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Agrupamento de Escolas Delfim Santos LISBOA

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Academic year: 2021

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Agrupamento de

Escolas Delfim Santos

L

ISBOA

Delegação Regional de Lisboa e Vale do Tejo da IGE

Avaliação Externa das Escolas

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I – INTRODUÇÃO

A Lei n.º 31/2002, de 20 de Dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a auto-avaliação e para a avaliação externa.

Após a realização de uma fase-piloto, da responsabilidade de um Grupo de Trabalho (Despacho Conjunto n.º 370/2006, de 3 de Maio), a Senhora Ministra da Educação incumbiu a Inspecção-Geral da Educação (IGE) de acolher e dar continuidade ao programa nacional de avaliação externa das escolas. Neste sentido, apoiando-se no modelo construído e na experiência adquirida durante a fase-piloto, a IGE está a desenvolver esta actividade, entretanto consignada como sua competência no Decreto Regulamentar n.º 81-B/2007, de 31 de Julho.

O presente relatório expressa os resultados da avaliação externa do(a) Agrupamento de Escolas Delfim Santos – Lisboa,realizada pela equipa de avaliação, na sequência da visita efectuada entre 8 e 10 de Fevereiro de 2010.

Os capítulos do relatório – Caracterização do Agrupamento,

Conclusões da Avaliação por Domínio, Avaliação por Factor e Considerações Finais – decorrem da análise dos documentos

fundamentais do Agrupamento, da sua apresentação e da realização de entrevistas em painel.

Espera-se que o processo de avaliação externa fomente a auto-avaliação e resulte numa oportunidade de melhoria para o Agrupamento, constituindo este relatório um instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao identificar pontos fortes e pontos fracos, bem como oportunidades e constrangimentos, a avaliação externa oferece elementos para a construção ou o aperfeiçoamento de planos de melhoria e de desenvolvimento de cada escola, em articulação com a administração educativa e com a comunidade em que se insere.

A equipa de avaliação externa congratula-se com a atitude de colaboração demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.

ESCALA DE AVALIAÇÃO

Níveis de classificação dos cinco domínios

MUITO BOM – Predominam os pontos fortes, evidenciando uma regulação sistemática, com base em procedimentos explícitos, generalizados e eficazes. Apesar de alguns aspectos menos conseguidos, a organização mobiliza-se para o aperfeiçoa-mento contínuo e a sua acção tem proporcionado um impacto muito forte na melhoria dos resultados dos alunos.

BOM – A escola revela bastantes pontos fortes decorrentes de uma acção intencional e frequente, com base em procedimentos explícitos e eficazes. As actuações positivas são a norma, mas decorrem muitas vezes do empenho e da iniciativa indi-viduais. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto forte na melhoria dos resultados dos alunos.

SUFICIENTE –Os pontos fortes e os pontos fracos equilibram-se, revelando uma acção com alguns aspectos positivos, mas pouco explícita e sistemática. As acções de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas da escola. No entanto, essas acções têm um impacto positivo na melhoria dos resultados dos alunos.

INSUFICIENTE – Os pontos fracos sobrepõem-se aos pontos fortes. A escola não demonstra uma prática coerente e não desenvolve suficientes acções positivas e coesas. A capacidade interna de melhoria é reduzida, podendo existir alguns aspectos positivos, mas pouco relevantes para o desempenho global. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto limitado na melhoria dos resultados dos alunos. O texto integral deste relatório está disponível

no sítio da IGE na área

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II – CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO

O Agrupamento de Escolas Delfim Santos, constituído no ano lectivo de 2004-2005, integra seis estabelecimentos de educação e ensino: dois jardins-de-infância (JI), três escolas básicas do 1.º ciclo (EB1) e uma escola básica dos 2.º e 3.ºciclos (EB2,3). Segundo dados validados pelo Agrupamento, a população escolar é de 1767 crianças e jovens, sendo que 88 frequentam a educação pré-escolar, 667 o 1.º ciclo (CEB), 490 o 2.º e 522 o 3.º. O número de alunos do ensino básico que beneficia de auxílios económicos, no âmbito da Acção Social Escolar (ASE), corresponde a 28,2% do universo da população discente dos quais 16,6% pertencem ao escalão A. Quanto à naturalidade, 94% dos alunos são portugueses. Relativamente ao acesso às tecnologias de informação e comunicação, 64% possuem computador e têm acesso à internet em casa. Também, de acordo com os mesmos dados, desconhece-se a formação, ou não possuem habilitações, 13% dos encarregados de educação, 29,1 % têm uma formação académica de nível superior, 26,2% o ensino secundário, 16% o 3.º ciclo, 8,6% o 2.º ciclo e 7,1% o 1.º ciclo. O corpo docente é constituído por 189 educadores e professores, dos quais 72,5% pertencem ao quadro de Agrupamento, 7,4% ao quadro de zona pedagógica e 20,1% são contratados. O grupo etário mais representativo é o que se situa entre os 40 e os 60 anos de idade (64,5%) e 108 docentes (58%) leccionam há 20 ou mais anos. Do pessoal não docente fazem parte cinco assistentes técnicos e 43 assistentes operacionais.

III – CONCLUSÕES DA AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO

1. Resultados

BOM

As taxas de transição/conclusão, do Agrupamento, no triénio 2006-2007 a 2008-2009, têm evoluído, mas são, globalmente, inferiores aos respectivos referentes nacionais. Apenas foram superiores, no 1.º ciclo, nos dois últimos anos lectivos. Relativamente à avaliação externa (provas de aferição e exames nacionais), enquanto os resultados do 1.º ciclo ficaram aquém dos nacionais, os dos 2.º e 3.º ciclos superaram-nos.

A participação efectiva dos alunos na vida do Agrupamento constitui uma das áreas com alguns pontos fracos, nomeadamente no âmbito do envolvimento dos alunos na programação das actividades, na elaboração dos documentos estruturantes ou na auscultação e co-responsabilização nas decisões que lhes dizem respeito. Em termos de desenvolvimento cívico, sublinha-se a implementação de um conjunto significativo de actividades e projectos que cultivam o espírito de solidariedade e responsabilidade pelo bem-estar dos outros.

O bom ambiente educativo, a par das medidas implementadas na resolução e prevenção dos casos de indisciplina, com particular destaque para o papel desempenhado pelo Centro de Apoio ao Aluno, são aspectos positivos da acção do Agrupamento. Os alunos têm visto as suas aprendizagens valorizadas, no âmbito de concursos em que têm participado e onde têm sido premiados.

2. Prestação do serviço educativo

BOM

O Agrupamento presta, em termos gerais, um bom serviço educativo, com alguns aspectos menos bem conseguidos, sobretudo ao nível da articulação e da sequencialidade. Ainda que se registem algumas práticas de trabalho colaborativo entre docentes, estas não são generalizadas, estruturadas e consistentes. Dado não existirem práticas institucionalizadas de supervisão das actividades lectivas em contexto de sala de aula, a respectiva monitorização é feita através do balanço do cumprimento do planeamento de cada docente e dos resultados alcançados pelos alunos.

A articulação do trabalho dos docentes de educação especial com técnicos especializados de instituições da comunidade, com os directores de turma e com os restantes professores, é um dos pontos fortes do Agrupamento, pela qualidade do serviço educativo proporcionado a estes alunos.

O Agrupamento disponibiliza uma oferta educativa abrangente. Salienta-se a diversidade de actividades que a Biblioteca Escolar proporciona aos alunos, contribuindo para os tornar mais proficientes em termos de literacia.

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3. Organização e gestão escolar

BOM

A articulação entre o Projecto Educativo, o Projecto Curricular de Agrupamento e o Plano Anual de Actividades é feita, sobretudo, ao nível de um conjunto de intenções e não tanto ao nível de um referencial estratégico comum, revelando-se, assim, pouco funcionais, enquanto instrumentos de planeamento.

A gestão dos recursos humanos é um dos pontos fortes do Agrupamento, marcada pelo conhecimento que a Directora detém dos vários profissionais, pela distribuição de serviço realizada, pela integração dos novos elementos, docentes e não docentes, e pela qualidade dos serviços administrativos. É de salientar a formação disponibilizada ao pessoal não docente, adequada à dimensão educativa que lhe é atribuída. Ao nível da gestão dos recursos materiais e financeiros, apesar dos constrangimentos existentes, designadamente em termos da escassez de salas na educação pré-escolar e dos problemas estruturais do pavilhão gimnodesportivo, os espaços são globalmente adequados e encontram-se bem apetrechados. Se a participação dos pais e encarregados de educação é significativa ao nível do contacto com os directores de turma, para acompanhamento do percurso escolar dos seus educandos, não é, de todo, a desejável, em termos de envolvimento na vida do Agrupamento. Não existe, contudo, uma estratégia global com vista a superar esta situação. A equidade e a justiça são valores presentes, em geral, na actuação dos responsáveis.

4. Liderança

BOM

As lideranças do Agrupamento, designadamente a Directora e o Conselho Geral, estão em sintonia relativamente ao rumo traçado. O Projecto Educativo define as metas a atingir, mas o modo como estão formuladas põe em causa a possibilidade de se avaliar a sua consecução. Reconhece-se capacidade de mobilização dos diferentes actores e motivação no desempenho das respectivas funções.

A criação do Núcleo de Actividades Delfim Santos, pela qualidade do serviço disponibilizado, numa perspectiva de componente de apoio à família no 2.º ciclo, afigura-se como solução inovadora neste ciclo de ensino, no sentido de dar resposta a um problema que é vivenciado por muitas famílias. A existência de um conjunto de parcerias já bem consolidadas, com um impacto determinante na prestação do serviço educativo, constitui outro dos atributos destas lideranças.

5. Capacidade de auto-regulação e melhoria do Agrupamento

SUFICIENTE

O processo de auto-avaliação, iniciado em 2000, incidia a sua acção no tratamento estatístico dos resultados académicos; estendeu-se, mais tarde, à avaliação de serviços e sectores, com base em relatórios elaborados por algumas estruturas educativas. A actual equipa de auto-avaliação foi constituída no presente ano lectivo e integra apenas docentes. Assim, embora o Agrupamento possua algum autoconhecimento, decorrente de alguns procedimentos internos de avaliação que têm vindo a ser desenvolvidos, falta um processo institucionalizado, que permita a identificação, clara e precisa, dos pontos fortes e fracos, bem como das oportunidades e constrangimentos, como base sustentável de um processo de melhoria contínua e integrada.

IV – AVALIAÇÃO POR FACTOR

1. Resultados

1.1 Sucesso académico

O Agrupamento tem vindo, nos últimos anos, a recolher e a tratar informação, de forma intencional e sistemática, sobre os resultados escolares, incluindo os percursos de diferentes coortes (grupos de alunos cujo percurso académico é seguido no decurso de um período temporal determinado, para acompanhar a evolução do respectivo desempenho escolar) dos 2.º e 3.º ciclos, que têm sido objecto de análise em sede das diferentes estruturas pedagógicas (Departamentos da Educação Pré-Escolar e do 1.º Ciclo, Departamentos Curriculares e

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Conselho Pedagógico). São recolhidos dados qualitativos relativos ao desenvolvimento das crianças que frequentam a educação pré-escolar, tendo em conta as diferentes áreas de conteúdo das Orientações Curriculares, e realizada uma avaliação global.

Em termos da evolução dos resultados escolares no triénio em análise (2006-2007 a 2008-2009), no ensino básico, as taxas de transição/conclusão apresentam uma progressão nos 1.º e 2.º ciclos (1.º CEB: 93%, 93,3% e 96,5%; 2.º CEB: 84%, 88% e 88,7%). Esta tendência inverte-se no 3.º ciclo, cuja taxa de transição regrediu 9,3% no ano lectivo transacto (3.º ciclo: 75,3%, 86,7% e 77,4%). Ao nível deste ciclo, é no 9.º ano que se têm verificado as taxas mais elevadas de insucesso, cujas causas não estão, objectivamente, identificadas, inviabilizando, assim, o delinear de estratégias de melhoria eficazes. Estes resultados obtidos pelo Agrupamento, no decurso do triénio, são, globalmente, inferiores aos respectivos referentes nacionais, à excepção dos valores verificados em 2007-2008 e 2008-2009 no 1.º ciclo, e em 2007--2008, no 3.º ciclo. No âmbito das provas de aferição, as percentagens de classificações iguais ou superiores a «satisfaz» no 4.º ano, quer em Língua Portuguesa (91%, 88,3%, 84,6%) quer em Matemática (84,2%, 89,3%, 81,6%), têm sido inferiores às médias nacionais (Língua Portuguesa: 93%, 89,5%, 90,2%; Matemática: 85,5%, 90,8%, 88,1%). Ao invés, ao nível do 6.º ano, as percentagens de classificações iguais ou superiores a «satisfaz», em Língua Portuguesa (94%, 98,2%, 95,4%) e em Matemática (74,4%, 92,3%, 89,5%) suplantam os valores nacionais (respectivamente 85,9%, 93,4%, 88,4%; e 59,9%, 81,8%,78,7%). Nos exames nacionais do 9.º ano, esta percentagem é igualmente superior, quer em Língua Portuguesa (95%, 96,7%, 80,8%) quer em Matemática (49,5%, 69,1% e 71,3%), aos valores de referência nacionais (respectivamente 88%, 84%, 71,8% e 29%, 57%, 66%). As classificações obtidas em exame são também, em termos globais, superiores às classificações internas, à excepção do ano transacto, em Língua Portuguesa, em que as médias interna e de exame foram, respectivamente, 3,2 e 3,1 e, em 2006-2007, na disciplina de Matemática, 2,8 e 2,5.

Relativamente ao abandono escolar, não existe ao nível do 1.º ciclo; nos 2.º e 3.º ciclos, verificam-se alguns casos pontuais que se encontram perfeitamente identificados. As situações que surgem são enquadradas, de imediato, pelos directores de turma e docentes titulares de turma, em articulação com a Directora. Na globalidade, a taxa de abandono escolar é inferior a 1%, tendo vindo a decrescer no decurso do triénio (1,3%, 0,8% e 0,5%).

1.2 Participação e desenvolvimento cívico

Os alunos não participaram na concepção dos documentos estruturantes (Projecto Educativo; Projecto Curricular de Agrupamento e Regulamento Interno). Conhecem as regras constantes do Regulamento Interno, porque são objecto de reflexão e debate nas aulas de Formação Cívica. Apesar de não participarem na programação das actividades do Agrupamento, referem que as suas propostas são acolhidas, quer pela parte dos professores e directores de turma quer pela parte do órgão de administração e gestão – a edição do jornal A

turma dos 1500 partiu de uma proposta dos alunos do 7.º ano. Não estão instituídos mecanismos nem

estratégias que promovam a participação dos alunos, de forma estruturada, na vida do Agrupamento, inviabilizando, assim, a possibilidade de serem co-responsabilizados nas decisões que lhes dizem respeito. Ainda que não sejam da sua iniciativa, é significativa a adesão às actividades de enriquecimento do currículo, nomeadamente a participação nas iniciativas desportivas e nas modalidades disponibilizadas pelo Desporto Escolar, bem como em projectos que têm constituído oportunidades de promover a educação ambiental, a participação cívica e política e o respeito pelos valores da tolerância como os projectos Conforto (transversal a todos os ciclos de educação e ensino) ou o Parlamento dos Jovens (3.º ciclo), entre outros.

O Agrupamento cultiva nos alunos o espírito de solidariedade, a responsabilidade pelo bem-estar dos outros e o sentido da partilha, fomentando a sua participação em várias campanhas desenvolvidas por entidades como a AMI e a UNICEF ou a angariação de géneros para cabazes de Natal. Alguns directores de turma aderiram ao projecto Educar para a Cidadania, no âmbito de um acordo com o Banco Alimentar contra a Fome, que tem por base um modelo de cooperação, responsabilidade e solidariedade e que envolve toda a comunidade educativa: professores, alunos e respectivos pais e encarregados de educação.

Com o objectivo de valorizar as atitudes cívicas, os alunos que demonstram atitudes e comportamentos relevantes são distinguidos com o Prémio de Mérito Cívico Professor Delfim Santos, entregue na cerimónia que o Agrupamento leva a efeito, anualmente, para assinalar o aniversário do nascimento do seu patrono (6 de Novembro de 1907).

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1.3 Comportamento e disciplina

Os alunos das várias escolas têm, de um modo geral, um comportamento disciplinado e mostram conhecer e cumprir as regras de funcionamento do Agrupamento. Todos os elementos da comunidade educativa são unânimes em reconhecer a existência de um ambiente propício ao desenvolvimento dos processos de ensino e aprendizagem. Os focos ocasionais de indisciplina estão localizados e têm vindo a diminuir. Considerando as medidas disciplinares sancionatórias aplicadas aos alunos, no triénio em análise, o número total de dias de suspensão decresceu de 2006-2007 para 2007-2008 (de 15 para 8), tendo estabilizado em 2008-2009 (8 dias).

No âmbito de uma política preventiva da indisciplina, foram implementadas tutorias e foi criado o Centro de

Apoio ao Aluno que tem como objectivo primordial fazer um acompanhamento mais personalizado dos alunos,

particularmente dos que apresentam comportamentos mais desviantes, apoiando-os e contribuindo para fazer a despistagem de problemas de comportamento e aprendizagem. Integram este Centro os coordenadores de ano, estrutura educativa instituída no presente ano lectivo, em substituição dos coordenadores de ciclo e que, numa acção consertada com a Direcção, com os directores de turma e com os restantes docentes e não docentes, procuram uma resposta mais imediata para os problemas, ouvindo os alunos e promovendo o cumprimento das regras respeitantes aos diferentes espaços escolares. Os alunos gostam da escola e valorizam muito o trabalho de todos os profissionais de educação, principalmente dos seus professores.

1.4 Valorização e impacto das aprendizagens

As aprendizagens são valorizadas, em todos os níveis de educação e de ensino, quer pelos alunos, quer pelos encarregados de educação, que, em geral, perspectivam o prosseguimento de estudos dos seus educandos. O Agrupamento tem valorizado as aprendizagens e estimulado o sucesso educativo através da adesão a projectos nacionais e internacionais e da criação de vários clubes, reconhecidos como uma mais-valia do ponto de vista formativo, por alunos e encarregados de educação. Os alunos têm recebido vários prémios, no âmbito de concursos e de projectos a que têm aderido, e que permitem estimular e valorizar os seus sucessos, nomeadamente, o Concurso de Poesia Catarina Pereira Herdeiro, promovido pelo Agrupamento e aberto a outras escolas; o Concurso Nacional de Leitura, no âmbito do Plano Nacional de Leitura e o Concurso de

Presépios, promovido pela Junta de Freguesia de S. Domingos de Benfica.

Os trabalhos dos alunos, designadamente os produzidos no âmbito do clube de fotografia ou da oficina da poesia, são expostos e divulgados em centros comerciais do meio envolvente. O coro Vozes na Escola representa o Agrupamento em iniciativas promovidas por instituições de solidariedade social da comunidade local. No dia de aniversário da Escola-Sede, procede-se à entrega do Prémio de Mérito Escolar Professor Delfim

Santos, em cerimónia pública.

2. Prestação do serviço educativo

2.1 Articulação e sequencialidade

Estão instituídas práticas de trabalho cooperativo para a elaboração de diversos instrumentos de planeamento. Este aspecto é particularmente evidente no 1.º ciclo, onde os docentes, no seio das reuniões de ano de escolaridade, planificam, elaboram materiais e fichas de avaliação e partilham práticas relevantes. Contudo, estas práticas ficam adstritas a cada unidade de educação e ensino, não se constituindo como referenciais de acção comum para todas as escolas do Agrupamento. As educadoras titulares de grupo e as docentes titulares de turma realizam um trabalho de acompanhamento das actividades de apoio à família e das actividades de enriquecimento curricular, baseado na análise dos documentos de planeamento. Reconhece-se, no entanto, a necessidade de melhorar as práticas de articulação com os técnicos responsáveis por aquelas actividades, com enfoque na dimensão curricular, através da planificação conjunta das mesmas.

Os departamentos curriculares revelam algumas limitações na sua forma de funcionamento, ao nível da produção de orientações para a articulação interdisciplinar, dado que o trabalho está centralizado ao nível de subcoordenações, nomeadamente a elaboração das planificações de longo e médio prazo, que são desenvolvidas ao nível de cada disciplina. Esta situação tem repercussões nas actividades constantes do Plano

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Anual de Actividades, onde não existem evidências de interdisciplinaridade. O trabalho desenvolvido em departamento curricular é direccionado na dimensão de ciclo e de nível. As iniciativas de articulação centram-se, preponderantemente, em torno dos conteúdos das diferentes disciplinas, sendo desenvolvidas sobretudo nos conselhos de turma, ao nível dos respectivos projectos curriculares. A articulação interdepartamental é fomentada ao nível da programação e desenvolvimento de actividades, existindo evidências dessa articulação no âmbito do desenvolvimento de projectos conjuntos, como, por exemplo, os projectos Conforto ou Educação

para a Saúde, onde intervêm a generalidade dos departamentos e níveis de educação e ensino.

A sequencialidade entre os ciclos de aprendizagem, em termos da gestão vertical do currículo, não é desenvolvida de forma sistemática e estruturada. Cinge-se a actividades e a encontros, cujo objectivo é, primordialmente, a integração dos alunos nos ciclos seguintes. Assim acontece com o projecto A Hora do Conto, entre a educação pré-escolar e o 1.º ciclo ou com o encontro, no final do ano lectivo, entre os professores que leccionaram o 4.º ano e os directores de turma do 5.º ano, tendo em vista a constituição das turmas.

Ao nível dos 2.º e 3.º ciclos, a base de trabalho é suportada pelo Currículo Nacional – Competências Essenciais. Estas não são, contudo, trabalhadas ao nível das estratégias e da aferição de procedimentos pedagógicos, com vista à sequencialidade das aprendizagens e ao desenvolvimento de competências. Esta ausência de efectiva gestão vertical do currículo não é reflectida e analisada como uma possível causa do insucesso dos alunos no 3.º ciclo. Na transição entre ciclos, a psicóloga do Serviço de Psicologia e Orientação apoia os alunos do 9.º ano de escolaridade, orientando-os, em termos de opções vocacionais.

2.2 Acompanhamento da prática lectiva em sala de aula

O planeamento a longo e médio prazo efectuado, ao nível dos subdepartamentos e das coordenações de ano, permite aferir a gestão das orientações curriculares e dos programas das diversas disciplinas e anos de escolaridade. O acompanhamento da prática lectiva processa-se, em contexto de reunião de subdepartamento, através do balanço do cumprimento das planificações e da análise dos resultados alcançados pelos alunos em cada período escolar, uma vez que não existem práticas institucionalizadas de supervisão da actividade lectiva em contexto de sala de aula. Quando, eventualmente, se verificam dificuldades de desempenho por parte de algum docente, este é acompanhado pelo respectivo coordenador de departamento ou pelo subcoordenador, de forma a serem encontradas soluções para a sua superação, nomeadamente, através do reforço do trabalho cooperativo, da partilha de materiais pedagógicos ou do acompanhamento em sala de aula.

Ao longo do ano lectivo realizam-se alguns momentos conjuntos de planificação a curto prazo, entre os professores de cada disciplina que leccionam os mesmos anos de escolaridade, mas esta prática não está instituída como contínua e sistemática. Os conselhos de turma reúnem no início do ano para fazer o levantamento dos dados dos alunos e elaborar os perfis das turmas, tendo em vista a elaboração dos projectos curriculares de turma, cuja eficácia é monitorizada durante os momentos formais de avaliação final de período. No âmbito do processo de avaliação dos alunos, registam-se práticas que visam garantir a confiança na avaliação interna. Estão definidos critérios de avaliação por departamento curricular, ao nível das diversas disciplinas, por ciclo de ensino, e matrizes comuns para os testes de avaliação sumativa. No 1.º ciclo, é aplicado, por período, uma ficha de avaliação comum a todas as turmas do mesmo ano de escolaridade, em cada uma das unidades educativas. Esta estratégia verifica-se pontualmente nos 2.º e 3.º ciclos.

2.3 Diferenciação e apoios

O Agrupamento procede ao despiste e encaminhamento, tanto dos possíveis casos de necessidades educativas especiais, como dos alunos com dificuldades de aprendizagem. São 82 os alunos com acompanhamento ao nível da educação especial: destes, 12 integram a Unidade de Ensino Estruturado para alunos com perturbações do espectro do Autismo (UEEA) (seis no núcleo do 1.º ciclo e seis no núcleo da Escola-Sede) e 27 beneficiam de currículos específicos individuais. As docentes de Educação Especial trabalham em articulação com um conjunto de técnicos especializados (psicologia, educação social, terapia da fala, comunicação e linguagem, motricidade global, independência pessoal, musicoterapia, terapia ocupacional), ao abrigo de parcerias e protocolos estabelecidos com diversas instituições, proporcionando um serviço educativo de elevada qualidade em termos do desenvolvimento das competências destes alunos. Por sua vez, aquelas docentes

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participam nas reuniões dos conselhos de turma e Departamentos do 1.º Ciclo e Educação Pré-Escolar, colaborando na definição de estratégias e na avaliação dos progressos das crianças e dos alunos.

Para os alunos com dificuldades de aprendizagem, nos 2.º e 3.º ciclos, são implementadas medidas como as salas de estudo e o apoio pedagógico, prestado pelos próprios professores dos alunos. No 1.º ciclo, o apoio a estes alunos é prestado por docentes colocados para o efeito. O docente que presta o apoio educativo planifica com o professor titular da turma, coexistindo, em sala de aula, diversos níveis de trabalho diferenciado.

Sublinha-se o facto de o Agrupamento efectuar uma monitorização dos resultados dos alunos com planos de acompanhamento e recuperação. Relativamente à evolução da taxa de sucesso destes alunos, regista-se uma progressão no decurso do triénio (61,3%, 68,3% e 71,5%). Quanto aos alunos com necessidades educativas especiais de carácter permanente, as taxas de transição são flutuantes, assistindo-se a uma descida no ano transacto (96%, 98% e 94%).

2.4 Abrangência do currículo e valorização dos saberes e da aprendizagem

O Agrupamento disponibiliza uma oferta educativa bastante diversificada e abrangente, com impacto na formação integral dos alunos. Procura aumentar a sua proficiência ao nível da Matemática e da Língua Portuguesa através dos projectos Matemática para Todos e Oficina de Poesia: a voz, a mão e a letra. São de salientar, as dinâmicas implementadas pela Biblioteca Escolar da Escola-Sede que, para além da participação no Plano Nacional de Leitura, fomenta um conjunto de actividades com o objectivo de promover o gosto pela leitura e desenvolver a literacia nos alunos (festa da poesia, semana da leitura, hora do conto, exposições bibliográficas, encontros com escritores e feiras do livro).

São ainda dinamizadas actividades de enriquecimento do currículo que estimulam nos alunos a valorização do conhecimento e do desporto, o interesse pelas questões sociais, ambientais, artísticas e culturais, bem como a importância da aprendizagem contínua e dos saberes práticos. Nesta linha, constituem exemplos, a ampla oferta de clubes e projectos como os de Fotografia, Cidadania, Patinagem, Ginástica e Dança, Educação para a

Saúde, bem como o projecto da Estufa e Horta Pedagógica. A atenção à dimensão artística concretiza-se, ainda,

com as disciplinas de Música e Arte e Multimédia, como disciplinas de opção no 2.º ciclo e de oferta de escola no 3.º ciclo. O domínio da componente experimental é privilegiado, sobretudo, no 3.º ciclo, com o clube

Experimentar Ciências, fomentando uma atitude positiva dos alunos face ao método científico. Como aspecto

menos positivo, há a referir a reduzida realização de actividades experimentais ao nível do 1.º ciclo, assim como a reduzida participação destes alunos nas actividades dinamizadas pela Biblioteca Escolar da Escola-Sede.

3. Organização e gestão escolar

3.1 Concepção, planeamento e desenvolvimento da actividade

O Projecto Educativo (PE) consagra a orientação educativa do Agrupamento em torno do lema «O aluno no centro da escola», que está apropriado por toda a comunidade educativa, ainda que na sua elaboração apenas tenham participado docentes. Define as metas a atingir, mas não apresenta estratégias, tendo em vista a respectiva consecução. Por sua vez, o Plano Anual de Actividades (PAA) elenca as acções a desenvolver por cada um dos níveis de ensino, não estando explicitados os objectivos a atingir, nem as respectivas formas de organização e programação. O Projecto Curricular de Agrupamento (PCA) estabelece um conjunto de prioridades adequadas à missão do PE, não definindo estratégias de desenvolvimento curricular a privilegiar. Em síntese, a articulação entre estes três documentos estruturantes (PE, PCA e PAA) é feita, sobretudo, ao nível de um conjunto de intenções e não tanto ao nível de um referencial estratégico comum, delineado em função do contexto específico deste Agrupamento e enquadrador do percurso a operacionalizar por cada uma das estruturas de coordenação educativa no sentido de se atingirem as metas propostas.

A planificação de cada ano lectivo, nomeadamente a distribuição do serviço docente, assenta em critérios internos aprovados em sede de Conselho Pedagógico. O planeamento inerente às áreas transversais de Estudo Acompanhado e Área de Projecto vai ao encontro das prioridades definidas. A coordenação de todas as áreas curriculares não disciplinares, por ano de escolaridade, é da responsabilidade do respectivo Coordenador que, conjuntamente com os directores de turma, diligencia para que sejam atingidos os objectivos delineados.

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A gestão do tempo escolar é feita de forma eficaz, permitindo aos alunos, nos 2.º e 3.º ciclos, usufruir das salas de estudo e aulas de apoio pedagógico, bem como participar nos diversos clubes e projectos. Existem tempos comuns para os docentes se articularem e desenvolverem trabalho cooperativo.

3.2 Gestão dos recursos humanos

A Directora conhece bem as competências pessoais e profissionais do pessoal docente e não docente, podendo, assim, utilizar eficientemente as capacidades de cada um e fomentar um bom clima escolar e institucional. A atribuição das turmas é feita no respeito pelos critérios aprovados em Conselho Pedagógico, sendo a continuidade pedagógica privilegiada apenas ao nível da educação pré-escolar e do 1.º ciclo. Nos 2.º e 3.º ciclos, a distribuição dos anos de escolaridade a cada docente tem em conta as propostas emanadas pelos respectivos departamentos e grupos disciplinares, assegurando-se que os professores mais experientes sejam equitativamente distribuídos pelos turnos da manhã e da tarde. As direcções de turma são atribuídas de acordo com o perfil do docente e com as características da turma. O pessoal docente e não docente que chega de novo ao Agrupamento é recebido pela Directora, que clarifica as funções a desempenhar e procede ao encaminhamento para os respectivos coordenadores, que lhes facultam toda a informação necessária com vista à sua integração e assunção das respectivas responsabilidades. A distribuição das tarefas pelos assistentes operacionais é feita pela Directora, em colaboração com a encarregada operacional, que acompanha e supervisiona o seu desempenho. Reconhece-se uma dimensão educativa nas funções destes elementos, nomeadamente no âmbito da prevenção e resolução dos casos em que os alunos adoptam comportamentos ou atitudes menos adequadas.

Os serviços administrativos estão informatizados, trabalhando por áreas específicas, com dois funcionários por área para que, em caso de ausência de um deles, o serviço continue a ser assegurado. O serviço prestado é de qualidade e responde às necessidades do Agrupamento; contudo, o atendimento dos utentes é feito através do tradicional balcão, limitando a prestação de um serviço mais próximo e personalizado. Existe um plano de formação formalmente organizado, para o pessoal docente e não docente, em função das necessidades diagnosticadas. Tem evoluído significativamente, no decurso do triénio, o número de horas dedicadas à formação por parte de docentes e não docentes, sublinhando os assistentes operacionais a relevância da formação recebida nas áreas das Relações Interpessoais, Animação de Recreios, Gestão de Conflitos, Assertividade e Primeiros Socorros. A abertura e disponibilidade dos elementos do órgão de administração e gestão, assim como a qualidade das interacções humanas, a sintonia de interesses e a partilha de responsabilidades, foram aspectos sublinhados pelos diversos intervenientes da comunidade educativa.

3.3 Gestão dos recursos materiais e financeiros

O Agrupamento dispõe de espaços e instalações, globalmente, adequados ao desenvolvimento da sua actividade. Apesar de se verificar uma sobrelotação da Escola-Sede, obrigando ao desfasamento dos horários, as turmas têm salas fixas, por cuja limpeza os alunos são responsabilizados no decurso do período diário de aulas. Existem também salas específicas destinadas às disciplinas de formação artística, regra geral, bem apetrechadas em termos de equipamentos e materiais. O mesmo acontece com as salas de informática, com os laboratórios e com a sala onde funciona a UEEA. O pavilhão gimnodesportivo, dotado de condições materiais de excepção, garantidas com as receitas do Agrupamento, apresenta graves problemas de infiltrações, extensivas aos balneários, chegando a ficar comprometida a prática da disciplina de Educação Física em dias de chuva. As escolas do 1.º ciclo, nomeadamente a EB1 António Nobre e a EB1 Frei Luís de Sousa apresentam, igualmente, problemas de infiltrações, eléctricos e de degradação de instalações sanitárias, carecendo também de melhores espaços específicos, nomeadamente centro de recursos (Escola António Nobre) e espaços cobertos para a prática desportiva. Ambas as escolas dispõem de refeitório, havendo computadores em todas as salas de aula. A EB1 das Laranjeiras e o Jardim-de-Infância do Bairro de S. João estão a ser alvo de obras estruturais, que obrigaram à deslocação dos alunos para outras escolas do Agrupamento. Prevê-se que a nova escola esteja em condições de funcionamento no início do ano lectivo 2010-2011. É na educação pré-escolar que se registam os maiores problemas em termos de espaços: a existência de apenas quatro salas, no total, determina que um número significativo de crianças fique, anualmente, em lista de espera.

Todas as escolas do Agrupamento dispõem de Planos de Prevenção e Emergência que são testados e avaliados periodicamente e as regras para evacuação dos edifícios encontram-se afixadas, quer na Escola-Sede quer nas

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EB1/JI. A biblioteca escolar da EB2,3 Delfim Santos constitui um espaço de excelência, permitindo o livre acesso aos documentos e aos equipamentos de leitura multimédia, áudio e vídeo. A organização do espaço, o mobiliário atractivo e confortável, bem como os recursos disponíveis, representam uma grande motivação para a sua frequência. O órgão de administração e gestão canaliza recursos financeiros para a melhoria dos equipamentos e dos materiais. A angariação de receitas próprias provém da candidatura a programas e projectos e da cedência do pavilhão gimnodesportivo em horário pós-lectivo à Portugal Telecom.

3.4 Participação dos pais e outros elementos da comunidade educativa

O Projecto Educativo define como uma das áreas de intervenção o reforço da articulação com a família. De facto, a monitorização da participação dos pais e encarregados de educação nas reuniões com os directores de turma, nos 2.º e 3.º ciclos, aponta para uma presença média de 55,4%. Contudo, em termos de atendimento individualizado, cuja monitorização abrange a totalidade dos níveis de educação e ensino, os números são, significativamente, mais elevados: se no âmbito da educação pré-escolar e do 1.º ciclo, a percentagem média é de 96,4%, nos 2.º e 3.º ciclos, ela atinge, igualmente, um valor elevado, cifrando-se nos 94,5%. Estes números demonstram que há uma percentagem significativa de pais e encarregados de educação que acompanham o percurso escolar dos seus educandos de forma assídua. É de sublinhar, a participação regular dos representantes dos pais, nos órgãos de direcção, administração e gestão em que têm assento, numa atitude de acompanhamento e de crítica construtiva. Ao nível das actividades previstas no Plano Anual, as festas de Natal e o arraial de encerramento do ano lectivo, constituem exemplos de uma participação elevada dos pais e encarregados de educação. Trata-se, porém, de iniciativas pontuais, não existindo, até ao momento, uma estratégia consistente de promoção do seu envolvimento.

Os directores de turma e os professores titulares revelam disponibilidade para atendimento dos pais e encarregados de educação, demonstrando flexibilidade em termos de horários. Esta situação é, aliás, reconhecida pelos próprios encarregados de educação que salientam o facto de o Agrupamento os informar cabalmente sobre os processos de ensino e aprendizagem dos seus educandos. As associações de pais, num total de quatro, apresentam um grande dinamismo e colaboram na resolução de problemas. Algumas delas são responsáveis pelo desenvolvimento da componente de apoio à família na educação pré-escolar e pela promoção das actividades de enriquecimento curricular no 1.º ciclo. A Directora incentiva esta colaboração, mobilizando ainda outros actores da comunidade, como as autarquias e outras instituições públicas e privadas na melhoria da prestação do serviço educativo.

3.5 Equidade e justiça

O título do Projecto Educativo, «O aluno no centro da escola», expressa princípios de equidade e justiça, traduzindo a ambição de promover uma cultura de Agrupamento que se organize em função de cada um e de todos os alunos, no sentido de os apoiar e encaminhar para soluções pedagógicas favorecedoras de uma igualdade de oportunidades. Com efeito, uma das metas a atingir é, precisamente, a promoção da educação inclusiva. Nesse sentido, a equipa de Educação Especial, em articulação com os directores de turma, os outros professores, e com todos os técnicos que com ela trabalham, põe em prática um plano de acção adequado à especificidade de cada um dos grupos de alunos com necessidades educativas especiais. Por outro lado, como o número de alunos estrangeiros tem vindo a aumentar, o Agrupamento instituiu o Curso de Português Língua não Materna, que integra alunos do 1.º ao 3.º ciclo, no sentido de lhes proporcionar uma melhor integração, promovendo o desenvolvimento de competências linguísticas que lhes estão a permitir progredir, com sucesso, em termos académicos. São de realçar, também, as medidas de apoio aos alunos carenciados, designadamente ao nível da alimentação, através do fornecimento de refeições gratuitas, e no empréstimo de manuais escolares, graças à constituição de um banco de livros.

4. Liderança

4.1 Visão e estratégia

Os documentos estruturantes da acção educativa espelham, globalmente, a existência de uma visão e estratégia para o desenvolvimento do Agrupamento, consentânea com a apresentada pelo Conselho Geral,

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perspectivando-o como unidade educativa inclusiva, promotora de instrução e cidadania, pela via de uma contínua formação de todos os seus elementos. Reconhecem-se, contudo, alguns aspectos menos bem conseguidos: se o Projecto Educativo apresenta metas a atingir, o modo como estão formuladas põe em causa a possibilidade de se avaliar a sua consecução, uma vez que não se apontam prioridades de acção, nem se explicitam, hierarquizam ou calendarizam objectivos, de forma a poder ir monitorizando e regulando o modo como o processo vai evoluindo.

A liderança, mobilizadora de todos os membros da comunidade, é assumida pela Directora, sendo pautada pela negociação na tomada de decisões. O Agrupamento goza de uma boa imagem junto da comunidade, sendo reconhecido pela segurança e pelo acompanhamento personalizado que é dado aos alunos.

4.2 Motivação e empenho

Os responsáveis pelos diversos órgãos e estruturas conhecem as respectivas áreas de actuação e, em regra, estão motivados para o desempenho das funções. Os coordenadores de estabelecimento, enquanto lideranças intermédias, desempenham um papel importante na gestão das escolas, manifestando autonomia e grande capacidade de resolução dos problemas. As reuniões mantidas com a Directora traduzem a articulação existente a este nível, bem como a partilha de responsabilidades e o envolvimento destes actores.

A assiduidade do pessoal docente e não docente é devidamente monitorizada, podendo constatar-se que os níveis de absentismo têm baixado no decurso do triénio, apresentando valores médios de, respectivamente, 1,8% e 4,5%.

4.3 Abertura à inovação

O Agrupamento procura a resolução dos seus problemas mobilizando o apoio de diversas entidades e participando em diversos projectos, tanto aqueles que surgem de iniciativas próprias, como de projectos nacionais, como o Plano de Acção da Matemática (PAM), o Plano Nacional de Leitura (PNL) e o Plano Nacional do Ensino do Português (PNEP). De salientar a realização de fóruns de formação, iniciativa do Departamento do 1.º Ciclo, mobilizando as formações especializadas dos respectivos profissionais, com sessões devidamente calendarizadas e abertas aos docentes de todos os níveis de educação e ensino do Agrupamento. Sublinhe-se, igualmente, a criação do Núcleo de Actividades Delfim Santos (NADS), no âmbito do projecto Crescer e Aprender nos Tempos Livres, direccionado, preferencialmente, aos alunos do 5.º ano. Trata-se de um serviço disponibilizado pela Escola-Sede às famílias dos alunos mais novos, cuja mensalidade é calculada em função dos rendimentos declarados em IRS e que assegura a sua ocupação durante todo o período lectivo, assumindo--se como uma mais-valia formativa pelas actividades que proporciona, asseguradas por profissionais e técnicos devidamente credenciados.

4.4 Parcerias, protocolos e projectos

O Agrupamento estabeleceu parcerias, protocolos e acordos com diversas entidades públicas e privadas, tendo em vista a melhoria da prestação do serviço educativo. Ao nível da Educação Especial, as parcerias estabelecidas com a CERCI (Cooperativa de Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados) Lisboa com a APPDA (Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento do Autismo), com a Fundação Renascer, o protocolo celebrado com a PsicoDomus e os acordos com a Logicamente, com a Associação Infante de Sagres e com a Junta de Freguesia de S. Domingos de Benfica têm-se revelado fundamentais, pelo apoio multidisciplinar a alunos com NEE; pelo apoio psicológico, avaliação e acompanhamento a todos os alunos que são referenciados nos conselhos de turma e pelas acções de formação no âmbito da Educação Especial. No quadro da promoção e educação para a saúde, destaca-se o acordo com o Centro de Saúde de Sete Rios; os acordos celebrados, com o Banco Alimentar contra a Fome, com o objectivo de promover o desenvolvimento de competências de cidadania e de solidariedade, junto de toda a comunidade educativa, e com a Escola Superior de Educação de Lisboa que proporciona estágios pedagógicos, que enriquecem os professores do Agrupamento, pelas oportunidades de partilha de conhecimentos e de experiências de ensino e de aprendizagem. São de salientar, ainda, os protocolos estabelecidos com a Dr.ª Bernardette Ribeiro, instituidora do Prémio de Poesia Catarina Pereira Herdeiro e com a Agência Nacional PROALV (Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida), no

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âmbito do qual o Agrupamento integrou o projecto multilateral Comenius “Let’s leave smaller footprints to save the planet earth”, no âmbito da Educação Ambiental.

5. Capacidade de auto-regulação e melhoria do Agrupamento

5.1 Auto-avaliação

O processo de auto-avaliação, que se iniciou em 2000, apenas com a monitorização dos resultados académicos dos alunos, começou, posteriormente, a proceder, também, à avaliação de serviços e sectores, com base em relatórios periódicos e anuais, elaborados por algumas estruturas educativas. Os dados recolhidos pela actual equipa de auto-avaliação, constituída no presente ano lectivo, e composta exclusivamente por docentes, possibilitaram a delineação de algumas estratégias de superação, que tiveram impacto em termos organizacionais (elaboração dos horários, por exemplo) e pedagógicos (a criação da estrutura coordenação de ano em vez da coordenação de ciclo, por exemplo). No entanto, a falta de uma avaliação integrada e global do Agrupamento e um processo reflexivo sobre os motivos pelos quais os objectivos previamente estabelecidos não foram atingidos põem em causa a possibilidade de estabelecer planos de melhoria ou estratégias de superação integradas e contínuas. Os procedimentos de auto-avaliação até agora desenvolvidos não envolvem, activamente, toda a comunidade educativa, nem se encontram enquadrados por mecanismos institucionalizados que lhes permitam tornar-se um processo de regulação sistemática e generalizada, de forma a assessorar práticas globais e integradas, quer no plano da organização do Agrupamento, quer no âmbito das práticas profissionais.

5.2 Sustentabilidade do progresso

A auto-avaliação não tem sido concebida como uma estratégia de gestão do progresso do Agrupamento. Assim, embora se aspire a que ela seja um instrumento de melhoria da organização, o Agrupamento não tem, de facto, um conhecimento, devidamente sustentado, dos seus pontos fortes e fracos, o que inviabiliza o delinear de estratégias para superação e/ou diminuição das dificuldades e para a consolidação e melhoria dos processos que, com o envolvimento pleno de toda a comunidade educativa, possam garantir a sustentabilidade da acção e do progresso.

V – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste capítulo, apresenta-se uma selecção dos atributos do Agrupamento de Escolas Delfim Santos (pontos fortes e fracos) e das condições de desenvolvimento da sua actividade (oportunidades e constrangimentos). A equipa de avaliação externa entende que esta selecção identifica os aspectos estratégicos que caracterizam o agrupamento e define as áreas onde devem incidir os seus esforços de melhoria.

Entende-se aqui por:

• Pontos fortes – atributos da organização que ajudam a alcançar os seus objectivos;

• Pontos fracos – atributos da organização que prejudicam o cumprimento dos seus objectivos;

• Oportunidades – condições ou possibilidades externas à organização que poderão favorecer o cumprimento dos seus objectivos;

• Constrangimentos – condições ou possibilidades externas à organização que poderão ameaçar o cumprimento dos seus objectivos.

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Pontos fortes

O bom ambiente educativo, propiciador de condições para o desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem;

A articulação dos docentes de Educação Especial com técnicos especializados de instituições da comunidade, com os directores de turma e com os restantes professores contribui para uma resposta adequada às necessidades educativas destes alunos;

A gestão dos recursos humanos levada a cabo pela Directora, com impacto na motivação dos diferentes profissionais;

A adequação da formação disponibilizada ao pessoal não docente, em função da dimensão educativa que lhe é atribuída;

A criação do Núcleo de Actividades Delfim Santos, enquanto solução inovadora para um problema persistente;

A rede de parcerias bem consolidada, com reflexos na melhoria da prestação do serviço educativo.

Pontos fracos

A fraca participação dos alunos nas questões que lhes dizem respeito sobre o quotidiano escolar, comprometendo o desenvolvimento e assunção de uma cidadania responsável;

A inexistência de práticas de articulação horizontal e vertical, inibidoras da sequencialidade das aprendizagens;

A inexistência de práticas institucionalizadas de supervisão das actividades lectivas, comprometendo condições de melhoria das práticas lectivas e de desenvolvimento profissional dos docentes;

A frágil funcionalidade dos documentos estruturantes da acção educativa enquanto instrumentos de planeamento;

A inexistência de um processo de auto-avaliação sistemático e abrangente, comprometendo a melhoria e o progresso do Agrupamento.

Oportunidade

A conclusão da construção da EB1 das Laranjeiras, prevista para o final deste ano lectivo, que permitirá o alargamento da oferta ao nível da educação pré-escolar e a melhoria das condições para os alunos do 1.º ciclo.

Constrangimentos

A escassez de espaços, ao nível da educação pré-escolar, não existindo resposta para as necessidades das famílias.

Os problemas estruturais do pavilhão gimnodesportivo da Escola-Sede, ficando comprometida a prática de Educação Física em dias de chuva.

Referências

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