• Nenhum resultado encontrado

SAÚDE E PLANEJAMENTO URBANO: interseções entre saúde e cidade

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "SAÚDE E PLANEJAMENTO URBANO: interseções entre saúde e cidade"

Copied!
13
0
0

Texto

(1)

Douglas Gallo

PROURB/FAU/UFRJ - IFSP

douglas.luciano@yahoo.com.br

SAÚDE E PLANEJAMENTO URBANO: interseções entre saúde e cidade

Melissa Kikumi Matsunaga

PROURB/FAU/UFRJ - Unifap

matsunagamk@gmail.com Eliane da Silva Bessa

PROURB/FAU/UFRJ

elianesilbessa@gmail.com

(2)

CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO PARA O PLANEAMENTO URBANO, REGIONAL, INTEGRADO E SUSTENTÁVEL (PLURIS 2018)

Cidades e Territórios - Desenvolvimento, atratividade e novos desafios

Coimbra – Portugal, 24, 25 e 26 de outubro de 2018

SAÚDE E PLANEJAMENTO URBANO: INTERSEÇÕES ENTRE SAÚDE E CIDADE

D. Gallo, M. K. Matsunaga, E. S. Bessa

RESUMO

O objetivo do presente artigo foi discutir as relações histórico-conceituais entre a saúde e o urbano, construindo uma concepção socioecológica deste “urbano”, com ênfase no planejamento. Foi realizada uma ampla revisão de literatura, onde buscou-se construir um referencial teórico para o entendimento da relação entre as cidades e a saúde. O bem-estar urbano é uma conjugação complexa de diferentes fatores, tendo como determinante as especificidades sensoriais de cada indivíduo. Para compreender a relação entre saúde e aglomerados urbanos é preciso olhar para o desenvolvimento histórico das cidades, procurando nos fatos o entendimento de como o planejamento urbano, mesmo ainda não sistematizado, esteve relacionado com ideologias, particularmente o sanitarismo. Ao questionar essa concepção, suscita-se a necessidade de discutir as políticas públicas e o planejamento vinculados a uma vida mais saudável e com qualidade, considerando tanto a participação coletiva quanto as habilidades individuais na construção de cidades mais saudáveis e sustentáveis.

1 INTRODUÇÃO

Com o aumento da população urbana, observa-se um agravamento na pobreza e exclusão social, fatores de iniquidade nos cuidados de saúde da população, dificultando o acesso a estes serviços e diminuindo o bem-estar urbano. A saúde urbana, desta forma, sofre diversas influências: local da residência e do trabalho, ambientes natural, social e econômico, bem como a qualidade e acesso aos serviços públicos. Segundo Machado (2007), um meio urbano adverso, com aumento da poluição, construções desorganizadas, ausência de espaços verdes etc., pode aumentar os riscos de saúde, especialmente dos mais vulneráveis (idosos, crianças e jovens).

As metas da ONU para o futuro das crianças estão todas relacionadas à salubridade das cidades: água e saneamento; atividade física; prevenção de acidentes; exposição à natureza; qualidade do ar; prevenção de doenças causadas por agentes químicos e ruídos. Evidencia-se a importância de estudos sobre os efeitos do ambiente sobre a saúde das populações, especialmente referenciando a tomada de decisões políticas, uma vez que a saúde deveria ser transversal a todas as políticas. Machado (2007), ressalta que sem envolvimento de todas as autarquias municipais e da sociedade civil é impossível pensar numa cidade saudável. Para tanto, o planejamento urbano deve assegurar conteúdos e métodos de prevenção da saúde.

(3)

Quando se pensa em saúde urbana, Akerman, Duhl e Bogus (2006), colocam alguns desafios importantes para as cidades contemporâneas: o déficit habitacional, a precariedade do saneamento básico, a coleta de lixo, o próprio setor saúde e a mobilidade urbana. Para construir uma concepção sociecológica, “o urbano” precisa ser compreendido de uma maneira holística, onde toda sua complexidade seja agregada.

2 DO PARADIGMA SANITARISTA À QUALIDADE DE VIDA: relações entre a saúde e a cidade

Para entender a relação entre saúde e aglomerados urbanos deve-se olhar para o desenvolvimento histórico das cidades. Na passagem do nomadismo para o sedentarismo o conhecimento produzido sobre saúde e doença se dava pela visão integrada entre fenômenos, lugares e doenças. O vento e a astrologia eram usados para diagnosticar e tratar enfermidades, curar significava produzir uma intersecção entre paciente e espíritos. Com o crescimento dos arraiais surgiu a especialização entre mercadores e produtores, as funções femininas e masculinas se dividiram e as conexões entre as “cidades” se deram pelas necessidades de integrar-se ou polarizar-se. A concepção de saúde não estava separada da urbanização e o contexto socioambiental, significando um avançar na direção de uma concepção socioecológica da saúde, que apreendia as relações entre múltiplos fatores envolvidos, sejam eles individuais, relacionais ou socioculturais (AKERMAN, DUHL e BOGUS, 2006).

A relação entre saúde e o processo de urbanização é milenar. Tendo como foco o bem-estar dos cidadãos, o planejamento urbano deveria visar a salubridade e a questão habitacional, vistas como centro dos problemas sociais. Esta relação está na origem do urbanismo e da aplicação dos princípios da higiene, não só na casa e no hospital, mas em todo o ambiente urbano (GASPAR, 2007).

As preocupações em relação às características das povoações e a saúde remontam à Antiguidade, Hipócrates (460-370 a.C.) escreveu “sobre os ares, as águas e os lugares”, na primeira parte de sua obra fala dos fatores associados à localização de uma cidade (ventos, altitude, qualidade de água etc), na segunda, reflete sobre as influências climáticas nas doenças. O “Corpus Hippocraticum”, conjunto de sua obra, prevaleceu até finais do século XIX como obra fundamental no ensino da medicina, instituindo a observação da ventilação, das águas e dos hábitos das populações nas condições de saúde (SIMÕES, 2007).

Em Platão, as percepções a respeito da saúde são permeadas de uma visão ampla e integradora, simbiose entre o corpo e a alma. O conceito de saúde como equilíbrio na Grécia, estava relacionado com o conceito filosófico de saúde humana, que muito se ampara na fusão da dualidade corpo/alma, não só na integridade do corpo, mas no exercício do equilíbrio e das virtudes. Pode-se considerar, que para os gregos, saúde é o bem viver no mundo, o bem situar-se, o estar à vontade no mundo. Viver bem e com felicidade. O viver bem, o sentir bem-estar, é, assim, o viver sem as amarras da doença, o conduzir-se alheio aos desvarios da existência e de tudo que objeta a vida. O bem viver no mundo tem um caráter inconsciente, não sentimos o bem-estar, pois este bem-estar é a simples consciência de viver e só seu impedimento suscita a força de resistência (VALENTIM, 2010).

(4)

Nas cidades antigas, o abastecimento de água, os balneários e o esgotamento sanitário já estavam presentes. Aristóteles, em seu tratado de Política, já falava da salubridade das cidades e da importância do ar e da água para a saúde dos habitantes urbanos. Roma foi o primeiro exemplo de como o crescimento das cidades acarretou problemas e suas consequentes soluções: higienização das vias públicas, criação de espaços verdes, abastecimento de água e criação de cemitérios (GASPAR, 2007).

O período medieval é considerado os anos negros da saúde, como o clero era a classe dominante, as ações do governo voltavam-se para o espírito, com total abandono do corpo e do seu cuidado (WESTPHAL, 2006). Após o século XI, o renascimento das cidades europeias recuperou o saber higienista greco-romano, reafirmando a complementaridade campo/cidade. A não observância desses preceitos (localização, abastecimento de água e esgotamento sanitário) levou a um desastre nas cidades medievais. Com o domínio da hidráulica (Galileu, Leonardo e Torricelli), buscou-se tornar as cidades mais saudáveis. Neste período, quando a cidade não era saudável leva-se a urbanização até o campo, criando quintas e villas periurbanas. A falta de coesão social levou ao isolamento, dos grandes proprietários e da realeza, fora das cidades. Estas forams abandonadas aos políticos iluminados. O novo planejamento urbano, apropriou-se dos avanços na higiene e saúde, implementando importantes investimentos em infraestrutura e equipamentos (GASPAR, 2007).

No contexto da Revolução Industrial a cidade era caracterizada pela fábrica, pela estrada de ferro e pelo cortiço. Foi neste novo complexo urbano, tendo a fábrica como núcleo central, reclamando os melhores sítios, que se desenvolve um ambiente aglomerado, composto por fragmentos dispersos de terra e formas estranhas de ruas e avenidas incoerentes. Na cidade industrial tanto os velhos como os novos bairros possuíam um máximo de imundície e sujeira. Porém, talvez a maior contribuição dada pela cidade industrial tenha sido a reação produzida contra os seus maiores descaminhos, especialmente a arte do saneamento ou da higiene pública. A reforma da cidade industrial no século XIX buscava dar ar puro à cidade, trazer água fresca, criar espaços abertos de verde e sol, caracterizando, assim, o bom urbanismo (MUMFORD, 1998).

O avanço do conhecimento cientifico, da medicina e das pesquisas em bacteriologia, levou a novos padrões de luz, arejamento e limpeza da imundície e escuridão dos ambientes urbanos. Este novo ambiente carecia, de maneira tão gritante, dos atributos da saúde, que não é de se estranhar que o movimento contrário, o da higiene, tenha proporcionado as contribuições mais positivas ao urbanismo no século XIX. Estas novas ideias foram provisoriamente concretizadas numa utopia, chamada Hygeia, ou ‘A cidade da Saúde’, publicada pelo dr. Benjamin Ward Richardson, em 1875 (MUMFORD, 1998).

No século XIX cidades como Londres, Paris, Berlim e Nova York tiveram a “City of

Dreadful Night”, caracterizada pela fome, má qualidade da habitação, falta de higiene,

pobreza, trabalho infantil e insegurança, muito por causa do excesso de imigrantes. Revoltas na capital francesa, como a Revolução de 1848 e a Comuna de 1870 são evidências da crise provocada pela profunda doença urbana (GASPAR, 2007). Em meados do mesmo século, o aumento da urbanização levou a uma deterioração das condições de vida das populações na Europa e nos EUA, com consequente degradação da saúde das comunidades locais (doenças infecciosas). Surgem, então, diversos movimentos cívicos reivindicando melhorias da salubridade das cidades, como mudança no padrão de

(5)

habitação e melhoria da pavimentação das ruas e dos sistemas de abastecimento de água e eliminação de dejetos (SIMÕES, 2007).

Urbanistas da época também se preocupam com essa situação, e no final do século XIX alguns destes, imbuídos por ideias higienistas, adotam novos conceitos de planejamento da cidade, concebendo formas urbanas mais saudáveis. Esta ideologia materializa-se em projetos do chamado movimento das cidades jardim. Como exemplos, temos as cidades

Welwyn Garden City e Letchworth Garden City, projetadas por Ebenezer Howard. Nos

EUA difundiu-se muito esses ideais, implantando-se diversas cidades jardim, sendo a pioneira Radburn em New Jersey. Urbanistas americanos como Clarence Stein e Henry Wright conceberam uma nova cidade, que privilegiasse a segurança das crianças e a mobilidade pedestre (SIMÕES, 2007).

Projetos utópicos, como a Cidade Jardim, assim como projetos de Robert Owen e Tony Garnier, são respostas às questões dominantes no século XIX. O movimento moderno pensou na revitalização da cidade mantendo o sentido da cidade clássica, porém com a utilização de novas tecnologias, como resposta aos problemas da cidade industrial (GASPAR, 2007).

3 REFORMA SANITÁRIA E O ESPAÇO URBANO

O movimento sanitarista exerceu grande influência nas políticas públicas dos países desenvolvidos, até o final do século XIX, mediante leis e grandes obras de engenharia. No início do século XX iniciou-se a era bacteriológica, onde a ênfase passou a ações de saúde com foco na prevenção pessoal. Até a década de 1970 as políticas públicas para a saúde, tanto nos países desenvolvidos como nos em desenvolvimento, estiveram dominadas por essa orientação, concentrando as ações na construção de grandes hospitais e formação de superespecialistas (WESTPHAL, 2000).

No início da década de 1970, na maioria dos países, o setor saúde começou a entrar em crise, devido aos altos custos da medicina curativa que utilizava alta tecnologia. Essa crise foi paulatinamente levando ao surgimento de estratégias baseadas em novos conceitos, iniciando um período chamado de “nova saúde pública”. Esta nova saúde pública surgiu do questionamento do poder da medicina na resolução sozinha dos problemas de saúde e do reconhecimento de que tudo que existe é produto da ação humana, em contraposição à hegemonia da terapêutica. Como consequência surgiu uma nova era de interesse social e político na saúde pública. A saúde de um indivíduo ou de uma comunidade depende também das coisas que o homem criou e faz, das interações dos grupos sociais, das políticas adotados pelo governo e também dos mecanismos de atenção à doença.

A partir da Declaração de Alma-Ata sobre Atenção Primária à Saúde em 1978 (DECLARAÇÃO, 1978), inúmeras iniciativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) culminaram com o projeto Cidades Saudáveis, em 1986. Os elementos principais dessas iniciativas foram: o interesse pela pobreza, a necessidade de reorientação dos serviços de saúde, a importância da participação comunitária e o desenvolvimento de coalizões entre o setor público, setor privado e o voluntariado.

O Relatório Lalonde (1974), do Ministério Nacional de Saúde e Bem-Estar do Canadá, problematizou que os problemas de saúde não se resolveriam exclusivamente com as intervenções específicas do setor saúde, mas a promoção da saúde deveria considerar

(6)

fatores ambientais, sociais e os estilos de vida (SIMÕES, 2007). Lalonde mostrou que a política pública de saúde necessitava de mudanças, não apenas na forma de agir, mas especialmente na maneira de olhar e pensar a saúde e os problemas de saúde.

Na década de 1980, em Toronto no Canadá, aconteceu o congresso “Para Além da Assistência à Saúde”, que atraiu muitos interessados, visto que o Canadá já possuía inúmeras iniciativas que se caracterizavam como inseridas no Movimento Cidades Saudáveis. Os representantes do escritório europeu da OMS assumiram como novo paradigma este projeto estruturante, elaborando uma proposta de projeto de Promoção da Saúde, selecionando diversas cidades para adotarem os princípios definidos na proposta “Saúde para Todos” da OMS (WESTPHAL, 2000).

A ideia de promoção da saúde traduz-se em expressões próprias à realidade atual, como “políticas públicas saudáveis”, “colaboração intersetorial”, “desenvolvimento sustentável” etc. Resgata-se a perspectiva de relacionar a saúde com as condições de vida, em seus múltiplos elementos, físicos, psicológicos e sociais, vinculando uma vida saudável tanto à participação coletiva quando às habilidades individuais (CZERESNIA e FREITAS, 2009). A evolução da concepção de saúde, alterando o foco do indivíduo para a sociedade, e do tratamento para a prevenção e promoção, levaram a uma visão da saúde como um estado de completo, ainda que relativo, bem-estar físico, psíquico e social. Com isso, ocorre um crescente reconhecimento da importância da cidade nas sociedades contemporâneas, e sua abordagem como espaço coletivo, onde múltiplos fatores e determinantes da saúde convergem e se inter-relacionam (SIMÕES, 2007).

Ao considerar a saúde em seu significado pleno lida-se com algo tão amplo como a própria noção da vida. Desta forma, promover a vida em suas múltiplas dimensões, envolve ações do âmbito global de um Estado e no âmbito da singularidade a autonomia dos sujeitos. Esta responsabilidade não pode ser atribuída a apenas uma área de conhecimento e práticas específicas (CZERESNIA, 2009).

Como consequência em 1986 foi realizada a I Conferência Internacional da Saúde, no Canadá, cujo principal resultado foi o documento “Carta de Ottawa” (1986), segundo o qual, promoção da saúde consiste em capacitar a população para melhorar suas condições de saúde e aumentar seu controle sobre as mesmas. Hoje, trinta anos após esta primeira conferência, o conceito relaciona-se também com novas discussões sobre empoderamento e participação social.

O conceito de promoção de saúde reforça a importância da ação ambiental e política bem como do estilo de vida como eixos norteadores. Entende-se por promoção de saúde:

(...) processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle deste processo. Para atingir um estado de completo bem-estar físico, mental e social os indivíduos e grupos devem saber identificar aspirações, satisfazer necessidades e modificar favoravelmente o meio ambiente. A saúde deve ser vista como um recurso para a vida, e não como objetivo de viver. Nesse sentido, a saúde é um conceito positivo, que enfatiza os recursos sociais e pessoais, bem como as capacidades físicas. Assim, a promoção da saúde não é responsabilidade exclusiva do setor saúde, e vai para além de um estilo de vida saudável, na direção de um bem-estar global. (CARTA DE OTAWA, 1986: s/p)

(7)

O foco da saúde muda, deixando de ser um objetivo a ser alcançado, tornando-se um recurso para o desenvolvimento da vida.

A promoção da saúde surge então como uma reação à acentuada medicalização da vida social e como resposta, que articula diversos recursos tecnológicos e posições ideológicas. Passa a ser um enfoque político e técnico em torno da questão da saúde como qualidade de vida. Seu conceito moderno surge, e se desenvolve, incluindo diversos procedimentos para a promoção da saúde: bom padrão nutricional; atendimento das necessidades para o desenvolvimento ótimo da personalidade; educação sexual; moradia adequada; recreação e condições agradáveis no lar e no trabalho.

De acordo com Buss (2000), pode-se agrupar as diferentes conceituações da promoção da saúde em duas vertentes. Na primeira, consiste em atividades dirigidas à transformação dos comportamentos individuais, focando nos seus estilos de vida, ambientes e territórios onde se encontram, considerando a sua cultura particular, por consequência, as ações se dariam no nível pessoal. A segunda vertente, sustenta-se no entendimento que a saúde é produto de um amplo espectro de fatores relacionados à qualidade de vida, incluindo aí a alimentação e nutrição, habitação e saneamento, condições de trabalho e oportunidades educacionais, ambiente físico e apoio social, além dos cuidados com a saúde de modo geral, exigindo ações mais globais e abrangentes.

O discurso de promoção da saúde não é homogêneo e apresenta contradições correspondentes a interesses divergentes. Porém, a partir dos anos 1980 ganha mais vigor, particularmente nos países desenvolvidos, como reação à medicalização crescente da saúde, tanto na sociedade quando no interior dos sistemas de saúde. A discussão do conceito tem como ponto de partida o próprio conceito de saúde, onde as práticas de saúde pública organizam-se com base na doença, enquanto construção mental e no adoecer, como experiência da vida, ou no viver com qualidade (CZERESNIA e FREITAS, 2009).

De acordo com Lefevre e Lefevre (2004), a promoção da saúde verdadeira, precisa operar um deslocamento de objeto, passando a buscar a saúde num outro lugar que não o corpo, como na Medicina, mas também não genérica e diretamente em todos os espaços sociais. Na contemporaneidade as cidades precisam resolver um duplo problema, uma vez que devem atender às localidades e ao mesmo tempo se tornar competitivas, em função do mercado global.

No desenvolvimento sustentável, o ser humano é protagonista no processo de defesa ao meio ambiente, e ao ter um aumento na perspectiva de vida saudável e com qualidade, amplia sua participação na comunidade e nas definições de questões da vida coletiva. É importante notar que na promoção da saúde são preconizadas as seguintes ações: elaboração e implementação de políticas públicas saudáveis; criação de ambientes favoráveis à saúde; reforço da ação comunitária; desenvolvimento de habilidades pessoais; reorientação do sistema de saúde (BUSS, 2009).

4 CIDADES SAUDÁVEIS: qualidade de vida como paradigma

O Movimento Cidades Saudáveis é uma mobilização política e da sociedade civil na preparação e implementação de planos municipais de saúde, funcionando dentro do conceito de rede, em detrimento de projetos casuísticos e isolados. Passa a ser um movimento quando cada projeto autônomo se interliga aos demais, pela troca de

(8)

informações e lições de experiências, num processo constante, uma vez que ‘saudável’ não é um estado final, mas algo que pode e deve ser sempre melhorado (SIMÕES, 2007). Os principais pressupostos do Movimento Cidades Saudáveis estão relacionados ao movimento sanitário europeu do século XIX, que já reconhecia os governos locais das cidades e as associações comunitárias como importantes agentes junto aos problemas de saúde. Com o processo de urbanização europeu, ocorreu uma deterioração das condições de vida das populações carentes, gerando um estado de vulnerabilidade. Como os governos resistiam a implementar mudanças foi criada, na Inglaterra, a Associação pela Saúde das Cidades, reunindo pessoas organizadas para pressionar as autoridades. Esta associação, propunha mudanças nas leis com objetivo de melhorar as condições sanitárias e estabelecer uma coalização intersetorial para a saúde. Entre seus objetivos estava a melhoria da situação física das cidades, dos padrões de habitação, regulações higiênicas, pavimentação das ruas e saneamento ambiental (WESTPHAL, 2000).

O conceito de Cidades Saudáveis entende a cidade como uma estrutura geográfica na qual se vive e se trabalha. É entendida, também, como uma entidade administrativa, daí alguns locais e autores preferirem o termo Municípios Saudáveis. Neste território diferentes sistemas interagem, buscando o equilíbrio urbano em meio a conflitos de poder e de relações. As cidades, assim, assumem papel de atores sociais, já que os cidadãos que nela habitam ocupam um espaço simbiótico e se organizam politicamente como sociedade civil. O espaço ocupado também é simbólico, integrando seus habitantes culturalmente, possibilitando a formação de uma identidade coletiva, que dinamiza as relações, convertendo a cidade em espaço que responde a objetivos econômicos, políticos e culturais de sua época. A proposta de Cidades Saudáveis, embora tenha sido compreendida de diversas maneiras, surgiu em função destas concepções urbanas.

Este é a um projeto de desenvolvimento social, que tem a saúde e suas múltiplas determinações como centro das atenções. O movimento luta por um estilo de desenvolvimento sustentável, sua concepção esteve ligada ao ideário da Nova Saúde Pública, ou melhor dizendo, da produção social da saúde. O objetivo estratégico da proposta era motivar governos e sociedades para a melhoria das condições de vida e saúde da população urbana, transformando as relações excludentes e conciliando ao mesmo tempo os interesses econômicos e o bem-estar social. O movimento, também, focaliza a participação popular como forma de mobilização e de democratização, buscando mudanças na forma de gerir os diferentes níveis de gestão, especialmente a local (WESTPHAL, 2000).

Para participar do Movimento Cidades Saudáveis, seus poderes executivo e legislativo, deveriam adotar políticas públicas que solucionassem os problemas apontados por um diagnóstico de situação, sempre de forma integrada e intersetorial. Como na democracia moderna, as políticas nem sempre são selecionadas, elaboradas e adotadas racionalmente, ocorrendo uma mediação no processo de interação e negociação entre os atores que acompanham sua definição, é necessária a participação da população, que vive e sente os problemas de seu cotidiano. Esta participação deve ocorrer em todo o projeto, por meio de grupos organizados e da sociedade civil.

Mais que um conceito, é uma estratégia de promoção da saúde cujo objetivo é a melhoria da qualidade de vida da população. Esta qualidade depende de suas condições de existência, do seu acesso a certos bens e serviços econômicos e sociais, como: emprego e

(9)

renda, educação básica, alimentação adequada, acesso a bons serviços de saúde, saneamento básico, habitação, transporte de boa qualidade etc. Para que uma cidade se torne saudável deve esforçar-se para proporcionar: um ambiente físico limpo e seguro; um ecossistema estável e sustentável; alto suporte social, sem exploração; alto grau de participação social; necessidades básicas satisfeitas; acesso a experiências, recursos, contatos, interações e comunicações; economia local diversificada e inovativa; orgulho e respeito pela herança biológica e cultural; serviços de saúde acessíveis a todos; e um alto nível de saúde (ADRIANO et al, 2000).

Porém, dizer que o objetivo do “planejamento das cidades deve visar à qualidade de vida

dos cidadãos é apenas uma banalidade vazia, que não permite individualizar nenhuma proposta de intervenção” (LEFEVRE e LEFEVRE, 2004: 111). Adotar este projeto

significa assumir uma política de governo que envolverá de forma global os diferentes setores, ou seja, a educação, saneamento, transporte etc., o que implica na adoção de políticas integradas e, portanto, transformações radicais nos processos de gestão.

“Cidades Saudáveis” é um movimento com difusão e escala mundial, organizado nas seis grandes regiões da OMS. Observa-se uma relação entre os projetos de Cidades Saudáveis (OMS) e o de cidades sustentáveis da Comissão Europeia. Em ambos, a saúde se abre para outros setores, que passam a incorporar suas questões em seus instrumentos de planejamento (SIMÕES, 2007).

Qualidade de vida é uma expressão muito banalizada na atualidade e o bem-estar, apesar de ser um conceito mais preciso é menos erudito. Os dois conceitos, no entanto, ponderam um conjunto mais ou menos alargado de variáveis, como emprego, habitação, acesso à educação, saúde, cultura e às práticas dos tempos livres. O acesso à qualidade de vida ou bem-estar dependem do nível social, econômico e cultural, estando mais relacionado às procuras, que com as ofertas destes serviços (GASPAR, 2007).

A ideia de qualidade de vida introduz uma valorização de horizontes desejáveis para os grupos sociais, onde, diferentes níveis de exigência e de aspirações, conformam aspectos mais subjetivos e afeitos à percepção dos indivíduos. O conceito de qualidade de vida guarda relação com a satisfação das necessidades humanas, com a capacidade de uma comunidade desfrutar de uma vida média longa e de forma saudável. A tese de Vitte (2009), é que a garantia das necessidades básicas está longe de ser suficiente para a qualidade de vida plena, ou para uma vida de qualidade, sendo de suma importância os fatores relativos à sociabilidade, como suporte a uma percepção mais positiva da qualidade de vida. É importante salientar que estas práticas de sociabilidade vêm sofrendo duros golpes nas cidades brasileiras, especialmente nas grandes metrópoles, devido ao crescimento da violência e à segregação socioespacial.

Embora a expressão qualidade de vida tenha sido originalmente utilizada com um caráter individual, especialmente na área da saúde, é necessário lembrar que o planejamento governamental tem um caráter coletivo, e que as políticas públicas são sempre orientadas aos grupos populacionais. Assim sendo, ao considerar a qualidade de vida numa perspectiva do planejamento e da gestão, essas necessidades devem ser satisfeitas por políticas públicas.

Para Souza (1984), os bens de cidadania e o grau de equidade, que caracterizava a sua distribuição na população, eram uma preocupação principal nos estudos voltados para a

(10)

qualidade de vida. Renda, saúde, emprego, habitação, educação ou segurança pessoal eram consideradas dimensões que permitiam uma avaliação das condições de vida prevalecentes.

As necessidades humanas são regidas por dois conjuntos de valores, os relacionados ao bem-estar social e os relacionados à diferença. Os valores de bem-estar social têm vínculo com o bem-estar individual, em função da saúde, segurança e riqueza. Já os valores afeitos à diferença se referem ao respeito, à integridade, ao afeto e aos derivados das relações humanas. De acordo com a hierarquia de Maslow (1970), as necessidades se dividem em cinco níveis: 1) relacionado às necessidades básicas de sobrevivência; 2) corresponde às necessidades de segurança no ambiente; 3) relaciona-se à necessidade de pertencimento e amor, ao afeto nas relações pessoais; 4) diz respeito à autoestima, relativo à necessidade de reconhecimento e posição social; 5) caracterizado pela autonomização (VITTE, 2009). A percepção de bem-estar e qualidade de vida nem sempre tem relação direta com a felicidade objetiva, mensurada por índices de nutrição, saúde, renda per capita, educação etc. Ela está subordinada à percepção interna e ao julgamento que a pessoa faz da própria vida. Observa-se, que nas sociedades democráticas, ocorre uma relativa oferta de bem-estar social, porém as necessidades humanas relacionadas ao verbo amar são mais complexas e muitas vezes esquecidas no debate da qualidade de vida. Estes aspectos podem ser relacionados às identidades sociais, como os vínculos e contatos com a comunidade local, os vínculos com a família, as amizades, a participação em organizações e associações e as relações com os colegas de trabalho.

5 PLANEJAMENTO URBANO: um novo enfoque, uma nova perspectvia

O bairro, a praça, a rua e o pequeno comércio, aproximam os moradores. Tais lugares podem ser mais que pontos de trocas de mercadorias, podem possibilitar o encontro e reforçar a sociabilidade. Ao vivenciar a cidade o indivíduo percebe o meio e adquire uma imagem própria sobre o espaço, imagem esta que pode diferir de outros indivíduos. As paisagens urbanas constituem elementos representativos da qualidade de vida: acessibilidade, fluidez, limpeza, iluminação, qualidade das edificações, tamanho das residências, presença de áreas verdes e disponibilidade de serviços básicos, são indicativos do grau de satisfação de necessidades básicas.

A consciência individual é um produto social, bem como as subjetividades. O coletivo atribui ao espaço ocupado o seu sentido, coexistindo uma dimensão subjetiva na qual ocorrem interferências de fatores socioculturais, que afetam as percepções individuais mediadas por aquelas. As cidades contemporâneas vêm assumindo características muito perversas, tornando-se, muitas vezes, inumanas. No entanto, pode-se empreender mudanças necessárias, ao mobilizar-se coletivamente as energias e desprender-se de uma imagem de cidade como um inferno. O bem-estar e uma alta qualidade de vida devem ser um direito do cidadão, e é por meio da política que os cidadãos lutam por estes direitos e não o contrário (VITTE, 2009).

O Estado, por meio de suas práticas, induz e provoca marcantes transformações nos usos e funções dos lugares na cidade. Ao direcionar investimentos, em infraestruturas, pode gerar desigualdades. No contexto da sociedade capitalista, pode intervir aprofundando um processo de valorização diferencial da terra urbana. Qualquer intervenção na cidade capitalista não é necessariamente excludente, uma vez que todos os governos, o tempo

(11)

todo, intervêm na cidade. Tais intervenções podem ser, mais ou menos, inclusivas, de acordo com as forças sociais e políticas que estão operando no momento na realidade local. Na conjuntura atual, torna-se preciso dar uma nova vida à cidade, fazer dela um espaço apropriável para a vida e para todos.

Países como o Brasil e outros da América Latina, onde existe uma péssima distribuição de renda, analfabetismo e baixo grau de escolaridade, bem como condições ambientais e de habitação precárias, as condições de vida e saúde populacional sofrem uma influência muito forte. O debate sobre a qualidade (condições) de vida e saúde tem um forte histórico na saúde coletiva (BUSS, 2000). No entanto, o desafio não é apenas mostrar que a qualidade/condição de vida afeta a saúde, influenciando fortemente a qualidade de vida, mas sobretudo investigar quais as intervenções, especialmente quais as políticas públicas intersetoriais, podem influenciar favoravelmente a qualidade de vida urbana.

De acordo com Boneti (2007), é na relação entre o Estado, as classes sociais e a sociedade civil que se originam os agentes definidores das políticas públicas. Desta forma entende-se que as políticas públicas não são definidas tendo como parâmetro unicamente o bem comum, nem tão pouco os interesses específicos de uma classe, como se o Estado estivesse a serviço da classe dominante. É na complexidade da relação intrínseca entre os diferentes entes e agentes que ocorre a elaboração e operacionalização das políticas públicas.

As instituições públicas direcionam as políticas públicas para a construção do tipo de sociedade desejada. O projeto do capitalismo global é o do Estado Mínimo, cuja racionalidade instrumental concorrencial tem, no mercado, o princípio de autorregulação da esfera econômica e social. A universalização de um padrão tecnológico, de hábitos culturais e de consumo passa a se constituir em um padrão de referência. Existe uma hegemonia mundial que alia decisões políticas aos projetos econômicos, definindo políticas públicas que viabilizam os empreendimentos.

Dentro da moderna luta capitalista contra a desigualdade e a exclusão, ocorre uma negação das diferenças, que opera num projeto de homogeneização, partindo de uma ideia própria de universalismo. A tentativa da ordem do poder é não reconhecer as diferenças, procurando a integração constante do que está “fora” do padrão. Em síntese, o modo de o Estado tratar as diferenças é não considerá-las como tais, mas procurar homogeneizá-las, a partir de um padrão referencial aceito no momento. Como a ordem vigente é igualar as diferenças, o padrão referencial passa a ser a competência tecnológica, direcionando as políticas públicas à produção do conhecimento tecnológico e à viabilidade econômica (BONETI, 2007).

Como resultado da correlação de forças sociais, as políticas públicas são construídas no decorrer do tempo, caracterizando o tipo de intervenção do Estado na realidade social. Portanto, não se deve pensar estas sob uma ótica dicotômica, que considera o Estado separadamente da Sociedade Civil. As políticas públicas devem nascer do contexto da sociedade e dos embates entre forças e interesses.

A Carta de Ottawa diz que a promoção da saúde ultrapassa o cuidado à saúde, redefinindo o local da saúde na agenda das decisões políticas em todos os setores e níveis. Desta forma, responsabilizando as políticas públicas e as consequências de suas decisões sobre a saúde e qualidade de vida da população. Uma política de promoção da saúde deve combinar abordagens diversas e complementares, incluindo legislação, medidas fiscais, tributação e

(12)

mudanças organizacionais numa ação coordenada que promova maior equidade (BONATTO, 2012).

Para fazer política de promoção de saúde, é necessário identificar quais obstáculos atrapalham a adoção de políticas públicas saudáveis, nos setores que não o da saúde, assumindo caminhos para removê-los. A escolha mais saudável deve ser também a mais fácil para os tomadores de decisão.

Ações de promoção da saúde condizentes com a realidade atual devem ser orientadas para a busca de uma melhor qualidade de vida individual e coletiva, não centrada apenas em referenciais técnicos e econômicos, mas numa qualidade para o desenvolvimento integral do ser humano. Para tanto, é necessário identificar as causas das desigualdades sociais e das deficientes condições de saúde e trabalho, para atuar como agente transformador da realidade vivida, por meio de políticas públicas saudáveis e protetoras ao meio ambiente (LEFEVRE e LEFEVRE, 2004).

6 REFERÊNCIAS

Adriano, J. R., Werneck, G. A. F., Santos, M. A., Souza, R. C. (2000) A construção de cidades saudáveis: uma estratégia viável para a melhoria da qualidade de vida?, Ciência & Saúde Coletiva, 5(1), 53-62.

Akeman, M., Duhl, L., Bogus, C. M. (2006) A questão urbana e a saúde: impactos e respostas necessárias. In: Castro, A. (2006) SUS: ressignificando a promoção da saúde, Hucitec, São Paulo.

Bonatto, D. A. M. (2012) Qualidade de vida urbana e participação social: a experiência da Rede de Comunidades Saudáveis do Estado do Rio de Janeiro, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

Boneti, L. W. (2007) Políticas públicas por dentro, Ed. Unijuí, Ijuí.

Buss, P. M. (2000) Promoção da saúde e qualidade de vida, Ciência & Saúde Coletiva, 5 (1), 163-177.

Buss, P. M. (2009) Uma introdução ao conceito de Promoção da Saúde, In: Czeresnia, D., Freitas, C. M. (2009) Promoção da saúde: conceitos, reflexões, tendências, Editora Fiocruz, Rio de Janeiro.

Carta de Ottawa (1986) Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, In: BRASIL, Ministério da Saúde (2002) As cartas da Promoção da Saúde, Ministério da Saúde, Brasília.

Czeresnia, D., Freitas, C. M. (2009) Promoção da saúde: conceitos, reflexões, tendências, Editora Fiocruz, Rio de Janeiro.

Czeresnia, D. (2003) O conceito de saúde e a diferença entre prevenção e promoção, In: Czeresnia, D., Freitas, C. M. (2009) Promoção da saúde: conceitos, reflexões, tendências, Editora Fiocruz, Rio de Janeiro.

(13)

Declaração de Alma-Ata (1978) Conferência Internacional sobre cuidados primários de saúde, 6-12 de setembro 1978, Alma-Ata, URSS. In: Brasil, Ministério da Saúde (2002). As cartas da Promoção da Saúde, Ministério da saúde, Brasília.

Gaspar, J. (2007) Cidade, saúde e urbanização: apontamentos e notas de leitura, In: Santana, P. (2007) A Cidade e a Saúde, Gráfica de Coimbra, Coimbra.

Lefevre, F., Lefevre, A. M. C. (2004) Promoção de Saúde: a negação da negação, Vieira & Lent, Rio de Janeiro.

Lefebvre, H. (1999) A revolução urbana, Editora UFMG, Belo Horizonte. Lefebvre, H. (2001) O direito à cidade, Centauro, São Paulo.

Machado, M. C. S. (2007) Prefácio, In: Santana, P.(2007) A Cidade e a Saúde, Gráfica de Coimbra, Coimbra.

Maslow, A. (1970) Motivation and personality, 2nd , Harper and Row, New York.

Mumford, L. (1998) A cidade na história: suas origens, transformações e perspectivas, Martins Fontes, São Paulo.

Simões, J. M. Construindo a cidade saudável, In: Santana, P.(2007) A Cidade e a Saúde, Gráfica de Coimbra, Coimbra.

Souza, A. (1984) Qualidade de vida urbana, Zahar Editores, Rio de Janeiro.

Valentim, L. S. O. (2010) Sobre a produção de bens e males nas cidades. Estrutura urbana e cenários de risco à saúde em áreas contaminadas da Região Metropolitana de São Paulo, Tese (Doutorado), Universidade de São Paulo, São Paulo.

Vitte, C. C. S. (2009) A qualidade de vida urbana e sua dimensão subjetiva: uma contribuição ao debate sobre políticas públicas e a cidade, In: Vitte, C. C. S., Keinert, T. M. M. (2009) Qualidade de Vida, Planejamento e Gestão Urbana: discussões teórico-metodológicas, Bertrand Brasil, Rio de Janeiro.

Westphal, M. F. (2000) O movimento cidade/municípios saudáveis: um compromisso com a qualidade de vida, Ciência & Saúde Coletiva, 5 (1), 39-51.

Westphal, M. F. (2006) Promoção da saúde e prevenção de doenças, In: Campos, G. W. S., Minayo, M. C. S., Akerman, M., Drumond Júnior, M., Carvalho, Y. (2006) Tratado de Saúde Coletiva, Hucitec/Fiocruz, São Paulo/Rio de Janeiro.

Referências

Documentos relacionados

Figura 25 - Identidade Visual para Eva Nails Fonte: Criado pelo Maurício..

Logo, o presente trabalho tem como objetivo geral propor metáforas de interação com o usuário para ferramentas CASE baseadas na tecnologia touch-screen.. Assim, com o

Também, vedou a supressão ou redução por negociação coletiva de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador com

Com base nos estudos investigados, foi constatado que devido ao estresse psicológico ocasionado pelo salto de pára-quedas, há um aumento nos níveis plasmáticos de

3.3 o Município tem caminhão da coleta seletiva, sendo orientado a providenciar a contratação direta da associação para o recolhimento dos resíduos recicláveis,

O plano de estudos em vigor no ano lectivo 2011/2012 contempla 85 ECTS na área científica das Relações Públicas e Comunicação Organizacional o que corresponde a 61% do total de ECTS

utilizada, pois no trabalho de Diacenco (2010) foi utilizada a Teoria da Deformação Cisalhante de Alta Order (HSDT) e, neste trabalho utilizou-se a Teoria da

Neste estudo foram estipulados os seguintes objec- tivos: (a) identifi car as dimensões do desenvolvimento vocacional (convicção vocacional, cooperação vocacio- nal,