O ABUSO SEXUAL E DESENVOLVIMENTO DO SELF:
UM OLHAR CENTRADO NA PESSOA
!"#$%&!'(!&)%&' *)%+!1 ,!-"%.$!'/.0%&!'1!2%."2 3405#&'678#3
Resumo
#&5%0."!&0#'#'9".:4;<#'5#+%!$='+#8&%)%2#'.'.>#+%#&!$'?4.'#'!-45#'5.@4!$'%>9"%>.'.>'%&0%2;04#5' 2;)%>!5'0.'2%#$A&+%!'5.@4!$='#'9".5.&).')"!-!$B#'-45+!'0%5+4)%"'+#>#'.5).'.2.&)#')"!4>C)%+#'9#0.' interferir na qualidade dos relacionamentos amorosos estabelecidos na fase adulta destes sujeitos, 9!")%&0#' 0.' 4>!' >.)#0#$#8%!' -%-$%#8"CD+!=' 0.' +!"C)."' 0#+4>.&)!$E' F&%+%!$>.&).=' +#&+.%)4!>#5' #' G-45#'(.@4!$'.'54!5'9"%&+%9!%5'+!"!+).";5)%+!5'9!"!='.>'5.84%0!='!9".5.&)!"'+#>#'.$.'9#0.'%&)."H."%"' nos relacionamentos amorosos da pessoa que foi vítima de abuso sexual numa etapa anterior de seu 0.5.&2#$2%>.&)#'-%#95%+#55#+%!$='.'?4.'>!"+!5'.55!'2%#$A&+%!'%>9"%>.'&#'5.4'Self='.5).'0.D&%&0#'!' 9!")%"'0!'G-#"0!8.>' .&)"!0!'&!'I.55#!'JG IKE'6>'4>')."+.%"#'>#>.&)#='!9".5.&)!>#5'4>'.5)40#' de caso clínico, mostrando o desenvolvimento do Self em uma pessoa que foi abusa sexualmente &!'%&HL&+%!='!'9!")%"'0.'4>!'%&)."2.&MN#'95%+#)."!9A4)%+!E'O#)!P5.'?4.'.@%5).>'9#4+#5'0.'.5)40#5' .59.+;D+#5'0#'0.5.&2#$2%>.&)#'0#'Self'.>'9.55#!5'2%)%>!0!5'9#"')!$'2%#$A&+%!='.'?4.'+#&5%0.".>'#' 45#'0!'G I'+#>'>.)#0#$#8%!'.'%&)."2.&MN#'.D+!<'9!"!'!).&0%>.&)#'95%+#)."!9A4)%+#'0!'0.>!&0!' .>'?4.5)N#E'Q'0.'8"!&0.'%>9#")L&+%!'0.5.&2#$2."'>!%5'.5)40#5'2#$)!0#5'9!"!'.55.')%9#'0.'2%#$A&+%!' .'54!5'+#&5.?4A&+%!5E''Palavras-chave:'G-45#'(.@4!$R'G-#"0!8.>' .&)"!0!'&!'I.55#!'JG IKR'Self.
Abstract
#&5%0."%&8')B.'5#+%!$='+#8&%)%2.'!&0'.>#)%#&!$'0!>!8.')B!)')B.'5.@'!-45.'9"%&)5'#&'2%+)%>5'#H' 5.@4!$'2%#$.&+.=')B.'H#$$#S%&8'S#"T'94"54%)')#'0%5+455'B#S')B%5')"!4>!)%<%&8'.2.&)'+!&'%&)."H.".'%&' )B.'"#>!&)%+'".$!)%#&5B%95'?4!$%)7'5)!-$%5B.0'!)')B.'!04$)'5)!8.'#H'$%H.'#H')B.5.'9."5#&='5)!")%&8'H"#>'!' -%-$%#8"!9B7'>.)B#0#$#87='SB%+B'%5'!'5#4"+.'#H'0#+4>.&)!"7'S#"TE'F&%)%!$$7='%)'%5'8%2.&'!'+#&+.9)%#&' #H'(.@'G-45.'!&0'%)5'>!%&$7'+B!"!+)."%5)%+5=')#'H#$$#S%&8'9".5.&)'B#S'%)'+!&'%&)."H.".'!)')B.'"#>!&)%+' ".$!)%#&5B%95'#H')B.'9."5#&'2%+)%>'#H'5.@4!$'!-45.'%&'!'9".2%#45'5).9'#H'%)5'-%#957+B#5#+%!$'0.2.$#9>.&)=' !&0'SB%+B'>!"T5')B%5'2%#$.&+.'9"%&)5'%&'%)5'(.$H='SB%+B'%5'0.D&.0'H"#>')B.'I."5#&' .&)".0'G99"#!+B' JI UKE'F&'!')B%"0'5).9='S.'9".5.&)'!'5)407'#H'+$%&%+!$'+!5.='5B#S%&8')B.'(.$H'0.2.$#9>.&)'%&'!'5.@4!$$7' !-45.0'9."5#&'04"%&8'%)5'+B%$0B##0='5)!")%&8'H"#>'!'957+B#)B."!9.4)%+'%&)."2.&)%#&E'F)'%5'&#)%+.0' )B!)')B.".'!".'!'H.S'&4>-."'#H'59.+%D+'5)40%.5'#H')B.'(.$H'!)'9."5#&5')B.".'S.".'2%+)%>%<.0'H#"'54+B' 2%#$.&+.='!&0')B!)'%)'B!5')#'-.'+#&5%0.".0')B.'45.'#H'I U'!5'!&'.HH.+)%2.'>.)B#0#$#87'!&0'%&)."2.&)%#&' )#')B.'957+B#)B."!9.4)%+')".!)>.&)'#H')B.'9".5.&)'0.>!&0E'F)'%5'#H'8".!)'5%8&%D+!&+.')#'0.2.$#9'>#".' 5)40%.5'SB%+B'+#&+."&')#')B%5'T%&0'#H'2%#$.&+.'!&0'%)5'+#&5.?4.&+.5EKeywords: (.@4!$'!-45.R'I."5#&' .&)".0'G99"#!+B'JI UKR'Self.
VE'I5%+*$#8!='.59.+%!$%5)!'.>',."#&)#$#8%!'JWXXYK'.'>.5)".'.>' %A&+%!5'0!'(!Z0.'9.$!'[O\E'G)4!$>.&).']'0#+.&).'&#'+4"5#'0.'I5%+#$#8%!'0#' 6[^I_[^\`GE'6P>!%$a'+5+#)%+!b4#$E+#>E-"
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cE'I5%+*$#8#=' ##"0.&!0#"'0#'(."2%M#'0.'I5%+#$#8%!'d'(6I(F'0#' 6[^I_[^\`G=' ##"0.&!0#"'0!'e".!'0.'I5%+#$#8%!'0#'I#")!$'J6&K .&!'d'G' (!Z0.'/.&)!$'.>'/#2%>.&)#E'6P>!%$a'B405#&.78#b8>!%$E+#>
19
Introdução
f'.5)40#').>'+#>#'#-:.)%2#'0%5+4)%"'+#>#'#' abuso sexual perpetrado na infância pode afetar a qualidade dos relacionamentos amorosos estabelecidos pelas vítimas desse tipo de 2%#$A&+%!'5.@4!$'&!'%0!0.'!04$)!E'I!"!'%$45)"!"'#' estudo, trazemos elementos de um atendimento +$;&%+#'".!$%<!0#'&#'(."2%M#'0.'I5%+#$#8%!'d'(6I(F' 0#' 6[^I_[^\`G='9#"'4>!'.5)!8%C"%!'0#'+4"5#' de psicologia, no último ano da graduação, sob !' 549."2%5N#' 0!' I"#HgE' /(+Eg' ' !"#$%&!' (!&)%&' *)%+!E' G' 2#&)!0.' 0.' +#&B.+."' >!%5' 5#-".' #' !554&)#='!'9"C)%+!'.'!').#"%!'H#"!>'.55.&+%!%5'9!"!' a escolha do tema.
f'!-45#'5.@4!$']'4>'!554&)#'0.$%+!0#'?4.' 9#0.' )"!<."' +#&5.?4A&+%!5' H4)4"!5' 0.' 0%H;+%$' administração por parte de suas vítimas, como !D">!'^#S.&'JVhhiK='G<.2.0#'JWXXVK='/+,".8#"' JWXXVK=' .&)".' #4)"#5' !4)#".5E' Q' 4>' !)#' ?4.' )"!<' feridas profundas, principalmente quando não )"!)!0!5E'O#'!).&0%>.&)#'95%+#)."C9%+#='.>'4>' primeiro instante tende-se a focar na queixa principal trazida pelo cliente. No decorrer das sessões (na etapa de formação do vínculo), o cliente vai contando suas histórias passadas, mas, nos casos em que a demanda envolve sofrimento 9#"'!-45#'5.@4!$='&.>'5.>9".'#'+$%.&).'+B.8!"C' +#&)!&0#' #' H!)#' .&2#$2%0#E' 3C' !%&0!=' !?4.$.5' que procuram uma ajuda psicológica justamente por terem sido vítima de abuso sexual.
O#' !&#' 0.' WXXh=' .>' 4"%)%-!_IO=' H#%' realizado um estudo com o objetivo era trazer 4>!'".j.@N#'5#-".'+#>#'#'!-45#'5.@4!$'+#&)"!' crianças e adolescentes afeta os relacionamentos ;&)%>#5' H4)4"#5E' f' .5)40#=' ".!$%<!0#' !' 9!")%"' do atendimento clínico de casais, concluiu que o abuso sexual da criança e do adolescente se trata de um trauma interpessoal agudo. G+!"".)!&0#' .>' +#&5.?4A&+%!5' +#>' >!"+!5' físicas e psicológicas nesses indivíduos, que se manifestação de forma negativas para as 54!5' 2;)%>!5=' %&)."H."%&0#' 5%8&%D+!)%2!>.&).' no seu desenvolvimento cognitivo, afetivo, comportamental e social, sobretudo, nos seus relacionamentos interpessoais futuros.
#>' !' 2%2A&+%!' 0#' !-45#=' #'
indivíduo perde a espontaneidade e naturalidade de sua sexualidade .' D+!' 9"%2!0#' 0.' 54!' %&#+A&+%!E' Isso o leva à culpa. E a culpa 0.5)"*%' !' !$.8"%!' 0!' 2%0!E' #>' !' 2%2A&+%!' 0#' !-45#=' #' %&0%2;04#' não consegue entregar-se de H#">!' 9$.&!' !#' !>#"' JkG f\=' WXXh='9E'clKE
É preciso problematizar ainda, que mesmo diante dos números alarmantes dos ;&0%+.5' 0.' 2%#$A&+%!' 5.@4!$' 9."9.)"!0!5' .>' crianças e adolescentes no Brasil, acredita-se que a maioria dos casos continuam omissos, &N#'5.&0#'&#)%D+!0#5'9.$!'H!$)!'0.'%&H#">!MN#=' coação ou constrangimento, dessas vítimas que não realizam a denúncia, resultando em 54-&#)%D+!Mm.5'J&#)%D+!Mm.5'?4.'&N#'5N#'H.%)!5K' 9.$#'5%$A&+%#'0.55!5'2;)%>!5E
n%!&).'0!'9"#-$.>C)%+!5='.'0!'.5+!55.<'0.' estudo que tracem intervenções clínicas para acolhimento e psicoterapia das vítimas de abuso sexual, reforçamos a necessidade de estudos ?4.' !-#"0.>' +#&5.?4A&+%!5=' .9%0.>%#$#8%!' .' 9#55;2.%5' )"!)!>.&)#5' .>' 2C"%!5' 9!").5' 0#' >4&0#E'(N#'9#4+#5'.5)40#5'5#-".'+#&5.?4A&+%!5' ' ".$!+%#&!>.&)#5' %&)."9.55#!%5E' I#"' %55#=' .5).'H#%'-!5.!0#'.>'!")%8#5'+%.&);D+#5'.'>!)."%!$' metódico disponível.
Conceito
f' !-45#' 5.@4!$' >!"+!' !' 2%0!' %&).%"!' 0.' 54!5' 2;)%>!5' .' )"!<' +#&5.?4A&+%!5' 5]"%!5' ' ".$!+%#&!>.&)#5' !>#"#5#5E' ^#S.&' ".H.".P5.' !#' !-45#' 5.@4!$' +#>#a' oG' H#">!' >!%5' B.0%#&0!' da traição ao amor, posto que a sexualidade é &#">!$>.&).'4>!'.@9".55N#'0.'!>#"p'JVhhi='9E' VYiKE''G%&0!'?4.'!5'2;)%>!5'&N#'9."+.-!>')!>!&B!' gravidade de terem sido abusadas na infância e 0.' +#>#' %55#' !+!"".)!' 2!"%C2.%5' +#&5.?4A&+%!5' na vida adulta, o abuso sexual infantil pode 8."!"'+#&5.?4A&+%!5'H;5%+!5='.>#+%#&!%5='5.@4!%5' .'5#+%!%5'9!"!'54!5'2;)%>!5E'655!5'+#&5.?4A&+%!5' podem se manifestar de múltiplas maneiras e 9#0.>'5."'0.2!5)!0#"!5'.'0.D&%)%2!5='".54$)!&0#' no desenvolvimento de quadros psicopatológicos
!840#5' 9!"!' .55!5' 2;)%>!5' JG/GqG``Gr' s' tf^^6`='VhhlR'6 36\[`uG's' f``G^='WXXvKE
n.D&.P5.' #' !-45#' 5.@4!$' +#>#' uma situação na qual a criança ou o adolescente é usado para a 8"!)%D+!MN#'5.@4!$'0.'4>'!04$)#=' ou mesmo de um adolescente mais velho, baseado em uma relação de poder que pode incluir desde carícias, manipulação da 8.&%)C$%!='>!>!'#4'L&45'!)]'#'!)#' sexual, com ou sem penetração, +#>'#4'5.>'2%#$A&+%!'JGq6w6nf=' WXXVKE'
G'2%#$A&+%!'5.@4!$'#+#"".'.>'4>!'2!"%.0!0.' de situações como estupro, sexo forcado no casamento, abuso sexual infantil, abuso %&+.5)4#5#' .' !55]0%#' 5.@4!$' J\`G(F^=' WXXVKE' G<.2.0#' .' ,4.""!' JVhhlK' +$!55%D+!>' #' !-45#' 5.@4!$' .>' )"A5' )%9#5a' f5' ?4.' .&2#$2.>' +#&)!)#' H;5%+#'J9!55!"'!'>N#='#'+#&)!)#'#"!$'._'#4'8.&%)!$' e o uso do ânus); os que não envolvem contato físico (a verbalização de palavras obscenas, o exibicionismo que é exibir o corpo ou parte dele para a criança; e o voyeurismo, a observação da &40.<' 0!' +"%!&M!K' .' #5' ?4.' .&2#$2.>' 2%#$A&+%!' (estupro).
f'?4.'5.'0%H.".')!>-]>'&#'!-45#' sexual é a idade do agressor comparado o da vítima, o grau de vinculo ou parentesco do mesmo com a vítima (quanto >!%5' 9"*@%>#5=' >!%#"' 5."C' #' impacto na vida da vítima), as caricias, a exibição dos órgãos do agressor, as ameaças feitas a vítima, a duração do abuso e a forma de como o ciclo familiar agem antes e depois do trauma, a forma como acolhem a vítima (/6F 36/\G[/=VhhY='9'iWKE
#>#' 2%#$A&+%!' %&)"!H!>%$%!"' .&).&0.P5.' toda ação ou omissão que prejudique o bem-estar, a integridade física, psicológica ou a liberdade e o direito ao pleno desenvolvimento 0.' #4)"#' >.>-"#' 0!' H!>;$%!' J\`G(F^=' WXXVKE' I#0.' 5."' +#>.)%0!' 0.&)"#' #4' H#"!' 0.' +!5!' 9#"' algum membro da família, incluindo pessoas
que passam a assumir função parental, ainda que sem laços de consanguinidade, e em relação de poder a outra.
A intervenção inadequada também pode fazer com que os efeitos do abuso piorem ao longo 0#').>9#E'/+,".8#"'JWXXVK'!D">!'?4.'?4!&0#' não se faz nenhuma ou pouca intervenção logo após o abuso sexual, os efeitos podem se tornar 04"!0#4"#5E' I!"!' 3!-%8<!&8' .' !>%&B!' JWXXYK' .' ,"..&' JVhhxK=' +#>' #' 9!55!"' 0#' ).>9#=' 5.>' )"!)!>.&)#' !0.?4!0#=' &N#' BC' 4>!' ".04MN#' !' intensidade dos sintomas resultantes do abuso 5.@4!$='0#'+#&)"C"%#=').&0.'!'+#"&%D+CP$#5E
Consequências nos
relacionamentos amorosos
As mulheres vítimas do abuso sexual, em geral, apresentam problemas em seus relacionamentos amorosos, como principal característica desse quadro, podemos apontar que essas pessoas carregam consigo uma imagem destrutiva de si mesmas, gerando depressões J6 36\[`uG' s' f``G^=' WXXvR' U6F 36`=' WXXVR'wFU`Ff^='wG(y[6q='FU[``G='s'/[zfq=' WXXiKR' %0.!Mm.5' 54%+%0!5R' .&)".' 0%2."5#5' #4)"#5' sintomas, que podem gerar patologias, além da sensação ambivalente de culpa, o medo e vergonha que essas vítimas sentem.
Enquanto essas mulheres continuarem obcecadas por sua busca por um homem que as ame e proteja, serão usadas e sofrerão !-45#E'(.45'".$!+%#&!>.&)#5'+#>' os homens não podem dar certo. f5' B#>.&5' ".!8.>' !' .$!5' +#>#' objetos sexuais, não como pessoas sexuais, porque essas mulheres não se consideram como pessoas. (.4' 5.&5#' 0.' %0.&)%0!0.' .5)C' seriamente comprometido pelo !-45#' 5.@4!$' J^f{6O=' Vhhi=' 9E' VxcKE
As opressões, chantagens, ameaças entre outras atitudes por parte do agressor, mantém
21
suas vítimas presas em um mundo de isolamento que vai sendo construído pela própria vítima. I.""#&.' .' O!&&%&%' JVhhlK=' ".$!)!>' ?4.' !' 2;)%>!' do abuso carrega a constante sensação de que, !+#&).M!' #' ?4.' !+#&).+."=' 5.>9".' 5."C' 2%5)!' +#>#' 4>!' 9.55#!' %&0%8&!=' 54:!' .' 0.9".+%C2.$' pela situação que sofreu. A falta de capacidade 0.' 0%<."' o&N#p' 9."04"!' 9#"' 4>' $#&8#' 9.";#0#' 0.' ).>9#E' (.4' .>#+%#&!$' )!>-]>' 5.' )#"&!' fragilizado.
/+,".8#"='JWXXVK='+#&5%0."!'?4.'!5'+"%!&M!5' vítimas desse tipo de abuso, adquirem um Self 0%5)#"+%0#'0.'5%E'(.'+#&5%0."!>#5'!'%&HL&+%!'+#>#' !' .)!9!' 0#' 0.5.&2#$2%>.&)#' #&0.' !' +4$9!' .5)C' 9".5.&).='+#>#'+#&5.?4A&+%!'0#'!-45#='9#0.>#5' apontar a desvalorização como pessoa que inicia se vendo sozinhas num mundo algoz em que as relações interpessoais e os papeis sociais se tornam confusos, e, sem perceber, estas pessoas veem seu desenvolvimento biopsicossocial comprometido de tal forma, que chega a afetar a qualidade de seus relacionamentos amorosos estabelecidos na idade adulta.
O
Self
GD&!$' #' ?4.' ]' Self?' of' self &N#' ]' !$8#' .5)C)%+#=' %>4)C2.$=' +"%5)!$%<!0#E' #&5)%)4%P5.' &4>' todo, onde existe uma contínua 5%8&%D+!MN#' 0#' ?4.' ]' 2%2%0#=' sempre suscetível à mudança, podendo mudar radicalmente, tornar-se oposto ao que outrora 5.' !9".5.&)!2!E' f' 5.$H=' 0.55!' forma, é um conjunto organizado .' >4)C2.$' 0.' 9."+.9Mm.5' ?4.' 5.' referem ao indivíduo, tais como as características, atributos, qualidades e defeitos, capacidades e limites, valores e relações que ele reconhece como descritivos de si mesmo e que percebe como dados 0.' 54!' %0.&)%0!0.p' J`f,6`(' s' tFO,6U='VhixKE'
Essa construção e reconstrução característica do Self, baseia-se, costumeiramente, em .@9."%A&+%!5'9!55!0!5='!+#&).+%>.&)#5'9".5.&).5'
.' .@9.+)!)%2!5' 9!"!' #' H4)4"#' J|GnF/GO' s' |`G,6`=' VhlvKE' f' 5."' B4>!&#' &!5+.' +#>' predisposição de aprender sobre si mesmo (iniciando a formação do Self), a criança começa a desenvolver e a entender sobre o seu eu e o seu não eu, esse processo ocorre por toda vida.
f' 0.5.&2#$2%>.&)#' !+#&).+.' 0.50.' #' &!5+%>.&)#=' ?4!&0#' #' -.-A' 5.' 9."+.-.=' :4&)#' de sua mãe (ou de quem exerça esse papel parental), como um indivíduo único; aos poucos .$.' 2!%' )#>!&0#' +#&5+%A&+%!' 0.' ?4.' .@%5).' 4>!' diferenciação, começando, assim, a construir 5.4' !4)#+#&+.%)#' J\66=' VhlvKE' G#' $#&8#' 0#' seu desenvolvimento, a criança vai tomando +#&5+%A&+%!' ?4.' ]' 4>' 5."' 0%5)%&)#' 0#5' 0.>!%5=' começa a observar seus gestos, suas atitudes (observando os outros), iniciando a construção dos seus próprios valores.
O Abuso Sexual:
desenvolvendo o
Self ! "#
olhar centrado na pessoa
y4!&0#'4>!'9.55#!']'!-45!0!'5.@4!$>.&).' na infância o autoconceito que a mesma tem de si é destrutivo, ou seja, desenvolve um Self destrutivo. `#8."5' JVhixK=' 0.H.&0.' ?4.' !' .5)"4)4"!' 0#' Self se desenvolve a partir da interação da criança com o ambiente, de maneira individual, como resultado da interação valorativa com os outros. Um dos primeiros aspectos, e mais importantes, 0!'.@9."%A&+%!'0!'+"%!&M!=']'!'0.'5."'!>!0!'9.$#5' pais (primeira formação de afeto da criança). Ela .&).&0.P5.' !' 5%' >.5>!' +#>#' !>C2.$=' 0%8&!' 0.' !>#"='.'.55!'.@9."%A&+%!']'4>!'".$!MN#'0.'!H.%MN#=' que faz com que a criança tenha satisfação.
O!' >.0%0!' .>' ?4.' !5' .@9."%A&+%!5' 2N#' ocorrendo, estas vão sendo simbolizadas, organizadas e apreendidas, quando são
percebidas como compatíveis com o
!4)#+#&+.%)#E' 655!5' .@9."%A&+%!5' )!>-]>' podem ser ignoradas, por não se relacionarem ao eu; ou recusadas à simbolização; ou, ainda, terem uma simbolização distorcida, tendo em
2%5)!' !' %&+#."A&+%!' 0!' 5%)4!MN#_.@9."%A&+%!' +#>' !' .5)"4)4"!' 0#' .4' J`f,6`(=' VhixKE' n.55.' modo, Rogers conceitua o ajustamento e desajustamento psicológico, onde o ajustamento psicológico é quando a criança assimila em seu !4)#+#&+.%)#' !5' 54!5' .@9."%A&+%!5' 2%2.&+%!0!5E' kC' #' 0.5!:45)!>.&)#' 95%+#$*8%+#' #+#"".' ?4!&0#' a mesma não assimila ao seu autoconceito suas .@9."%A&+%!5'2%2.&+%!0!5E
No abuso sexual ocorre o desajustamento psicológico principalmente quando se chega a fase adulta (quando não tratadas na infância), por isso a vítima abusada se desenvolve com uma autoimagem desvalorizada. Não consegue reconhecer suas subjetividades positivas, esses desajustes psicológicos fazem com que a vítima não veja a solução de se reconstruir como 9.55#!E' (.84&0#' `#8."5=' #' 5."' humano tem a capacidade, latente ou manifesta, da compreensão de si mesmo e da resolução de seus problemas de tal modo que !$+!&+.' !' 5!)%5H!MN#' .' .D+C+%!' &.+.55C"%!5' !#' H4&+%#&!>.&)#' !0.?4!0#' J`f,6`(' s' tFO,6U=' Vhix='9E'chKE'
I#")!&)#='!5'>4$B.".5'?4.'H#"!>'!-45!0!5' na infância e que seus relacionamentos amorosos não deram certo, muitas vezes é porque não se veem como atraentes, ou dignas de serem amada, o2%2.>p'+!".&).5'0.')."'!$84]>'9#"'9.")#'.'>4%)!5' vezes os homens se aproximam para aproveitar a oportunidade, mas não querem algo sério e produzem na mulher um sentimento de rejeição. I!"!'5.')."'4>'".$!+%#&!>.&)#'5!40C2.$']'9".+%5#' tratar feridas que não foram cicatrizadas.
Percurso metodológico
n.D&.P5.'9#"'4>!'9.5?4%5!'+#>'D&!$%0!0.' >.)#0#$*8%+!' 94"!' #4' -C5%+!=' 0.' &!)4".<!'
qualitativa, com objetivo metodológico
.@9$#"!)*"%#' .' 9"#+.0%>.&)#' -%-$%#8"CD+#' d' 0#+4>.&)!$' ?4.' .@9$#"#4' 0%H.".&).5' 0.D&%Mm.5' encontradas na literatura metódica disponível, &#' .5)C8%#' &!' +$;&%+!' J(."2%M#5' 0.' I5%+#$#8%!' d'
(6I(FK'0#'Z$)%>#'!&#'0!'H!+4$0!0.'0.'95%+#$#8%!=' 5#-".' #' !-45#' 5.@4!$' .' 54!5' +#&5.?4A&+%!5' ' relacionamentos amorosos.
|#%'0.D&%0#'!'9!")%"'0.'4>'+!5#'0.+#"".&).' com a demanda anteriormente. Em que uma >4$B."'0.')"%&)!'.')"A5'JccK'!='9"#+4"#4'#'(6I(F' com a queixa de depressão. Nos atendimentos H.%)#5' 9.$!' .5)!8%C"%!' ".59#&5C2.$' 9.$#' +!5#=' !' cliente em seu primeiro atendimento chegou bastante abatida, triste e falou muito sobre suas decepções amorosas se sentindo frustrada, logo contou sobre o abuso sexual que ocorreu quando a mesma tinha doze (12) anos de idade. f'!8".55#"'."!'5.4'9!0"!5)#='5.84&0#'!'2;)%>!'#' abuso era por aliciações, chantagens e ciúmes, ou seja, o abuso foi sem penetração, seu padrasto tinha muito ciúmes e não a deixava sair de casa chantageando-a.
As técnicas utilizadas na terapia foram o olhar no potencial humano, trabalhando a autoestima, a valorização da mesma como pessoa, encorajamento de acreditar-se em si mesma, ou seja, sendo facilitadora no processo de desenvolvimento, mostrando para a cliente possibilidades. Um olhar centrado na pessoa, foi trabalhado a alto imagem destorcida que )%&B!'0.'5%E' #>'#'0.+#""."'0!5'5.55m.5='B#42.' evoluções em que a própria cliente tinha acerca dela, começando assim mudanças em seu autoconceito (Self) que até então era destrutivo. Foram realizados onze (11) atendimentos.
f5'+"%)]"%#5'])%+#5'0!'9.5?4%5!'5.':45)%D+!>' na preservação da identidade da cliente e pelo 0#'U.">#'0.' #&5.&)%>.&)#'^%2".'.'65+$!".+%0#' !55%&!0#'9#"'.$!='?4.'".59!$0!'!5'.@%8A&+%!5'])%+!5' .'+%.&);D+!5'+#&)%0!5'&!'`.5#$4MN#'0#' #&5.$B#' O!+%#&!$'0.'(!Z0.'Yvv_VWE
$%&'()* * +*,*-.*)
A cliente chegou na primeira sessão >4%)#' 0.9"%>%0!=' +B#"#' HC+%$=' .' !55%>' ."!' &!5' diversas sessões no início. Após aplicação das técnicas citadas acima, a mesma começou a apresentar pequenas evoluções, demostrava vontade de mudar, mesmo com recaídas, pois às vezes relatava episódios de tristeza profunda,
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desanimo e culpabilização. Entretanto, essas recaídas foram diminuindo gradativamente e ela passou a apresentar mudanças em suas rotinas, procurando se cuidar, pensando mais nela mesma, em sua autoestima.
Eles podem não parecer %&)#+C2.%5R'0.'H!)#='9#0.>'9!".+."' >4%)#' !)"!.&).5E' /!5' >4%)!5' pessoas sentem-se intocáveis; por dentro, estão famintas de aceitação e amor JwGO(UfO6' .' ^[Uq6`='Vhhx='9E'viKE
A grande frustração que a cliente passava ."!'!'+!"A&+%!'!H.)%2!'.'!D">!Mm.5'0.'>.'2!$%!' 0.'&N#')."'!$84]>='!D">!2!'9#"'2C"%!5'2.<.5'5*' se envolvia com pessoas erradas e que não queria algo sério, principalmente também pela a idade, 9#%5' 5.' !+B!2!' 2.$B!E' (.45' ".$!+%#&!>.&)#5' não davam certo e isso gerava um complexo de inferioridade, de culpa, trazendo marcas do passado (o abuso) o que lhe causava sofrimento.
Foi trabalhado principalmente sua
subjetividade, o redescobrimento de seu valor como pessoa, criando assim um conhecimento melhor acerca de si e seus limites. A mesma foi +"%!&0#'4>!'".!D">!MN#'0.'54!'+".&M!='#4'5.:!=' .$!'+#>.M#4'!'!+".0%)!"'>!%5'.>'5%='H#")%D+!&0#' sua crença, sua identidade como pessoa.
Tanto para o homem quanto para a mulher o abuso sexual tem um efeito negativo em manter ".$!+%#&!>.&)#5' 5!40C2.%5' &!' 2%0!' !04$)!E' I#"' )!&)#=' #' !-45#' 9#0.' )"!<."' +#&5.?4A&+%!5' profundas e prolongadas na forma da vítima se relacionar futuramente com outras pessoas.
I.$#' ?4!0"#' 0.' )"%5).<!' 0!' +$%.&).' 2%&B!>' 9.&5!>.&)#5' 54%+%0!5' .' ?4.' !' >.5>!' !D">!2!' aumentar quando se encontrava em estado de grande tristeza, pelo quadro e suas recaídas a cliente foi encaminhada a procurar um tratamento 95%?4%C)"%+#=' 9!"!' ?4.' B#42.55.' 4>!' !:40!' medicamentosa no processo de psicoterapia e assim o fez. Atualmente a cliente encontra-se ainda em processo de psicoterapia individual e
terapia medicamentosa.
Conclusão
Diante do estudo apresentado conclui-se que o abuso sexual na infância (quando não tratado) 9#0.' 0.5.&+!0.!"' 2C"%#5' )"!4>!5=' .5).' .5)40#' refere-se ao abuso sexual na infância e de como esse abuso quando não tratado atrapalha nos seus relacionamentos interpessoais e principalmente nos seus relacionamentos amorosos.
Esse trauma não afeta somente nos relacionamentos, mas também constrói um autoconceito destrutivo acerca de si. Afetando o seu desenvolvimento humano, seja em sua +#&04)!'5#+%!$'._#4'%&0%2%04!$E'f'>.0#'}'+4$9!']' constante companhia da vítima abusada e assim não consegue se entregar de forma plena ao amor, não consegue dizer não e não consegue enxergar seu valor, princípios, seus limites e até mesmo não consegue se ver como pessoa, trazendo em seu histórico de vida marcas de sofrimento.
É importante se atentar para as demais +#&5.?4A&+%!5' .>' ?4.' #' !-45#' 5.@4!$' 9#55!' causar, seja na vida de uma criança ou enquanto !04$)!E' #>#' +%)!0#' &#' 0.5.&2#$2%>.&)#' 0#' trabalho, o abuso causa um desajustamento psicológico na vítima independente da idade. !0!' +!5#=' +!0!' 9.55#!' ]' Z&%+#=' 9#"' %55#' &!5' 5.55m.5'0#'9"#+.55#')."!9A4)%+#'0.2.P5.'$.2!"'.>' conta à singularidade, a individualidade, tendo 4>'#$B!"'+.&)"!0#'&!'9.55#!'?4.'.5)C'-45+!&0#' !:40!'0#'9"#D55%#&!$'.' #' 9"#D55%#&!$'0.2.' .5)C' preparado para acolher o mesmo.
I#"' D>=' .5).' +!5#' H#%' 4>' >!"+#' .>' >%&B!' 2%2.&+%!' !+!0A>%+!=' >!5' &N#' 5#>.&).' +#>#' H4)4"!' 9"#D55%#&!$' 0!' 95%+#$#8%!=' >!5' 9"%&+%9!$>.&).' +#>#' .&?4!&)#' 9.55#!E' ^%0!"' com a cruel realidade, com o sofrimento do outro e pensar de quantas pessoas estão aprisionadas a esse trauma e que por muitas vezes não pedem !:40!='2%2.&0#'.>'5%$A&+%#E'
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Submetido em: 29-07-2015 Aceito em: 09-11-2015