os participantes de forma que pudessem entender a pergunta e responder ao entrevistador, o qual marcou no questionário o que foi respondido. Foram esclarecidas as dúvidas necessárias referentes ao questionário.

Os grupos selecionados de ambos os sexos foram abordados em espaços destinados a pesquisa que foram os estúdios de Pilates e casas de repouso localizadas no município de Uberlândia-MG, com o prévio consentimento de seus proprietários, onde foram convidados a participar da pesquisa. Durante a abordagem foram apresentados os objetivos da pesquisa, assim como foram realizados os esclarecimentos devidos acerca do critério de sigilo, assim como da liberdade de não participar, sem nenhum prejuízo ou constrangimento perante o vínculo estabelecido com a mesma, bem como a condição de assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Em caso de aceito, foi solicitada a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido no momento que antecedeu a entrevista, que foi realizada em horários previamente acordados entre os participantes e a direção da clínica e casa de repouso em questão.

O cálculo da estatística descritiva do Questionário SF36, que avalia a qualidade de vida, foi realizado utilizando o software Microsoft Excel, seguindo as recomendações do manual deste Instrumento para o cálculo da pontuação total de cada uma das suas dimensões e da pontuação total obtida por cada participante. As dimensões cujas pontuações foram calculadas são: Capacidade Funcional (CP), Limitações por Aspectos Físicos (LAF), Dor (DOR), Estado Geral de Saúde (EGS), Vitalidade (VIT), Aspectos Sociais (AS), Limitações por Aspectos Emocionais (LAE) e Saúde Mental (SM).

As respostas dos participantes foram também codificadas numa planilha do programa estatístico Systat (versão 10.2), segundo as categorias especificadas nos instrumentos de pesquisa, para obtenção de médias, desvios padrões e amplitudes para as variáveis numéricas, e de frequências percentuais para as variáveis categóricas.10

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O teste de Mann-Whitney foi realizado para verificar se as pontuações no questionário referentes às diferentes dimensões diferem entre os grupos de idosos ativos que praticam ou não o Pilates.11

O teste de correlação simples de Spearman foi utilizado para verificar se as pontuações totais e obtidas em cada dimensão estavam relacionadas com a idade, o tempo de prática de exercícios físicos e sua frequência semanal.11

RESULTADOS

Participaram da pesquisa 50 voluntários, onde 45 eram do sexo feminino e 5 do sexo masculino. Sendo que 20 praticavam Pilates e 30 outras atividades físicas. Foram excluídos 10 participantes do grupo 1 já que os mesmos não foram encontrados nos dias designados à coleta de dados.

A idade média foi de 69,4 anos, apresentando idade mínima de 60 e máxima de 86 anos. A prática de atividade física era realizada por todos os participantes (100,0%) com frequência de 2 a 5 vezes por semana e tempo de prática variando de 2 semanas a 20 anos (Tabela 1).

Tabela 1- Características dos voluntários que participaram da pesquisa (n=50).

Média Desvio Padrão

Idade 69,4 6,2

Tempo de prática de atividade física (meses)

24,0 47,3

Frequência semanal da prática de atividade física

(vezes/semana)

3,2 1,0

Com relação à dor, 30 (60,0%) apresentavam dor e 20 (40,0%) não apresentavam. Os locais de dor variavam, sendo coluna e joelho os locais mais relatados. Dentre os que praticavam Pilates, 14 apresentaram dor e 6 não apresentaram, já dentre os que praticavam outros exercícios, 16 apresentaram dor e 14 não apresentaram (Gráfico 1).

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Gráfico 1 - Sim: Porcentagem referente aos voluntários que apresentam dor. Não: porcentagem referente aos voluntários que não apresentam dor

Não foram encontradas diferenças significativas nas pontuações totais e nas pontuações obtidas nas diferentes dimensões do Questionário SF36 entre participantes que praticavam ou não o Pilates (Tabela 2).

Tabela 2 – Medianas e Resultados doteste de Mann-Whitney (U) que verificou se as pontuações totais no questionárioSF36 e as pontuaçõesreferentes às suas diferentes dimensões diferiam entre os grupos de idosos ativos que praticam ou não o Pilates.

Dimensões Pilates Outras Atividades U (p)

Capacidade Funcional 85,0 90,0 382,0(0,101) Limitações por Aspectos Físicos 100,0 100,0 330,0(0,433) Dor 72,0 84,0 360,0(0,225) Estado Geral de Saúde 82,0 84,5 348,0(0,339) Vitalidade 75,0 82,5 303,0(0,952) Aspectos Sociais 100,0 99,5 243,0(0,212) Limitações por aspectos emocionais 100,0 100,0 314,5(0,701) Saúde Mental 94,0 94,0 287,5(0,804) Total 737.25 723,25 315,0(0,759)

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Entretanto, foram constatadas correlações significativas entre a idade e a dimensão “limitações por aspectos emocionais” e entre o tempo de prática de atividade física com a dimensão “vitalidade”. Isto significa que as limitações emocionais para prática de exercícios tende a aumentar com a idade e a vitalidade tende a aumentar com o aumento do tempo de prática de exercícios (Tabela 3).

Tabela 3 – Resultados do teste de correlação simples de Spearman (rs) utilizado para verificar se as pontuações totais e obtidas em cada dimensão do Questionário SF36 estavam relacionadas com a idade, o tempo de prática de exercícios físicos e sua frequência semanal em ambos os grupos (Valores significativos com p < 0,05 estão assinalados em negrito) (n = 50).

Dimensões Idade Tempo de Prática Frequência

Capacidade Funcional rs= -0,234; p > 0,05 rs= 0,070; p > 0,05 rs= 0,194; p > 0,05 Limitações por Aspectos Físicos rs= 0,014; p > 0,05 rs= 0,073; p > 0,05 rs= -0,037; p > 0,05 Dor rs= 0,064; p > 0,05 rs= -0,137; p > 0,05 rs= 0,066; p > 0,05 Estado Geral de Saúde rs= 0,146; p > 0,05 rs= -0,002; p > 0,05 rs= 0,103; p > 0,05 Vitalidade rs= -0,059; p > 0,05 rs= 0,288; p < 0,05 rs= 0,004; p > 0,05 Aspectos Sociais rs= 0,096; p > 0,05 rs= -0,193; p > 0,05 rs= -0,210; p > 0,05 Limitações por Aspectos Emocionais rs= 0,288; p < 0,05 rs= -0,053; p > 0,05 rs= -0,063; p > 0,05 Saúde Mental rs= 0,092; p > 0,05 rs= 0,041; p > 0,05 rs= 0,065; p > 0,05

Foram encontradas correlações significativas entre o tempo de prática e vitalidade e entre a idade e limitações por aspectos emocionais.Valores significativos com p < 0,05 estão assinalados em negrito.

DISCUSSÃO

O presente estudo buscou comparar a qualidade de vida entre idosos que praticavam o método pilates e idosos que praticavam outras atividades físicas. Através dos resultados foi possível concluir que não existe uma diferença significativa dos resultados dos diversos exercícios quando comparados em relação à qualidade de vida.

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Entretanto, constataram-se correlações significativas no que se refere à dimensão limitação por aspectos emocionais, que tende a aumentar com a idade, e a dimensão vitalidade, que tende a aumentar com o tempo de prática de exercícios.

Em relação ao perfil dos indivíduos observa-se que a maioria é do sexo feminino (90%). Segundo Lins12, a maior inserção da prática de exercícios físicos entre as mulheres

está associada à manutenção da saúde e valorização dos cuidados com a imagem corporal. Em um estudo realizado por Lara et al13onde foi realizada a comparação da qualidade

de vida em mulheres de meia idade praticantes de Pilates e musculação, também através do questionário SF36, mostrou que as participantes do estudo que praticavam musculação apresentaram maior nível de qualidade de vida, principalmente no que se diz respeito à dor e saúde mental. Esses resultados podem ser explicados pela questão da musculação proporcionar um maior convívio social com os outros participantes do que o método Pilates que ocorre geralmente de forma individual ou em pequenos grupos. Desta forma, a musculação melhora a socialização, trazendo satisfação pessoal e contribuindo para a elevação da autoestima, melhorando assim a qualidade de vida. Tais resultados não condizem com os apresentados neste estudo, onde tanto os que praticavam pilates como outros exercícios físicos apresentaram resultados satisfatórios nestes domínios.

Nascimento & Carvalho14concluiu que idosos praticantes regulares do método Pilates

apresentaram, na amostra estudada, melhores níveis de percepção da QV quando comparados com os idosos iniciantes. Além disso, observou-se que o período de 12 semanas de prática do Pilates é suficiente à ampliação dos níveis da QV de idosos iniciantes, sendo possível que os mesmos atinjam níveis de percepção próximos ou mesmo igual à de idosos que praticam esta modalidade a um longo tempo.

O treino funcional foi a modalidade mais praticada no presente estudo entre os idosos do grupo 2 (fisicamente ativos). Segundo Neto15, o treino funcional parece ser uma alternativa

de treinamento físico segura, de baixo custo e bastante interessante para idosos, com impacto positivo sobre a massa muscular, força e potência muscular, resistência cardiorrespiratória, flexibilidade, equilíbrio e cognição, podendo ser implementada em programas de promoção de saúde nessa população, especificamente. Os exercícios dinâmicos e diferenciados do treinamento funcional ativam músculos estabilizadores da coluna vertebral com mais intensidade e estimulam sistemas de controle postural (somatossensorial, vestibular, visual), fazendo com que as condições de agilidade, equilíbrio e propriocepção sejam desenvolvidas com maior eficiência.

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De acordo com Borges &Moreira16mesmo quando a prática regular de exercício físico

for iniciada em uma fase tardia da vida, seus adeptos conquistam melhor qualidade de vida e recuperam ou mantêm sua autonomia funcional. De forma geral, Aguiar & Gurgel17 afirma

que a prática de exercícios físicos na terceira idade deve ser estimulada, pois melhora a qualidade de vida relacionada ao domínio físico, à força e à flexibilidade, contribuindo para a prevenção de lesões e a independência do idoso. Tais resultados condizem com os encontrados no presente estudo já que mesmo os idosos que iniciaram a prática em uma fase tardia obtiveram boa qualidade de vida.

O envelhecimento saudável deve ser visto como uma íntima interação entre saúde física e mental, independência na vida diária, integração social, suporte familiar e independência econômica. Além disso, a qualidade de vida em idosos tem sido associada a questões de independência e autonomia, e a dependência do idoso resultando em alterações biológicas (incapacidades) e de mudanças nas exigências sociais. Sendo assim, a importância do convívio social dos indivíduos idosos é outro fator bastante importante para uma melhor percepção de qualidade de vida. Idosos satisfeitos com suas relações pessoais, apresentam melhor percepção de sua qualidade de vida .18

Durante o envelhecimento, fatores psicossociais, doenças e baixa aptidão física são mais comuns, por isso além de medidas gerais da saúde que previnam e minimizem os efeitos do envelhecimento, deve-se incluir a atividade física. A saúde está diretamente associada à capacidade funcional do idoso, e a atividade física contribui para menores incidências de quedas, exercendo uma função benéfica para a qualidade de vida dessa população.19

A prática regular de atividade física mostrou-se de grande importância para uma melhor qualidade de vida em idosos, não se diferenciando entre as modalidades comparadas no presente estudo.

Uma das limitações do estudo foi a diferença entre o número de participantes dos dois grupos. Portanto, acredita-se que outros trabalhos devam ser desenvolvidos a fim de elucidar as possíveis contribuições que cada modalidade apresenta na vida dos idosos.

CONCLUSÃO

Conclui-se que não foram encontradas diferenças significativas no que se diz respeito à qualidade de vida quando comparados idosos que praticavam Pilates e idosos que praticavam outras atividades físicas. Entretanto, foram constatadas correlações significativas

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entre a idade e a dimensão “limitações por aspectos emocionais” e entre o tempo de prática de atividade física com a dimensão “vitalidade”.

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