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Tecnologia de bioflocos no cultivo de tilápia do nilo (Oreochromis niloticus)

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Tecnologia de bioflocos no cultivo de

tilápia do nilo (Oreochromis niloticus)

Rômulo Batista Rodrigues1*;

Fábio Meurer2;

Deividy Miranda da Silva3;

Mariana Uczay4;

Wilson Rogério Boscolo3;

1 *Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre-RS, Brasil. Autor para correspondência: rrodrigues1903@gmail.com; 2 Universidade Federal do Paraná, Jandaia do Sul-PR, Brasil;

3 Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Toledo-PR, Brasil; 4 Universidade do Estado de Santa Catarina, Lages-SC, Brasil;

RESUMO

Dentre os sistemas de cultivo utilizados na aquicultura, os sistemas com uso limitado de água são alternativas para o desenvolvimento sustentável do setor produtivo, em especial em locais com baixa disponibilidade de água. O sistema de cultivo em bioflocos é uma alternativa de criação em sistema fechado, que vem mostrando resultados positivos de produção e despertando o interesse da pesquisa. Sendo assim, o presente trabalho foi realizado para debater os principais fundamentos do uso da tecnologia de bioflocos no cultivo de tilápia do Nilo. Esta revisão apresenta os resultados obtidos na literatura sobre o sistema de criação em bioflocos na aquicultura, descrevendo suas principais caracterís-ticas prácaracterís-ticas e teóricas.

Termos para indexação: alimentação natural, aquicultura, desenvolvimento sustentável,

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Bioflocs technology in nile tilapia

culture (Oreochromis niloticus)

ABSTRACT

Among the farming systems in aquaculture, systems with limited use of water are alterna-tives for sustainable development of the productive sector. In this sense, the cultivation system in bioflocos has been outstanding, showing positive results of production and attracting the interest of research. Therefore, this study was carried out to discuss the principal foundations of the use of bioflocos technology in the cultivation of Nile tilapia. Research is underway to assess different methods of cultivation aimed at sustainable deve-lopment of aquaculture, bringing interesting alternative to the productive sector. This re-view presents the results obtained by raising system bioflocos in aquaculture, pointing its main characteristics and possible advantages and disadvantages of this breeding system.

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1 INTRODUÇÃO

No Brasil, grande parte da produção aquí-cola é proveniente da aquicultura conti-nental, com destaque para a piscicultura, que representa 82,3% da produção total na-cional (MPA, 2012), a produção de tilápia responsável por esse crescimento, já que re-presentou 46% de toda produção aquícola continental no ano de 2011 (MPA, 2013), sendo o peixe mais cultivado no país. A grande produção de tilápias no Brasil é justificada, em parte, pelas amplas pesqui-sas realizadas em relação à espécie, que ofe-recem maior suporte ao desenvolvimento de diferentes técnicas de manejo e produ-ção. Além disso, a tilápia apresenta carac-terísticas interessantes, como rusticidade, taxa elevada de crescimento em diversos sistemas de produção, hábito alimentar oní-voro, boa conversão alimentar, capacidade de reprodução em cativeiro e aceitação do mercado consumidor (EL-SAYED, 2006). O desenvolvimento da produção aquícola deve ocorrer de maneira sustentável, tra-zendo o mínimo de impactos ao ambien-te, sem aumentar significativamente o uso de água e da terra, com o uso de sistemas produtivos baseados na relação de custo e beneficio apoiado na sustentabilidade eco-nômica e social (AVNIMELECH, 2009). A preocupação com o uso da água na aquicul-tura advém de sua crescente escassez, bem como do impacto que a piscicultura tradi-cional pode acarretar nos corpos d’água.

O aumento da intensidade no cultivo aquí-cola tem como consequência o maior vo-lume de resíduos gerados, que devem ser descartados de maneira adequada, pois podem acarretar em poluição do solo e dos ambientes aquáticos, confirmando, assim, a necessidade do desenvolvimento de tec-nologias de cultivo de peixes onde o uso da água seja restrito.

Para atender estas demandas de produção sustentável na aquicultura, alguns siste-mas e tecnologias estão sendo estudados e aplicados. Dentre as alternativas estudadas, está a tecnologia de bioflocos (Biofloc Te-chnology System – BFT), que consiste em um sistema de produção, onde se estimula o desenvolvimento da comunidade micro-biana através da manipulação da relação entre carbono (C) e nitrogênio (N) na água de cultivo, onde bactérias e outros micror-ganismos, invertebrados, restos de excretas e de ração, formam agregados, conheci-dos como bioflocos (AVNIMELECH, 2007). Conforme Crab et al. (2012), a tecnologia de bioflocos é uma técnica empregada obje-tivando o controle de qualidade da água de cultivo por meio da adição de carbono no sistema, que pode ocorrer por meio de uma fonte externa de carbono orgânico ou por meio do elevado teor de carbono contido na alimentação.

Os bioflocos formados por esse manejo são mantidos em suspensão na coluna d’água e podem ser definidos como partículas na forma de material floculado, que são

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nizados por bactérias heterotróficas, micro-algas, flagelados, ciliados, rotíferos, entre outros (BALLESTER et al., 2010). A comu-nidade bacteriana presente nos bioflocos aproveita a amônia que esta na água do cultivo e a incorpora em biomassa micro-biana, além de ainda ser utilizada como fonte de alimento aos organismos criados (THOMPSON et al., 2002), ou seja, os bio-flocos transformam um composto, a amô-nia, que pode ser tóxico para os peixes, em uma fonte de alimento natural aos organis-mos cultivados.

Baseado nas características apresentadas pela tecnologia de bioflocos, na necessida-de necessida-de se buscar sistemas alternativos necessida-de pis-cicultura, e no desenvolvimento sustentá-vel desse setor agropecuário, objetivou-se, com esta revisão, discutir os fundamentos práticos e teóricos da tecnologia de bio-flocos, visando os benefícios e desafios de sua utilização no cultivo de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus).

2 REVISÃO

2.1 Tilápia do nilo (Oreochromis niloticus)

As tilápias pertencem à ordem dos Percifor-mes, família Cichlidae, são naturais do con-tinente africano (VERANI, 1980). Acredita-se que Acredita-seu cultivo foi originado há quatro mil anos, aproximadamente mil anos antes do cultivo das carpas serem introduzidos na China (BALARIN e HATTON, 1979).

Estudos posteriores dividiram este gênero em três grupos, de acordo com o modo de reprodução, hábito alimentar e biogeogra-fia: Tilapia (desova ocorre em ninhos com substratos no fundo dos corpos d’água), Sarotherodon (constroem ninhos e os ovos são incubados pelos machos e pelas fême-as) e Oreochromis (constroem ninhos e a incubação dos ovos é realizada unicamente pelas fêmeas) (TREWAVAS, 1983). Apesar do grande número de espécies que rece-bem a denominação de tilápia, algumas são mais exploradas economicamente pela aquicultura como a Tilapia rendalli, Tilapia

zilli, Oreochromis mossambicus, Oreochromis niloticus, Oreochromis aureus e Oreochromis urolepis hornorum (STICKNEY, 1997).

No Brasil, os primeiros relatos de tilápias datam da década de 1950 com a Tilapia

ren-dalli e o primeiro registro da tilápia do Nilo

(variedade Bouaké), no país, foi no ano de 1971, onde alguns exemplares oriundos da Costa do Marfim foram introduzidos no es-tado do Ceará (CASTAGNOLLI, 1992), po-rém essa variedade de tilápia não se difun-diu no Brasil, devido ao seu desempenho baixo (WAGNER, 2004).

A tilápia do Nilo (Oreochromis Niloticus) é uma das espécies de peixes mais cultivada no mundo, por apresentar características altamente desejáveis, como: rápido cres-cimento e rusticidade (CASTAGNOLLI, 1992), facilidade na reprodução em cativei-ro (AYROZA et al., 2006), boa adaptação a produção em tanques-rede, viveiros

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vados, “raceways”, ou tanques circulares (MEURER et al., 2002), aceitação de rações artificiais desde o estágio larval (ZIMMER-MANN e FITZSIMMONS, 2004), hábito alimentar onívoro, possuindo adaptações morfológicas e fisiológicas que permitem utilizar eficientemente os carboidratos como fonte de energia (TENGJAROENKUL et al., 2000), promovendo a redução nos custos com a alimentação pela possibilida-de possibilida-de inclusão possibilida-de ingredientes possibilida-de origem vegetal (PEZZATO et al., 2002).

Além das características benéficas ao cul-tivo, a tilápia apresenta particularidades interessantes na sua carne, pois não apre-senta espinhas em forma de “Y” em seu filé, sendo apropriado para indústria de filetagem (VIEIRA et al., 2009), apresenta características organolépticas interessantes (DEGANI e REVACH, 1991) e boa aceitação pelos consumidores (FURUYA et al., 2005). O grande desenvolvimento produtivo da espécie deve-se pelo estabelecimento de pa-cotes zootécnicos formados a partir de pes-quisas relacionadas ao cultivo da espécie, como nutrição, reprodução, manejo e sa-nidade. Mesmo sendo um dos peixes mais explorados pela pesquisa, a intensificação da produção faz com que ainda se tenha a necessidade de ampliação do conhecimen-to relacionado ao seu cultivo, incentivan-do, assim, maiores interesses em pesquisas relacionados ao tema.

2.2 Sistemas de cultivo de peixes

Segundo Lima (2013), um sistema produti-vo pode ser entendido como um conjunto de elementos que se relacionam para trans-formar insumos em produtos, através de um processo definido como sistema de pro-dução. A classificação de um sistema produ-tivo auxilia na compreensão das caracterís-ticas de cada unidade, fazendo com que o planejamento e a tomada de decisão pelos produtores e técnicos sejam mais precisos de acordo com a realidade de cada sistema. Os sistemas produtivos aquícolas podem ser classificados pela intensificação da produ-ção (extensivo, semi-intensivo e intensivo), pelo uso da água (sistema de água parada ou estático e sistema com renovação da água), e também pelo uso de espécies, seja no mo-nocultivo ou no policultivo (LIMA, 2013). Como alguns sistemas de produção podem receber mais de uma classificação, a descri-ção de cada sistema separadamente torna-se a melhor maneira de detalhar as caracterís-ticas de cada método de cultivo (TEIXEIRA et al., 2006). Sendo os principais sistemas de cultivo de peixes utilizados os viveiros escavados, tanques-rede, em recirculação da água, raceway e em bioflocos.

O cultivo de peixes em tanque escavado é o sistema mais antigo na piscicultura, onde os viveiros são áreas escavadas sem qualquer revestimento interno e preenchi-dos com água (TEIXEIRA et al., 2006). Em sistemas de cultivo em viveiros escavados,

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faz-se o uso de fertilizantes com o objeti-vo de aumentar a produção natural de ali-mento e complementando naturalmente a alimentação do peixe cultivado (FOCKEN et al., 2000), diminuído a quantidade de ração necessária e, consequentemente, re-duzindo custos. A avaliação e o controle da qualidade da água nesse tipo de sistema são essenciais, uma vez que se trata de um sistema limnológico complexo em que as variações na água são oriundas do metabo-lismo dos peixes além dos microrganismos que colonizam esse ambiente. Nesse tipo de sistema, a produção pode ser realizada de maneira extensiva, onde a produção dos peixes não é o objetivo do viveiro, ou de maneira intensiva, onde o tanque é cons-truído com o intuito de produzir os peixes. Os tanques-rede ou gaiolas são armações de tela ou rede, fechadas de todos os la-dos, confinando os peixes e permitindo a troca completa da água, na forma de flu-xo contínuo, removendo desta maneira as excretas dos animais e restos de alimentos. É um sistema que utiliza o ambiente com alta produtividade e com elevadas densida-des (AYROZA et al., 2006), o sistema de tan-ques rede tem como objetivo o aumento da biomassa até o tamanho de venda do peixe (SONODA, 2002). Apresenta, como vanta-gem, a menor exigência em investimentos iniciais do que a piscicultura em viveiros escavados, pois possibilita a criação de pei-xes em ambientes aquáticos existentes, que não estão sendo utilizados com finalidade

econômica (REBELO NETO, 2013). Além disso, apresenta maior facilidade de con-trole e monitoramento do cultivo e da des-pesca; maior proteção contra os predadores naturais; o aproveitamento de áreas alaga-das como lagos e barragens, sem a neces-sidade de desmatamento e movimentação de terra para a construção de novas áreas alagadas. A escolha do local de instalação de um sistema de tanques-rede deve consi-derar a facilidade de acesso para o manejo diário e a renovação de água no local (TEI-XEIRA et al., 2006).

O sistema de alto-fluxo ou “raceway” é ba-seado no fornecimento contínuo de água nos tanques de cultivo, geralmente tan-ques retangulares ou circulares de concre-to ou outro material que resistam ao atriconcre-to constante da água em suas extremidades. A quantidade de entrada de água deve ser suficiente para promover a limpeza rápida dos tanques, porém, sem exigir dos peixes um esforço exagerado para a natação, o que é desfavorável para seu pleno desenvolvi-mento, uma vez que a energia que seria usa-da para seu crescimento estará direcionausa-da para a locomoção (TEIXEIRA et al., 2006). Nestas estruturas, a taxa de renovação de água é alta, chegando até três trocas do vo-lume total de água em uma hora, o que pos-sibilita uma alta densidade de estocagem. O sistema com recirculação de água é mui-to utilizado em países onde existe pouca disponibilidade de água. Utiliza-se este sis-tema com o intuito de produzir um volume

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elevado de peixes, sem que seja necessária uma grande área alagada para a produção (LIMA, 2013). Além disso, o sistema mi-nimiza ou elimina por completo o lança-mento de efluentes da atividade no meio ambiente, o que atualmente é uma neces-sidade, e visto como uma maneira positi-va de aumentar a produção de maneira sustentável. No sistema, a água de cultivo passa pelos tanques de produção, segue até um tratamento de filtros mecânicos e bio-lógicos, retornando ao sistema por bombe-amento. Esse sistema permite ao produtor o controle dos parâmetros físico e quími-cos de água, pois a temperatura da água, os níveis de oxigênio dissolvido, a amônia e o nitrito são controlados pela combinação de troca de água, aeração e filtragem. Dessa forma, é possível manter sempre um alto fluxo de água passando no sistema sem que seja necessário o uso de água nova e sem que os resíduos sejam lançados para o meio ambiente (TEIXEIRA et al., 2006. Porém, o custo de implantação do sistema é alto, assim como o gasto com energia, uma vez que a água é bombeada durante o dia todo. A tecnologia de bioflocos foi desenvolvida para minimizar o descarte de efluentes, vi-sando proteger os recursos hídricos e me-lhorar a biossegurança dos cultivos intensi-vos de organismos aquáticos (BURFORD et al., 2003). O sistema de bioflocos apresenta vantagens sobre os sistemas tradicionais, como a mínima utilização de água, causan-do menor impacto ambiental, menor área

de cultivo e maior produtividade, maior disponibilidade de alimento natural, redu-zindo os custos com a alimentação, aumen-to da biossegurança e reciclagem dos nu-trientes (AVNIMELECH, 2012). O sistema de cultivo em biolfocos é muito utilizado na produção de camarões, porém, segundo Crab (2009), esta tecnologia é de grande po-tencial na produção de tilápias, visando um desenvolvimento sustentável da produção.

2.3 Tecnologia de bioflocos

A tecnologia de bioflocos (Biofloc

Tech-nology System - BFT), também conhecida

como Zero exchange, aerobic, heterotrophic (ZEAH) ou apenas sistema de flocos micro-bianos, está em desenvolvimento desde os anos 80 (SERFLING, 2006). O sistema de bioflocos é um sistema fechado de cultivo de organismos aquáticos, ou seja, a troca de água nesse sistema é mínima ou inexistente. Segundo Avnimelech (2015), o sistema de bioflocos proporciona maior produtividade em relação aos convencionais, pois permi-te a criação inpermi-tensiva com alta densidade de estocagem, desde que ocorra a correta utilização de aeração constante e se mante-nha a relação ideal de C:N. A tecnologia de bioflocos consiste em uma metodologia de manejo onde os compostos nitrogenados presentes na água de criação são converti-dos em biomassa bacteriana, ou bioflocos, a partir da incorporação destes nutrientes pelas bactérias heterotróficas do meio (AV-NIMELECH, 2007), o desenvolvimento dos

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bioflocos é estimulado através da relação carbono e nitrogênio.

A relação entre carbono e nitrogênio é efi-ciente quando ocorre a adição de uma fonte suplementar de carbono na água de cultivo (SAMOCHA et al., 2007). Várias são as fon-tes ricas em carbono orgânico que podem ser adicionadas, como o açúcar, melaço, farelos vegetais, rações, entre outros (WA-SIELESKY et al., 2006). Porém, o desenvol-vimento da biomassa de microrganismos na água de cultivo não depende necessaria-mente da fonte de carbono adicionada, e sim dos níveis de suplementação de carbo-no na água e as taxas de nutrientes conti-dos no sistema (SCHNEIDER et al., 2006). As bactérias heterotróficas formadas no sistema de bioflocos possuem a habilidade de sintetizar proteína a partir do carbono orgânico e da forma de nitrogênio amonia-cal inorgânico, e por isso é essencial que a relação carbono e nitrogênio seja equilibra-da para utilização equilibra-das bactérias. Resultados de pesquisas divergem na relação ideal para o máximo desenvolvimento da biomassa microbiana, sendo que alguns pesquisa-dores observaram como relação ideal de: 20:1 (CHAMBERLAIN et al., 2001), 14-30:1 (WASIELESKY et al., 2006) e 6:1 (AVNIME-LECH,1999; SAMOCHA et al., 2007; EBE-LING, 2006).

A tecnologia de bioflocos é uma técnica importante para a melhora na qualidade da água de cultivo. Segundo Hargreaves (2006), a absorção do nitrogênio

promovi-da pelo desenvolvimento promovi-da biomassa bac-teriana diminui a concentração de amônia mais rapidamente do que o processo de ni-trificação. A amônia é tóxica para os peixes quando em altas concentrações, tornan-do o uso tornan-do sistema de bioflocos de gran-de auxílio na manutenção da higigran-dez dos peixes. Em comparação com as tecnologias convencionais de tratamento de água utili-zadas na aquicultura, a tecnologia de bio-flocos apresenta-se como alternativa mais econômica, com diminuição das despesas de tratamento de água em cerca de 30% (AVNIMELECH 2009), além de diminuição de custos com a alimentação, tendo em vis-ta a maior produção de alimenvis-tação primá-ria para os peixes neste sistema (DE SCHRY-VER et al., 2008).

No sistema de bioflocos, os custos com ali-mentação podem ser reduzidos, tendo em vista que é possível a utilização de dietas com menores níveis de proteína bruta, além de que a tecnologia pode ser conside-rada uma prática de aquicultura sustentá-vel, considerando que os efluentes gerados podem apresentar quantidades menores de compostos nitrogenados ao final do ciclo produtivo, diminuindo os riscos de eutrofi-zação nos corpos d´água receptores (MAR-TÍNEZ-CORDOVA et al. 2003). No entanto, a qualidade nutricional dos bioflocos pode variar de acordo com a comunidade de microrganismos desenvolvidos no sistema (DA ROCHA et al., 2012), já que a compo-sição centesimal do biofloco é

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do pela espécie produzida no sistema, pela presença de microrganismos específicos e o manejo do sistema e tempo de cultivo dos flocos microbianos (AVNIMELECH, 2007). Além das vantagens já mencionadas, Crab et al. (2010) constatou que o uso de bio-flocos é uma medida alternativa para com-bater bactérias patogênicas no cultivo, o mecanismo de ação dos flocos microbianos em relação à proteção e a seleção bacteria-na, no entanto, ainda não está clara, neces-sitando-se, assim, de maiores investigações, porém os bioflocos podem ter ação imuno-estimulante, tendo em vista que se trata de bactérias e produtos bacterianos.

Contudo, o manejo do sistema deve ser re-alizado com atenção, pois há a necessidade de uma quantidade alta de aeração do siste-ma para siste-manter os sólidos em suspensão, e não se acumulem no fundo do tanque, di-minuindo, assim, a eficiência produtiva do sistema (AVNIMELECH, 2009), além disso, a quantidade de sólidos totais em suspensão no sistema de bioflocos devem ser monito-rados, sendo que para cultivo de tilápia nes-se sistema, o recomendado é que os sólidos em suspensão estejam em valores entre 20 e 30 mL L-1 (AVNIMELECH, 2007). Segundo

Crab et al. (2012), após a instalação de um sistema de bioflocos, é necessário um perío-do para que o sistema estabeleça sua comu-nidade microbiana e atue com eficiência na melhora da qualidade da água de cultivo e na produção, sendo que a intensidade do cultivo irá influenciar na carga orgânica de

nitrogênio e, consequentemente, no mane-jo utilizado para a excelente relação entre carbono e nitrogênio. Outro cuidado im-portante no uso do sistema de bioflocos é com a quantidade de compostos nitrogena-dos e fosfatanitrogena-dos no sistema, já que sistemas fechados de cultivo de peixe apresentam essa característica do aumento destes com-postos (COLT, 2006), e o aumento destes compostos podem ser prejudiciais ao cres-cimento normal dos animais.

Algumas desvantagens do sistema de bio-flocos são observadas para o estabelecimen-to da tecnologia na produção aquícola, um obstáculo a ser ultrapassado é convencer os produtores a adotá-la, tendo em vista que a ideia já estabelecida que a água de cultivo deva ser transparente pode dificul-tar a adesão de produtores ao sistema, do mesmo modo que um possível preconcei-to que o consumidor do pescado pode ter sobre a reciclagem de excrementos pelos peixes na alimentação, dificultando assim o aceite do mercado consumidor pelos or-ganismos produzidos em tal sistema (CRAB et al., 2012). Entretanto, o uso da tecnolo-gia de biolflocos tende a diminuir os preços do pescado, além de aumentar os estoques de peixes selvagens uma vez que o desen-volvimento da aquicultura diminui a ne-cessidade da pesca extrativista. Portanto, a tecnologia de bioflocos poderia auxiliar intensamente na diminuição da pesca e no desenvolvimento da cadeia produtiva, melhorando o bem-estar social por meio da

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redução dos preços de produção de peixes, beneficiando assim tanto o produtor quan-to o consumidor (CRAB et al., 2012). A escolha da espécie utilizada na produção deve ser levada em consideração, uma vez que algumas espécies não suportam altas concentrações de sólidos suspensos, preju-dicando assim a produção. Além de que o hábito alimentar da espécie deve ser consi-derado para que ocorra o aproveitamento eficiente dos flocos microbianos como ali-mento (MCINTOSH, 2000), sendo que al-gumas espécies mostram-se eficientes nesse tipo de sistema, como os camarões e peixes onívoros como a tilápia, carpas e tainhas, possibilitando a diminuição da proteína bruta da dieta artificial (AVNIMELECH, 2007). As tilápias estão bem adaptadas ao sistema de bioflocos, pois apresentam ca-pacidade de filtração de água, permitindo a absorção dos flocos microbianos em sus-pensão, além disso a espécie é caracterizada por sua rusticidade o que facilita a adapta-ção a sistemas de cultivo com altas densida-des (AVNIMELECH, 2011).

Azim e Little (2008) observaram que os bio-flocos contribuíram de forma significativa com o ganho em peso de tilápias do Nilo (Oreochromis niloticus) em comparação com um sistema convencional, com 45% de ga-nho em peso a mais que no cultivo conven-cional. Crab et al. (2009), observaram que o sistema de bioflocos no cultivo de tilápia hibrida (Oreochromis niloticus x Oreochromis

aureus) foi eficiente, mantendo a qualidade

da água adequada para a espécie, na sobre-vivência dos peixes, no uso sustentável da água, além de poder ser uma fonte de ali-mentação para os peixes. Em trabalho de Brol et al. (2017), a criação de tilápia do Nilo da linhagem GIFT obteve melhor de-sempenho que a tilápia da linhagem verme-lha, em sistema de bioflocos, além disso, os autores constataram que densidade de até 800 peixes/m³ com peso médio entre 15-20g não trouxeram prejuízos no desempe-nho produtivo. De Lima et al. (2015), tra-balhando com tilápia do Nilo com cerca de 400 gramas de peso final, encontraram uma densidade de estocagem ideal em sistema de biolfocos de 45 peixes/m³.

Apesar dos resultados positivos da criação de tilápias em sistema de bioflocos, traba-lhos mostram que os benefícios produtivos proporcionados pelo sistema ocorrem por diversas características do sistema, e não apenas pela qualidade nutricional dos flocos microbianos. Caldini et al. (2015), utilizan-do a biomassa utilizan-do biofloco seca na alimen-tação de tilápias do Nilo, observaram que a secagem dos flocos microbianos proporcio-naram resultados de desempenho negativos. De um modo geral diversos estudos mos-tram os benefícios do uso do sistema de bio-flocos, sendo que o número de estudos com a utilização deste sistema para o cultivo de tilápias é crescente, demonstrando resulta-dos positivos no desempenho das tilápias criadas em sistema de bioflocos. Contudo, o sistema de bioflocos requer diversos

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dados tendo em vista que este sistema é muito sensível a variações de qualidade de água, e necessita de cuidados constantes com a aeração e relação entre C:N, sendo desta forma, o aprofundamento nos estudos e debates em torno do tema pertinentes. Estudos que visem a definição de parâmetros de manejo no sistema e da qualidade de água para cada fase de criação das diferentes espécies cultivadas são necessários, para que as chances de sucesso com a implantação do sistema aumentem.

3 CONCLUSÃO

O sistema de cultivo em bioflocos apresenta-se como uma alternativa interessante para a criação da tilápia do Nilo, tendo em vista o hábito alimentar da espécie e sua facilidade para absorção de nutrientes da água por meio das brânquias. O sistema de bioflocos pode, ainda, promover um alto desempenho da tilápia tendo em vista a quantidade de alimento natural disponível no sistema, e esse melhor desempenho não irá promover prejuízos ao meio ambiente, já que a troca de água do sistema é mínima e não ocorre o descarte de efluentes no meio ambiente.

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Referências

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